
No último sábado, dia 20 de agosto, os ciclistas australianos e irmãos Annette, 24, e Alex Edmondson, 22, estiveram na comunidade Cajazeiras, em Salvador, Bahia, para encontrar a “irmã” brasileira Vanessa Francisca dos Santos, que eles só conheciam por fotos. Por meio da Visão Mundial – maior organização humanitária do mundo –, Vanessa foi uma das crianças apadrinhadas da ONG. Em 2006, com apenas 14 anos, Annette escolheu ajudar Vanessa – então com 7 anos – por meio do site da organização, mesmo sem nunca ter visto a jovem e vivendo no outro lado do mundo.
“Um dos objetivos em me classificar para as Olimpíadas era justamente pela oportunidade de vir ao Brasil e conhecer a Vanessa”, declara Annette. “Estou muito, muito emocionada com tanto carinho e receptividade. Estou muito feliz. Sem palavras!”, emociona-se. Já Vanessa não poderia também deixar de se emocionar, depois de tantos anos de espera. “É um sonho realizado encontrar a Annette. Depois de tantos anos trocando cartinhas, vê-la ao vivo é inexplicável”, comenta a jovem.
Durante o sábado, os três participaram de diversas atividades, e até andaram de bicicleta, junto a dezenas de crianças atendidas pela Visão Mundial na comunidade. A jovem estudante aprendeu a pedalar exclusivamente para este encontro. No cluster da Visão Mundial em Salvador, almoçaram juntos e, no momento da despedida, Vanessa entregou diversas lembranças a ciclista. Toda a comunidade recebeu os ciclistas com muitas homenagens, festa e carinho.

Conexão Brasil-Austrália – Os ciclistas australianos e irmãos Annette, 24, e Alex Edmondson, 22, já viajaram o mundo todo levando as cores de seu país e de sua bicicleta. Após pedalarem em Londres e Annette levar o bronze para a casa nas olimpíadas de 2012, ela veio para os jogos de 2016 no Rio de Janeiro; Alex, seu irmão, foi medalhista de prata no Rio 2016. Depois de Londres, Annette escreveu uma carta à Vanessa falando que, com os próximos Jogos Olímpicos sendo no Rio de Janeiro, ela gostaria muito de se classificar para finalmente poder conhecer sua ‘irmã’.
A jovem Vanessa participa das ações da Visão Mundial Brasil desde que tinha três anos de idade. Sua mãe, Valdilene dos Santos, explica como conheceu o trabalho que a VMB faz: “as pessoas batiam em casa perguntando se as crianças estavam precisando de alguma coisa, se elas estavam na escola e aí tiravam fotos delas”, diz a doméstica que tem mais dois filhos. “Depois disso, ela começou nas aulas de capoeira, no Baú de Leitura e também na informática”, completa. Valdilene chorou muito ao abraçar Annette.
Hoje, junto com outros 25 jovens, Vanessa participa do MJPOP, o Monitoramento Jovem de Políticas Públicas. Nele, ela faz intervenções artísticas na comunidade, como os Flash Mobs, e também conversa com os moradores da região para ver o que precisa melhorar. Após uma dessas consultas, Vanessa e os outros jovens já conseguiram reformar a escola local de Cajazeiras para beneficiar todas as crianças do bairro.
Com o sonho de ser pediatra, Vanessa é a única filha da dona Valdilene que terminou a escola e quer começar a estudar para o vestibular de medicina em 2017. Para ela, o grande problema é que não há investimento nas escolas: “as crianças não gostam de estudar porque a escola não tem uma linguagem atraente, muitas vezes o tráfico tem uma linguagem muito mais chamativa para o jovem”. E ela completa: “falta um centro cultural, um centro esportivo, um espaço para artes”.
Os jovens da comunidade de Cajazeiras, para Vanessa, sofrem muito preconceito e não têm muitas oportunidades. “A Visão Mundial vem para transformar esse cenário porque ela acredita na gente e nos dá oportunidades, inclusive a oportunidade de viver”, diz a futura pediatra.
Sobre a Visão Mundial
Maior ONG humanitária do mundo, a Visão Mundial Brasil integra a parceria World Vision International, que está presente em cerca de 100 países. No País, a Visão Mundial atua desde 1975 em 10 estados, beneficiando 2,7 milhões de pessoas com projetos nas áreas de educação, saúde/proteção da infância, desenvolvimento econômico e promoção da cidadania. Seus projetos e programas têm como prioridade as crianças e adolescentes que vivem em comunidades empobrecidas e em situação de vulnerabilidade. Mais de 80 mil crianças são atendidas anualmente pela organização. Nesses 40 anos de atuação no Brasil, a Visão Mundial se consolida como uma organização comprometida com a superação da pobreza e da exclusão social – visaomundial.org.br
Que história linda!
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