Coluna: Juventude desperdiçada

Mais três garotos estão de saída das divisões de base do Remo rumo à Vila Belmiro, seguindo as pegadas de Paulo Henrique Ganso e Moisés. De diferente em relação aos dois, o fato de que são atletas das categorias sub-15 e sub-17, em condição de receberem as orientações e ensinamentos que o Santos fornece a seus craques.
Nos últimos dois anos, ao contrário do time profissional, cujos resultados foram pífios, a prata da casa azulina tem se mostrado talentosa e promissora, a ponto de despertar a atenção de grandes equipes e do próprio rival, que se apossou de três revelações e contratou – a preço de banana – o atacante Héliton, um dos melhores jogadores formados no Evandro Almeida.
Mesmo sem desfrutar das oportunidades que mereciam, garotos bons de bola como Raul, Jorge Santos, Alessandro, Neto e Betinho foram úteis ao Remo na disputa do Campeonato Paraense deste ano. Para espanto geral, nenhum teve qualquer chance sob o comando do técnico Giba ao longo da frustrada campanha no Brasileiro da Série D.
Carlinhos Dornelles, misto de técnico e professor, é a cabeça pensante por trás dessa fábrica de boleiros instalada no Baenão há pelo menos 10 anos. De lá já saíram Rogerinho (hoje no Bahia), Edinaldo, Levy, Romeu, Gegê, Patrick e Da Silva. Sem patrocínio, com salários que pingam somente de vez em quando na conta, Dornelles dribla a ausência de infra-estrutura com criatividade e muita disposição para a missão.
O esquema é tão bem sucedido que até um dos auxiliares diretos de Dornelles, Tindô, foi recrutado pelo Santos para trabalhar com a garotada da Vila. Curiosamente, o Remo é quem menos se beneficia das revelações que forma. Quando estão em condições de entrar no time principal, os atletas são cedidos a outras equipes ou simplesmente levados por empresários atentos.
Como tantas outras áreas, a divisão de base remista é vítima da gestão caótica do clube, padecendo de crônico abandono e falta de apoio. Sobrevive da teimosia de baluartes numa era em que amadorismo é apenas uma palavra nostálgica quando se fala em futebol.    

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Miro Almeida, torcedor azulino residente no Parque Verde, envia à coluna uma lista de questionamentos e fatos que, em sua opinião, “só não são hilários porque diretamente toda a nação azulina”. Abro espaço para três dos itens mais urgentes da carta: “A) o escudo do Remo vai ser recolocado no Baenão pela atual diretoria, mas se vão recolocar por que retiraram? E quem vai pagar a conta? B) Todas as chapas são de oposição, mesmo aquela cuja diretoria faz parte dos quadros atuais? C) Já não temos série, não temos ginásio e dinheiro para reconstrução? Onde está? Querem acabar com tudo?”.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 12)

Jogos Escolares Municipais terão 3.380 atletas

De 12 a 15 deste mês o Departamento de Educação Física e os professores de Educação Física da Semec estarão participando dos primeiros Jogos Escolares Municipais de Belém, que mobilizarão 32 escolas municipais reunindo 3.380 participantes entre crianças e jovens alunos. A abertura oficial acontece nesta sexta-feira, às 9h, na Escola Superior de Educação Física. Entre os objetivos principais dos Jogos Escolares estão: despertar o gosto pela prática esportiva, com fim participativo e formativo; estimular a participação de crianças e adolescentes em competições formais; favorecer a integração entre os alunos das escolas municipais de Belém, além de promover o desporto educacional através das vivências de variadas modalidades esportivas.
A SEMEC além de oferecer todo o material para as competições, também garante os lanches e transportes para os participantes. Entre as modalidades de quadra, haverá futsal, basquete, handebol e vôlei, além de tênis de mesa, queimada, futebol de campo e de areia e atletismo. Os Jogos serão realizados no espaço de nove escolas municipais de Belém, incluindo os distritos de Mosqueiro, Icoaraci e Outeiro, Espaço Cultural Altino Pimenta e no campo de futebol e pista de atletismo da Uepa.

Emenda pior do que o soneto

No registro fotográfico de Mário Quadros, a improvisada placa de compensado com o tosco desenho do escudo do Clube do Remo colocada agora à noite no pórtico do Baenão. Quem idealizou o tosco arranjo foi o mesmíssimo cidadão que mandou derrubar a picaretadas o símbolo do clube esculpido na fachada há 75 anos. Deboche é pouco.

Chapa 1 escolhe amanhã candidato a presidente

A Chapa 1/Reconstrução e Seriedade, candidata às eleições no Remo, anuncia amanhã o nome do seu candidato a presidente do clube. Antonio Carlos (Tonhão) Teixeira, Raphael Levy e Sérgio Cabeça estão cotados, mas o grupo de beneméritos, conselheiros e ex-presidentes reúne para aclamar o candidato. Para a presidência do Condel, a chapa de oposição apresenta o nome do ex-presidente Manuel Ribeiro.

MP ataca sistema de sorteio de árbitros da CBF

Ministério Público de Minas Gerais apresenta hoje resultado de investigação sobre a escalação dos árbitros no futebol brasileiro. A conclusão é que tanto a FMF (Federação Mineira de Futebol), alvo inicial da apuração, quanto a CBF violam o Estatuto do Torcedor, que exige “transparência” na seleção e que o juiz seja “isento de pressões”. A informação é da coluna de Mônica Bergamo, publicada nesta quinta-feira pela Folha SP e pelo DIÁRIO. De acordo com a coluna, a Promotoria diz que o sorteio dos árbitros é “viciado”, com “critérios subjetivos” que limitam a dois profissionais aqueles que podem ser escolhidos para cada partida. E questiona o fato de os clubes vetarem determinados nomes para seus jogos.

Segundo a coluna, a recomendação do promotor José Antônio Baêta é que CBF e FMF coloquem na urna todos os árbitros escalados para apitar naquela divisão, e não apenas dois, e que divulguem quanto eles ganham por partida. O presidente da federação mineira, Paulo Schettino, diz que “o estatuto fala em no mínimo dois árbitros por sorteio, e nós cumprimos”. A CBF não comenta o caso.

Esse sorteio de árbitros sempre foi mandrake. Finalmente alguém resolve botar a boca no trombone. 

A frase certeira

“No futebol não se encontra um time inteiro, imagina você tentar convencer 34 jogadores a entregar o jogo? Claro que depois um deles vai falar alguma coisa. Tratam jogador como se fossem bandidos. Isso não existe no futebol. Jogador de futebol ganha bem. Não é qualquer meia dúzia de real que vai fazer com que ele se venda. Você acha que um cara como o Rogério Ceni iria fazer isso, entrar em um jogo para não vencer? O cara tem uma história no São Paulo. Eu tenho fãs, dois filhos em casa. Imagina chegar e dizer para eles que entreguei o jogo?”.

De Fernandão, atacante do São Paulo, descartando facilitar o jogo para o Fluminense.

Jô faz show, mas estraga a festa

Por Mauricio Stycer

A cerimônia de entrega da oitava edição do Prêmio Portugal Telecom de Literatura, na noite de segunda-feira, é a fofoca do momento no mundo das letras. O assunto principal nem é a vitória de Chico Buarque, com o romance “Leite Derramado”, mas a performance do humorista Jô Soares como mestre de cerimônias da noitada, na Casa Fasano, em São Paulo.

Dez escritores concorriam ao cobiçado prêmio de R$ 100 mil, que também dá R$ 35 mil para o segundo lugar e R$ 15 mil para o terceiro. A cerimônia foi imaginada nos moldes do programa que o humorista apresenta na televisão, incluindo o seu sexteto musical. Jô ignorou diversas passagens do roteiro preparado para a sua leitura e, improvisando, causou diferentes constrangimentos.

O roteiro previa que Jô apresentasse cada um dos dez autores finalistas do prêmio, fazendo um breve resumo biográfico e da obra que disputava a láurea. Não disse uma linha sequer. Vários dos autores indicados estavam presentes e sequer foram mencionados, O segundo colocado, Rodrigo Lacerda, autor do romance “Outra Vida”, foi praticamente enxotado do palco para a entrada de Chico. Além de ignorar o roteiro, Jô demonstrou falta de conhecimento literário, como se viu na pouca familiaridade do apresentador com o nome de Armando Freitas Filho, um dos principais poetas brasileiros, terceiro colocado, com “Lar”.

O constrangimento estendeu-se a Pilar del Rio, viúva de José Saramago, o escritor homenageado da noite. Jô recebeu Pilar no palco e, como de hábito, falou mais que a entrevistada, além de transmitir a impressão que era íntimo do autor. Sobre o seu último livro, “As Palavras de Saramago”, distribuído aos convidados, o apresentador disse pouco.

Ao entrevistar Chico Buarque, o grande vencedor, Jô aproveitou para tecer um paralelo entre o trabalho literário do compositor e o seu próprio, além de conversar sobre futebol. Ao final da cerimônia, Selma Caetano, curadora do prêmio, pediu desculpas aos escritores finalistas. Disse a eles lamentar que o que deveria ser uma festa da literatura tenha se transformado num evento social.

O apresentador “só não destratou o copeiro, porque não havia copeiro”, escreveu o jornalista Roberto Kaz, na “Folha”. “Foi uma coisa realmente grotesca”, resumiu um dos presentes a este blogueiro. A Portugal Telecom não quer comentar o episódio. Apenas considera que o prêmio está acima deste constrangimento.

Joãozinho Rosa não vem mais

A diretoria do Paissandu descartou, na noite desta quarta-feira, a contratação do técnico Joãozinho Rosa, que chegou a ser anunciado na última segunda-feira. Luiz Omar Pinheiro já estaria em busca de um novo treinador. Ivo Wortmann (também oferecido ao Remo), Jorginho e Givanildo Oliveira são os mais especulados na Curuzu.