POR JULIANA ALENCAR, do UOL
Há pouco mais de dois meses, a modelo Tatiane Cravinho viu seu rendimento mensal cair. E não foi efeito da crise econômica. Ex-namorada do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, ela diz ter deixado de ganhar a mesada que recebia após as investigações de corrupção na Fifa respingarem em dirigentes da entidade que rege o futebol no Brasil.
“Parei de receber a ajuda que eu ganhava dele”, conta Tatiane, capa da “Playboy” de março deste ano. Ex-cabeleireira, ela diz que recebia um valor mensal de Teixeira por ter deixado o negócio que mantinha em Campo Grande, onde morava, para estar com ele. Ela era dona de um salão de beleza. Hoje, jura nem ter mais contato. E vive com o que sobrou da exposição pós-ensaio nu.
“Essa confusão nos afastou. Nem sei onde ele está”, diz, referindo-se à busca do FBI que culminou com a prisão de seu sucessor na CBF, José Maria Marin, entre outros, em setembro. “A revista me ajudou a arrumar alguns trabalhos como modelo depois. Eu aproveitei a exposição para ganhar algum dinheiro”.
A jornalista Carol Muniz também resolveu investir na carreira de modelo após o namoro com Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da CBF – antes, ela havia sido capa da revista “Sexy”. A exposição conquistada graças ao relacionamento fez com que passasse a receber mais convites. A baiana não gosta de falar do relacionamento relâmpago com o dirigente, mas admite que decidiu ampliar as possibilidades profissionais após o affair.
“Hoje eu vivo dos meus trabalhos como modelo”, afirma Carol, que faz sucessos no Instagram com fotos de biquíni e malhação. Hoje ela tem mais de 60 mil seguidores e faz até propaganda de produtos lá.
Outra ex do dirigente, Katherine Fontenelle também mantém a vida com trabalhos de modelo e apresentadora. Recentemente, fez uma participação até o programa “Domingo Legal”, do SBT, numa gincana entre meninos e meninas.
Opção menos rentável
A escolha por flertar com o universo de celebridades, no entanto, pode ser frustrante para quem espera manter o mesmo padrão de vida de antes. Sem as regalias ofertadas pelos namorados, elas sentem uma mudança no padrão.
Tatiane diz que se decepcionou ao se dar conta de que não poderia ter os mesmos hábitos de consumo trabalhando. Quando namorava Ricardo Teixeira, ela conta, ganhava do dirigente roupas de grifes internacionais e fazia viagens de luxo pelo mundo. Hoje, a situação é um pouco mais modesta.
“Trabalhar como modelo rende pouco”, lamenta ela, que reconhece, no entanto, ser exigente ao analisar as oportunidades de trabalho que normalmente chegam a ela. “Aprendi com o Ricardo que a imagem é algo muito importante. Não tenho coragem de me associar a grifes que eu jamais usei ou usaria”. Recentemente, ela cortou o vínculo com a assessora de imprensa que a ajudava nas negociações dos contratos de parceria: “Não estava mais valendo a pena”.
Carol Muniz já pensa mais longe. Além dos trabalhos de modelo, já vislumbra outra carreira, também do universo artístico. “Vou começar um curso de atriz. Acho que tem tudo a ver comigo também”, avalia.