Post de @gersonnogueira.
Mês: dezembro 2015
Papão promete anunciar meia “candidato a ídolo”
No programa Bola na Torre deste domingo, o diretor Roger Aguillera informou que o Paissandu deve contratar 14 reforços para o começo da temporada e que traz pelo menos um grande nome, candidato a ídolo da Fiel Bicolor. É um jogador de criação no meio-campo e que é especialista em bolas paradas. Roger evitou, porém, citar nomes de jogadores.
Conforme levantamento junto a fontes e até atletas já contatados, a lista atualizada de possíveis reforços do Paissandu para a temporada 2016:

Rafael Luz, meia
Ilaílson, volante (ex-Remo)
Raí, lateral-esquerdo (ex-Sampaio)
Diego Rosa, meia-atacante (ex-LEC)
Pio, meia (ex-Fortaleza)
Robertinho, ala (ex-América-MG)
Wanderson, atacante (ex-ASA)
Ronieri, lateral (ex-Ceará)
Anderson Aquino, atacante (ex-Santa Cruz) – foto
A conferir.
A sentença eterna

Quem sabe, sabe…
“Ronaldo Fenômeno não era um bom exemplo dentro do vestiário, por isso pedi para a diretoria do Real Madri vendê-lo. A venda foi acertada. Quando o vendemos, tiramos nove pontos de diferença para o Barcelona e vencemos aquela liga”.
Fabio Capello, técnico do Real Madri em 2006.
Seja o número 1: a única estratégia que vale a pena
POR ANDRÉ FORASTIERI, em seu blog
O segundo homem a pisar na Lua não entrou para a história. Ninguém lembra de quem ganhou a medalha de prata. O filme em segundo lugar nas bilheterias não fatura um pouco menos, fatura muito menos que o primeiro.
Justo? Injusto? Herança genética que faz o clã seguir o macho alfa? Conspiração capitalista? Como você quiser. O fato é que é assim. É mais assim ainda em época de crise econômica. E apesar de termos consciência disso, raramente agimos de acordo.
É a estratégia mais tiro-e-queda que eu conheço para ganhar dinheiro: ser o número 1. A primeira marca em que você pensa, quando está pensando em uma categoria de produtos. Tem um milhão de empresas boas por aí, oferecendo produtos e serviços bons. E muito poucas oferecendo aquela coisa imperdível, que você não pode viver sem.
Isso não tem nada a ver com market share. Não se trata de ser o maior. Nem o primeiro a chegar ao mercado. Nem o mais inovador, sustentável, a melhor empresa para trabalhar. Parabéns para a empresa que mais inova, menos polui e é ótima empregadora.
Mas estou falando de outra coisa.
Nunca escrevo sobre negócios neste blog, nem em lugar nenhum. Já dou pitaco sobre quase tudo, não vou dar conselho para empreendedor; nada mais patético que esses gurus sabe-tudo. Mas abro uma exceção, porque de fato sei algumas coisas, e de fato 2016 está pedindo. Tenho visto tanta gente se dando mal com suas empresas que me sinto na obrigação a compartilhar uma das poucas coisas que aprendi.
Montei minha primeira empresa em 1993. De lá para cá dei muita cabeçada e também dei sorte de vez em quando. Ganhei umas, perdi outras, aprendi um bocado. Aprendi principalmente a focar no que é mais importante.
O foco em ser o número 1 é uma coisa que raramente aparece em livros de gestão e blogs de empreendedores. Se você trabalha em uma empresa, é importante entender exatamente o que significa ser o número 1. Se você é o fundador ou gestor de uma empresa, é mais importante ainda.
Vou dar um exemplo muito claro, de um ramo que conheço muito: a indústria de Livros. Quem é a editora número 1 do Brasil neste momento?
A Darkside é a editora número 1 do Brasil.
A Aleph é a editora número 1 do Brasil.
A JBC é a editora número 1 do Brasil.
A Ideal é a editora número 1 do Brasil.
Não conhece nenhuma delas? Não se culpe.
É porque você não é fã de Terror, Ficção-Científica, Mangá ou Rock, respectivamente os segmentos em que elas são focadas, e em que cada uma delas é indiscutivelmente a número 1. As quatro têm produtos excelentes, catálogos focados, comunicação orgânica e eficiente com os fãs de cada um desses gêneros.
Mas quem é a editora número 1 do Brasil “de verdade”?
A pergunta não faz sentido e não importa pra ninguém. Certamente é uma editora gigantesca, que atua em um monte de segmentos, e publica todo tipo de livro para todo tipo de leitor. E nenhum leitor compra seus livros por ser dessa editora. Então qual a vantagem de ser a maior, sem ser a número 1?
Uma empresa com essas características é, principalmente, um grande alvo.
Hoje, com a facilidade da comunicação digital, é viável você criar uma marca que é a número 1 para um número suficiente de consumidores. E se for mesmo, deixam de ser consumidores e viram fãs, amigos, evangelizadores. Clientes fiéis – enquanto você for o número 1. Escorregou para o segundo lugar, tchau.
Depois de todos esses anos, aquela história de Cauda Longa finalmente faz sentido. Mas de uma maneira diferente do discursinho “tem espaço para todo mundo”. Tem espaço para toda empresa que seja a número 1.
Essa estratégia vale só para o mundo editorial? Só para empresas de nicho? É coisa de “empresa de internet”?
Não mesmo. Vale para qualquer segmento. De qualquer tamanho. Vou dar um exemplo da minha vizinhança. Com a recessão, muitos bares e restaurantes da Vila Madalena andam às moscas. Mas o Galinheiro Grill segue cheio. É um restaurante muito antigo do bairro. Começou com uma portinha, hoje ocupa uma esquina gigantesca na rua Inácio Pereira da Rocha. Serve todo tipo de carne grelhada, com todo tipo de acompanhamento.
Mas o nome resume o que eles prometem e entregam brilhantemente. Eles fazem o melhor galeto grelhado da região. Há décadas. Sem falha. Por um preço honesto. O que significa preço honesto? Significa que você não se incomoda de pagar um pouco mais caro do que em outros lugares, porque o Galinheiro Grill é o número 1. Por isso vive cheio em plena crise.
Falar em grill dá sede de cerveja. Os brasileiros mais ricos do planeta usaram exatamente a mesma estratégia. O império global da 3G Capital começou com um insight. Em grande parte dos países emergentes, empresas familiares ganhavam rios de dinheiro com a sensacional margem de lucro que se materializa quando você transforma água em cerveja.
Lemann, Telles e Sicupira decidiram ser os cervejeiros número 1 do Brasil. E depois, do mundo. Têm outros negócios? Agora têm: Burger King, Kraft-Heinz – negócios que têm boa sinergia com o principal, que é cerveja. Mantêm a obsessão em ser o número 1 da cerveja, com distância cada vez maior do segundo colocado. E certamente querem ser o número 1 em fast food, salgadinhos e por aí vai. Clareza absoluta. O livro sobre eles chama “Pense Grande”. O que todo gestor tem a aprender com eles é: pense unicamente em ser o número 1.
Volto ao mercado editorial e a minha experiência pessoal. Durante alguns anos, fui sócio da editora de revistas número 1 para o público infanto-juvenil. Era a Conrad, e dominávamos bem esse segmento, com as revistas Herói, Pokémon Club, Nintendo World, EGM, Super Menina, Smack. E mais revistas de atividades, cards colecionáveis, adesivos. E mangás como Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco.
Como estávamos ganhando um bom dinheiro, resolvemos diversificar. Tínhamos caixa para investir. E já que conquistamos tanto sucesso com esse público jovem, porque não teríamos com outros públicos também? Nada engana mais que fazer sucesso. Quando viu está se achando um gênio dos negócios.
Então criamos uma editora de livros para adultos. E investimos em revistas para adultos. As duas frentes se provaram muito difíceis. Exigiram muita dedicação da gente. Dedicação que deixamos de ter com o segmento que dominávamos. Foi distração e desperdício.
Tenho orgulho do que fizemos no segmento adulto, mas só como editor. Como empresário, tenho vergonha. Foi uma das maiores barbeiragens da minha vida.
Essa diversificação nos tirou do número 1. Foi o começo do fim, que para mim chegou em 2005, quando deixei a editora que fundei. Fiz outras estrepolias empresariais depois; muitos causos bons; um dia conto.
O caso mais evidente de empresa que se deu bem quando decidiu ser a número 1 é o da Apple. Ao voltar à direção da empresa, em 1997, Steve Jobs não reconheceu a empresa que fundou. A companhia tinha uma linha de produtos gigantesca. Notebooks, desktops, o portátil Newton, impressoras, periféricos diversos. Para estudante, profissional, empresa. Cada um em diversas versões, para atender todos os tipos de consumidor possível e imaginável. E cada um dos grandes varejistas, conforme suas especificações.
A Apple fazia de tudo. E não era a melhor em nada.
Jobs focou em ser o número 1. Não em tudo. Nem em computadores. Mas somente e exclusivamente a marca número 1 de computadores para pessoas criativas. Jogou fora toda a linha anterior de produtos da Apple. A nova linha teria só quatro produtos. Um desktop e um notebook para uso profissional de pessoas criativas, e um desktop e um notebook para uso doméstico de pessoas criativas.
Tirou o disk-drive dos computadores e botou todas em caixas coloridas e divertidas. O slogan reforçava que os produtos da Apple não eram para todo mundo, de propósito, eram só pra você, que é meio doido, criativo, especial: Think Different.
Todos esses anos depois, a Apple mantém exatamente a mesma estratégia: ser a marca número 1 de aparelhos digitais para pessoas criativas, divertidas, diferentes – ou que aspiram a ser tudo isso. E todos esses anos depois, quantos outros produtos a Apple lançou? De importantes, pouquíssimos: o iPod, o iPhone, o iPad, todos indiscutivelmente o número 1 de sua categoria. Todos embalados no sistema operacional mais amigável, o iOS, e em serviços que mantém o seu consumidor fiel. Entrou para o mundo Apple, é difícil sair.
Importante lembrar que a Apple não inventou o MP3 Player, o smartphone, nem o tablet. E vale ressaltar que a Apple não tem o maior market share em nenhum dos segmentos em que atua. Mesmo assim, é a maior empresa do mundo em valorização de mercado e dá rios de dinheiro para seus acionistas.
É claro que existem muitos fatores que explicam fracassos e sucessos, não só um lema ou uma estratégia. Você pode e deve desconfiar de receitas mágicas, ou de bilionários que parecem ter o “toque de midas”. Duvide de empresas que divulgam práticas empresariais angelicais e lucros recordes. Seja a editora, o bar, o gigante da bolsa, a marca global.
Mas o foco em tornar a sua empresa a melhor na sua área de atuação – seja qual seja – dá uma clareza imensa. Força você a alinhar seus recursos, seu tempo, sua equipe, seu esforço pessoal. Independente do tamanho da empresa.
O mundo dos negócios é guerra. Em ano de crise, juro alto, desemprego alto, inflação alta, é guerra sem trégua. Vamos lutar por uma política econômica anti-recessão, gritemos por juros baixos, pela defesa da renda do brasileiro. Mas enquanto lutamos pelo que é de todos, não descuide do que é seu.
Resmungar do governo, qualquer governo, não paga as contas.
Sem querer me meter a guru e já me metendo, deixo o conselho: se eu fosse você, decidia ser ótimo em uma única coisa. Não sei de estratégia melhor para enfrentar o novo ano. Escolha seu front. E ataque com tudo. Foco total. Sem distração. Sem desvios, sem atalhos, sem ego.
Em 2016, seja o número 1.
Cruzeiro empresta ex-remista Roni ao Náutico

O Cruzeiro firmou parceria com o Náutico-PE para cessão de atletas por empréstimo. O paraense Roni, revelado pelo Remo, está incluído na transação, juntamente com Caíque Valdívia e Rodrigo Souza. Náutico e Cruzeiro dividirão o pagamento dos salários. O acordo foi anunciado pela diretoria do clube pernambucano.
Tapajós fecha com Adriano Miranda e Torrô
O Tapajós anunciou nesta segunda-feira a contratação dos atacantes Adriano Miranda e Torrô para a disputa do Parazão 2016. Ambos já defenderam vários times do Estado. Enquanto o primeiro retorna ao Boto após a temporada 2015, o segundo está de volta ao futebol profissional após 3 anos. O Tapajós segue se reforçando e ainda não finalizou sua lista de contratações.
Enciclopédias

POR LUIZ GUILHERME PIVA, no Blog do Juca
O Armando Nogueira é quem contou, já faz tempo.
Um senhor, passado bem dos sessenta, caminhava no Aterro do Flamengo e parou pra assistir a uma pelada. Sentou-se num degrau e ficou vendo a molecada jogar.
Com alguns minutos, um dos garotos se machucou e saiu. Pra não acabar a partida, alguns deles começaram a pedir ao senhor que entrasse. Ele negou, falou da idade, que só queria assistir. Mas insistiram, disseram que era só pra completar, ficar parado na defesa e o jogo prosseguir.
Ele foi. Mas houve uma discussão constrangedora em qual time o “velho” entraria – que ficaria mais fraco do que o outro, diziam. Tiraram no par ou ímpar. Ele aguardou e foi pro time que perdeu a aposta.
Aí o Armando Nogueira descreve deliciosamente a sequência de lances que o senhor exibiu. Domínio, passes, toques, enfiadas, matadas de peito, tudo com refinada elegância, para pasmo da molecada e para alegria do seu time, que deu um passeio e ganhou de goleada.
Acabado o jogo, a molecada o cercou, elogiou, perguntou quem ele era, pediu que ele voltasse sempre. Ele sorriu, passou a mão na cabeça de alguns e foi embora.

Nesta semana um bando de moleques cercou outro senhor e, ao contrário do caso acima, pediu que ele saísse do jogo. Ofendeu-o, disse que ele prejudicava o time (de quem? de quem?). Mais um pouco o agrediria.
O senhor sorriu, exalou tranquilidade, sabedoria, elegância, domínio, matadas de peito, dribles sutis, chutes suaves e certeiros como folhas secas – e, sem que os moleques percebessem, venceu-os de goleada, deu-lhes um passeio humilhante.
O senhor do primeiro caso era o Nilton Santos.
O do segundo, o Chico Buarque.
Ambos de igual estatura, de igual dignidade, de igual orgulho para os brasileiros.
E que saíram de situações parecidas ainda maiores do que sempre foram.
O que mudou diametralmente de uma situação para outra, com vertiginosa e lamentável piora em compostura e discernimento, foi a qualidade da molecada com que eles jogaram.
O que é muito, muito triste.
___________________________________________
Luiz Guilherme Piva publicou Eram todos camisa dez (Editora Iluminuras)
Enquete: Quem foi o maior presidente do Papão?
Post de @gersonnogueira.
Legendas do mundo da bola

Gigi Riva, lendário atacante italiano dos anos 60 e 70. Brilhou pelo modesto Cagliari, onde chegou a presidente, depois de pendurar as chuteiras. Riva foi campeão da Europa pela Itália em 1968 e disputou as Copas de 70 e 74 como titular da Azzurra. É o maior artilheiro da seleção de seu país, com 35 gols em 42 gos. Seu potente arremate de esquerda ganhou o apelido de “Ronco do trovão”. No campeonato italiano, marcou 168 vezes.
Sobre ignorância, autoritarismo e ressentimento

POR MÁRIO MAGALHÃES, em seu blog em 23/12/2015
Pingos nos is: na essência, o que houve no Leblon na noite da segunda-feira não foi bate-boca. E sim intimidação e provocação de um grupo de jovens adultos contra Chico Buarque, 71, e amigos com quem o artista passeava, depois de jantar.
Chico estava na dele.
O ato hostil decorre do que na cachola de intolerantes constitui delito de opinião. A, B ou C? É o de menos. Poderia ser qualquer uma. O crime é ter e expressar opinião diversa.
“Você gravou um vídeo apoiando a Dilma”, disse em tom acusatório um dos participantes do cerco.
Diante da agressividade, Chico tentou esgrimir ideias. Pode-se concordar ou divergir dele. O inaceitável é levar uma dura por acreditar nisso ou naquilo.
O compositor que criou uma canção falando “no tempo da delicadeza” escreveu sobre um porvir que parece cada vez mais alucinação utópica.
“Você é um merda”, berrou um sujeito para ele.
A desqualificação do interlocutor é característica autoritária. O mal não é apenas o que o outro pensa, mas o outro. No fundo, trai a indigência de argumentos.
“Vai correr daqui já?”, urrou um valentão de ópera-bufa.
Como Chico é Chico, enquanto rostos vincados pelo ódio o miravam, ele reagia com sorrisos. Para quem odeia, o que dói mais é o sorriso.
Retrato do Brasil, os insultos no Leblon são herança de nossas raízes. Não somos a terra de gente cordial, mas onde a escravidão foi mais longeva, onde a desigualdade obscena campeia, onde depois de vencidos adversários são decapitados (de Canudos ao Araguaia, passando pelo cangaço).
Os intolerantes de anteontem aparentemente não querem cortar a cabeça de ninguém. Talvez somente arrancar as cordas vocais. Pensar até pode. Falar seria prerrogativa de quem pensa igual.
O surto na noite do Rio tem outras ascendências. Na Alemanha da década de 1930, os nazistas perseguiam também quem ousava dizer não.
Os intolerantes da segunda-feira formam no que um protagonista do Brasil republicano ironizava como “a turma do Jockey”. Núcleos de grã-finos que pretendem impor a qualquer preço ideias e interesses.
Outro traço distintivo é a vulgaridade de certa elite, como contemplado no vídeo que nasceu como documento histórico e antropológico (clicar aqui).
Já de início a abordagem a Chico Buarque foi vulgar, tomando árvores pela floresta: “Todo mundo era seu fã, Chico”.
Um dos intolerantes, Álvaro Garnero Filho, é rebento do empresário Álvaro Garnero. O pai “confirmou a presença do filho no episódio” e “disse que teve de explicar a Alvarinho quem era Chico Buarque“.
Quer vulgaridade e ignorância maiores que um marmanjo com acesso à educação e à cultura precisar de explicação, no século 21, sobre quem é Chico Buarque?
O milionário Álvaro Garnero é um dos herdeiros do grupo Monteiro Aranha.
A nau da intolerância guarda lugar para os ressentidos. O mesmo indivíduo que chamou Chico Buarque de “merda” falou: “Para quem mora em Paris, é fácil”.
Vacilou: “Você mora em Paris, não mora?”
Chico mora ali pertinho, no Leblon.
Logo outro provocador emendou “Tem um apartamento lá em Paris. É gostoso Paris, né?”
A bronca com o apê de Chico em Paris é o vômito dos ressentidos.
No Marais ou na Île Saint-Louis, o autor de “Vai trabalhar, vagabundo” o comprou com dinheiro ganho honestamente. Ao contrário de alguns brasileiros donos de imóveis na Europa, não recebeu de herança seu apartamento. E se tivesse?
Adquiriu-o com a grana suada de seu trabalho.
Qual o problema? Os fascistoides agora viraram partidários da propriedade coletiva?
De uma parte deles, Chico é alvo do ressentimento comum a determinada classe média que abomina pobre e inveja rico.
Nesse caso, merda é a inveja.
Para os ricos-ricos, Chico é um traidor. Traidor de classe.
Como pode um cidadão que vive no Leblon e tem apê na França não votar como a esmagadora maioria dos endinheirados?
Soa como exigência de fidelidade de classe. A diferença equivale a traição.
O silêncio sobre o comportamento primitivo e intolerante é conivente.
Vale o clichê: quem cala consente.
Não está em jogo, enfatizo, o mérito das opiniões de Chico Buarque, mas o direito democrático de manifestação dele e de todos os brasileiros.
Muita gente ralou para que opinar não resultasse mais em cana e castigo.
Só o que faltava era um bando furioso de intolerantes e ressentidos levar a melhor em sua cruzada obscurantista, rancorosa e vulgar.
(*) Mário Magalhães é jornalista e escritor
Brasil lidera mapa mundial da corrupção do futebol

No infográfico, o diário mostra a nacionalidade e os crimes a quais todos os acusados do Fifagate respondem após as investigações do FBI, que prenderam dirigentes de alto escalão. O Brasil é quem mais tem cartolas ou executivos investigados atualmente, com seis, seguido pela Argentina, que tem cinco. Trinidad & Tobago e Guatemala aparecem em seguida, com três.
Os brasileiros na mira da Justiça dos EUA são Marco Polo Del Nero (presidente licenciado da CBF), José Hawilla (dono da Traffic), José Margulies – conhecido como José Lázaro – e Fábio Tordin (empresários de marketing esportivo), além de José Maria Marin e Ricardo Teixeira, ambos ex-presidentes da CBF.
Desses, Hawilla, Margulies e Todin se declararam culpados, Marin alegou inocência e Del Nero e Teixeira seguem sendo investigados. Curiosamente, o infográfico foi ao ar no mesmo dia em que Joseph Blatter, ex-presidente da Fifa, e Michel Platini, ex-mandatário da Uefa, foram suspensos do futebol por oito anos pelo Comitê de Ética da Fifa.
O mapa da corrupção ainda traz outros dados curiosos, como a idade média dos acusados (62 anos) e os valores de indenização que cada um concordou em pagar à Justiça. O maior acordo foi a de J. Hawilla: US$ 151 milhões (quase R$ 600 milhões).
Para ver o mapa da corrupção do NY Times, é só clicar aqui.
(Da ESPN)