A mangueirense Beth Carvalho, intérprete de alguns dos sambas mais marcantes da música brasileira, partiu hoje, aos 72 anos de idade. Ela estava internada desde o dia 8 de janeiro, no Hospital Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro. A causa da morte foi septicemia, infecção generalizada no corpo.
Em nota, o empresário da cantora, Afonso Carvalho, afirma que ela morreu às 17h33, “cercada do amor de seus familiares e amigos”. “Agradecemos todas as manifestações de carinho e solidariedade nesse momento”, diz o texto.
“Beth deixa um legado inestimável para a música popular brasileira e sempre será lembrada por sua luta pela cultura e pelo povo brasileiro. Seu talento nos presenteou com a revelação de inúmeros compositores e artistas que estão aí na estrada do sucesso. Começando com o sucesso arrebatador de Andança, até chegar a Marte com Coisinha do Pai, Beth traçou uma trajetória vitoriosa laureada por vários prêmios, inclusive um Grammy pelo conjunto da obra. Assim que possível, informaremos sobre o velório e sepultamento.”
Um dos maiores nomes da música brasileira, Beth Carvalho tinha 50 anos de carreira e uma discografia de 33 discos e 4 DVDs. Ficou conhecida como “madrinha do samba”, por ter descoberto nomes como Zeca Pagodinho e o grupo Fundo de Quintal.

A sambista nasceu Elizabeth Santos Leal de Carvalho, no Rio, em 5 de maio de 1946. Herdou a paixão pela música da família – sua avó tocava bandolim e violão. Desde criança, ouvia Sílvio Caldas, Elizeth Cardoso e Aracy de Almeida, grandes amigos de seu pai, que ele recebia em sua casa.
De posições políticas bem claras, desde os tempos de crítica à ditadura militar, Beth jamais se omitiu quanto ao golpe que derrubou Dilma Rousseff e foi apoiadora de Fernando Haddad na eleição presidencial de 2018. Botafoguense de coração, Beth cantou inúmeras vezes o hino alvinegro, inclusive em eventos da torcida.