A frase inflamável do dia

Hélio dos Anjos, técnico do Goiás (já treinou Remo e Paissandu em priscas eras): “Homem que tem ciúme de homem é viadagem. No meu time não tem viado, não trabalho com homossexual”. À tarde, em vários programas de TV a cabo, Dos Anjos deu uma ajeitada no pensamento e admitiu que trabalharia, sim, com atletas gays. “Só não admito é a frescuragem”, sentenciou.

Papão admite dívidas e reage

A diretoria do Paissandu resolveu sair da defensiva. Depois das queixas de atraso salarial, o diretor Antônio Cláudio Costa, o Louro, admitiu nesta quinta-feira que o clube está com pendências de aproximadamente “um mês e meio”. A dívida, de acordo com o dirigente, gira em torno de R$ 100 mil. Prometeu, porém, adiantar alguma coisa ainda nesta semana.

Para os demais débitos, a ideia é usar o dinheiro arrecadado com os amistosos (R$ 15 mil por cada um) já programados. Mas Louro não se manteve na defensiva. “Ninguém consegue fazer milagre”, justificou, alegando que “os próprios jogadores são culpados. Eles perderam um Re-Pa mesmo com um jogador a mais. É só um exemplo de que eles ajudaram a afastar a torcida. E o próprio Zé Augusto reconhece isso.” 
         
Para Louro, poucos clubes do Brasil, mesmo disputando competições oficiais, conseguem pagar a folha salarial em dia. “E lá os caras não reclamam”, alfinetou. Reafirmou que os jogadores de fora se desvincularam do clube, depois da Série C, mediante promissórias. Algumas ainda estão pendentes.         

Milan é o estrangeiro mais popular no Brasil

Levantamento feito pela TNS Sport, empresa especializada em pesquisas esportivas, indica que o Milan é o clube estrangeiro mais admirado no Brasil. A pesquisa, concluída no final de agosto, ouviu 7.205 pessoas. Abaixo, a lista:

01. Milan: 16,04%
02. Barcelona: 12,42%
03. Manchester United: 7,86%
04. Real Madrid: 6,84%
05. Inter de Milão: 2,15%
06. Chelsea: 1,53%
07. Boca Juniors: 0,74%
08. Liverpool: 0,61%
09. Juventus: 0,49%
10. Arsenal: 0,43%

Dica de cinema: Sinédoque, Nova York

synecdoche_05-1024x685Charlie Kauffman dirigindo Phillip Seymour Hoffman 
 
Um diretor de teatro cheio de problemas mergulha na tentativa de criação de uma peça espelhada na realidade em que vive. Essa é a atmosfera de Sinédoque, Nova York, atração deste mês do Oi Cine Estação, no teatro Maria Silvia Nunes da Estação das Docas. O filme terá quatro sessões. Tanto nesta sexta-feira (18/09), quanto no domingo (20/09), os horários serão: às 18h e às 20h30. Ingressos a R$ 5,00 (garantida a entrada de R$2,50 para estudante).
 
O filme, lançado em 2008, marca a estréia do roteirista Charlie Kaufman (“Brilho eterno de uma mente sem lembrança” ou “Quero ser John Malkovich”) no posto de diretor. No papel principal, Phillip Seymour Hoffman encarna Caden Cotard, um diretor de teatro que está preparando nova peça, ao mesmo tempo em que se preocupa com a saúde e enfrenta a separação da esposa, Adele Lack (Catherine Keener), que vai morar em Berlim com sua filha.
 
Além disso, sua terapeuta Madeleine Gravis (Hope Davis), não está tão disposta em ajudá-lo. Caden decide então reunir um grupo de atores em um armazém de Nova York para dar início à produção de um espetáculo.  Nesse espaço, a ficção proposta começa a se misturar com a realidade. O elenco conta ainda com Jeniffer Jason Leigh, Emily Watson e Dianne Wiest. Sinédoque, Nova York dura 160 minutos e tem classificação de 14 anos. A produção ganhou o Prêmio Robert Altmann e o Independent Spirit Awards de Melhor Filme de Estréia. Foi ainda indicado nesta premiação na categoria de Melhor Roteiro. Só o premiado Phillip Seymour Hoffman já vale a ida ao cineminha da Estação.

Quando o cliente não vale nada

Um dos mais infelizes comerciais da TV brasileira nos últimos tempos é, sem dúvida, o da Caixa Econômica Federal – famosa por outros micos do gênero. Desta vez, tentando pegar carona oportunista num hit musical (o tema de Norminha na novela Caminho das Índias), o banco tenta vender pela enésima vez a falácia de que oferece crédito fácil ao grande público – quando é, ironicamente, a instituição financeira nacional mais burocrática e inacessível às classes mais modestas.

Desta vez, deu um tiro no próprio pé. O problema é que a peça acaba por se voltar contra o produto: enquanto a letra da música repete “você não vale nada, mas eu gosto de você”, o anúncio segue mostrando atores no papel de clientes da CEF. Piada involuntária ou um súbito acesso de sinceridade institucional? Vá saber…

O assombroso é que um comercial tão mal feito e sem sentido lógico tenha sido aprovado por diretores de um banco estatal, torrando dinheiro que – vá lá – também nos pertence.

O que há com o velho Boca?

tapa

O Vélez Sarsfield confirmou, nesta quarta-feira, a sua boa fase e obteve classificação às oitavas de final da Copa Sul-Americana. Em seu estádio, o José Amalfitani, em Buenos Aires, derrotou o Boca Juniors por 1 a 0 e avançou por ter empatado a partida de ida, no La Bombonera, por 1 a 1. Atual campeão do Torneio Clausura do Campeonato Argentino, o Vélez já garantiria a vaga com um empate sem gols. Mas aproveitando a má fase do Boca – com técnico novo (Alfio Basile) e mal no atual Apertura -, conseguiu fazer o gol da classificação com Jonathan Cristaldo, aos 15 minutos do segundo tempo.

O Boca mostrou-se confuso em campo. Teve Palermo expulso e Riquelme parecia desligado. Nas oitavas, o Vélez Sarsfield terá pela frente o Unión Española do Chile, que eliminou o La Equidad, da Colômbia. A Confederação Sul-Americana de Futebol destinou três datas para a realização da próxima fase da competição: dias 23 e 30 de setembro e 7 de outubro.

A bronca do Zé da Fiel

Zé Augusto, normalmente contido nas declarações, botou a boca no trombone. Cobra mais consideração e respeito por parte da direção do Paissandu. A paciência chegou ao fim. Está com dois meses de salários atrasados, passando aperto. Queixa-se de tratamento discriminatório – os “estrangeiros” sempre recebem primeiro e os nativos ficam a ver navios.

Governo vai bancar estádios para 2014

Estava escrito nas estrelas. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Ecônomico e Social) decidiu abrir uma linha de crédito de até R$ 400 milhões para cada um dos 12 estádios que vão receber jogos da Copa do Mundo de 2014. O total de dinheiro público disponível para essas arenas é de R$ 4,8 bilhões. Para que a medida seja oficializada, é preciso que o Conselho Monetário Nacional (CMN) edite uma resolução autorizando o endividamento de Estados e municípios.

Uma outra linha de crédito, no valor de até R$ 5 bilhões, está sendo proposta pelo BNDES para financiamento de projetos de mobilidade urbana (metrô, corredor de ônibus), hospedagem, etc; tudo isso voltado para a Copa de 2014. O valor de R$ 400 milhões por arena foi aprovado após os primeiros encontros de representantes do BNDES e do governo federal com os das 12 cidades-sedes do Mundial. O banco negocia para que parte desse dinheiro seja redirecionado a obras de infraestrutura no entorno dos estádios, relativas à acessibilidade, incluindo saneamento em ruas e praças.

Apenas pequenos detalhes do financiamento dos estádios ainda estão em aberto e devem ser concluídos nas próximas rodadas de negociações – a última está marcada para o próximo dia 25. As condições de pagamento também devem ser definidas ainda em setembro. O financiamento das 12 arenas será corrigido pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), hoje cotada em 6% ao ano. Além disso, haverá um porcentual que não foi fixado pelo banco – a expectativa é de que seja próximo de 1,9%.

Dois anos atrás, os envolvidos no projeto da Copa de 2014 adotavam o mesmo discurso – o de que não haveria dinheiro público para construção ou reforma dos estádios do Mundial. O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, foi um dos mais enfáticos na abordagem do assunto. Dizia que os recursos para os estádios sairiam da iniciativa privada.

Em agosto, numa entrevista na sede da confederação, Teixeira deu uma pista de que algo teria mudado. Comentou que nove dos 12 estádios teriam mesmo que ser erguidos ou reformados com dinheiro público, pois pertenceriam a Estados e municípios. Ele excluiu as três arenas particulares: Morumbi, Beira-Rio e Arena da Baixada. A decisão do BNDES pode estar relacionada ao prazo dado pelo Comitê Organizador da Copa à Fifa para início das obras – inicialmente era fevereiro de 2010, já adiado para março.

Entre os 12 projetos para o Mundial de 2014, alguns foram criticados recentemente pelo Ministro do Esporte, Orlando Silva, pela “grandiosidade” e “desperdício” de recursos. Ele citou os que pretendiam elevar a capacidade de público dos estádios para 70 mil espectadores e estender as obras para a construção de teto retrátil (arquibancada coberta).

Depois de algumas reuniões com representantes dos comitês locais Orlando Silva obteve a garantia de que projetos seriam alterados. “Alguns estádios podem perfeitamente estar aptos para a Copa com capacidade para 40 mil, 45 mil torcedores”, declarou. Seu maior temor era que as arenas se transformassem em elefantes brancos após o Mundial. (Com informações da ESPN)

Vai ser uma farra – do boi, no caso amazonense. Na verdade, confirma-se o que comentei desde o início: há muito interesse nas “obras” do Mundial, que rendem dividendos e “comissões” polpudas a muita gente importante. Por isso, quanto mais caro o projeto, mais apoio de CBF e Fifa. Só não vê quem não quer.