Por Gerson Nogueira
O Paissandu vive uma situação curiosa neste final de temporada. Apesar da carga de expectativas que o torcedor normalmente alimenta nesses momentos, a diretoria e a comissão técnica não parecem muito apressados quanto à formação do elenco. Na apresentação de sexta-feira, o grupo era formado majoritariamente por jogadores nativos, remanescentes da Série B e garotos da base. A exceção ficou por conta dos três zagueiros contratados recentemente – João Paulo, Charles e Leandro.
Quantidade insuficiente para quem vai encarar quatro competições no primeiro semestre. Pela ordem, o Papão vai disputar o Campeonato Paraense, a Copa Verde, a Copa do Brasil e as primeiras seis rodadas do Brasileiro da Série C. Além de qualidade técnica, o grupo dirigido por Mazola Junior precisará de reforços para a maratona.
Em determinados momentos, o time terá que se dividir entre três competições, com prejuízos óbvios ao condicionamento físico dos atletas. Vale lembrar também que o Parazão acontece sob um período chuvoso e é jogado em gramados de baixíssima qualidade, o que ainda agrava mais o quadro.
A velha tese de que um bom elenco se estrutura a partir de 23 jogadores (três goleiros e 20 homens de linha) cai por terra diante de tantos compromissos agendados. E nem se pode dizer que o Papão poderá priorizar uma ou outra competição. Todas são igualmente importantes.
Pelo esvaziamento crescente e o formato sempre deficitário, o certame estadual talvez pudesse até ser deixado de lado, mas há outro ponto fundamental a impedir isso: o ano do centenário. O torcedor faz questão de festejar o título e a diretoria sabe que a cobrança será maior devido ao esforço que o grande rival faz para reconquistar a competição.
São situações que exigem planejamento e capacidade de antecipação quanto à aquisição de reforços. Rebaixado para a Série C, o Paissandu tem enfrentado percalços para acertar com os indicados por Mazola. A grande quantidade de competições simultâneas no primeiro semestre inflaciona propostas.
A tendência é que o Paissandu seja obrigado a se contentar, pelo menos até março, com atletas medianos e que não estavam nos planos iniciais. Até lá, a torcida terá que se acostumar com os jogadores que se apresentaram na sexta-feira, com uma ou outra novidade.
Caso a estreia no campeonato (contra o Gavião) fosse já neste domingo, Mazola teria que escalar a seguinte equipe: Mateus; Pikachu, João Paulo, Charles e Pablo; Vânderson, Murilo, Djalma e Araújo (Lineker); Lima e Bruninho. Formação modesta para os anseios do torcedor.
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Dúvidas e expectativas no Leão
Bem mais adiantado nas contratações, o Remo aguarda os jogadores recém-contratados e parte agora para a etapa mais difícil da preparação: a busca pelo entrosamento. Com um elenco inchado, ao contrário do Paissandu, a equipe terá que definir o sistema a ser usado, baseado nas características dos jogadores disponíveis.
Charles Guerreiro experimenta uma situação oposta à de Mazola Junior. Mais generosa quanto a opções, mas perigosamente perversa quanto a expectativas. Com um projeto que prevê disputar (bem) todas as competições do semestre (Parazão, Copa Verde e Copa do Brasil), o técnico foi atendido em todos os pedidos de contratações – e até além do que esperava.
Pelo presumível nível de pressão que o time vai sofrer ao longo do campeonato estadual, há quem advogue no Remo a opção por um técnico mais experiente e rodado. A diretoria tem sido cobrada quanto a isso, mas decidiu manter o acordo firmado com o treinador. Como é praxe no futebol paraense, tal contrato só terá futuro se o time cair no agrado da galera.
Os dirigentes avaliam que os investimentos no futebol, altos para os padrões regionais, não podem redundar em fracasso, como ocorreu neste ano. Sabem que os primeiros passos no Parazão – competição chave para os planos do Remo de voltar à Série D – serão determinantes para o êxito do ambicioso projeto de reconstrução.
Ao mesmo tempo, persiste a dúvida se Charles é o comandante ideal para um elenco recheado de recém-chegados, alguns com experiência internacional e outros marcados por currículos polêmicos. Além de formulador tático, o técnico terá que ter manha e psicologia para domar o grupo.
A conferir.
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Bola na Torre
Mazola Junior, técnico do Paissandu, será o convidado do programa deste domingo. Fará algumas revelações pitorescas, como o dia em que se viu no meio da galera bicolor, acompanhando uma vitória histórica. Guilherme Guerreiro comanda, logo depois do Pânico na Band.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 29)
Perfeito amigo Gerson, a situação se mostra exatamente assim como colocada na coluna. Só espero que o Remo que até o momento se mostrou mais eficiente nas contratações, consiga na prática o resultado desejável.
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Essa demora em contratar ocorre da mesma que foram as contratações para o plantel de 2013 quando muitos dos amigos acusavam a Novos Rumos de brincar de série B.
A busca pelo mais barato ficou muito caro, pois o rebaixamento para a terceira divisão veio como castigo, e com isso a perda de receita e a consequente desvalorização do clube no mercado.
É evidente que bons jogadores preferem jogar em agremiações de divisões superiores e em certames que sirvam de melhor vitrine como é o caso do paulistão!
Quanto a nós torcedores ficamos sujeitos a promessas de contratações cirúrgicas que raramente trazem um resultado satisfatório.
Justo no ano do centenário acabamos iniciando o ano como time de terceira divisão que mesmo nesta situação ainda é o melhor posicionado no ranking da CBF dentre os que disputam o Campeonato Paraense e Copa Verde, muito pouco para a grandeza do Time de Suíço!
Para quem vai enfrentar um ano onde todos brigaram por um lugar ao Sol vejo o time bicolor por demais acomodado em berço esplêndido como se os resultados pudessem cair do céu!
Acorda diretoria Bicolor para que o bonde não avance e fiquemos mais um ano no inferno da série C, sem o bicampeonato e eliminados precocemente da Copa Verde e da Copa do Brasil!
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Concordo plenamente com o amigo Miguel. Pra você fazer boas contratações, não precisa demorar tanto…É só ver o que acontece no Remo, por exemplo.. Essa demora passa a impressão de estarem perdidos, de novo, apesar de ver uma diferença, hoje… Dos novos contratados, até aqui, todos são bons jogadores….Jr. Xuxa, já e jogador do Papão, que ainda poderá trazer o atacante Jheimy(ex- oeste), que pertence ao mesmo empresário..
Quanto ao Remo, contratou muito bem, mas poderá pagar caro, pelo técnico que tem..
É a minha opinião.
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Claudio, sua análise esta bem feita, quanto ao Charles acredito que se na terceira rodada do paraense o time nao apresentar o futebol que baseados nas qualidades individuais sabemos ser possivel, melhor demito-lo. Creio que a direção do Mais Querido ja tem um plano B.
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