Dirigente defendeu a venda da sede do Papão

Em programa de rádio, neste domingo, o candidato a presidente do Conselho Deliberativo do Paissandu, Ricardo Rezende, confirmou que quis vender a sede social do clube em 1998, sob o pretexto de pagar as dívidas do clube. Revelou, ainda, que o grupo ORM foi o maior interessado na transação, que acabou não se efetivando em função da oposição da maioria dos conselheiros. Pela conversa, Rezende continua a acreditar que essa solução mirabolante é a ideal para o Paissandu, seguindo as pegadas da aloprada tentativa de desmanche do patrimônio remista por Amaro Klautau. Rezende é da chapa de situação e apoia o presidente Luiz Omar Pinheiro na eleição do Paissandu, marcada para amanhã.

Pensata: Não haverá vencedores

Por Marcelo Freixo

Dezenas de jovens pobres, negros, armados de fuzis, marcham em fuga, pelo meio do mato. Não se trata de uma marcha revolucionária, como a cena poderia sugerir em outro tempo e lugar. Eles estão com armas nas mãos e as cabeças vazias. Não defendem ideologia. Não disputam o Estado. Não há sequer expectativa de vida. Só conhecem a barbárie. A maioria não concluiu o ensino fundamental e sabe que vai morrer ou ser presa.
As imagens aéreas na TV, em tempo real, são terríveis: exibem pessoas que tanto podem matar como se tornar cadáveres a qualquer hora. A cena ocorre após a chegada das forças policiais do Estado à Vila Cruzeiro e ao Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro.
O ideal seria uma rendição, mas isso é difícil de acontecer. O risco de um banho de sangue, sim, é real, porque prevalece na segurança pública a lógica da guerra. O Estado cumpre, assim, o seu papel tradicional. Mas, ao final, não costuma haver vencedores. Esse modelo de enfrentamento não parece eficaz. Prova disso é que, não faz tanto tempo assim, nesta mesma gestão do governo estadual, em 2007, no próprio Complexo do Alemão, a polícia entrou e matou 19. E eis que, agora, a polícia vê a necessidade de entrar na mesma favela de novo.
Tem sido assim no Brasil há tempos. Essa lógica da guerra prevalece no Brasil desde Canudos. E nunca proporcionou segurança de fato. Novas crises virão. E novas mortes. Até quando? Não vai ser um Dia D como esse agora anunciado que vai garantir a paz. Essa analogia à data histórica da 2ª Guerra Mundial não passa de fraude midiática. Essa crise se explica, em parte, por uma concepção do papel da polícia que envolve o confronto armado com os bandos do varejo das drogas. Isso nunca vai acabar com o tráfico. Este existe em todo lugar, no mundo inteiro. E quem leva drogas e armas às favelas? É preciso patrulhar a baía de Guanabara, portos, fronteiras, aeroportos clandestinos. O lucrativo negócio das armas e drogas é máfia internacional. Ingenuidade acreditar que confrontos armados nas favelas podem acabar com o crime organizado. Ter a polícia que mais mata e que mais morre no mundo não resolve.
Falta vontade política para valorizar e preparar os policiais para enfrentar o crime onde o crime se organiza -onde há poder e dinheiro. E, na origem da crise, há ainda a desigualdade. É a miséria que se apresenta como pano de fundo no zoom das câmeras de TV. Mas são os homens armados em fuga e o aparato bélico do Estado os protagonistas do impressionante espetáculo, em narrativa estruturada pelo viés maniqueísta da eterna “guerra” entre o bem e o mal.
Como o “inimigo” mora na favela, são seus moradores que sofrem os efeitos colaterais da “guerra”, enquanto a crise parece não afetar tanto assim a vida na zona sul, onde a ação da polícia se traduziu no aumento do policiamento preventivo. A violência é desigual. É preciso construir mais do que só a solução tópica de uma crise episódica. Nem nas UPPs se providenciou ainda algo além da ação policial. Falta saúde, creche, escola, assistência social, lazer.
O poder público não recolhe o lixo nas áreas em que a polícia é instrumento de apartheid. Pode parecer repetitivo, mas é isso: uma solução para a segurança pública terá de passar pela garantia dos direitos básicos dos cidadãos da favela. Da população das favelas, 99% são pessoas honestas que saem todo dia para trabalhar na fábrica, na rua, na nossa casa, para produzir trabalho, arte e vida. E essa gente – com as suas comunidades tornadas em praças de “guerra” – não consegue exercer sequer o direito de dormir em paz.
Quem dera houvesse, como nas favelas, só 1% de criminosos nos parlamentos e no Judiciário…


Marcelo Freixo, professor de história, deputado estadual (PSol-RJ), é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Papão vence amistoso em Ponta de Pedras

Em amistoso disputado neste sábado, o Paissandu bateu a seleção de Ponta de Pedras por 2 a 0. Os gols foram marcados pelo atacante Héliton, aos 23, e pelo meio-campo Djalma, aos 30 do primeiro tempo. O técnico interino Lecheva usou os seguintes jogadores: Ney (Paulo Wanzeler); Cláudio Allax (Yago Picachu), Paulão (Tobias), Tobias (Marcos Vinícius) e Brayan; Billy, Alexandre Carioca (Neto), Thiago Potiguar (Netinho) e Djalma (Vaninho); Zé Augusto (Luan) e Héliton (Alex Magabeira). (Com informações da Rádio Clube)

Bracalli se apresenta na próxima semana

Armando Bracalli, ex-goleiro e novo superintendente de futebol do Clube do Remo, só se apresentará no Evandro Almeida no final da próxima semana. Ele se encontra em Portugal tratando de compromissos particulares. Antiga aspiração dos novos dirigentes do Remo, as negociações com Bracalli foram iniciadas há cerca de dois meses. “Me perguntaram se eu tinha interesse em participar do trabalho dessa atual diretoria. Prontamente disse que sim, quero trabalhar nessa filosofia de resgatar os valores do Remo, assim como da sua torcida, que está sofrendo. Esse clube sempre me recebeu com muito carinho, e foi onde vivi uma parte da minha vida esportiva”, disse Bracalli, por telefone, à Rádio Clube. Sobre Paulo Comelli, o superintendente azulino disse que foi consultado e concordou com a contratação. Bracalli é paulista, tem 60 anos e defendeu como jogador Santos (SP), Portuguesa (SP), Atlético (PR), Náutico (PE) e Remo, onde encerrou a carreira. Nos anos 90, Bracalli chegou a dirigir o Remo treinador.