Maroja é o vencedor da enquete sobre eleição azulina

Durante 5 dias, 1.291 internautas votaram no enquete sobre a eleição presidencial do Remo aqui no www.blogdogersonnogueira.wordpress.com e o resultado final é o seguinte:

“Quem vencerá a eleição presidencial do Remo?”

Chapa Coronel Maroja-Claudio Pontes 49.19% (635 votes)

Chapa Miléo Jr.-Milton Campos 30.29% (391 votes)

Chapa Zeca Pirão-Helder Cabral 11.39% (147 votes)

Chapa André Cavalcante-Fábio Bentes 9.13% (118 votes)

Total Votes: 1,291

Marca esportiva canadense “independente” entra no Brasil através do Galo

A Dry World deve se tornar a fornecedora de material esportivo do Atlético/MG a partir de janeiro de 2016. Se confirmada, representará a quarta marca (Topper, Lupo, Puma) a ocupar a categoria em apenas cinco anos. Segundo o UOL Esporte apurou, o contrato será de cinco temporadas e renderá ao Galo cerca de R$ 20 milhões/ano.

E você, conhece a Dry World? Sua atuação e objetivos? Antes que ela oficialize o desembarque no Brasil, o MKT Esportivo falará um pouco sobre ela. De origem canadense, a Dry World Industries se diferencia das gigantes do mercado por se autointitular “independente”.

Sua fundação data de 2010, quando cansados de utilizarem meias e chuteiras encharcadas por absorverem água dos campos de Victoria, no Canadá, os ex-jogadores de rugby Matt Weingart (escocês) e Brian McKenzie (canadense), deram os primeiros passos para lançar um calçado que maximizasse o desempenho dos atletas ao isolá-lo das condições adversas dos gramados. Em 2013, ao descobrirem que 75% dos atletas da NFL e da CFL (Canadian Football League) utilizavam chuteiras de futebol nas partidas, trataram de fechar pequenos acordos estratégicos com jogadores de ambas ligas para que eles atuassem como seus embaixadores. E funcionou.

dryworld

Hoje, a Dry World está presente em 15 países, tendo a tecnologia Dryfeet como carro-chefe entre seus patrocinados, que hoje se encontram em modalidades como futebol americano, futebol, boxe, MMA e, principalmente, rugby.  Um dos grandes destaques é Rolly Lumbala, eleito o melhor jogador canadense da CFL em 2014.

Vale dar destaque a tecnologia Dryfeet, que ao ser lançada no ano passado, ligou o alerta nos bastidores de Nike e Adidas, que à época ativavam o lançamento das linhas Prime Knit e Magista. Com uma vantagem competitiva quando o assunto é o Footgear, McKenzie admite saber os pontos fortes e fracos destas gigantes do esporte. 

Líder do que ela mesma chama de “mercado esportivo independente” do Canadá, como destacamos, a empresa foca seus esforços financeiros e tecnológicos no atleta, na melhoria do seu desempenho durante o treinamento e a prática esportiva em si. Em seus canais digitais, a figura do atleta é presença marcante em praticamente todas as postagens. Está nele, no seu sonho e evolução, o real valor da Dry.

Voltando a nossa realidade, há muitos prós em relação à chegada da Dry World ao Atlético/MG, mas há também boas ressalvas. Vamos a elas: 1) Sua expertise em tecnologia voltada ao desempenho do atleta; 2) Ter o clube mineiro como sua porta de entrada no Brasil e a natural preocupação em causar uma boa primeira impressão (à exemplo do que ocorreu com a Under Armour no São Paulo); 3) Uma empresa que tem como missão revolucionar o seu segmento de atuação, poderá trazer uma nova visão de negócio ao país através, inicialmente, do Galo; 4) A questão financeira, talvez o ponto mais relevante aos olhos dos dirigentes atleticanos.

Já sua pouca idade e desconhecimento do mercado esportivo brasileiro (sempre tão particular e imediatista) poderá pesar contra ela. Há ainda o histórico anterior de empresas tradicionais, como Lupo e Topper, que acabaram por deixar o Atlético justamente por problemas de distribuição e não conseguirem atender a alta demanda dos torcedores por produtos. Sem experiência no desenvolvimento de uniformes de futebol, questões ligadas ao layout e qualidade do produto final no varejo, poderão encontrar facilmente a insatisfação de um consumidor cada vez mais exigente.

O Cristo Redentor no site oficial da marca deu o pontapé inicial de suas atividades no Brasil. Oficializando patrocínio ao Atlético/MG, o torcedor atleticano terá que ter paciência e dar tempo para que a Dry World absorva a nossa realidade. O montante financeiro é importante, mas será fundamental que a empresa veja o torcedor como seu parceiro, e vice-versa, para que não seja apenas mais uma a figurar no uniforme alvinegro e sair sem deixar saudade.

A primeira impressão será sempre a que fica.

(De MKT Esportivo)

Eleição presidencial do Remo – Vote aqui!

Fonte: Eleição presidencial do Remo – Vote aqui!

Fonte: Eleição presidencial do Remo – Vote aqui!

Não vai haver golpe

POR NARCISO ALVARENGA MONTEIRO DE CASTRO (*) 

Como é de todos sabido, nos dias 16 e 17 deste mês de dezembro, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou pedido de liminar da Ação Declaratória de Preceito Fundamental (ADPF) proposta pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B), ADPF n. 378-DF.

Ao final, dada o exame exaustivo da matéria, foi convertido o julgamento no próprio mérito da ação, uma vez que todas as partes haviam sido ouvidas e se manifestado.

Para os leigos e também para alguns não tão leigos assim, não creio ter restado qualquer dúvida sobre o alcance do julgamento, ainda que passível até mesmo de serem suscitados embargos, como declarou logo após o Presidente da Câmara dos Deputados, certamente com finalidade meramente procrastinatória. De todo modo, aventuro-me a algumas explicações ou observações que sejam.

O Tribunal afastou qualquer alegação de suspeição do Presidente da Câmara, qualquer que tenha sido a sua intenção ao dar andamento ao pedido de impeachment de Bicudo e Reale Júnior (PSDB), já aditado. Como cediço, ainda não existe um processo de impeachment. Para existir processo, há que se ter o recebimento da denúncia.

O Sr. Eduardo Cunha não recebeu a denúncia, apenas não a rejeitou de plano, como fez com diversos outros pedidos, ou seja, deu andamento ao pedido dos cidadãos mencionados e outra, decisão datada de 02.12.15. O recebimento da denúncia, em termos processuais, pode se dar em dois exames ou duas análises, tal qual em qualquer processo criminal.

O Plenário da Câmara dos Deputados pode receber a denúncia, autorizar a instauração de processo (art. 51, I, CR), por dois quintos de seus membros, após todos os trâmites legais e ouvido o Presidente da República.

Em tal hipótese, o Senado Federal, ao qual o processo é remetido é quem detêm a prerrogativa de processar e julgar o Presidente da República (art. 52, I, CR). Mas pode também entender pelo arquivamento, nesse caso não há processo de impeachment, morre aí mesmo, na Câmara.

Supondo que a Câmara dos Deputados, em cognição sumária, tenha recebido a denúncia, ou seja, tenha autorizado o Senado Federal a processar e julgar o pedido de impeachment, este pode, na 2ª análise mencionada, receber a denúncia ou mandar arquivá-la por maioria simples, sob a Presidência do Presidente do Supremo Tribunal Federal.

No caso de arquivamento, por óbvio, não vai haver processo de impeachment, morre aí antes mesmo de se iniciar.

No caso do Senado receber a denúncia, haverá nova votação em Plenário, para decidir, novamente por maioria simples, sobre o afastamento ou não do Presidente da República por até 180 dias.

Processado no Senado Federal o pedido de impeachment, cumpridas todas as formalidades legais (Lei n. 1079 de 1950) e regimentais, no que estiver conforme a Constituição da República, o Plenário do Senado é convocado a votar, agora pelo quórum de dois quintos de seus membros, pela condenação ou absolvição do Presidente da República.

No caso de procedência do pedido, o Presidente da República é afastado definitivamente, perde os direitos políticos por 8 anos, assumindo o Vice-Presidente da República.

Estas, em linhas bem gerais, o que de mais importante ficou decidido ontem, seguido também em linhas gerais, o rito ou caminho mais ou menos percorrido no julgamento do Presidente Collor.

Como se vê, muitas são as hipóteses ou muita água ainda deve passar sob a ponte.

O STF também decidiu, por maioria, anular todos os atos praticados pelo Presidente da Câmara após dar andamento ao pedido.

Assim, a eleição, por voto secreto, e com candidaturas avulsas, da Comissão Especial da Câmara, ocorrida em 08.12.15, não tem validade e vai ter que ser repetida, agora por votação aberta e com os deputados indicados pelos líderes dos partidos ou blocos, proporcionalmente.

A dúvida que vai persistir, é se, até lá, o Presidente da Câmara ainda será o Sr. Eduardo Cunha, pois pendente decisão do STF sobre seu afastamento ou não do cargo de Deputado. Tal decisão só deve ocorrer em fevereiro de 2016, no reinício dos trabalhos do STF, que entra em recesso amanhã, 19.12.15.

Feitas tais considerações, concluo que dificilmente haverá o impeachment da Presidenta Dilma Rousseff.

Em primeiro lugar, pelo fato do suposto crime de responsabilidade (sobre pedaladas fiscais, ler aqui) teria que ter ocorrido no atual mandato, tal qual preconiza Ayres Britto. O crime de responsabilidade supostamente imputado à Presidenta só pode ser o previsto no art. 85, VI, da CR e art. 10 da Lei n. 1.079 e o pedido já deve estar acompanhado dos documentos pertinentes e rol de testemunhas (art. 16 da Lei n. 1.079).

Entretanto, a imputação, ao que parece, seria a indicada no mandato passado, no ano de 2014, o que invalidaria o pedido. Ainda que fosse, só existe tão somente um parecer do Tribunal de Contas da União (TCU). Como é sabido, tal órgão é tão somente de assessoramento do Poder Legislativo.

Quem julga as contas do Presidente da República é o Congresso Nacional, por meio de suas duas casas legislativas. Tal julgamento ainda não ocorreu e não se sabe se ocorrerá. Nenhum Presidente da República teve, até a presente data, suas contas rejeitadas pelo Congresso, a quem cabe o controle externo do Poder Executivo.

Cumprido o rito ordenado pelo STF para o andamento do pedido de impeachment, eleita a Comissão Especial da Câmara dos Deputados (art. 19 da Lei n. 1.079), com membros indicados pelos líderes e por votação ostensiva.

A Comissão elege seu Presidente e Relator e emite um 1º parecer no prazo de 10 dias, o qual deverá ser lido em Plenário e publicado (art. 20, lei citada). Após discutido, abre-se o prazo de 48 h para manifestação do Presidente da República.

Fica a observação que o relator para o acórdão da ADPF n. 378 passou a ser o Min. Barroso, que modificou 4 pontosno voto do então relator, Min. Fachin, mas manteve os demais, no que foi acompanhado pela maioria do Plenário do STF.

Em seu voto, Fachin já havia estabelecido da necessidade do 2o parecer da Comissão Especial, que deve ser técnico, especificar qual o fato típico imputado ao Chefe do Executivo. Veja:

Encerrada a instrução, a Comissão Especial deve emitir o segundo parecer exigido pela Lei 1.079/50 no prazo de 10 (dez) dias. Dessa vez, deve opinar tecnicamente sobre a procedência ou improcedência da denúncia, à luz do conjunto fático e da tipicidade das condutas elencadas na lei de crimes de responsabilidade. (Voto Min. Fachin, p. 81).

Tudo isso após o prazo de 20 dias para alegações finais da Presidente da República, encerrada fase probatória ou diligências. Veja outro ponto do voto mencionado:

Discutido o Parecer preliminar da Comissão Especial pelo Plenário e considerada a denúncia objeto de deliebração, por maioria simples dos votos, presente a maioria de seus membros, nos termos do artigo 47 da Constituição da República de 1988, deve-se abrir prazo de 20 (vinte) dias para contestá-la e indicar os meios de prova com que pretenda demonstrar a verdade do alegado. (Idem).

Portanto, deverá a Comissão Especial da Câmara apontar tecnicamente, em sendo o caso, pois pode simplesmente opinar pelo arquivamento sumário do pedido, qual a imputação de crime de responsabilidade responde precisamente a Presidenta da República.

Como visto na reportagem citada e diversas manifestações de juristas de escol, “pedalada fiscal” não se enquadra nos requisitos de crime de responsabilidade. Não havendo fato típico, não há crime.

Não havendo crime, de responsabilidade ou comum, não há processo de impeachment da Presidenta da República. Tudo não passou de encenação para se criar mais uma crise artificialmente e não deixar a Presidenta governar conforme o mandato recebido licitamente das urnas, ou seja, mera tentativa de golpe. E quem será responsabilizado pelo enorme prejuízo causado ao país, todo o tempo perdido?

(*) Mestre em Direito e Instituições Políticas; Especialista em Direito do Estado pela PucMG; especializando em Gestão Judiciária pela UnB e Juiz de Direito do TJMG.

Eleição presidencial do Remo – Vote aqui!

Post de @gersonnogueira. Fonte: Eleição presidencial do Remo – Vote aqui! Fonte: Eleição presidencial do Remo – Vote aqui!

Fonte: Eleição presidencial do Remo – Vote aqui!

Jornal de Londrina fecha e demite toda a equipe

Veículo de comunicação baseado na maior cidade do interior paranaense, o Jornal de Londrina se despediu das bancas nesta quinta-feira, 17. A partir desta sexta, o impresso mantido pelo Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom) não irá mais circular. A publicação estava no mercado há 26 anos. Com o encerramento, profissionais da redação foram demitidos em processo que, conforme noticiado pelo sindicato dos jornalistas local, começou na última semana, com a dispensa de funcionários que atuavam na sucursal de Curitiba.

De acordo com as informações do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná, já tinham sido dispensados uma repórter, o único repórter fotográfico da sucursal na capital do estado e um motorista. Agora, com o encerramento em definitivo do diário, ao menos 12 profissionais de redação perderam seus empregos, conforme apurado pela reportagem do Portal Comunique-se. Da pequena lista dos que continuarão vinculados ao GRPCom, todos serão aproveitados para produzir conteúdo para outros títulos pertencentes à empresa, casos da Gazeta do Povo e do ParanáOnline.

Responsável por, em nome do GRPCom, informar o fim do Jornal de Londrina, o chefe de redação Fábio Luporini justificou a decisão como “fruto de uma série de fatores”. No texto divulgado por meio do site da marca, ele garantiu que repercutia a notícia com “tristeza” e chegou a afirmar que o impresso se despede “em meio à crise econômica que acomete o Brasil e uma reestruturação mundial pela qual atravessam os veículos de comunicação”. “Hoje se encerra um ciclo. Foram duas décadas de participação ativa, independente, fiscalizadora e de busca pelo desenvolvimento pleno da sociedade”, pontuou.

Com o fim do jornal e demissões de colegas, Luporini lembrou que o episódio ocorre próximo às datas comemorativas de fim de ano. O chefe de redação agradeceu aos leitores do diário e também direcionou mensagem aos profissionais e aos patrocinadores. “[O GRPCom] Agradece ainda à dedicação do seus colaboradores de todas as áreas, assim como aos anunciantes e fornecedores, que foram parceiros e acreditaram no poder de um veículo independente. E deseja que, apesar das dificuldades, todos tenham um Feliz Natal, com votos de um ano novo promissor”.

jornal-londrina

Confira, abaixo, o comunicado oficial assinado por Fábio Luporini a respeito do encerramento do Jornal de Londrina:

Jornal de Londrina É com tristeza que anunciamos o fim da circulação impressa e da operação digital do JL – Jornal de Londrina, fruto de uma série de fatores. Depois de 26 anos de atuação jornalística em Londrina e região, o jornal encerra suas atividades em meio à crise econômica que acomete o Brasil e uma reestruturação mundial pela qual atravessam os veículos de comunicação.

Fundado em 1989 por iniciativa de empresários e idealistas, o JL ajudou a aumentar a pluralidade do cenário jornalístico local. Em 1999, o veículo foi adquirido pelo Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM). Hoje se encerra um ciclo. Foram duas décadas de participação ativa, independente, fiscalizadora e de busca pelo desenvolvimento pleno da sociedade.

O JL fez grandes coberturas jornalísticas: casos de corrupção com repercussão nacional, furos de reportagem em níveis estaduais e muitas narrativas de empreendedores e bons exemplos locais. Também procurou ser o filtro londrinense para as notícias mais importantes do Paraná, do Brasil e do mundo. Amplificou assuntos locais para extrapolar as fronteiras físicas.

Pautou sua atuação por valorizar Londrina e seus moradores, mostrando pessoas que se dedicaram a ajudar aos outros e empreendedores que transformaram o entorno da cidade ou do bairro com ideias inovadoras. O Prêmio JL Nossa Gente de Londrina é um exemplo disso. Durante cinco anos destacou pessoas que se dedicam a ajudar ao próximo. Exemplos que podem e devem ser seguidos.

Durante a sua trajetória, o JL teve grandes momentos de liderança de circulação no plataforma impressa e extraordinário crescimento de audiência na plataforma digital. Entre os meios de comunicação, despontou como um dos que provocou os maiores engajamentos da região. Escutar os leitores foi sua marca. Inovou no formato, no método de distribuição e na linha editorial. Da sua equipe de jornalistas, grandes profissionais deixaram sua marca. Suas assinaturas são reconhecidas por grande parte da população e pela sociedade como um todo. E, apesar do franco crescimento de audiência e relevância, fruto de um trabalho sério e uma equipe competente, não resistiu à conjuntura econômica.

O JL deixa de circular hoje. Entretanto, isso não significa que o GRPCOM deixará de continuar a sua missão de valorizar a nossa terra e a nossa gente, desenvolver a sociedade e lutar pela democracia. Embora o JL deixe de circular, continuamos a acreditar, por meio de outros veículos., dentre eles a RPC e a Gazeta do Povo, na solidificação da liberdade de expressão, da independência jornalística e da democracia. E Londrina tem um papel importante nesses fundamentos.

O GRPCOM agradece aos leitores que acompanharam a trajetória do JL. Agradece ainda à dedicação do seus colaboradores de todas as áreas, assim como aos anunciantes e fornecedores, que foram parceiros e acreditaram no poder de um veículo independente. E deseja que, apesar das dificuldades, todos tenham um Feliz Natal, com votos de um ano novo promissor.

Fábio Luporini
Chefe de Redação

Como o ex-tucano e assessor de Marina Silva virou escudeiro de Del Nero na CBF

POR GUILHERME COSTA E VINICIUS KONCHINSKI

José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), foi preso em Zurique (Suíça) na quarta-feira, dia 27/5. Marco Polo Del Nero, sucessor dele e atual mandatário da entidade, deixou o país europeu na quinta-feira, dia 28/5, desistiu de participar da eleição presidencial da Fifa e retornou ao Brasil, onde terá de lidar com a repercussão do escândalo que explodiu após ação liderada pelo FBI (polícia federal dos Estados Unidos). Enquanto isso, um senhor de olhos claros e voz mansa falava com jornalistas, circulava entre políticos e tentava articular a gestão de crise na instituição que comanda o futebol nacional. Menos de oito meses depois de ter tentado levar Marina Silva à Presidência da República, Walter Feldman, 61 anos, transformou-se em grande escudo da CBF.

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Com a prisão do primeiro vice-presidente e o envolvimento do atual mandatário – Del Nero não foi indiciado ou citado nominalmente nas investigações, mas está entre os suspeitos de conspirações envolvendo Copa do Brasil e Copa América –, coube a Feldman a articulação da CBF em um dos momentos mais conturbados da história da entidade. Tudo isso para um dirigente que trabalha oficialmente na entidade há apenas um mês – convidado pelo novo presidente para ser secretário-geral da entidade, ele oficializou o acordo em dezembro de 2014, mas assumiu apenas no início do novo mandato, no dia 16 de abril.

“Conversei com parlamentares. Fui parlamentar. Sei como funcionam essas coisas”, explicou Feldman em conversa com o UOL Esporte.

Feldman é médico formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e começou na vida pública em 1983, quando foi eleito vereador em São Paulo. Em dois mandatos, seguiu na Câmara Municipal até 1992 (como membro do PMDB no primeiro, e depois inscrito no PSDB, além de ter passado pelo PCdoB).

No PSDB, Feldman foi eleito deputado federal e recebeu em 1998 uma indicação para ser líder da Casa Civil na gestão do governador Mário Covas. Ocupou entre 2000 a 2002 a presidência da Assembleia Legislativa.

Eleito deputado federal em 2002, Feldman assumiu em 2005 a coordenação de subprefeituras no governo de José Serra em São Paulo. Dois anos depois, tornou-se secretário de Esportes, Lazer e Recreação do Estado, cargo que ocupou até 2011.

Depois de sair da secretaria, Feldman foi convidado pelo então prefeito Gilberto Kassab a ocupar a Secretaria Especial de Articulação em Grandes Eventos, criada para acomodá-lo com um salário de R$12 mil e a missão de viajar ao exterior a fim de conhecer a estrutura montada para competições esportivas de grande porte.

A mudança para Londres aconteceu em maio de 2011 e coincidiu com uma alteração na rota política de Feldman. Ele deixou em abril o PSDB, mas dirigentes do partido o acusam, segundo reportagem da Folha de S.Paulo de ter iniciado três anos antes, ainda na legenda, um plano de articulação para criação do partido Rede Sustentabilidade em torno da imagem de Marina Silva.

No início, ainda de acordo com a Folha de S.Paulo, correligionários de Marina foram resistentes a Feldman. Mas ele tinha apoio da ex-senadora, e isso ficou ainda mais claro em outubro de 2013, quando a Rede não conseguiu registro. De forma taxativa, o ex-tucano prometeu acompanhá-la em qualquer lugar. Ganhou assim a confiança plena da posterior candidata à Presidência da República pelo PSB.

Feldman foi coordenador de campanha de Marina e fez grande parte da articulação política em torno da candidatura dela. Com isso, acumulou capital a ponto de ter sido citado pelo jornal O Globo em fevereiro de 2014 como pré-candidato ao governo de São Paulo e por diversas publicações nos meses seguintes como o mais forte candidato a ocupar a Casa Civil em caso de vitória da ex-senadora.

Ainda em fevereiro, Feldman despediu-se da Câmara dos Deputados. Eleito quando ainda era do PSDB, ele decidiu pedir uma licença até o fim do mandato, em fevereiro de 2015, por considerar que seria “constrangedor” exercer o cargo como membro do PSB, partido com visão antagônica.

Esse é outro ponto que mostra o poder de articulação de Feldman. O atual secretário-geral da CBF passou por partidos como PCdoB, PMDB, PSDB e PSB, tentou estruturar a Rede e ainda flertou com o PSD.

Em meio a essa mudança, Feldman conseguiu se posicionar como crítico do PSDB, partido que ajudou a fundar. “O PSDB hoje é incapaz de se constituir como partido de oposição, de se renovar e de compreender a derrota eleitoral. O PSDB hoje está preso a um projeto de poder, precisa retomar seus rumos e refazer suas práticas orgânicas”, afirmou em 2011 em entrevista ao UOL. Meses depois, porém, na contramão dos defensores da dicotomia política das redes sociais, ele também disparou contra o PT: “Todo esse cinismo não é surpresa. O PT é o partido dos dois discursos, adota aquele que mais se adapta ao momento. Na oposição, era um. No governo, é outro”.

A ascensão de Feldman à Secretaria Geral da CBF tem a ver com esse perfil. Trata-se de um profissional com excelente trânsito no meio político, algo que ficou claro nos últimos dias, e que consegue adaptar críticas e discursos a cada situação. “Queremos que haja investigação. É até bom para a CBF. Eu mesmo falei com o ministro da Justiça hoje [quinta-feira, dia 28/5], em Brasília. Estamos à disposição para responder a qualquer pergunta”, discursou.

Também foi Feldman o interlocutor procurado por Del Nero para conversar quando o escândalo da Fifa explodiu. Em meio a um escândalo que tem colocado as principais lideranças do futebol nacional em xeque, o cartola maleável tem conseguido se adaptar mais uma vez.

Cunha cobrou propina pelos Jogos do Rio

POR GABRIELA MOREIRA, da ESPN

Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 estão no centro da atuação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nos esquemas de corrupção denunciados pela Procuradoria Geral da República (PGR) nesta semana. O pedido de afastamento do parlamentar mostra como ele usou o evento e a função legislativa para o recebimento de propina e outras vantagens ilícitas.

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Segundo consta da medida cautelar, foi por meio da MP 584 – que aprovou benefícios fiscais para os envolvidos nos Jogos Olímpicos – que Cunha atendeu aos interesses de empreiteiros, em especial da construtora OAS.

“Verifica-se que Francisco Dornelles apresentou nada menos que 15 emendas à referida MP”, descreveu o procurador Rodrigo Janot no pedido, completando posteriormente: “Eduardo Cunha afirmou que passou o texto na Comissão e que teria ficado ‘muito bom o texto’ e ‘alcança todas as obras no Rio'”.

Em outro trecho, a Procuradoria afirma que alguns dias depois da negociação das emendas à MP da Olimpíada “Cunha cobrou o pagamento de valores, que, pelo teor das conversas anteriores, era em duas partes: R$ 1.500.000,00 e R$ 400.000,00”, descrevem na medida cautelar.

As conversas sobre os valores foram entre o deputado federal e o diretor operacional da OAS Bahia, Manuel Ribeiro Filho.

Isenções fiscais para os Jogos

Francisco Dornelles (PP-RJ) é senador e atual vice-governador do Rio. Segundo o documento, ele teria sido um dos escolhidos pelo peemedebista para atender aos interesses das empreiteiras. Não há informações no relatório, no entanto, se o senador recebeu qualquer valor em troca. Uma das emendas, de número 52, ampliou a isenção fiscal prevista na MP às obras de infraestrutura de transportes.

Aprovada em 2012, a medida concedeu benefícios fiscais aos órgãos envolvidos nos Jogos Olímpicos, entre eles: Comitê Olímpico Internacional (COI), Corte Arbitral do Esporte (CAS), Agência Mundial Antidoping (Wada) e o comitê Rio 2016. Entre as provas que serviram para embasar o pedido de afastamento estão trocas de mensagens entre Eduardo Cunha e o presidente da OAS, Leo Pinheiro, já condenado a 16 anos e quatro meses de prisão.

Ao todo, segundo os procuradores, o hoje presidente da Câmara dos Deputados negociou, pelo menos, seis MPs: 574, 575, 578, 582, 584 e 600. O pedido de afastamento de Cunha foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira, mas só deve ser julgado após o Carnaval do ano que vem.

Eleição presidencial do Remo – Vote aqui!

Post de @gersonnogueira. Fonte: Eleição presidencial do Remo – Vote aqui!

Fonte: Eleição presidencial do Remo – Vote aqui!

River se classifica no sufoco

https://www.youtube.com/watch?v=P0YEvVeO9JQ