A primeira pedra

Por Roberto Vieira

Está certo!

Nelsinho Piquet errou. Feio.

Mas atire a primeira pedra quem nunca errou nessa vida. Principalmente na juventude.

Uns dois ou três vão atirar pedras. Porque sofrem de amnésia.

A juventude é território perigoso. Na juventude Chico Buarque foi preso. Política? Que nada! Puxando carro. 

Clinton experimentava uns bagulhos. Hillary? Apaixonou-se por Clinton. Bush tomava milhares de bourbons. Se bem que nesse caso ele era mais inofensivo. Brutus esfaqueou o padrasto. Romeu se matou com Julieta. Lula era de direita. Carlos Lacerda de esquerda. Jesus andou sumido longe de casa.

Porém talvez o exemplo mais bem acabado. Seja o exemplo de Paolo Rossi. Artilheiro italiano. Jovem. Com o mundo a seus pés. Corrompendo-se por migalhas. Rossi que foi perdoado precocemente. E de cabeça baixa meteu três gols no Brasil em Sarriá. Transformando a sua vida.

Rossi que era um jovem desmiolado quando cometeu seus pecados. 

Puna-se o jovem Piquet. Porém no limite da justiça. Porque. Está certo! Nelsinho Piquet errou.

Feio.

Mas atire a primeira pedra quem nunca errou nessa vida.

Uma tristeza biográfica

Por Flávio Gomes

Pois o caso Briatore-Nelsinho-Renault-Cingapura assumiu proporções nunca antes vistas na F-1. Virou um tiroteio de acusações pessoais que hoje chegaram ao auge, suponho, com as insinuações de Briatore de que Nelsinho tinha um caso homossexual com um homem mais velho.

(Claro que se a família Piquet resolver responder no mesmo tom, terá farta munição sobre a não muito ortodoxa vida sexual-porno-erótica de Briatore, que vive posando de tanguinha nas praias da Sardenha. Portanto, o auge ainda pode ser mais alto. Ou baixo, dependendo do ponto de vista.)

O diretor da Renault soltou o verbo em Monza. Disse que a Renault já entrou com processos criminais contra Nelson Filho e Nelson Pai — e se for preciso, vai Nelson Espírito Santo para a roda. Acusações: chantagem e extorsão.

“Nós não fizemos nada. O fato de estarmos processando os dois prova que estamos confiantes. Nelsinho nunca teve performance. É um garoto mimado que sempre correu com sua própria equipe, o melhor carro, sempre teve seu pai do lado. Quando chegou numa competição de verdade, perdeu a cabeça. É muito frágil.”

Aí vem a parte mais escabrosa e cabeluda. Que não carece de apuração. Não tem nada a ver com as coisas da pista. Expõe ressentimentos. Porque mesmo se forem verdadeiras as afirmações de Briatore, dizem respeito à vida pessoal de Nelsinho, e não à sua atividade profissional. Briatore é um escroto. Mas se Nelsinho está mentindo só para implodir sua cabeça, como ele afirma, é compreensível e nada surpreendente que um escroto como ele diga o que disse:

“Ele [Piquet Jr] me acusou pesadamente de lhe fazer romper um relacionamento com um amigo, e isso eu devo dizer, porque foi seu pai quem me pediu isso. Ele vivia com esse senhor. Não se sabe que tipo de relação eles tinham. O pai estava muito preocupado. Viviam juntos, e o pai me pediu para interferir. Fiz Nelsinho se mudar de Oxford para meu prédio em Londres, onde eu podia mantê-lo sob controle.”

Não sei quem é a tal pessoa. Também não me interessa minimamente. Mas sei que Nelsinho é o que a molecada chama de “pegador”. Já ouvi histórias. E foda-se, a vida sexual de ninguém me interessa muito. Neste caso, o que interessa é perceber a que nível as coisas chegaram. Briatore está espumando de ódio. Diz que as denúncias à Renault foram feitas pelos dois Nelsons, e que o pai “todos conhecem”:

“Ele degradou a imagem de todo mundo. Fez isso com Senna, com a mulher de Mansell, todos sabem como ele é.”

Virou briga de rua. Mas que não será tratada como tal pelo Conselho Mundial da FIA — embora o interesse pessoal de Max Mosley pelo caso possa ter aumentado depois do surgimento desse, hum, componente picante na história.

Nelsinho terá de provar que lhe deram a ordem de se espatifar no muro. Provar que fez de propósito não bastará. No máximo, vão lhe dizer que é uma besta, ou um barbeiro. O crime precisa de um mandante. Se não tiver, o criminoso será só ele. Que terá feito o que fez apenas para garantir o emprego e, pior, estaria mentindo para arrastar com ele os pescoços de desafetos.

Existe a chance, ainda, de nada ter acontecido. Sim, de Nelsinho ter apenas errado, batido, feito cagada (não teria sido a primeira), e um ano depois, por conta de uma relação tumultuada e horrorosa com a equipe e seus chefes, elaborar essa história toda para incriminar os inimigos, mesmo sob o risco de dar um tiro na própria cabeça e acabar com sua carreira.

É difícil acreditar em imaginação tão fértil, porém. O depoimento de Nelsinho é muito detalhado, embora Briatore contra-argumente (tem hífen, essa merda?) que seria impossível desenhar uma corrida na 14ª volta, prever tudo que aconteceria depois.

“Massa teve problemas, Kubica teve problemas, seis ou sete tiveram problemas. Como prever isso depois de 14 voltas?”

Já não sei direito o que pensar disso tudo — se é verdade que a Renault pediu e ele obedeceu e se arrependeu, se o time insinuou e ele captou a mensagem, se Nelsinho está mentindo, não pediram nada e ele fez mesmo assim, se não foi nada disso e ele apenas bateu o carro, como disse à época, e Alonso deu um rabo inacreditável.

Dizer que fico triste pelo esporte seria hipocrisia. Caguei, isso não afeta o esporte, e mesmo se afetasse, não tenho nada com isso. No fundo, é apenas um barraco digno dos piores programas de TV. Do ponto de vista jornalístico, o caso é ótimo, rende manchetes e audiência. O povo gosta de uma putaria, quem há de negar?

Sinto, sim, pelo nome Piquet e tudo que representou no passado, para a história do automobilismo brasileiro e internacional. É uma tristeza biográfica, digamos assim. Porque, no fim das contas, ele, ídolo de tanta gente, está metido nessa baixaria toda.

Os ídolos são mesmo de barro. Todos eles.

Análise definitiva e certeira (sem meias palavras) sobre essa história de trapaças, dissimulações, baixarias e sacanagens de toda ordem.

Globo também cria restrições

A TV Globo divulgou um comunicado interno na noite desta quinta-feira (10/09), em que restringe o uso de blogs e redes sociais pelos seus contratados. A medida atinge tanto artistas, como jornalistas e outros profissionais da emissora.

“A divulgação e ou comentários sobre temas/informações direta ou indiretamente relacionados às atividades ligadas à Rede Globo; ao mercado de mídia e ao nosso ambiente regulatório, ou qualquer outra informação/conteúdo obtidos em razão do relacionamento com a Rede Globo são vedados, independentemente da plataforma adotada, salvo expressamente autorizada pela empresa”, informa o comunicado.

A Globo também exige autorização prévia para que os contratados possam ter blogs, Twitter e outras redes sociais vinculados a outros veículos de comunicação. “A hospedagem em portais ou outros sites, bem como a associação do nome, imagem ou voz dos contratados da Rede Globo a quaisquer veículos de comunicação que explorem as mídias sociais, ainda que o conteúdo disponibilizado seja pessoal, só poderá acontecer com prévia autorização formal da empresa”.

A decisão gerou repercussão, mas até o momento somente artistas da emissora se manifestaram. A atriz Fernanda Paes Leme reclamou.“Não existe Arte sem liberdade de expressão!!”. “Blog, twitter ajudam o público a conhecer o artista por trás do personagem… eu vou continuar por AQUI!”. Jornalistas procurados pelo Comunique-se informaram que ainda não haviam recebido o comunicado.

Apesar das restrições citadas, a Central Globo de Comunicação informou que não veda qualquer plataforma para o uso pessoal, mas que as ferramentas devem se limitar a isso. “A presença individual e particular dos nossos contratados deve se restringir, se desejada, exatamente a este universo, estando totalmente desvinculada da atuação na Rede Globo, nem tampouco associados a outros veículos de comunicação. Se essa separação clara não puder ser estabelecida, o uso dessas mídias fica inviabilizado”.

A emissora carioca alega que a medida tem o objetivo proteger seus “conteúdos da exploração indevida por terceiros, assim como preservar seus princípios e valores”.

Menos uma revista na praça

O futebol mobiliza milhões e mexe com corações e mentes no Brasil inteiro, mas não consegue sustentar projetos editoriais de longo curso. A rigor, no segmento revista, somente a Placar se mantém firme, apesar de drástica redução de tiragem nos últimos anos. Além disso, para sobreviver, precisou deixar de ser semanal, conformando-se com uma edição (excelente) mensal. Agora, meses depois de seu surgimento, prepara-se para sair de cena a Trivela, interessante experiência combinando futebol e humor. Seus editores já informaram que a revista circula até outubro e depois vai “dar um tempo”. Cabe dizer que, antes, o futebol já ceifou outros bons projetos, como a saudosa Manchete Esportiva e a tradicional Revista do Esporte.

As baixarias do chefão da Renault

A F-1, tão rica e poderosa, não foge à regra dos expedientes rasteiros e anti-éticos, próprios de esportes menos badalados. Envolta em escândalo de alta combustão, com a revelação de uma armação nas pistas (teria sido a única?), ainda é sacudida pelos termos chulos do chefão da Renault, Flavio Briatore, investindo covardemente contra a honra de um jovem piloto, já fora de combate pela própria natureza da tramóia que levou a cabo.

Figuras como o dirigente italiano são comuns a qualquer rinha de galo ou mesa de baralho. O dinheiro que esbanjam não é suficiente para operar a transformação de caráter, embora, muitas vezes, consiga funcionar como maquiagem.

Jornal impresso x internet

Por Marcos Guterman

Muito interessante o debate gerado pela determinação da Folha de S. Paulo de impedir que seus jornalistas utilizem as ferramentas da internet, como blogs e redes sociais, para dar “furos”, isto é, para antecipar informações exclusivas. Diz a direção da Folha que a prioridade desses jornalistas, que “representam a Folha”, deve ser sempre o jornal impresso, que lhes paga o salário e lhes garante o anteparo institucional e o prestígio para obter as informações necessárias para o “furo”. Mas será assim mesmo? É o que pergunta o blog de José Roberto de Toledo, ex-jornalista da Folha:
“Se um jornalista apura uma notícia exclusiva fora do seu horário de trabalho (se é que jornalista tem horário de trabalho no sentido convencional), essa notícia pertence a ele ou ao veículo onde trabalha? Teria sido possível ao jornalista obter esse ‘furo’ sem ter o respaldo institucional e o prestígio do veículo? Ao pagar um salário a um jornalista, o veículo é dono de toda a sua produção intelectual e pode dispor sobre sua veiculação?”
Eu acrescentaria uma quarta pergunta, que na verdade soa mais como constatação: ao limitar o trabalho dos jornalistas da casa na internet, a Folha (aqui entendida como qualquer jornal impresso) não estaria revelando a fragilidade do veículo diante das possibilidades da web? Os próprios políticos e os demais protagonistas públicos no Brasil e no mundo já perceberam que é possível estabelecer comunicação com a massa, por meio das redes sociais, sem precisar passar pelos jornalões. Como fazer com que os jornalões voltem a ser imprescindíveis? Não estaria na hora de alterar as prioridades de produção de notícias da mídia impressa, com vista a atender a uma demanda cada vez maior por informações consistentes e duradouras, ao invés de limitar o trabalho dos jornalistas na internet?

O problema, atualíssimo, diz respeito a questões de ética, consciência e direito autoral. Jornalista que é empregado de uma empresa de comunicação deve, em primeiro lugar, obrigação (e satisfações) a quem paga seu salário. Quando mantém blog hospedado no sítio da empresa, essa obrigação redobra. Mas a complexidade da situação envolve também a questão da propriedade de uma matéria de natureza exclusiva, como muito bem aborda Torero. A discussão vai longe. E confesso não ter, ainda, opinião formada a respeito.  

A polêmica do transplantado

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A polêmica entre Ivan Klasnic e John Terry (foto) continua na Inglaterra nesta sexta-feira, agora com as repostas do croata, que acusou o inglês de atingi-lo propositadamente com um soco nos rins, dos quais é transplantado desde 2007. “Ele me atingiu com um soco exatamente no lugar onde eu operei, e tive sorte de estar usando um cinto protetor. Ele é o primeiro jogador a tentar me atingir de propósito nos rins. Ele me insultou e depois me atingiu”, disparou o atacante, recém-contratado por empréstimo pelo Bolton, da Inglaterra.

Klasnic fez as declarações ao jornal “The Sun” ao ser procurado para responder as palavras do zagueiro da seleção inglesa, que afirmu ter recebido uma cusparada do rival durante a vitória de sua seleção por 5 a 1 sobre a Croácia, na quarta, que garantiu o time na Copa do Mundo de 2010. “Agora ele me acusa de ter cuspido nele? Eu não fiz nada disso. Aliás, nós conversamos após o jogo e eu pensei que tudo estava resolvido, mas obviamente parece que não”, concluiu Klasnic. (Com informações da ESPN)

Esse Terry, além de cintura-dura, é um tremendo encrequeiro. Não é a primeira confusão em que ele se envolve.

El Pibe terá que chamar Riquelme

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Diego Armando Maradona não perdeu o cargo de técnico da seleção argentina, após a derrota para o Paraguai (1 a 0) que colocou a equipe na zona de repescagem da classificação à Copa da África do Sul. Mas perdeu autonomia. O técnico terá de engolir a convocação do meia Juan Riquelme (Boca), com quem se desentendeu ao assumir a seleção. A convocação de Riquelme para o lugar de Verón – expulso contra o Paraguai e descartado do próximo jogo, contra o Peru, em outubro – é uma das condições impostas para a permanência de Maradona no cargo pelo presidente da AFA, Julio Grondona, segundo a Télam.

A Télam é a agência de notícias oficial do governo argentino, com quem Grondona firmou no mês passado um contrato de 600 milhões de pesos (US$ 155,6 milhões) por ano, para a transmissão, pelos próximos dez anos, de campeonatos pela TV. A AFA não confirma a informação da agência. O desgaste entre Riquelme e Maradona começou quando o técnico quis escalá-lo numa posição diferente da habitual. Antes do fiasco da seleção ante o Brasil e o Paraguai, Riquelme foi evasivo, ao ser questionado pela imprensa argentina sobre a possibilidade de aceitar uma nova convocação.

Analistas esportivos do país acreditam que pesa a favor de um eventual “sim” do meia o fato de sua contratação pelo Boca Juniors ter sido intermediada por Julio Grondona. A derrota para o Paraguai e a possibilidade de que a Argentina fique fora da Copa 2010 desataram uma onda de críticas a Maradona e rumores de que até um grupo de jogadores estaria descontente com o técnico. Por outro lado, jornais de Buenos Aires informam que o técnico estaria decepcionado com alguns de seus jogadores.

A derrota argentina foi assunto dominante ontem na Argentina, relegando ao segundo plano a apuração de um escândalo que poderá identificar vínculo entre uma máfia de medicamentos falsos e o financiamento da campanha presidencial de Cristina Kirchner. Pesquisas de opinião promovidas por rádios, emissoras de TV e versões on-line de jornais apontam que a maioria dos torcedores quer a demissão de Maradona ou a sua renúncia. (Com informações da Folha de S. Paulo e do Olé)

A memória de 11 de setembro

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No oitavo aniversário dos ataques às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, os americanos ainda se debatem com os fantasmas do 11 de setembro. O país busca uma estratégia para lidar com a resistência talibã no Afeganistão e no Paquistão e para reduzir a ameaça terrorista. Além, é claro, de tentar achar o principal cérebro por trás da ofensiva aérea que vitimou cerca de 3 mil pessoas: Osama Bin Laden. Sinal dos tempos: a tradicional solenidade em memória aos mortos no marco zero do WTC não terá a presença do presidente Barack Obama, mas somente a do vice Joe Biden. Obama, decidido a mirar no futuro, vai ao Pentágono, também alvo de ataques da Al Qaeda, debater os rumos das guerras no Iraque e no Afeganistão, iniciadas por seu antecessor, George W. Bush.

Shakespeare invade o automobilismo

Por Maurício Stycer

De todos os esportes, o automobilismo talvez seja aquele em que é maior a necessidade de controlar a paixão e demonstrar frieza. Um piloto que se deixa levar pela emoção não coloca apenas uma corrida em jogo, mas a própria vida – o que o diferencia tanto de um tenista quanto de um jogador de futebol, por exemplo, cuja perda de controle pode ocasionar, no máximo, uma derrota.

Hans Ulrich Gumbrecht, em “Elogio da Beleza Atlética” (Companhia das Letras, 2007), observa que os grandes pilotos se diferenciam dos demais por dois aspectos. O primeiro é a capacidade de compreenderem a máquina que os leva pelas pistas. Esse talento é fruto de conhecimento mecânico e intuição. Em uma palavra, a capacidade especial de fazer o “acerto” do carro.

O outro indicador fundamental de desempenho que o automobilismo exige dos pilotos, lembra Gumbrecht, é a frieza. “Eles precisam ser capazes de ficar perdidos, por horas, na intensidade da concentração. Precisam manter a tranqüilidade apesar da constante ameaça de morte – uma tensão que só se dissipa quando cruzam a linha de chegada”.

Com Gumbrecht em mente, é possível entender um detalhe tão fascinante quanto mórbido da saga envolvendo o piloto Nelsinho Piquet, seu pai, o tricampeão mundial Nelson Piquet, e o empresário Flavio Briatore. Em qual outro esporte um atleta teria a frieza de colocar em risco a própria vida para obter benefícios? Muitos atletas já se acidentaram e mesmo morreram praticando esportes, mas não conheço nenhum caso em que um esportista, friamente, provocou uma situação que colocava a sua integridade física em risco.

O que Gumbrecht não analisa em seu livro é a dimensão shakespeariana deste episódio. A julgar pelo que o Grande Prêmio relatou ontem e hoje sobre o caso, estamos diante de uma história não apenas de dolo, mas de vingança. Diferentemente de Hamlet, que quer vingar a morte do pai, aqui vemos um pai em busca da vingança que fará justiça ao filho, supostamente lesado depois de colocar a própria vida em risco em nome de um empresário – aparentemente – ingrato.

Trata-se, enfim, de uma história que nem o mais apaixonado fã do automobilismo poderia um dia ter pensado. Mas Shakespeare imaginou.