Coluna: Sob o peso da suspeita

A lisura das competições vem sendo duramente questionada e o a justiça dos resultados está sempre sob ataque. Além da trapaça das drogas dopantes e anabolizantes, há truques mais prosaicos, como subornos e arranjos de gabinete. Boxe, ciclismo, atletismo, vôlei, automobilismo e futebol são os esportes sob maior grau de suspeita, embora rigorosamente nenhuma modalidade esteja a salvo de desconfianças.
O futebol, pelo nível de popularidade e alta taxa de paixão envolvida, é o que mais gera especulações, nem sempre comprovadas. Talvez pelos episódios polêmicos ocorridos na Copa do Mundo, principal evento futebolístico do planeta. Observado pelo mundo inteiro, o torneio de vez em quando contribui para reforçar antigas crenças.
As teorias conspiratórias, que sacudiram o mundial de 1978, na Argentina, encontraram eco 20 anos depois na edição francesa, quando o brasileiro Ronaldo viu-se no centro de um verdadeiro furacão. Convulsões, desmaios e até sonambulismo foram mencionados como causas do estranho apagão do maior atacante do planeta no jogo final. Prato cheio para os desconfiados de plantão, com efeito multiplicador sobre os demais campeonatos disputados em escala menor no planeta.
No Brasil, pátria da boataria, nenhuma disputa se encerra sem que alguma dúvida seja lançada. Em 2005, houve o célebre caso Edilson Pereira de Carvalho. Depois de vários jogos repetidos, o Corinthians sagrou-se campeão, com arbitragem extremamente favorável no confronto com o Internacional.
Há dois anos, um árbitro (Vagner Tardelli) foi substituído na véspera da decisão do Brasileiro porque circulou a informação de que teria sido subornado por um dos finalistas (o São Paulo). Coincidência ou não, o juiz antecipou a aposentadoria e de imediato virou consultor de arbitragem.
Em 2009, o Flamengo conquistou o título após sensacional arrancada no segundo turno. Nem assim sua façanha foi imune à controvérsia. Na reta final, superou um Corinthians claramente desinteressado, com direito até a goleiro se esquivando de defender cobrança de pênalti. Para coroar, enfrentou um time misto do Grêmio na última rodada.
Desta vez, surge a cisma de que rivais paulistas do Corinthians resolvam também se desinteressar em partidas cruciais diante do Fluminense, desequilibrando por completo a disputa e emprestando ao nosso futebol definitivamente a marca da suspeita.          
 
 
Por tradição, decisões do STJD costumam gerar mais confusão do que merecer aplausos. A lambança está instaurada na Série D com a punição aplicada ao América-AM, que perdeu três pontos e fica alijado do torneio. Quem deve lucrar é o Madureira (RJ), passando à condição de finalista. Mas, diante da brusca mudança, como fica o Guarani (CE), que conseguiu um empate fora de casa no primeiro jogo da final? O time baré perdeu os pontos por incluir um zagueiro na lista de relacionados para o jogo contra o Madureira. Detalhe: o jogador nem entrou em campo. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 14)

4 comentários em “Coluna: Sob o peso da suspeita

  1. Não vamos nos esquecer também de incluir o nosso provinciano campeonato paraense. Há dois anos que vemos tendo re-pas suspeitos, onde os atletas parecem compadres, sempre com resultados que levam a novos re-pas e criam suspeita de interesse na bilheteria. Lamentavelmente, o dinheiro vem contaminando o esporte nos últimos anos. Os times visam o lucro e mandam às favas a ética e a seriedade…

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  2. o colunista ratificou o que eu disse aqui Dias atrás o gambá É O TIME AJUDADO DESDE QUE O MUNDO É MUNDO ,ANTES MESMO DO PRIMEIRO CAMPEONATO SE REUNIRAM GAMBÁS E Leõas velhas e combinaram que sempre seriam cooperadores um do outro…tái mano .Há um ditado em um país europeu que traduzido diz o seguinte”UM DIA NO SOL,OUTRO DIA NA SOMBRA”.AGORA É HORA DOS GAMBÁS PROVAREM DO PROPRIO VENENO…QUEM VIVER VERÁ…

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  3. GERSON, não se fala em corda na casa de enforcado. VOCÊ foi falar logo no Tardelli?
    MAS, quanto aos 33 – única sequência no Mundo – , digo que é possível em um jogo apenas uma equipe ser goleada, afinal, tem dias que é noite e nada dá certo, sem contar outras coisas que a nossa vã filosofia nem ousa imaginar, mas uma equipe ficar 33 partidas sem o gosto de uma única vitória, e o pior, contra o maior adversário.
    Isso é coisa que nunca se viu no planeta Terra. Podem perguntar a Corinthians e Palmeiras, Flamengo e Fluminense, Bahia e Vitória, Atlético e Cruzeiro, Internazionale e Milan,. Boca e River …

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