O caso do suposto dossiê

Por Luis Nassif

À primeira vista, não fazia lógica a história da divulgação do suposto dossiê contra a filha de José Serra, que estaria sendo armado pelo PT. Primeiro, por ser inverossímil. Com a campanha de Dilma Rousseff em céu de brigadeiro, à troca de quê se apelaria para gestos desesperados e de alto risco, como a divulgação de dossiês contra adversários? Se a campanha estivesse em queda, talvez.

Além disso, os dados apresentados pela Veja, repercutidos pelo O Globo, eram inconsistentes. Centravam fogo em Luiz Lanzetta, que tem uma assessoria em Brasília que serve apenas para a contratação de funcionários para a campanha de Dilma – assim como Serra se vale da Insight e da FSB para suas contratações.

Serra atacou Lanzetta, inicialmente, através de parajornalistas usualmente utilizados para a divulgação de dossiês e assassinatos de reputação. Só que há tempos caíram no descrédito e os ataques caíram no vazio. Serviram apenas como aviso. Aí, se valeu da Veja que publicou uma curiosa matéria em que dava supostos detalhes de supostas conversas sobre supostos dossiês, mas nada falava sobre o suposto conteúdo do suposto dossiê.

Até aí, é Veja. Mas os fatos continuaram estranhos. Há tempos a revista também caiu em descrédito tal que sequer suas capas são repercutidas pelos irmãos da velha mídia. Desta vez, no entanto, entrou O Globo, inclusive expondo a filha de Serra – como suposto alvo do suposto dossiê. Depois, o próprio Serra endossando as suposições, em um gesto que, no início, poucos entenderam. A troco de quê deixaria de lado o «Serra paz e amor» para endossar algo de baixa credibilidade, em uma demonstração de desespero que tiraria totalmente o foco da campanha?

Havia peças faltando nesse quebra-cabeças. Mas os bares de Brasília já conheciam os detalhes, que acabaram suprimidos nesse festival de matérias e editoriais indignados sobre o suposto dossiê. A história é outra.

Quando começou a disputa dentro do PSDB, pela indicação do candidato às eleições presidenciais, correram rumores de que Serra havia preparado um dossiê sobre a vida pessoal de seu adversário (no partido) Aécio Neves. A banda mineira do PSDB resolveu se precaver. E recorreu ao Estado de Minas para que juntasse munição dissuasória contra Serra. O jornal incumbiu, então, seu jornalista Amaury Ribeiro Jr de levantar dados sobre Serra. Durante quase um ano Amaury se dedicou ao trabalho, inclusive com viagens à Europa, atrás de pistas.

Amaury é repórter experiente, farejador, que já passou pelos principais órgãos de imprensa do país. Passou pelo O Globo, pela IstoÉ, tem acesso ao mundo da polícia e é bem visto pelos colegas em Brasília. Nesse ínterim, cessou a guerra interna no PSDB e Amaury saiu do “Estado de Minas” e ficou com um vasto material na mão. Passou a trabalhar, então, em um livro, que já tem 14 capítulos, segundo informações que passou a amigos em Brasília.

Quando a notícia começou a correr em Brasília, acendeu a luz amarela na campanha de Serra. Principalmente depois que correu também a informação de um encontro entre Lanzetta e Amaury. Lanzetta jura que foi apenas um encontro entre amigos, na noite de Brasília. Vá se saber. A campanha do PT sustenta que Lanzetta não tem nenhuma participação na campanha.

Seja como for, montou-se de imediato uma estratégia desesperada para esvaziar o material. Primeiro, com os ataques iniciais a Lanzetta, que poucos entenderam o motivo: era uma ameaça. Depois, com a matéria da Veja. A revista foi atrás da história e tem, consigo, todo o conteúdo levantado por Amaury. Curiosamente, na matéria não foi mencionado nem o nome da filha de Serra, nem o do repórter Amaury Ribeiro Jr., nem o conteúdo do suposto dossiê.

O Globo repercutiu a história, dando o nome da filha de Serra, mas sem adiantar nada sobre o conteúdo das denúncias – medida jornalisticamente correta, se fosse utilizada contra todas as vítimas de dossiês; mas só agora lembraram-se disso. Provavelmente Veja sairá neste final de semana com mais material seletivo do suposto dossiê. Mas sobre o conteúdo do livro, ninguém ousa adiantar.

Botafogo reclama da arbitragem paulista

A diretoria do Botafogo vai entrar com uma representação na Comissão de Árbitros da CBF contra Paulo César de Oliveira, que apitou a derrota do time para o Atlético-PR. A decisão foi tomada pelo presidente Maurício Assumpção, que entende que sua equipe vem sendo prejudicada desde o ano passado por árbitros do quadro da Federação Paulista de Futebol (FPF). “Nós estamos sendo prejudicados desde o ano passado. O Paulo não adotou o mesmo critério para os dois times. Ele expulsou dois atletas do Botafogo e não puniu devidamente a entrada dada no Fábio Ferreira. No fim do jogo compensou expulsando um atleta do Atlético em um lance que nem falta foi”, disse Maurício.

Outro que disparou críticas foi Joel Santana, que afirmou que o juiz só trabalhou de maneira imparcial quando o resultado já estava sacramentado. “Estou questionando a arbitragem, sim. Meu zagueiro está com a perna roxa e ele só deu amarelo para o lateral direito deles. Assim não dá. Ele só começou a apitar direito depois que o jogo estava decidido. Depois do três a dois, ele quis compensar. O cara expulsa, enche de amarelo e arruma um monte de falta perto da área, sabendo que o cara (Paulo Baier) bate bem”, esbravejou o folclórico treinador, campeão carioca no primeiro semestre. (Do Terra)

Dunga e Jorginho capricham nas patadas

Dunga e Jorginho não receberam nenhuma pergunta agressiva, mas capricharam nas respostas atravessadas aos jornalistas. Em uma entrevista coletiva de 40 minutos, a dupla que comanda técnica da seleção brasileira deixou claro nesta quinta-feira que uma espécie de guerra com a imprensa pode ser benéfica para a equipe, ainda que tal ambiente bélico não exista.
A primeira resposta atravessada foi para uma jornalista mexicana. Ela lembra que o Brasil ganhou tudo antes do Mundial e pergunta a Dunga o que falta para ganhar a Copa do Mundo. O treinador aproveitou para dar uma ‘patada’ na mídia brasileira.

“São 300 jornalistas aqui e, se perder, muitos vão dizer ‘Eu tinha razão’. Não só comigo, mas foi com todos os treinadores que passaram aqui”, disse Dunga. O auxiliar Jorginho também pegou o microfone e desafiou: ”Você que nos mete pau não vem aqui para pegar o microfone?”, provocou. “A gente sabe que algumas pessoas torcem contra. Mas aquilo que você tem escrito, tem falado, também nos motiva. Eu vejo alguns corajosos aqui, mas tem alguns críticos que não tem a coragem para pegar o microfone”. Perguntando quem seria o crítico da seleção, Jorginho não citou nomes. “Você sabe muito bem o que tem escrito”, afirmou. “Eu acho que quando a equipe joga mal e outra é você levar a tudo pelo lado negativo.” (Da ESPN)

Ex-técnico faz críticas a Felipe Melo

O volante brasileiro Felipe Melo foi alvo de críticas nesta quinta-feira do ex-treinador da Juventus, Ciro Ferrara, reclamou do temperamento do meio-campista da Seleção Brasileira e afirmou que o atleta tem dificuldades de trabalhar em grupo. “Ele tem qualidades, mas precisa aprender a conviver com os companheiros. Não é um cara mau, mas a arrogância com ele tem irritado aos outros. Se alguém é desagradável com os outros, podemos notar em campo”, afirmou Ferrara, ao jornal italiano Gazzetta dello Sport. Na Seleção, Melo tem total confiança do técnico Dunga e está no caminho para ser titular na Copa. (Da ESPN)