Jovem é morto por homofobia na Avenida Paulista

EduardoSakamoto

Por Leonardo Sakamoto, no UOL

O cabeleireiro Plínio Henrique de Almeida Lima foi assassinado com uma facada em uma das esquinas mais movimentadas de São Paulo, a das avenidas Paulista e Brigadeiro Luís Antônio, na noite desta sexta (21). Ele estava de mãos dadas com o marido e caminhavam com outro casal quando passaram a receber ofensas homofóbicas de dois homens. Após uma confusão, ele foi esfaqueado e não resistiu. Plínio era gay, jovem negro e pobre em um lugar onde as vidas de gays, de jovens negros e de pobres não valem muito…

Não foi a primeira e não será a última vítima da intolerância, do racismo e da homofobia por aqui, claro. Mas, neste momento, muitos indivíduos e grupos de extrema direita que apoiaram a eleição de Jair Bolsonaro sentem-se empoderados para fazerem o que quiserem após sua vitória devido aos discursos preconceituosos do presidente eleito. Acreditam que qualquer ação contra minorias terá a anuência ou pelo menos a complacência do Estado – e estão celebrando isso nas ruas e nas redes. Pressionado a se manifestar durante a campanha, Bolsonaro frisou que não irá tolerar nenhum crime, mas não se apaga anos de declarações preconceituosas com um punhado de frases frias na direção contrária.

Muitos dos envolvidos em casos de violência contra homossexuais – como os dois criminosos foragidos –  colocam em prática o que devem ter ouvido a vida inteira: “bichas” são a corja da sociedade e agem para corromper os nossos valores morais e tornar a vida dos “cidadãos pagadores de impostos” um inferno. Seres descartáveis, que vivem na penumbra e nos ameaçam com sua existência, que não se encaixa nos padrões estabelecidos pelos “homens de bem”. Pessoas que se parecem conosco, trabalham no mesmo local, têm o mesmo gosto para bares e viagens, vestem-se como nós e, portanto, precisam ser destruídos porque são a prova de que nós podemos também ser “corrompidos”

Como já disse aqui, líderes políticos, religiosos fundamentalistas, comunicadores e humoristas dizem que não incitam a violência. Mas não são suas mãos que seguram a arma, mas é a sobreposição de seus argumentos e a escolha que fazem das palavras ao longo do tempo que distorce a visão de mundo das pessoas e torna o ato de atacar banal. Suas ações e regras redefinem, lentamente, o que é ética e esteticamente aceitável, visão que depois será consumida e praticada por terceiros. Estes acreditarão estarem fazendo o certo, quase em uma missão civilizatória ou divina, e irão para a guerra.

Outra vítima, esta fatal, dessa loucura foi o compositor e mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, o Moa do Katendê, de 63 anos, assassinado com 12 golpes de faca após ter defendido Fernando Haddad em uma discussão sobre as eleições presidenciais, por um defensor de Jair Bolsonaro, num bar na periferia de Salvador, na madrugada do dia 8 de outubro. O criminoso voltou até sua casa, pegou a arma para matar a vítima. O inquérito do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, encaminhado ao Ministério Público, afirma que a morte foi motivada por briga política. Doze golpes.

Por fim, a minha timeline passou o ano abarrotada de histórias de mortes e violência com relação com racismo, homofobia, transfobia, discriminação social e intolerância política.

Em 2018, grupos religiosos fundamentalistas reafirmaram, por exemplo, a defesa da restrição do conceito de família a um homem, uma mulher e filhos. Segundo a família de Plínio, ele e o marido estavam planejando adotar uma criança. Não seriam família, portanto, mas abominação.

Em 2018, grupos religiosos fundamentalistas reafirmaram, por exemplo, a defesa da restrição do conceito de família a um homem, uma mulher e filhos. Segundo a família de Plínio, ele e o marido estavam planejando adotar uma criança. Não seriam família, portanto, mas abominação.

O mais intrigante é que, como já disse aqui, tenho a certeza de que se Jesus de Nazaré, o personagem histórico, vivesse hoje, defendendo a mesma ideia central presente nas escrituras sagradas do cristianismo (que, por ser tão simples, não é entendida por muitos cristãos) e andando ao lado dos mesmos párias com os quais andou, seria humilhado, xingado, surrado, queimado, alfinetado e explodido. Chamado de defensor de mendigo e de sem-teto vagabundo. Olhado como subversivo, alcunhado como agressor da família e dos bons costumes. Violentado e estuprado. Rechaçado na propaganda eleitoral obrigatória em rádio e TV. Difamado nas redes sociais. Transpondo para os dias de hoje no Brasil, talvez Jesus fosse negro, pobre, gay. E levaria porrada daqueles que se sentem ungidos pelo divino.

Se houver um Deus – e eu duvido muito que exista – ele morre de vergonha de mostrar a sua criação humana para os amigos. Não por causa daqueles que tocam a vida da forma que os faz mais felizes. Mas por conta dos que matam e matariam em seu nome. E, não nos enganemos: eles são muitos. E, para vários deles, falta apenas uma oportunidade.

Como estar armado na esquina da Paulista com a Brigadeiro, numa sexta à noite, com o peito estalando de ódio.

Rock na madrugada – Pink Floyd, See Emily Play

Vídeo publicado no canal oficial do Pink Floyd no YouTube da canção “See Emily Play” no show Tienerklanken, em Brussels, nos dias 18-19 de fevereiro de 1968. Foi o segundo single lançado pelo Pink Floyd, em 1967. Originalmente, a canção não seria incluída em nenhum álbum, mas acabou saindo na versão norte-americana do disco de estreia da banda, “The Piper at the Gates of Dawn”.

Um fã declarado de Sua Majestade

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“Meu pai sempre disse: ‘não importa o que digam no futuro, Pelé foi o melhor’. Eu o conheci durante a Copa do Mundo em 2006, quando fui comentarista. Não sou o tipo de cara que fica nervoso, mas suei como louco naquele momento. Para mim, [o melhor] foi obviamente Pelé”.

Jurgen Klopp, técnico do Liverpool

Rei de Copas, Real levanta 3º título mundial consecutivo

https://www.youtube.com/watch?v=svFFX7IgyzM

O Real Madrid conquistou o Mundial de Clubes pela terceira vez consecutiva na tarde deste sábado. Em Abu Dhabi, o poderoso time espanhol confirmou seu favoritismo diante do Al Ain e venceu a decisão contra o algoz do argentino River Plate por 4 a 1.

A equipe madrilena conquistou o Mundial organizado pela Fifa nas temporadas de 2014, 2016 e 2017 e 2018. Na antiga Copa Intercontinental, o Real levou a melhor nas edições de 1960, 1998 e 2002. Entre os dois torneio, a equipe merengue contabiliza, portanto, sete títulos.

O próximo compromisso do Real Madrid está marcado apenas para o dia 3 de janeiro de 2019. Pela 17ª rodada do Campeonato Espanhol, o time merengue entra em campo pela primeira vez desde o título mundial para enfrentar o Villarreal, na condição de visitante.

Ódio e medo de Lula unem lideranças da nossa nova ditadura

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Por Bepe Damasco

Um fantasma tira o sono dos verdugos da democracia brasileira. Qualquer sinal de que ele possa surgir no horizonte basta para gerar pânico entre os líderes da ditadura de novo tipo que se instalou no país.

Já imaginou este ectoplasma outra vez arrastando multidões em seus comícios e caravanas, falando direto ao coração do povo e semeando esperanças?

A perspectiva da liberdade de Lula é capaz de provocar uma corrida às farmácias por parte de procuradores do MP, juízes, delegados, generais, barões da mídia e seus jornalistas lambe-botas, exploradores da fé do povo, nazi-bolsonaristas e fascistas de todos os matizes em busca de Floratil, para tentar estancar a diarreia das bravas provocada pelo medo.

Tudo porque sabem que têm os pés de barro.

Que o poder usurpado de que desfrutam só foi possível atirando o maior líder político do país nas masmorras de Curitiba, calando sua poderosa voz rouca e alijando-o da disputa eleitoral.

Sabemos todos que dessa gente não se pode esperar mais quaisquer resquícios de respeito à Constituição.

Não está mais em questão a busca por respaldo constitucional para suas ações sistemáticas impondo a Lula o direito penal do inimigo.

Covardes, fogem do debate político olho no olho com o ex-presidente como o diabo foge da cruz.

Com toda a razão, se sentem anões morais e políticos diante de Lula. Resta-lhes, então, a crueldade máxima de, além de manter um inocente preso, fazer tudo que estiver ao alcance da mão para massacrá-lo.

O arsenal de perseguições a Lula não tem fim.

O jogo sujo lembra o tratamento aos opositores dispensado por ditaduras vagabundas e repugnantes do passado, tais como a de Idi Amin Dada, em Uganda, “Baby Doc” Duvalier, no Haiti, ou Anastácio Somoza, na Nicarágua.

Esses regimes usavam e abusavam do direito penal do inimigo como instrumento de ação política para liquidar os que ousavam enfrentá-los.

Lula é único cidadão na história do Brasil que permaneceu preso depois que duas decisões de cortes superiores determinaram sua soltura.

Os crimes imputados a ele, de tão ridículos e patéticos, não seriam sequer apreciados pelos sistemas de justiça de países minimamente democráticos.

Na legislação específica para Lula, coisa típica do fascismo, seus direitos humanos são violados a céu aberto, sem fazer corar de vergonha os responsáveis por seu calvário.

Prender sem crime, no entanto, não é suficiente. Tampouco privá-lo do convívio com a família e com o povo.

Todos os presos podem dar entrevistas, mas ele não. O Brasil é signatário de diversos acordos e tratados internacionais, mas as resoluções da ONU que garantem seus direitos por aqui de nada valem.

Para os que militam no campo democrático-popular, e insistem em não dar nome certo aos bois, espero que a tutela implacável das forças armadas sobre o STF, confirmada neste autêntico motim jurídico (expressão precisa contida na nota do PT) que impediu que Lula fosse solto por determinação de um ministro do Supremo Tribunal Federal, obrigue-os a pôr o dedo na ferida.

Sim, sim e sim, e mais uma vez sim, vivemos numa ditadura. E o primeiro passo para enfrentá-la à altura é o reconhecimento de sua existência.

Duvido que encontremos ao redor do planeta um regime democrático no qual o presidente da mais alta corte não dê um passo sem submeter aos ditames do general que o assessora.

Abaixo a ditadura!

Brasil, um país do passado

Philipp Lichterbeck, na DW

“No Brasil, está na moda um anti-intelectualismo que lembra a Inquisição, alimentado pela falsa noção de que a democracia significa que a minha ignorância é tão boa quanto o seu conhecimento.”

É sabido que viajar educa o indivíduo, fazendo com que alguém contemple algo de perspectivas diferentes. Quem deixa o Brasil nos dias de hoje deve se preocupar. O país está caminhando rumo ao passado.

No Brasil, pode ser que isso seja algo menos perceptível, porque as pessoas estão expostas ao moinho cotidiano de informações. Mas, de fora, estas formam um mosaico assustador. Atualmente, estou em viagem pelo Caribe – e o Brasil que se vê a partir daqui é de dar medo.

Na história, já houve momentos frequentes de regresso. Jared Diamond os descreve bem em seu livro Colapso: Como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso. Motivos que contribuem para o fracasso são, entre outros, destruição do meio ambiente, negação de fatos, fanatismo religioso. Assim como nos tempos da Inquisição, quando o conhecimento em si já era suficiente para tornar alguém suspeito de blasfêmia.

No Brasil atual, não se grita “herege!”, mas “comunismo!”. É a acusação com a qual se demoniza a ciência e o progresso social. A emancipação de minorias e grupos menos favorecidos: comunismo! A liberdade artística: comunismo! Direitos humanos: comunismo! Justiça social: comunismo! Educação sexual: comunismo! O pensamento crítico em si: comunismo!

Tudo isso são conquistas que não são questionadas em sociedades progressistas. O Brasil de hoje não as quer mais.

Porém, a própria acusação de comunismo é um anacronismo. Como se hoje houvesse um forte movimento comunista no Brasil. Mas não se trata disso. O novo brasileiro não deve mais questionar, ele precisa obedecer: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
Está na moda um anti-intelectualismo horrendo, “alimentado pela falsa noção de que a democracia significa que a minha ignorância é tão boa quanto o seu conhecimento”, segundo dizia o escritor Isaac Asimov. Ouvi uma anedota de um pai brasileiro que tirou o filho da escola porque não queria que ele aprendesse sobre o cubismo. O pai alegou que o filho não precisa saber nada sobre Cuba, que isso era doutrinação marxista. Não sei se a historia é verdade. O pior é que bem que poderia ser.

A essência da ciência é o discernimento. Mas os novos inquisidores amam vídeos com títulos como “Feliciano destrói argumentos e bancada LGBT”. Destruir, acabar, detonar, desmoralizar – são seus conceitos fundamentais. E, para que ninguém se engane, o ataque vale para o próprio esclarecimento.

Os inquisidores não querem mais Immanuel Kant, querem Silas Malafaia. Não querem mais Paulo Freire, querem Alexandre Frota. Não querem mais Jean-Jacques Rousseau, querem Olavo de Carvalho. Não querem Chico Mendes, querem a “musa do veneno” (imagino que seja para ingerir ainda mais agrotóxicos).

Dá para imaginar para onde vai uma sociedade que tem esse tipo de fanático como exemplo: para o nada. Os sinais de alerta estão acesos em toda parte.

O desmatamento da Floresta Amazônica teve neste ano o seu maior aumento em uma década: 8 mil quilômetros quadrados foram destruídos entre 2017 e 2018. Mas consórcios de mineradoras e o agronegócio pressionam por uma maior abertura da floresta.

Jair Bolsonaro quer realizar seus desejos. O próximo presidente não acredita que a seca crescente no Sudeste do Brasil poderia ter algo a ver com a ausência de formação de nuvens sobre as áreas desmatadas. E ele não acredita nas mudanças climáticas. Para ele, ambientalistas são subversivos.

Existe um consenso entre os cientistas conhecedores do assunto no mundo inteiro: dizem que a Terra está se aquecendo drasticamente por causa das emissões de dióxido de carbono do ser humano e que isso terá consequências catastróficas. Mas Bolsonaro, igual a Trump, prefere não ouvi-los. Prefere ignorar o problema.

Para o próximo ministro brasileiro do Exterior, Ernesto Araújo, o aquecimento global é até um complô marxista internacional. Ele age como se tivesse alguma noção de pesquisas sobre o clima. É exatamente esse o problema: a ignorância no Brasil de hoje conta mais do que o conhecimento. O Brasil prefere acreditar num diplomata de terceira categoria do que no Instituto Potsdam de Pesquisa sobre o Impacto Climático, que estuda seriamente o tema há trinta anos.

Araújo, aliás, também diz que o sexo entre heterossexuais ou comer carne vermelha são comportamentos que estão sendo “criminalizados”. Ele fala sério. Ao mesmo tempo, o Tinder bomba no Brasil. E, segundo o IBGE, há 220 milhões de cabeças de gado nos pastos do país. Mas não importa. O extremista Araújo não se interessa por fatos, mas pela disseminação de crenças. Para Jared Diamond, isso é um comportamento caraterístico de sociedades que fracassam.

Obviamente, está claríssimo que a restrição do pensamento começa na escola. Por isso, os novos inquisidores se concentram especialmente nela. A “Escola Sem Partido” tenta fazer exatamente isso. Leandro Karnal, uma das cabeças mais inteligentes do Brasil, com razão descreve a ideia como “asneira sem tamanho”. A Escola Sem Partido foi idealizada por pessoas sem noção de pedagogia, formação e educação. Eles querem reprimir o conhecimento e a discussão.

Karl Marx é ensinado em qualquer faculdade de economia séria do mundo, porque ele foi um dos primeiros a descrever o funcionamento do capitalismo. E o fez de uma forma genial. Mas os novos inquisidores do Brasil não querem Marx. Acham que o contato com a obra dele transformaria qualquer estudante em marxista convicto. Acreditam que o próprio saber é nocivo – igual aos inquisidores. E, como bons inquisidores, exortam à denúncia de mestres e professores. A obra 1984, de George Orwell, está se tornando realidade no Brasil em 2018.

É possível estender longamente a lista com exemplos do regresso do país: a influência cada vez maior das igrejas evangélicas, que fazem negócios com a credulidade e a esperança de pessoas pobres. A demonização das artes (exposições nunca abrem por medo dos extremistas, e artistas como Wagner Schwartz são ameaçados de morte por uma performance que foi um sucesso na Europa). Há uma negação paranoica de modelos alternativos de família. Existe a tentativa de reescrever a história e transformar torturadores em heróis. Há a tentativa de introduzir o criacionismo. Tomás de Torquemada em vez de Charles Darwin.

E, como se fosse uma sátira, no Brasil de 2018 há a homenagem a um pseudocientista na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, que defende a teoria de que a Terra seria plana, ou “convexa”, e não redonda. A moção de congratulação concedida ao pesquisador foi proposta pelo presidente da AL e aprovada por unanimidade pelos parlamentares.

Brasil, um país do passado.

* Philipp Lichterbeck queria abrir um novo capítulo em sua vida quando se mudou de Berlim para o Rio, em 2012. Desde então, ele colabora com reportagens sobre o Brasil e demais países da América Latina para os jornais Tagesspiegel (Berlim), Wochenzeitung (Zurique) e Wiener Zeitung. Siga-o no Twitter em @Lichterbeck_Rio.

Narcotráfico movimenta anualmente R$ 17 bilhões no Brasil

GENERAL

POR GERSON NOGUEIRA

No concorrido painel sobre “Narcotráfico e segurança pública” que abriu o 14º Enecob (Encontro Nacional de Editores, Colunistas, Repórteres e Blogueiros), na terça-feira (18), em Brasília, o general da reserva Alberto Cardoso, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, revelou que o narcotráfico movimenta anualmente R$ 17 bilhões no Brasil. Desse montante, R$ 12 bilhões resultam do tráfico de maconha e R$ 5 bilhões vêm do mercado da cocaína.

Alberto Cardoso, 78 anos, doutor em Ciências Militares pela Escola de Comando e Estado Maior do Exército, defende a flexibilização gradual das drogas, começando pelo consumo de maconha, desde que ocorra após maciça “campanha educativa”. Na palestra, ele estabeleceu como data inicial para a liberação o ano de 2034.

O general, considerado um dos maiores especialistas no assunto, diz que a medida derrubaria o negócio ilegal e crimes decorrentes do narcotráfico, como homicídios e assaltos. Na visão do general, a restrição ao processo de legalização das drogas parte de pessoas que lucram com o bilionário mercado clandestino. “Há uma grande quantidade de gente envolvida nisso que não quer nem pensar em legalização porque a lucratividade do crime depende da ilegalidade da atividade”, avalia.

Para contextualizar o quadro dramático do enfrentamento aos tentáculos da droga, Cardoso mencionou a prisão de 54 policiais militares na última terça-feira (18), por ligações com o narcotráfico e o Primeiro Comando da Capital (PCC). O esquema criminoso foi descoberto graças a um longo trabalho investigativo por parte de setores da inteligência da Polícia de São Paulo.

Cardoso comandou o GSI ao longo do governo FHC (1995 a 2002), foi o idealizador e criador da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) e do Programa de Integração e Acompanhamento de Políticas Sociais para Enfrentamento dos Indutores de Violência.

Responsável pelo primeiro Plano Nacional de Segurança Pública, Cardoso criticou o fato de a Senad estar hoje sob os auspícios do Ministério da Justiça. No governo de FHC, lembra, a secretaria era vinculada diretamente à Presidência da República. No modelo atual, o general entende que o trabalho preventivo ao uso de drogas não será encarado como prioridade.

FORTUNAS

Com apresentação de gráficos, Cardoso esmiuçou aspectos do lucrativo mercado do narcotráfico no Brasil, cuja movimentação anual chega a R$ 17 bilhões, divididos entre a venda de maconha (R$ 12 bilhões) e de cocaína (R$ 5 bilhões). Segundo ele, os chefões faturam alto com a venda local de maconha, cocaína e outras drogas. Em segundo lugar na hierarquia do lucro vêm as rotas internacionais. Ele aponta como terceiro item de receita os crimes que intranquilizam as grandes cidades, como assaltos a bancos, ataques a transportes de valores e crimes contra corporações. Nessa análise, a quarta maior fonte de faturamento são os delitos contra a população – furtos e sequestros-relâmpago.

A demanda anual quanto ao consumo de maconha no país é de 3 mil toneladas. A cocaína tem movimentação de 2.500 toneladas anuais. Uma tonelada de coca exportada rende até R$ 80 milhões, pois o produto puro é misturado a outras substâncias, gerando outras drogas – crack, por exemplo.

Acredita, pela experiência acumulada e pesquisas, que o tempo mínimo para consolidar uma campanha de conscientização contra o uso de drogas deve ser de 16 anos. Compara com a duração e efeito da bem-sucedida mobilização mundial contra o cigarro, responsável por drástica redução no consumo na última década.

Tal esforço, diz Cardoso, tem a ver com a desglamurização do uso do cigarro, que deixou de ter o apelo da sofisticação que tanto arrebatava a população jovem nos anos 50, 60 e 70. O quadro comparativo dos últimos 17 anos mostra que a população fumante hoje não passa de 10,1%, contra 29,8% em 2000. No mundo, a taxa caiu de 27% para 20% entre 2000 e 2016.

No modelo defendido por Cardoso, a legalização da venda de maconha deve permitir o comércio do produto para jovens a partir de 16 anos, a idade do discernimento. Observa que a sociedade não vai abandonar o consumo apenas por decreto, pois, segundo ele, é impossível manter sob proibição qualquer sociedade.

Estatísticas exibidas pelo general indicam que muitos países fracassaram na tentativa de liberação das drogas, pelos mais diversos motivos, incluindo o custo da droga considerada legal. Destacou, porém, o trabalho empreendido em Portugal, onde a liberação gradual tem colhido excelentes resultados, reduzindo criminalidade com o abrandamento das punições .

No Brasil, ressalta o general, cerca de 80% a 95% dos crimes violentos registrados em 2017 no Rio de Janeiro tiveram ligação direta com o narcotráfico. “O Rio é a vitrine internacional do Brasil e foco de levantamento de dados sobre criminalidade de órgãos oficiais e entidades civis”, acentua. A expansão da engrenagem é facilitada pela existência de dez países fronteiriços com o Brasil, quase todos se constituindo em rotas naturais para o escoamento dos produtos do tráfico.

Segundo ele, é importante que as autoridades sejam implacáveis com o narcotráfico, a fim de inibir o avanço dos negócios clandestinos e dar satisfação à população. “Um povo que não vê relevância no Estado não se transforma em nação”, finalizou.

Santos deve dispensar 16 jogadores, por recomendação de Sampaoli

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O técnico Jorge Sampaoli já iniciou o processo para “enxugar” o elenco do Santos para a próxima temporada. Segundo apurou o UOL Esportes, o treinador já avisou à cúpula santista que pretende trabalhar apenas com 24 jogadores. Sendo assim, o técnico argentino deve, em conjunto com o departamento de futebol, dispensar aproximadamente 16 atletas. Isso porque, nas contas da diretoria, o elenco pode se reapresentar com 40 jogadores em janeiro, somando os atletas que retornam de empréstimo.

O primeiro da lista deve ser o zagueiro Fábian Noguera. Apesar de o defensor ser argentino, Jorge Sampaoli já avisou que não pretende contar com o jogador, que foi contratado do Banfield-ARG e não emplacou no Santos. Em 2018, ele foi emprestado ao Estudiantes-ARG.

Já o restante dos atletas que retorna de empréstimo deve ser negociado. O clube paulista visa uma economia de R$ 1 milhão por mês com a saída de 16 atletas que estavam emprestados. Vale lembrar também que a ideia do clube paulista é fechar, no mínimo, seis contratações para o técnico Jorge Sampaoli. A prioridade é um substituto para Gabigol e um zagueiro experiente.

O primeiro pedido do técnico não foi atendido, já que a diretoria não conseguiu fechar a contratação do centroavante Gigliotti, do Independente-ARG.

Neymar e Ganso se reencontram na mesa de pôquer

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Recém chegado ao Brasil onde vai passar as festas de fim de ano, o astro da seleção brasileira e do PSG, Neymar, organizou na casa dele no bairro Jardim Acapulco, na cidade do Guaruja, um torneio de poker que contou com a presença de alguns nomes tanto do futebol quanto do Poker. Entre os nomes do gramado estavam Paulo Henrique Ganso, hoje no Amiens, da França, mas que protagonizou uma dupla de sucesso ao lado de Neymar no começo da década, quando os dois jogavam pelo Santos.

Ainda no mundo da bola, outro ex-jogador do Peixe também disputou o torneio. Lucas Lima, campeão brasileiro desse ano pelo Palmeiras era só alegria de acordo com os stories da rede social Instagram acompanhado por esse blog. Outro jogador de futebol presente na confraternização foi Alan Patrick, hoje atleta do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia.

O anfitrião da noite não fez feio e chegou na mesa final do torneio, ao lado de André Akkari, do atual campeão paulista de OMAHA, Fernando Grow, do empresário Aldo Dias, do poker pro e amigo de Neymar, Stetson Fraha, além de Ueltom Lima, presidente da Confederação Brasileira de Texas Hold´em.

Nas redes sociais os amigos André Akkari e Neymar celebraram a disputa e o fato de terem chegado juntos na última mesa do torneio. “Sempre que jogamos juntos a gente chega na mesa final”, disse Akkari que foi interrompido pelo jogador do PSG que afirmou: “É porque nós somos dez”.

Ao final de horas de jogo o primeiro lugar ficou com Aldo Dias, seguido por Stetson Fraha e o terceiri lugar foi André Akkari.