
Por Alberto Helena Jr.
El Salvador, noves fora, zero! E daí?
Daí que a Seleção Brasileira cumpriu sua missão básica e venceu o jogo-treino por 5 a 0, que poderiam ter chegado ao dobro não fossem as tantas chances perdidas pelos nossos atacantes ou conjuradas pela defesa adversária.
Nesse caso, o que interessa mesmo é anotar que o menino Artur conferiu senso ao nosso meio-campo, como se esperava, aliás, permitindo que o triângulo, ali, fosse escalonado, não reto com os dois volantes em linha e uum meia à frente. Passe preciso, boa colocação à frente de Casemiro, Artur empurrou Coutinho para as proximidades da área, o que produziu maior poder de ataque ao Brasil.
Assim, reduziu-se a importância de nosso contragolpe, esse vício recente e maléfico, substituído pela marcação mais avançada, resultando na facilidade para a criação de chances de gol. E eles vieram naturalmente, com Neymar, Richarlison e Coutinho, logo no primeiro tempo. Placar ampliado por Richarlison no início do segundo período.
E aqui vale exaltar a presença do atacante do Everton, ex-Flu, costumeiramente utilizado pelas extremidades do campo, mas escalado por Tite como centroavante.É onde pode explorar melhor sua capacidade de finalização, sem, contudo, perder a mobilidade, graças à sua velocidade e a habilidade na canhota.
Belíssima estreia, ao contrário de Militão, que se deu melhor nos últimos minutos de partida quando trocou a lateral-direita pela zaga central. Na lateral, Militão foi tímido demais no ataque e impreciso nos passes, embora destruísse bem no seu setor.
De resto, interessante a experiência feita por Tite a partir dos 16 minutos da etapa final, quando deslocou Neymar para o comando do ataque, tendo William e Everton Cebolinha pelas extremas. Vale a pena o treinador insistir com essa proposta, nem que seja por alguns momentos nos amistosos futuros.
Afinal, Neymar vai atravessando o mau-humor generalizado com um número de gols pela Seleção que o aproxima das marcas históricas de Ronaldo Fenômeno e, pasmem!, Pelé. Ali, no comando do ataque, seu poder de fogo aumenta muito.
Enfim, é seguir em frente experimentando sempre, que o futebol é como a vida – um grande laboratório.