Advogados de Lula protocolam reclamação no STF contra Moro

Os advogados do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ingressaram hoje (19/08/2016) com Reclamação no Supremo Tribunal Federal contra o juiz Sérgio Moro por violação à Súmula Vinculante nº 14 editada por aquela Corte – que assegura à defesa amplo acesso a qualquer procedimento investigatório. O juiz está agindo de forma ilegal ao impedir que a defesa de Lula tenha acesso a procedimento investigatório.

Os advogados de Lula descobriram a tramitação de um procedimento oculto perante a 13ª. Vara Federal de Curitiba a partir da referência feita pelo Ministério Público Federal nos autos do Inquérito Policial nº 5003496-90.2016.4.04.7000. No dia 15/08/2016 foi juntada procuração específica para esse procedimento oculto — cadastrado sob o nº 5035245-28.2016.4.04.7000 — com pedido de acesso e cópia.

No dia 18/08/2016 o juiz Sergio Moro proferiu despacho afirmando — de forma equivocada — que os advogados de Lula já dispunham de acesso ao procedimento oculto. Pouco depois, proferiu novo despacho corrigindo tal informação e afirmando que “não se trata de inquérito” e que haveria “ali diligencia ainda em andamento” — condicionando o acesso à prévia anuência do MPF, que é parte contrária à defesa.

Diz a peça: “o Reclamado persevera na ilegalidade de obstar o acesso requerido pela defesa (aos atos já documentados naquele feito), pretendendo condicionar o exercício das garantias do contraditório e ampla defesa ao idiossincrático entendimento doParquet”.

Os advogados de Lula, na mesma data, protocolaram nova petição lembrando ao magistrado o teor da Súmula 14 do STF e, ainda, que a Lei 13.245/2016 assegura o acesso de advogado constituído aos autos mesmo com a existência de diligência em curso. Por isso, reiteram o pedido de vista dos autos, sem êxito.

A reclamação pede a concessão de liminar “para imediato acesso pelos defensores do Reclamante à integralidade dos autos do procedimento investigatório número 5035245-28.2016.4.04.7000”.

O documento está disponível em www.abemdaverdade.com.br

Seleção feminina perde bronze para o Canadá

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Após encantar os torcedores no início do torneio de futebol feminino dos Jogos Olímpicos, com direitos a gritos de “Marta” em jogos da equipe masculina, a Seleção Brasileira despediu-se da competição sem medalha. No início da tarde desta sexta-feira, em Itaquera, o time de Vadão voltou a mostrar ineficácia no ataque, pecou na defesa e acabou derrotado por 2 a 1 (gols de Rose e Sinclair; Beatriz descontou) pelo Canadá na disputa pelo bronze. Diante das canadenses, o Brasil, que havia anotado oito gols nas duas primeiras rodadas das Olimpíadas, ainda ultrapassou a marca de 400 minutos sem balançar as redes – ficou no 0 a 0 com África do Sul, Austrália e Suécia, seleção diante da qual foi eliminado da briga pelo ouro nas semifinais, nos pênaltis.

Do outro lado, o Canadá festejou bastante a conquista de sua primeira medalha no futebol feminino em uma edição de Jogos Olímpicos. O Brasil tem duas pratas na história, obtidas em Atenas 2004 e em Pequim 2008, perdendo para os Estados Unidos na decisão em ambas as ocasiões.

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Canadenses comemoram primeiro gol contra o Brasil. Foto: Alan Morici / FramePhoto

O jogo – A Seleção Brasileira parecia animada para a disputa da medalha de bronze. Quando subiram no gramado para realizar aquecimento, as comandadas de Vadão interagiram bastante com o público de Itaquera, igualmente entusiasmado para o jogo que definiria o terceiro colocado do torneio de futebol feminino das Olimpíadas. Quando a bola rolou, o Brasil deu sinais de que poderia alegrar ainda mais a sua torcida. Tinha mais posse de bola diante de um Canadá que, mesmo cauteloso, adotava uma postura bem distinta daquela da Suécia, muito retrancada nas semifinais dos Jogos Olímpicos.

O problema é que as canadenses, ao contrário das suecas, mostraram-se capazes de também incomodar bastante a defesa brasileira. Como aos oito minutos, quando Sinclair se apresentou para uma cobrança de falta e acertou o travessão. Errante na defesa, o Brasil tomou outros sustos na sequência, o que gerou uma bronca da goleira Bárbara em suas companheiras.

Aos 25 minutos, não houve como parar o Canadá. Lawrence puxou um contra-ataque rápido para o time da América do Norte, levando a melhor sobre Fabiana na ponta esquerda antes de fazer o cruzamento para a área. Lá dentro, Rose empurrou a bola para a rede. O gol canadense desanimou boa parte da torcida. O jogo não havia chegado nem sequer à metade, e alguns já entoavam o coro de “eu acredito”. Outros preferiram extravasar a cada reposição de bola da goleira Lebbé, com bizarros gritos de “bicha”, além de protestar contra a árbitra romena Teodora Albon.

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Na tentativa de resolver os problemas do Brasil, Vadão sacou a apagada Cristiane no intervalo para a entrada de Debinha. Não adiantou. O jogo da sua equipe continuava a não fluir na segunda etapa, o que já começava a tirar a paciência das atletas brasileiras. Para piorar, a Seleção Brasileira sofreu outro gol aos sete minutos. Rose foi lançada por Fleming na direita, invadiu a área e bateu rasteiro para devolver o presente que havia ganhado no tempo inicial de partida. Sinclair apareceu para completar para dentro.

Quando a maioria da torcida já não tinha mais motivação nem para gritas que acreditava, a Seleção Brasileira ainda renovou as suas esperanças. Aos 33 minutos, a bola foi lançada na área em um arremesso de lateral e desviada por Érika. Sobrou para Beatriz, que girou em cima de Zadorsky e descontou. Com a vantagem canadense novamente em um gol, a Seleção Brasileira pressionou bastante nos minutos derradeiros de partida, empurrada pelo apoio dos alaridos histéricos vindos das arquibancadas de Itaquera. Não foi suficiente para empatar o jogo, apesar de o esforço de Marta e suas companheiras ter sido reconhecido com muitos aplausos. (Do portal Terra)

O passado é uma parada…

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Elke Maravilha, Nelson Rodrigues Filho, Renata Sorrah, Francisco Cueco, Sônia Braga, Lucélia Santos e outros artistas levam solidariedade a presos políticos encarcerados em presídio carioca. Começo dos anos 70.

De preconceito em preconceito, a imprensa afunda

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POR ADALBERTO PIOTTO, no Comunique-se

O caso dos nadadores americanos e a suspeita de falsa comunicação de crime ainda merece prudência. As investigações continuam, mesmo com vídeos e depoimentos comprometedores.

Prudência ao julgar nunca é demais.

Não é no que acredita, ao que parece, a colunista Nancy Armour, do USA Today, que abandonou o ceticismo jornalístico para apontar os dedos para a Polícia do Rio de Janeiro sem levar em conta esses fatos e vídeos que comprometem a versão dos seus conterrâneos.

Baseada em preconceito, que é o que de pior pode acontecer a um jornalista, ela toma lado dos nadadores de seu país em sua coluna acreditando na falácia de que o Brasil é o Brasil e os americanos são americanos, claro que tomando pra si todas as virtudes, não sem antes jogar todos os defeitos para baixo da linha do Equador. Para ela, no simplismo de sua acusação ao Brasil baseado no “God bless America”, uma coisa é ruim naturalmente e outros são inocentes por natureza. E nada muda nunca.

Convenhamos que não é bem assim. O que a Justiça do Brasil e a polícia do Rio de Janeiro têm feito até aqui é executar seu trabalho de investigação e juntar provas.

Com uma eficiência que gostaríamos de ver sempre para todos os boletins de ocorrência made in Brasil, com ‘s”.

Mas não é porque a regra resvala com frequência no ruim que vamos punir a boa exceção.

A colunista Nancy Armour, ao punir o Rio de Janeiro e o Brasil – só porque são o Rio e o Brasil -, comete o mesmo erro de alguns colegas brasileiros que criticam os EUA só porque são os EUA. Simples assim.

O preconceito só não é apenas estúpido porque, como o nome diz, começa antes. É pior, portanto.

E um drama internacional que também fala inglês.

Esqueçam o 7 a 1

POR GERSON NOGUEIRA

Todo mundo andava ressabiado com as atuações da Seleção Brasileira no torneio olímpico. Os dois primeiros jogos foram de uma pobreza técnica avassaladora. Um vexame na conta do país pentacampeão mundial de futebol. Mas, como é próprio do Brasil, tudo mudou radicalmente com as vitórias sobre Colômbia e Honduras, que não chegam a ser potências futebolísticas nem no continente.

A ‘pachecada’ voltou com toda corda, fortemente insuflada pela cobertura esportiva na TV, que de minuto em minuto sepulta cada vez mais os adjetivos “incrível”, “histórico” e “extraordinário”.

unnamedE é na autossuficiência que reside o grande risco de uma nova decepção. Ficar incensando demais os atletas de Micale representa um perigo e tanto. Melhor continuar confiar, desconfiando.

O problema é que tem aloprado defendendo a tese de que a final olímpica seria uma vingança contra os alemães. Devem ser os mesmos afobadinhos que faziam comparações esdrúxulas entre Marta e Neymar.

Para os mais afoitos, recomenda-se pensar assim: nunca mais vingaremos aquela surra de 7 a 1 pelo Mundial 2014, em Belo Horizonte. Sosseguem o facho, esqueçam. É o tipo da coisa que não deveria mais ser sequer mencionada. Deveria haver uma lei qualquer – tipo Maria da Penha – para quem ficasse falando naquele fiasco monumental.

Forra de verdade seria aplicar uma goleada humilhante, em confronto válido por Copa do Mundo e entre as seleções principais. Qualquer coisa menor que isso será apenas uma reles tentativa de puxar briga.

Confronto entre times olímpicos, entremeados de um ou outro jogador mais tarimbado, não vale como revanche. Aliás, o escrete germânico não trouxe nenhum dos jogadores que disputaram aquela inesquecível (para eles) partida. Na verdade, trata-se do terceiro time deles.

Desde o momento em que Neymar e seus companheiros fecharam o caixão hondurenho, anteontem, não se fala em outra coisa. Embate histórico, diz um daqueles apresentadores xiitas. Acerto de contas, diz o outro. Tudo é conversa fiada para incendiar o fanático desavisado, o tal torcedor de Copa do Mundo e que só torce pelo Brasil. Como não acompanha futebol, vive desinformado e refém da demagogia fácil.

Micale deveria aproveitar as horas que antecedem a grande final para afastar a moçada de entrevistas e salamaleques. Por via das dúvidas, podia também pedir a Tite para dar outra palestra motivacional à turma. A primeira, antes do jogo contra a Dinamarca, acabou dando bons resultados.

O papo foi muito bom porque, de repente, o time passou a se organizar melhor, as funções ficaram bem distribuídas e Neymar conseguiu espaço para jogar circulando próximo à área inimiga, sem posição fixa.

Já mencionei aqui a suspeita de que Tite já assumiu a cabine de comando, mas não pode aparecer. Primeiro, obviamente, para não desmerecer a figura de Rogério Micale, oficialmente o técnico da seleção olímpica. E, em segundo, porque o gaúcho não é bobo e prefere continuar na moita, pois em caso de perda do ouro não será alvejado.

Penso que o Brasil é favorito e só não põe a mão na medalha se a molecada tremer, coisa possível de acontecer, como estamos cansados de saber. Ocorre que o começo titubeante conspirou favoravelmente para a arrancada e evolução do time, hoje muito mais confiante e determinado. Além disso, o selecionado alemão está longe de ser um timaço ameaçador.

Aliás, a própria competição é tecnicamente bem fraca, daquele tipo que Mané Garrincha chamaria de torneio mixuruca.

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Goleada brazuca; golaço do Bola

Carlos Eduardo Vilaça e Jorge Luís Totti, dupla que edita o Bola, caprichou na capa de ontem do caderno, elogiadíssima nas ruas e nas redes sociais. A brincadeira de usar as fotos de Chico Buarque (ainda daqueles tempos de A Banda) uniu informação, picardia e linguagem jornalística moderna. Algo bem próprio desses tempos virtuais, ágeis e urgentes.

Pode-se dizer, empregando um verbo da era digital, que a capa conseguiu ‘linkar’ perfeitamente o tema – a classificação à final – e ao temor – pegar os alemães de novo, tendo as fisionomias do grande Chico como ilustração.

Um golaço.

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Papão adota nova configuração de ataque

A formatação do Papão para o recomeço da Série B, amanhã à noite, contra o Ceará, indica que Dado Cavalcanti ainda não tem um atacante de área confiável. Os centroavantes mais utilizados na competição – Alexandro e Leandro Cearense – não parecem preencher as exigências básicas da função. Pelos treinos, Tiago Luís, jogador que mais se destacou ofensivamente nos últimos confrontos, deve ser o homem mais avançado, dividindo tarefas com Mailson.

Pode dar certo. Afinal, Tiago tem brilhado pela facilidade nos arremates e o bom entendimento com os homens de meio. Com um jogador rápido como Mailson a lhe ajudar e Celsinho mais atrás, tende a crescer mais ainda. A lamentar apenas que a equipe venha a perder o primeiro camisa 10 que levava jeito de quem manja do assunto ali na meia-cancha.

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Direto do blog

“Não conheço as razões da CEF pra ainda não ter aproveitado esses dois produtos paraenses (Remo e Paysandu) na sua estratégia de marketing, mas considero indecoroso que o Banpará não disponha de R$ 3 milhões anuais para assumir o patrocínio master dos dois clubes da terra. Será que aquela merreca disponibilizada para o Parazão é o máximo que o nosso banco estadual dispõe?
Eu não acredito, principalmente porque o gasto em publicidade do governo estadual desmente essa crença”.

Jorge Paz Amorim, referindo-se ao recente anúncio da Caixa Econômica concedendo novos patrocínios a clubes brasileiros.

(Coluna publicada no Bola desta sexta-feira, 19)