Um brado em defesa do Baixo Tocantins

Por Nelito Lopes (de Umarizal/Baião)

O Território da “Cidadania Baixo Tocantins”, intitulado pelo governo do Estado, abrange uma área de 36.024,20 Km² e é composto por onze municípios: Abaetetuba, Acará, Baião, Barcarena, Cametá, Igarapé-Miri, Limoeiro do Ajuru, Mocajuba, Moju, Oeiras do Pará e Tailândia. Atualmente, a população total do território é de 650.691 habitantes, dos quais 343.250 (52,75%) vivem na área rural.

Fui visitar esses municípios e percebi de perto todo tipo de discriminação em relação ao desenvolvimento sócio-econômico, vejamos: para se chegar em Cametá, Limoeiro, Oeiras, Mocajuba e Baião, a primeira trava são duas balsas(Igarapé Miri e Meruú), depois a estrada de cheia de crateras. Em fazendo a opção pela estrada do dendê, com acesso por Moju e Tailândia, aparece outro obstáculo: mais uma balsa. Resumindo, esses municípios são históricos, dependem e necessitam, urgentemente, dessas três pontes para viverem de forma digna.

Além de tal situação, essa região é discriminada com relação a distribuição de renda e energia elétrica proveniente da hidrelétrica de Tucuruí, em pleno funcionamento há mais de três décadas, que por conta de uma legislação inadequada, injusta e burra, a qual diz que apenas os municípios à montante da hidrelétrica têm o direito no rateio dos royalties, enquanto que os municípios localizados à jusante, nada, apenas o subdesenvolvimento… Para suavizar tal impacto, apenas cinco municípios, dentre os onze, tem um programa de compensação, que não funciona, previsto para atendimento em 20 anos pela Eletronorte – após “estudos” realizados por órgãos de outros Estados.

Em se tratando de saúde, todas as regiões tem recebido certa atenção, mas nossa região se ressente da ausência de um Hospital Regional, que por justiça, deveria ser construído no Trevo de Abaetetuba, para atendimento a esses heróis ribeirinhos do Baixo Tocantins.

Por último, evitando mais lamentações e choro, o mau serviço prestado pelas companhias telefônicas expõe o povo dessa região a todo tipo de risco. Em algumas cidades, os serviços destas companhias de telefonia móvel não funcionam ou funcionam precária e esporadicamente, em especial Baião e Mocajuba, onde o mau serviço gera riscos dos mais variados tipos, principalmente quando se recorre ao telefone para buscar socorro de vida e não conseguem usar o serviço. Isso tudo é uma vergonha! Que venha 2014 e o povo proteste nas urnas!

11 comentários em “Um brado em defesa do Baixo Tocantins

  1. Trabalhei na Emater em igarapé-Miri nos anos 90 e viajava constantemente a esses municípios citados no texto. Pelo jeito nada mudou esses anos todos. Quando é que esses governos se voltarão efetivamente para projetos que desenvolvam esses municípios tão esquecidos pelo poder público. Essa região é riquíssima em produtos agropecuários, portanto merece maior atenção.

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  2. É o puro reflexo do descaso das autoridades públicas, que, desde sempre, têm atuado com descaso. E, o quê é pior, esse descaso não é só na região do Baixo-Tocatins, mas é também no Sul e no Oeste do PA. Parece que só se lembraram das regiões Sul e Oeste quando houve o plebiscito de emancipação. Quem sabe se a região do Baixo-Tocantins resolver lutar pela criação do Estado do Baixo-Tocantins, os políticos irão se lembrar que essa região existe. Apenas para deixar claro: sou contra qualquer desmembramento do PA.

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  3. Em tempo: o descaso também ocorre na própria região metropolitana de Belém, com famílias morando literalmente na lama, sem saneamento, sem água, sem hospital, etc…A população tem mais é que protestar.

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  4. É lamentável e absurdo do abandono, dessa região em todos os sentidos. A humilhação a que são submetidos os idosos ao tentarem receber suas aposentadorias ou benefícios é algo que dá nojo ver, pois os idosos chegam nos posto de serviços bancários no início do dia pois dependem das embarcações que os levam às cidades e ficam durante horas no sol, chuva, em calçadas sem nenhuma infraestrutura, como se ali, estivessem a pedir favor e o atendimento somente inicia as 10h e com mau humor dos funcionários e maus tratos, pois eu já presenciei e até fui ameaçado, em Cametá, por um policial ao tentar intervir em favor de uma senhora. De alguma forma, realmente, precisamos fazer algo para sairmos dessa situação de abandono e injusta concentração de renda.

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  5. Hehehe Te dizer! O amigo Gerson deve estar preparando uma materia detonando as operadoras de telefonia, onde ja se viu sua cidade natal Baiao nao ter telefonia movel, sera que funciona so a moda de Baiao. Rsrsrs

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