Remo tenta embargar leilão do Carrossel

A diretoria do Remo finalmente resolveu lutar de verdade pela área do Carrossel. O chefe do setor jurídico do clube, Mauro Maroja Bentes, entrou com pedido de embargo de execução do leilão da área junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região. Segundo Mauro, o clube já havia entrado com um pedido de interdição do andamento do processo. “Já existe um outro embargo pendente de julgamento. Portanto, entramos com um segundo pedido, porque o edital do leilão do Carrossel não poderia ter sido publicado sem antes julgar o primeiro embargo de execução”, disse Maroja ao Bola. O leilão está marcado para o dia 19 e, caso o embargo não seja aceito, o clube ainda pode entrar com outro mandado de segurança contra o leilão. A juíza Ida Selene vai analisar o pedido de embargo. A decisão de buscar a via judicial para tentar impedir o leilão do Carrossel só foi adotada depois de uma reunião entre o ex-presidente Manuel Ribeiro e o presidente Amaro Klautau. Ribeiro questionou a omissão da diretoria em relação aos destinos do Carrossel. AK respondeu que queria evitar “mais desgastes” com a Justiça do Trabalho, mas acabou ordenando o recurso.

Parauapebas avança na Segundinha

Surge o primeiro classificado à fase final da Segunda Divisão do Campeonato Paraense 2011. O Parauapebas empatou em 0 a 0 com o Izabelense, na tarde desta quarta-feira, no estádio Edilson Abreu, em Santa Izabel, e garantiu a vaga. Como havia vencido a primeira partida por 3 a 0 dentro dos seus domínios, segue na briga por um lugar na fase principal do campeonato. garantiu a sua vaga para continuar brigando para chegar até a primeira fase da competição. (Com informações da Rádio Clube) 

Drama do Remo é destaque no portal G1

Matéria assinada por Guilherme Maniaudet, do Rio, é destaque desta quarta-feira no portal G1 (Globo) abordando a aflitiva situação do Remo. “Um time com uma torcida imensa, feitos históricos no passado e um momento atual que os fãs torcem para que passe logo. Esse é o Clube do Remo, fundado em 5 de fevereiro de 1905. Em 1972, entrou para a história do futebol nacional ao ser o primeiro time do Pará a disputar o Campeonato Brasileiro. Três anos depois, venceu uma partida histórica no Maracanã”. Assim, de maneira simpática, começa o texto (ilustrado pela foto da vitória sobre o Flamengo no Maraca). Mais adiante, ele cita o célebre encontro do Rei Pelé com a camisa azulina.  

“Outro momento histórico foi no dia 29 de abril de 1965. Em uma partida amistosa contra o Santos, no Estádio Evandro, o Baenão, a torcida e o clube ganharam um presente que ficou para sempre na vida de todos. Pelé, o maior jogador de todos os tempos  entrou em campo com um buquê de flores e vestindo a camisa azul do Remo, para delírio absoluto dos presentes no palco. O resultado: 9 a 4 para o Peixe, com cinco gols do Rei. Porém, nesse dia o placar pouco importava. Em 1968, mais um amistoso marcante no Baenão. O Benfica, de Portugal, que tinha uma constelação liderada pelo craque Eusébio, veio ao Brasil para um amistoso contra o Remo. Com Amoroso marcando pelo Leão e Torres pelo Benfica, as equipes ficaram no 1 a 1.”

Mais referências aos bons momentos do clube: “Os anos 90 marcaram o último grande momento do clube: 1993 e 1994 foram as últimas temporadas na Série A do Campeonato Brasileiro, sendo que no primeiro ano o time terminou a disputa em sétimo lugar. De 1994 a 1997, o Remo estabeleceu o maior tabu entre rivais no Brasil. Foram 33 jogos sem perder para o Paysandu, conquistando 21 vitórias e 12 empates, marcando 49 gols e sofrendo 20, conquistando o penta paraense no período. Em 1995, veio o Torneio de Toulon, na França, e o clube se tornou o único do Norte do Brasil a disputar uma competição na Europa. Na primeira partida, após empate por 1 a 1 no tempo normal, bateu a seleção de Bucareste nos pênaltis. Na final, o placar se repetiu no tempo normal contra o anfitrião Toulon, e a derrota ocorreu também na disputa de pênaltis.”

A matéria cita ainda algumas opiniões de Orlando Ruffeil, mencionado como “historiador” (??) do clube, e do presidente Amaro Klautau. Pra variar, AK recita aquele discurso de terra-arrasada, lembrando as dívidas e bloqueios de renda/patrocínio (que não ocorreram nos últimos dois anos). E arremata com a ficção da “moderna” arena no Aurá para 15 mil torcedores, ao inacreditável custo de R$ 18 milhões. No texto, uma potoca final: o dirigente dá novos números para a dívida trabalhista do clube. Seria de R$ 13 milhões, “excluindo as dívidas junto ao Tesouro Nacional”. Talvez seja um caso único no Brasil: um cartola que aumenta, a cada nova entrevista, os débitos do clube que dirige. Os motivos dessa inflação contábil, obviamente, todo mundo já conhece de cor e salteado.  

Coluna: A raspa do tacho

Não adianta fechar os olhos para a decadência. Um de seus muitos sinais é o desprestígio crescente dos nossos clubes para contratar jogadores e técnicos. O Pará, que já foi praça cobiçada pelos técnicos de nível médio de todo o país, agora é destino de desconhecidos, encostados, enganadores e semi-aposentados. Alguns até inferiores aos profissionais nativos, que enfrentam pressão excessiva e preconceitos de toda ordem quando chamados a dirigir um dos grandes da capital.
Basta olhar a lista dos treinadores contratados pela dupla Re-Pa nos últimos cinco anos para confirmar essa condição. Nada que cause surpresas, afinal os melhores profissionais arranjam emprego em times que disputam as principais divisões nacionais. Como nunca mais conseguiu passar dos limites da Série C, o Pará virou um lugar a ser evitado. Com exceção de Givanildo Oliveira (no Paissandu, em 2008), só desembarcam aqui refugos ou problemáticos sem mercado. A lista é extensa: Edson Boaro, Tita, Carlos César, Ademir Fonseca, Flávio Campos, Giba, Ronaldo Bagé, Edson Gaúcho, Leandro Campos, Sérgio Belfort e Nazareno Silva.
A verdade é que os melhores estão trabalhando nas séries A e B. Alguns medianos promissores se abrigam em clubes da Série C, mas é fato que o mercado paraense só consegue absorver a chamada raspa do tacho.
A ausência de opções levou o Paissandu a redescobrir Joãozinho Rosa, que passou mais de um ano comandando o time, entre 1998 e 1999, ganhando até um estadual invicto (o de 1988). Naquela época, comandou um time quase todo regional, com Belterra, Emilson, Manoel, Oberdan, Trindade, Jóbson e Maracanã. Partiu, porém, sem deixar saudades.
Depois que saiu da Curuzu ainda teve rápida (e discreta) passagem pelo Remo. A partir de então, nunca mais arranjou trabalho como técnico de equipes profissionais e preferiu se dedicar às divisões de base do Santos. Pois Joãozinho, assim de repente, volta como salvação da lavoura para reconstruir o time depois do fiasco na Série C.
Duvido que seja o nome ideal para o projeto de recuperação do Paissandu em 2011 e acho que os próprios dirigentes sabem disso. É uma daquelas apostas de fim de ano, apenas para começar o Parazão, como foi Nazareno Silva neste ano, com os prejuízos que todos conhecem.
O problema é que fazer experiência com treinador custa caro e representa perda de tempo. Com Joãozinho virão alguns auxiliares. Logo a seguir, começam a chegar os primeiros reforços indicados. Depois, mais contratações. Uma história velha como a fome, que se repete todo ano. 
 
 
Em reunião realizada ontem à noite, a chapa Reconstrução e Seriedade, que concorre ao Condel do Remo, definiu os candidatos ao Conselho: presidente, Manuel Ribeiro; vice, Benedito Wilson Sá; secretário, Moacir Walmont; 1º secretário, representante da verdadeira Juventude Azulina. O candidato a presidente do clube será definido na próxima sexta-feira.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 10)