Dunga cobra reconhecimento

Após a vitória sobre a Argentina, neste sábado, Dunga desabafou contra a falta de reconhecimento do trabalho feito pela Seleção. O técnico citou como exemplo o gol de Luisão, que aconteceu em jogada de bola parada, para lembrar que dificilmente o grupo brasileiro tem seus méritos exaltados.

– Em nenhum momento é mérito nosso. As faltas ensaiadas vêm dos treinamentos. É difícil ganhar mérito no Brasil. Sempre é o adversário que jogou mal. Tenho grandes jogadores que vêm da Europa, vencem todas as dificuldades para estar aqui. Em nenhuma pergunta falam que fomos bem, que aproveitamos as faltas. A Argentina é que falhou. É difícil, complicado – lamentou.

Portugal e França em perigo

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Nas eliminatórias européias, os destinos das seleções começam a se definir. Das grandes, além da já classificada Holanda, estão tranquilas Alemanha, Espanha e Inglaterra. A tetracampeã mundial Itália ainda corre algum perigo. Sob altíssimo risco estão Portugal e França. 

No grupo 1, a Dinamarca tem 17 pontos, quatro à frente da Hungria, que empatava com a Suécia, mas deu um vacilo: se mandou ao ataque e levou o gol de Ibrahimovic no último lance da partida, tento que levou os suecos aos 12 pontos, dois à frente de Portugal, que empatou com os dinamarqueses fora de casa (gol salvador de Liedson, aos 43 do segundo tempo). É dramática a situação dos portugueses, que enfrentarão os húngaros duas vezes, fora e em casa, além de receber Malta na última partida. Cristiano Ronaldo tem que levar sua equipe às vitórias e torcer para que a Suécia perca, na Dinamarca. Pelo menos ele ou Ibra não irá à África do Sul. E Talvez ambos vejam a Copa pela TV. 

A França recebeu na tarde de sábado a Romênia, que já não reúne chances de ir à Copa. Só empatou e a Sérvia, que lidera e receberá os franceses na quarta-feira, pode até perder que ainda assim seguirá em primeiro. Provavelmente, a Sérvia se classifica direto no Mundial da África do Sul e, na repescagem, teremos a ilustre presença do time vice-campeão mundial, com Ribery & Cia.

Veríssimo: Pequenos detalhes

Por Luiz Fernando Veríssimo (no DIÁRIO de hoje)

Marshall McLuhan (lembra dele?) tinha uma tese sobre a importância do estribo na história do mundo. A invenção do estribo dera, por assim dizer, acesso ao cavalo à aristocracia e inaugurara uma porção de coisas — além, claro, da cavalaria.

Era um exemplo do pequeno detalhe que muda tudo, no caso o transporte humano e a maneira de se fazer guerra. Sem o estribo não existiriam nem Napoleão nem Don Quixote nem estátuas equestres, e de nada adiantaria ao Ricardo III de Shakespeare implorar por um cavalo, pois só um cavalo não o salvaria. Implicitamente, o que ele gritava era “Meu reino por um cavalo — com estribo!”.

Pula daí para o mundo do jazz. Não me peça explicações, o texto é meu e eu pulo para onde quiser.

Até hoje se credita a gente como Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Bud Powell e Thelonious Monk a invenção do be-bop no fim da década de 40. Mas o que deu, literalmente, impulso à nova maneira de se fazer jazz foi uma revolução na levada da bateria inventada por Kenny Clarke.

Um pouco por autopreservação — seria impossível acompanhar o ritmo vertiginoso de algumas das composições do bop com o quatro por quatro tradicional marcado no bumbo —, Clarke mudou a marcação para o címbalo, providenciando uma base mais arejada, variada e propulsiva para o grupo.

Todos os bateristas do be-bop seguiram a inovação de Clarke. Sem ele o bop não se criaria, ou não seria o que foi. Outro exemplo do pequeno detalhe que muda tudo. Clarke integrou a formação original do Quarteto de Jazz Moderno, mas saiu cedo. Emigrou para a França, onde morreu em 1985.

De certa maneira, a batida de violão do João Gilberto naquele disco da Elizete Cardoso corresponde à nova levada do Clarke. Também foi um detalhe que causou uma revolução.

A bossa nova tem muitos antecedentes e muitos pais, mas é, antes de mais nada, filha de uma batida, a do samba depurado do João Gilberto. A base era uma só, e, como a do Kenny Clarke, mudou tudo. E nenhum dos dois sabia que estava inventando o estribo.

O correto

Não quero confundir ainda mais a questão, mas se a perfuração virá de cima para baixo não seria mais correto chamar o pré-sal de pós-sal? Se entendi bem, a sonda primeiro atravessa água, depois o fundo do mar, depois pimenta, cominho, orégano, coentro, rosmarinho, um pouco de sálvia e finalmente sal e só então chega ao óleo. Já que vai ser tão difícil vamos ao menos acertar a semântica, gente.

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Atenção aos próprios defeitos

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Por Mauro Cezar Pereira

Favorito! Sim, o Brasil já pode ser definido dessa maneira faltando menos de um ano para a Copa do Mundo. Mesmo que Dunga e seus Blue Caps não queiram, a imprensa mundial, os treinadores das demais equipes, não vai faltar quem aponte o time brasileiro como maior candidato em 2010.

Tal rótulo, justo, ao mesmo tempo traz perigos. O primeiro deles, chama a atenção de tudo e de todos. Claro que a maioria dos torcedores e jornalistas vai dar destaque aos aspectos positivos do time montado por Dunga, que vai virando técnico, o que deve ser admitido, inclusive por seus criticos mais ferrenhos, como este blogueiro.

O treinador inventado pela CBF (se eu utilizava tal frase quando as coisas andavam mal, a mesma deve ser utilizada agora, claro) acerta ao não abrir mão de seus sistema defensivo feroz. Usa bem o contra-golpe e as bolas paradas, que são treinadas, sim, mas nada exaustivo, como dizem alguns coleguinhas…

Defeitos do time? O pobre repertório, bola parada, contra-ataque… que mais? Improviso, talento individual, o de sempre. E quando uma boa equipe cruzar o caminho dos brasileiros e souber como obstruir tais pontos? Algo que os franceses fizeram na final da Copa de 1998 e no confronto de 2006.

Faltam cerca de nove meses para o Mundial, tempo suficiente para que o trabalho seja desenvolvido nesta rota, aprimorado. Pois obviamente os rivais do futuro estão, neste momento, e estarão nos que virão, pensando no antídoto capaz de neutralizar os golpes mortais do time brasileiro.

Mérito de uma seleção valente

Por Paulo Vinícius Coelho (ESPN)

A classificação mais fácil da história da Seleção Brasileira. É isso mesmo, porque nunca antes a Seleção havia se classificado ainda com três jogos para disputar. Mérito, claro, tem a ver com Dunga, que montou um time equilibrado, que sabe se defender, contra-atacar e esfriar um adversário que preferia inflamar o jogo.
A classificação em Rosário tem a ver também com a crise argentina, A seleção de Maradona não consegue abrir espaços nas defesas rivais, a não ser que Messi o faça a fórceps, ou melhor, a dribles.
É pouco.
O Brasil chamou mais seu adversário para seu campo do que precisava, em agluns momentos. A classificação mais fácil da história e a maior vitória em território argentino em 50 anos não podem ser desconsideradas.
Mérito de Luisão, Luís Fabiano, Kaká, o melhor do mundo.
Mérito também de Dunga, é claro.

Brasil na final do basquete

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Em jogo difícil nos primeiros dois quartos, o Brasil conseguiu superar o time do Canadá, por 73 a 65 pontos, e se classificou para a grande final deste domingo contra Porto Rico, pela Copa América de Basquete. Leandrinho (foto) reapareceu e foi o grande responsável pela ampliação da pontuação no terceiro quarto, quando o Brasil finalmente se tranquilizou em quadra. No último quarto, o técnico Moncho Monsalve fez algumas substituições e poupou jogadores para a final do torneio contra os donos da casa.