Esquerda unida relança campanha nacional pela libertação de Lula

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Por Henrique Nunes

Coube a Fernando Haddad definir, com a precisão que lhe é habitual, o sentimento que acompanha todos aqueles que são testemunhas vivas de uma das maiores injustiças já cometidas contra um líder popular na história do país. “ Lula livre é Brasil livre”, assegurou o ex-ministro, para reação imediata da militância que participou neste sábado (16) do Encontro Nacional Lula Livre, em São Paulo.

Haddad fala com a propriedade. Encerrar o cárcere político do ex-presidente está no cerne do debate público nacional – com manifestações crescentes também em diversos outros países. “Difícil falar de uma coisa inaceitável que é a prisão de Lula. Todos nós temos respeito pelo projeto que ele representa, pela sua origem. (…) Os lideres mundiais se intimidavam pela presença do Lula.

Intimidação também não entra no vocabulário de Lurian, filha de Lula, outra fortaleza de carne e osso que parece ter herdado a postura do pai para inflamar o povo ao enfrentamento contra as injustiças do país. “Não podemos medir esforços para tirar ele de lá pela honra do Arthur, da Marisa, do Vavá e de toda a nossa família. Não desistam da luta. Cada um de vocês tem sido fundamental para que a gente ainda se mantenha firme apesar de tanta injustiça”.

Pouco antes, a atriz Lucélia Santos já havia sugerido um dos caminhos para ampliar a resistência: “Temos que ser criativos. O Brasil hoje está vivendo uma energia pesada, de morte. Mas os pacifistas têm que ser representados neste Comitê Lula Livre”.

Criatividade é importante, sim, para ampliar o engajamento em torno da maior causa das frentes progressistas do país, mas a esquerda não pode ceder um espaço sequer, conforme indicou o líder do MTST, Guilherme Boulos. “A luta pela liberdade do Lula tem que ser uma luta de toda a esquerda brasileira, de todos aqueles que defendem uma democracia no país. Porque democracia não combina com preso político. O Lula é uma preso político no Brasil”, reiterou, para que jamais esqueçam das razões que motivaram a elite e capitanear uma perseguição criminosa contra o ex-presidente.

Leia a íntegra da carta de Lula enviada ao Encontro Nacional Lula Livre

Manuela D’Ávila, candidata a vice do PT nas eleições presidenciais sabe disso e recorreu ao famoso poema Faz Escuro Mas eu Canto, de Thiago de Mello, para dar o seu parecer sobre a conjuntura política brasileira: “A perseguição ao PT sempre foi a perseguição a tudo que o campo da esquerda representa, ao que um país desenvolvido representa (…) a prisão de Lula nunca foi apenas a prisão de um ex presidente. Foi a prisão de um sonho”.

O Encontro Nacional Lula Livre também serviu para apresentar análises mais aprofundadas sobre a situação política do país. Na parte da tarde, quem falou com a militância foi a presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, que não vê outro caminho se não tornar a mobilização por Lula algo ainda maior. “Vamos pra rua. Presidente Lula, vamos provar a sua inocência”, sentenciou.

Gleisi também reforçou a razão pela qual todos que estavam ali estão dispostos a lutar. “Nós levantamos a bandeira Lula Livre porque ela também significa a defesa da soberania. Estão entregando a maior riqueza do país, a nossa Petrobrás. Querer Lula Livre é defender a soberania!”.

Algo semelhante disse o presidente do PSOL, Juliano Medeiros. “A luta pela liberdade de Lula é uma luta da democracia e todo o povo brasileiro. Estamos juntos nessa luta!”, declarou.

Tio Sam não sabe o nome do ‘presidente’

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Irrelevância do “Minto” elevada à quinta potência.

Assassinos de Suzano eram extremistas de direita e apoiadores de Bolsonaro

Guilherme Taucci Monteiro e Luiz Henrique de Castro cometeram um “acto sanctus”. Assim são chamadas ações com propósitos terroristas no submundo da internet onde encontra-se a rede Dogolachan, uma espécie de fórum anônimo de cunho extremista e que se diz vinculado ao movimento Alt-Right (direita alternativa). Para quem não sabe, o Alt-Right é uma organização de supremacistas brancos nascidas em solo norte-americano dirigida por Steve Bannon que tem laços aqui no Brasil através de Eduardo e Jair Bolsonaro.

Basta lembrar que Bannon, um dos estrategistas da campanha de Donald Trump nos EUA auxiliou o presidente fascista brasileiro a montar uma ampla rede de fakenews destinada a gerar o ódio contra a esquerda, cegar parcela da sociedade e alçar Bolsonaro à presidência. Vitorioso, Bannon nomeou Eduardo Bolsonaro como líder da organização na América do Sul.

Parece que isso tudo nada tem a ver com o massacre que dois jovens entusiastas de games violentos realizaram em Suzano? Ledo engano.

Guilherme e Luiz Henrique, além de vizinhos, compartilhavam da mesma visão de mundo e frequentavam a mesma rede extremista. Foi no Dogolachan, com a ajuda de outras pessoas de extrema-direita, que eles planejaram todos os passos da chacina. Desde a estratégia inicial até a compra de armas e formas de executá-la. Guilherme pensava em entrar na escola sozinho com um facão e atingir pessoas aleatoriamente. No fórum foi convencido de que necessitava de companhia, armas, treinamento e até a elaboração de um manifesto onde explicitaria seus motivos e defenderia outros crimes semelhantes como forma de fazer prevalecer a ideologia nazista.

O manifesto foi a única parte que não saiu ou ao menos ainda não foi divulgado pelos investigadores do caso, mas o “acto sanctus” foi comemorado no Dogolachan. Seus integrantes, os mesmos que ameaçam constantemente a blogueira Lola Aronovich e políticos de esquerda como Jean Wyllys, Maria do Rosário, Manuela D’Ávila, Márcia Tiburi, entre outros, viram na tragédia promovida por seus “soldados” uma oportunidade para desencadear outras ações semelhantes Brasil afora. Chegam a sugerir um ataque na Rua Augusta, em São Paulo, direcionado contra LGBTQIs, negros e “maconheiros”.

Estamos diante de uma rede de pessoas extremistas dispostas a tudo para chamar a atenção da supremacia branca e do nazismo. Ideologias representadas, segundo um dos seus líderes mundiais, pela família Bolsonaro no Brasil.

(Texto transcrito da Rede Povo)