Estrela do Norte

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Por Lúzio Ramos

Nem submundo nem sub-região, tampouco subfutebol!

O que Paysandu, Macaé e a torcida bicolor proporcionaram no último sábado, no Mangueirão, foi um espetáculo em três dimensões. Digno de um verdadeiro final de campeonato de âmbito nacional, ainda que tenha sido da terceira divisão. O brilho esteve presente no gramado pelo belo futebol que se viu e, nas arquibancadas, pelo show que se assistiu. Prova de que o futebol brasileiro é bem-jogado e bem-festejado por todos os cantos deste país. Pra coroar o espetáculo o time alvi-celeste marcou três belíssimos goals, inclusive um “de placa”, o terceiro; enquanto que a torcida bicolor, para completar o feito, assinalou outro golaço, “de mosaico”. Se este tipo de goal não existia, considere-o inventado.

Mas, apesar de todo este brilhante espetáculo, a imprensa nacional ignorou. Apenas uma pífia notinha de rodapé aqui, outra acolá. É muito pouco, pra não dizer ridículo. Este é o Brasil desigual. O Brasil de preconceitos malfadados. É porque somos do Norte. Do Norte “desnorteado”.

Pense na fruta-do-conde, por exemplo. Quando a partimos vemos as sementes distribuídas em seu interior, em absoluta igualdade de condições; não há nenhuma mais importante do que a outra. A que está mais internamente colocada tem o mesmo valor daquela que está disposta mais superficialmente. Ah se a natureza humana fosse diferente do que é!

Mas não há de ser nada não. Neste esquecido espaço geográfico, “desnorteado”, há uma estrela, um norte chamado Paysandu, cujo brilho de um lindo e celestial azul, norteia-nos a uma grande constelação que, tal como as operárias e os zangões acolhem a abelha rainha, corteja essa estrela-mãe, movida pela força infinita de milhões de apaixonados corações e é capaz de transformar um Mangueirão inteiro em uma colossal colmeia de paixão.

Parabéns ao glorioso Paysandu, mil louvores a essa imensa nação celeste.

28 comentários em “Estrela do Norte

  1. Estava lendo um artigo sobre o Boa Esporte e sua reduzida torcida de Varginha, com a possibilidade de subir pra A, enquanto Santa e Sampaio, com suas grandes torcidas, estão fora do acesso. Torcida ajuda, mas não é tudo. Que a dupla da capital se programe para 2015 e que o futebol paraense saia do marasmo, já que até o Águia caiu no parazão.

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  2. Bela festa, recorde de arrecadação, magnífica torcida e realmente pouca divulgação na mídia, mesmo o Paysandu do Pará tenha arrecadado só nesse jogo o equivalente ao líquido de jogo em 3 REXPA de casa cheia, lotação máxima, levando em conta renda dividida entre os dois maiores clubes de Belém. Foi muita coisa boa boa para pouco destaque. Mas talvez isto ocorra porque na mídia de Belém, o clube do Remo possui um número de simpatizantes muito maior que o Papão da Curuzu, e quando um feito glorioso igual a esse pertence ao Remo, o destaque é muito maior porque já começam a destacar em Belém e depois se encarregam de destacar além das fronteiras do Pará. Exemplo foi 2005, quando nessa mesma terceira divisão, o Remo quebrou recorde de público nessa competição, e mesmo que o governo do Pará tenha ajudado com a aquisição de 40 mil ingressos de 2 jogos do clube e doado por um quilo de alimento aos torcedores para incentivar a lotação, o clube não deixou d ser destaque a nível nacional e a torcida foi até eternizada com apelido de “fenômeno azul anil”. Histórias do mundo do futebol.

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    1. Cidadão anônimo, refreie esse espírito de vira-lata e seja mais justo. Nenhuma imprensa esportiva é tão atuante e apaixonada quanto à nossa. Até o rabugento do Mazola reconhece isso – falou ao vivo no Bola na Torre. Um conselho: saia um pouco das fronteiras do seu quintal e compare o trabalho que nossa mídia faz com a de outras praças.

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  3. Esse mesmo Paysandu ostenta o garbo de ser o segundo maior campeão estadual do Brasil e o maior campeão nacional do norte, nordeste e Centro Oeste ao lado do Sport Club do Recife. É ou não a ESTRELA DO NORTE???????

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  4. É isso que mata esse bando de invejosos que não são acostumados a decisões dessa natureza . Muito bem focado e comentado, esse fabuloso acontecimento que pertence a times de primeira qualidade e que tem do que se vangloriar .Leiam isso secadores,em vez de ficarem secando o grande campeão. Reconhecemos a crítica situação dos opostos que bem gostariam de estar em nosso lugar e os orientamos a tentar imitar o campeão. Aí, quem sabe não consigam daqui a cem anos, chegar aonde chegamos .

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  5. Infelismente isso nós mostra também de como nossa imprensa Paraense não tem peso de honra lá fora no eixo Sul-Sudeste, pois se tivesse talvez as coisas poderiam ser diferente. Quem entendeu???

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  6. Acho que a imprensa não tem a ver. Mas sobre o acesso, subiu o Avaí, então serão 4 catarinenses na A em 2015. Um duro castigo para nós paraenses. Reflexo do planejamento e organização. O JEC ficou 26 anos longe da série A e hoje foi campeão da B. O presidente bicolor está certo, o time vai lutar pra não cair.

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  7. Não é porque sou bicolor, mas é isso mesmo.

    Agora amigo, numa coisa apenas discordo um pouquinho, o que o Brasil esperava, era ver o Paysandu campeão, como não foi, minimizaram a decisão, isso reforça que essa estrela do Norte já se faz respeitar.

    Mas o passado vale muito, porém, não eterniza, precisa ter continuidade, e para o papão ser um time de mídia, precisa honrar ainda mais sua camisa e aumentar seus feitos.

    Quem não se lembra que até o Armando Nogueira, a quando da vitória do papão, se dobrou a nós?

    É claro que teve os nojentos e vermes da imprensa como o tal do Morsa que nos chamou de nuvem passageira.

    Enfim, amigo, olhemos pro futuro, se o papão for bem, será boa noticia e terá que ser dada, mesmo em notinhas de rodapé, mas que sejam boas.

    * Ao doente do comentário 5, se é que pode chamar isso de comentário.

    Se o Paysandu é notinha de rodapé, o teu, coitado…não é nada, só aparece na mídia local e olhe lá.
    E como está no limbo do futebol, as noticias não são boas, e geralmente são noticias de baixaria, como aquela da mijada.

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  8. Exemplos de rivais que podem se encarnar.

    Avaí sobe pra série B, Joinville é campeão.

    Enquanto o Criciuma cai.

    América de Natal cai pra série com derrota do rival, ABC, pro Bragantino.

    Inter vai a Libertadores, e o rival Grêmio fica com chances reduzidas.

    Em Campinas-SP a Ponte fica como vice da série B, será que o rival Guaraní que tá vendendo até o estádio e tá na pindaíba, sua torcida teve gás pra encarnar?

    Aliás, a vice Ponte Preta está na série A 2015, e o Guaraní, tá aonde mesmo?

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  9. Amigos,

    O silêncio da grande mídia acerca do espetáculo que foi a final da série C caracteriza bem a atual divisão do Brasil, de modo especial a relação eixo sul-sudeste x resto do Brasil.

    No futebol percebemos isso no fato de que hoje a série A é um campeonato do eixo sul e sudeste, coisa que CBF e Globo sempre desejaram, inviabilizando o crescimento do futebol nacional e, como foi visto na copa, na seleção.

    Para finalizar, digo que por mim meu clube não participaria da série B ou A do campeonato da CBF-Globo, visto que, acredito que a saída para o crescimento do futebol norte e nordeste, principalmente do primeiro, está na formação de uma liga independente (Liga Brasil de Futebol) com a participação de 32 clubes divididos em duas chaves de 16, com direito ao velho e bom mata-mata.

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  10. Sinceramente, amigo Celira, mata mata pode ser bom para o torcedor, mas para o clube que tanto investe, não… Comete muitas injustiças….

    Zagueiro Naylhor que vinha negociando com o Paysandu, mais uma vez não deu certo…. Acertou com outro clube…

    Papão, já contratou:

    – 2 goleiros…. 1 de SP e outro do Nordeste…

    – 1 volante do Nordeste

    – 2 alas esquerdos…. Um do RJ e outro do Nordeste

    Depois solto mais….

    É DE PRIMA DO BLOG

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  11. O mata mata tem uma grande vantagem, além da emoção: você não precisa investir. O dirigente (que pode ser amador) contrata um elenco meia boca por 3, 6 meses e se der zebra, pode conquistar o título. E pra quem gosta de maracutaia é um prato cheio, você pode subornar árbitros para dois jogos, o que é mais difícil para um campeonato inteiro. Barateia o futebol, porque não privilegia a competência, mas a sorte. Não deixa de ser uma visão de futebol, mas para mim retrógrada, porque atrai discípulos de Eurico. Eu prefiro o planejamento, a competência, o trabalho a longo prazo e não a emoção. Para emoção, existem as copas e para a seriedade e o profissionalismo, existem as ligas. Por fim, Edson, eu acredito que o Morsa foi profético. Ali, sem querer, é claro, ele previu que o futebol paraense entraria em declínio. Se o Remo tivesse se desenvolvido após a queda bicolor, teríamos o futebol paraense na série A até hoje e a nuvem passageira bicolor seria substituída pela azulina e o futebol paraense continuaria em evidência. Mas nossos dirigentes não aprendem.

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  12. Amigos,

    O que é justiça? Para mim, justiça se aplica em educação de qualidade, saúde para todos, segurança e condições de vida.

    A ideia de justiça, pregada pelos amigos, não funciona no esporte. O esporte nasceu e é a vitória do imprevisível. A previsibilidade tira o espetáculo. Extermina o que o esporte tem de melhor.

    Logo, acontecimentos eliminatórios nos permite ver o nascimentorde lendas como a vitória de um negro sendo assistido por Hitler, a vitória de Guga em Roland Garros, é vitória do Brasil sobre os EUA no basquete em indianapolis, a vitória da Alemanha sobre a Hungria de Puskas, a vitória do Inter sobre o Barcelona, a vitória do São Paulo sobre o Liverpool, a vitória do Paissandu sobre o Cruzeiro.

    Amigos, respeito a opinião de vocês, mas um campeonato onde um ganha 150 milhões e outro ganha 3 milhões não é JUSTO. Este é o mais injusto do campeonato e premia apenas quem recebe mais da Globo.

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    1. Discordo em parte, amigo Celira. Razão maior de sua indignação, o sistema jurídico pode até um dia vir a ser perfeito, mas o esporte continuará vulnerável à ação dos juízes de campo. E neste âmbito ninguém (nem mesmo os nossos amados clubes) pode se dizer vítima em tempo integral.

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  13. Jota,

    Os Euricos estão aí amigo. Não pense que o mata-mata torne essa espécie menos ou mais presente. Não vamos longe. No justo pontos corridos vimos a máfia do juiz, a mão da arbitragem sobre o Internacional e a máfia e mão do STJD no caso Portuguesa e Petros. Tudo isso no pontos corridos.

    Pelo menos no mata-mata teríamos como blindar o árbitro no jogo decisivo. Coisa que o pontos corridos não possibilita. Ja que o roubo vem em doses homeopaticas. É um penal mandrake, um cartão amarelo ou vermelho, um gol desmarcado e assim por diante.

    Em síntese, o problema da máfia não está no modelo da competição, mas nas pessoas que organizam a competição.

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  14. Agora, independente disso, antes de tudo, estava defendendo a nossa emancipação do campeonato da CBF com a criação da liga norte-nordeste-centro de futebol (sem clubes do eixo sul e sudeste).

    O brasileiro da CBF já é do eixo sul e sudeste, o que soa ridículo em um país continente (seguir o padrão europeu é prova que aonda sofremos do mal da colonização). O nordeste cresceu muito nos últimos anos e tem muitos compradores em potencial no esporte. Logo, para mim, está na hora de rompermos com eles.

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  15. O último parágrafo é perfeito Celira. 150 e 3 milhões. Corintians e Fla recebendo 150 e o resto menos. Onde estão Fla e Corintians na tabela? O primeiro no meio e o segundo luta pela libertadores. Você só esqueceu de um detalhe. Citou 2 esportes em que a justiça prevalece e o futebol em que nem sempre. Tênis e basquete quase sempre não tem zebra. Sabe por quê? É que pela regra de ambos você tem que marcar muitos pontos para vencer o jogo. No futebol, não. Então naqueles esportes, como volei, rugby, football etc., a competência prevalece. Se você erra, lá na frente acerta. A regra do futebol não permite isto. O único ponto é o goal. Então o mais fraco pode vencer. Levando este raciocínio para as regras das copas e ligas: nas copas, você não pode errar, nas ligas você pode perder hoje e recuperar ao longo do torneio.

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  16. Então como você me explica o fenômeno Guga, amigo Jota? A eliminação do Nadal por um moleque de 18 anos? A vitória de Raonic, que nunca tinha ganhado Federer, uma semifinalrde slam? Imprevisibilidade amigo. Se Federer, Nadal e o Guga (aquele da primeira vitória em Roland Garros) voltassem a jogar mais três vezes não teríamos zebra. Ela só ocorre quando a imprevisibilidade da eliminação está presente, coisa que os pontos não possibilita e nem deseja. O Brasil ama copiar as idéias dos outros, mas nunca exporta o que tem de melhor… Pergunto: qual é a melhor competição de futebol para se assistir no planeta?

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  17. Amigo Claudio, o ratinho da noticia aqui do Blog, ontem o América voltou pra série C, assim como o Vila Nova. Que fique de lição ao nosso Paysandu.

    Papão tem que trazer REFORÇO DE VERDADE. Ainda bem que o Nhailor não vem.

    Papão não pode ter pena de dispensar, se não serve não pode ficar, neste caso não se aplica gratidão, pois quem está aí está com os salários em dia.

    E na montagem do plantel tem que ter um planejamento definido.

    Pra mim os principais objetivos por ordem são.

    Ser campeão estadual
    Voltar a série A
    Ir o mais longe possível na copa Brasil
    Na copa verde botaria o time de base, formalizando assim um protesto contra a CBF e STJD

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  18. Gerson Nogueira, não se aborreça companheiro, porque nem um momento falei que a imprensa esportiva local não é boa e não dá grande cobertura ao nosso futebol. Muito ao contrário, dá bastante cobertura ao nosso futebol, mas apenas me referi ao assunto quando envolve Paysandu ou Remo, seja assunto de conquista ou polêmico, onde aí sim o peso maior em favor do Remo na mídia local é inegável. Amigo, contra fatos não há argumentos, e longe de complexo de vira latas, podemos citar alguns fatos que comprovam essa minha tese: Agora mesmo está havendo uma polêmica enorme na mídia, sendo muito propagada, a qual é a mijada no mascote do Remo. O responsável pelo ato já foi rapidamente identificado e só não está em todas as páginas de jornais porque é menor e não pode isso. Porém, recentemente foram destruídas várias lojas da Curuzu, onde houve arrombamento, saque e destruição por parte de uma torcida de vândalos remistas vista por muita gente e ninguém foi identificado e preso. Ficou tudo como dantes no quartel de abrantes. Isso ocorre Gerson, porque justamente o destaque em favor azuino na mídia é maior e tem mais apelo popular. Enquanto no casos da destruição das lojas do Paysandu, os canais de TV aberto deram notícia rapidamente nos telejornais, no caso do mijo azulino, os mesmos veículos fizeram chamada geral logo no início do jornal, e depois deixaram como destaque para o final da apresentação, com direito a um dos apresentadores ainda tecer um comentário dizendo que esse ato do mijo foi uma palhaçada de mau gosto e que os responsáveis deveriam ser punidos. OK? Amigo tem ainda casos do Landualdo que mostrou aquilo para a torcida e bem recente um diretor azulino mostrou aquilo novamente para os bicolores, e ninguém nem lembra porque foi tudo abafado. Se fosse gente do Paysandu que tivesse feito isso………estavam ferrados. Vide Albertinho que foi vestir o leão e teve a carreira bem dizer precocemente encerrada por tanta pressão na cabeça dele até ameaça de morte. Já o negão Alcino fez até pior sentando em cima da bola, no maior desrespeito já visto a um adversário mas até hoje é o maior ídolo azulino e venerado no futebol paraense mesmo depois de falecido. tem muitos exemplos que dariam um jornal, mas não adianta. Só postei minha opinião para esclarecer, desculpe qualquer coisa. e não se aborreça, que não me referi a vc e sua imparcialidade, me referi a outros, muitos outros.

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