Futebol: uma reflexão sobre a dor

Por Mauro Cezar Pereira

Não, eu não vou escrever sobre o jogo. Dane-se o que aconteceu nas quatro linhas, o sistema, o esquema, o 4-3-2-1, o 3-5-2, as duas linhas de quatro, o diabo. Coloquei as cervejas para gelar e me preparei para assistir Palmeiras x Goiás sem muita expectativa, ainda mais depois do fraco encontro entre os dois times, uma semana antes. Minha missão era acompanhar atentamente a peleja, escrever as últimas linhas para a minha coluna semanal no jornal Marca.BR e publicar um post aqui no blog. Depois, dormir. Fui surpreendido. O duelo do Pacaembu foi mais do que eu esperava. E jamais será esquecido. E não só pela chance de ver mais uma das surpresas esportivas que só o futebol consegue proporcionar.

A imagem do pequeno “japonesinho” palmeirense aos prantos, incrédulo, diante do fracasso do seu time de coração foi marcante. Incrível, você está vendo um jogo que tem tudo para ser apenas mais um e repentinamente as coisas viram e a TV lhe mostra uma cena forte, impactante. O menino chorava, chorava e chorava. E não chorava à toa. O pequeno torcedor chorava por seu clube de coração, sim, aquele que irá amar pela vida toda, de forma incondicional, aconteça o que acontecer. Porque o futebol é isso, é muito mais do que direitos federativos, de televisão, patrocínios e projetos marqueteiros capitaneados por oportunistas de toda ordem. Só o nosso esporte faz uma criança sofrer como um adulto e um adulto virar criança. Lugares marcados em “arenas” com telões em atmosferas que tentam transformar o nosso jogo numa espécie de teatro. Jogadores sem vínculo e muitas vezes sequer respeito pelas camisas que vestem. O dinheiro, e só ele, ditando as normas, os caminhos, as tendências. Tudo isso forma o chamado “futebol moderno” que eu odeio, como muita gente odeia.

O “esporte bretão” pode comportar espaços confortáveis para quem os deseja, mas precisa de envolvimento, conexão entre quem joga e quem torce. Não, a camisa não pode deixar de ser o elo maior da paixão das pessoas pelo jogo, pelo time. E na derrota para o Goiás o choro do “japinha” foi forte, cortante, linda e emocionante cena. A paixão dele pelo Palmeiras vale mais do que qualquer taça. E é por isso que o clube continuará sendo um grande. O futebol é assim, ensina desde cedo o que é euforia extrema e sofrimento profundo. É aula de vida. E e por essas e outras que nós adoramos isso.

E nunca é demais lembrar: melhor do que vencer é ter um time pelo qual torcer.

Remo antecipa a eleição do presidente

Com a aproximadação do Campeonato Paraense 2011, já em janeiro, integrantes do grupo “Reconstrução e Seriedade”, que venceu as eleições para o Condel do Clube do Remo, não escondem a preocupação em formar logo um time. Em função disso, o novo presidente do Condel, Manoel Ribeiro, decidiu antecipar do dia 10 para o 6 de dezembro as eleições do Conselho Diretor (Codir), para que o presidente eleito tenha mais tempo para trabalhar nos assuntos relacionados ao futebol e também nas questões administrativas. Sérgio Cabeça Braz e Paulo Mota foram escolhidos pelo novo Conselho Deliberativo (Condel) para assumir o Conselho Diretor (Codir) e Cabeça será o presidente do clube. 

A diretoria de futebol que deve comandar o Remo no biênio 2011/2012 será encabeçada por Antônio Carlos Teixeira, o Tonhão, e Raphael Levy, a mesma dupla que conquistou o Campeonato Brasileiro da terceira divisão, em 2005. Entre os nomes cotados para ocupar o cargo de treinador estão o de Roberval Davino (campeão em 2005), que já acertou sua permanência no comando do Mogi-Mirim (SP), e Flávio Araújo, que dificilmente continuará no Icasa (CE). Surgiu ainda o boato de que Givanildo Oliveira teria sido procurado, mas Tonhão desmente a informação. O objetivo da nova administração é investir em elenco, sem exagerar nos gastos com o treinador – está muito forte ainda a lembrança da aventura de Amaro Klautau com Giba, técnico na Série D deste ano que ganhava R$ 45 mil mensais.(Com informações da Rádio Clube e do Bola)

A frase do dia

“Tenho escutado algumas coisas por ai que me preocupam. Em um país que é penta mundial isso não pode acontecer. O São Paulo perdeu um jogo com o Fluminense onde tiveram duas expulsões. Para muitos eles entregaram. Para outros, não. Mas é preocupante esse tipo de coisa no fim do campeonato. Um time grande como o São Paulo não pode nunca perder da forma como perdeu”.

De Roberto Carlos, lateral-esquerdo do Corinthians, reclamando do S. Paulo e esquecendo que o Timão fez o mesmo no campeonato passado para prejudicar o Tricolor.

Lula critica Globo pelo episódio da bolinha de papel

Em entrevista a blogueiros, fato inédito na história do país e da democracia na América do Sul, o presidente Lula falou sobre seu governo e a relação com a grande imprensa. Disse que se decepcionou com a TV Globo pela edição do célebre episódio da “bolinha de papel”, no qual o candidato José Serra (PSDB) alega ter sido atingido na cabeça por um artefato misterioso nas ruas do Rio de Janeiro. Segundo Lula, ele nem daria entrevista naquele dia, mas não resistiu diante da “desfaçatez” de Serra. A seu ver, o tucano deve um pedido de desculpas ao país pelo incidente. Lula foi entrevistado em Brasília por vários blogueiros conhecidos – Altamiro Borges (Blog do Miro), Renato Rovai (Blog do Rovai), Conceição Lemes (Viomundo), Rodrigo Vianna (O Escrevinhador), Leandro Fortes (Brasília, Eu Vi), William (Cloaca News), Eduardo Guimarães (Cidadania) e outros.

Além de revelar que depois de deixar a Presidência vai se dedicar a escrever um blog e virar tuiteiro, Lula contou que o pior dia de todo o seu governo foi por ocasião do acidente com o avião da TAM em São Paulo, quando foi responsabilizado pela tragédia por algumas emissoras de TV, particularmente a Globo, e jornais como O Estado de S. Paulo, O Globo e Folha de S. Paulo. “Nunca vi tanta leviandade, a cada hora a notícia era pior. O governo carregava o peso de 200 mortes nas costas. Só me tranquilizei quando vi a fita com as imagens do acidente e ficava claro que a causa não tinha sido das condições da pista” – o acidente foi causado por falha técnica ou humana, segundo o relatório final. “Acho que eles pensaram: agora sim, nós pegamos o Lula e trucidamos ele. Aquele foi o pior dia do meu governo”, admitiu.

Lula tem razão. Na manhã seguinte ao acidente, o Bom Dia Brasil, da Globo, entrou com o Alexandre Garcia apontando o dedão para a câmera e vociferando contra “a irresponsabilidade do governo federal”. Depois, veio a sempre combatente Miriam Leitão descendo a ripa no governo também, pela falta de investimento nas obras do aeroporto. Curiosamente, nenhuma palavra sobre a negligência do governo tucano paulista que permitiu a construção de um posto (e depósito) de gasolina a menos de 100 metros da pista.

Natal pode perder sub-sede da Copa de 2014

Informação repassada pelo José Carlos Araújo Jr. ao blog:

“Foi realizada, nesta quarta-feira, 24, às 10h20, a sessão de abertura das propostas da licitação na modalidade de parceria público-privada para a demolição do atual estádio e construção do novo, denominado Arena das Dunas, em Natal, obra vinculada à Copa do Mundo de 2014. O evento teve a presença de representantes do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, de empresas de consultoria, de órgãos de fiscalização, como o Tribunal de Contas da União, por meio da Secex-RN, Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte, Ministério Público junto ao TCE, do publico em geral e da imprensa. Como resultado, nenhuma empresa ou consórcio apresentou proposta, o que fez o presidente da Comissão Especial de Licitação declarar em público que o certame restou deserto.
Na oportunidade, o secretário extraordinário para Assuntos da Copa (Secopa-RN), Fernando Fernandes, afirmou que, ante o insucesso da licitação e a exiguidade do tempo, a solução a ser dada para a futura obra terá de ser discutida entre a Prefeitura de Natal, o Governo do Estado e o Comitê Local da Copa, e não quis adiantar qual o caminho a ser adotado. Lembrou que uma eventual modificação da modalidade de licitação, de PPP para obra pública, deve levar em conta dificuldades orçamentárias e de endividamento do Estado, o que será objeto de análise.
O comentário geral entre o público presente ao evento foi o de que o insucesso da licitação porá em risco a permanência da cidade de Natal como cidade-sede da Copa de 2014, tendo em vista o pequeno espaço de tempo para a realização das obras. De acordo com nota expedida pelo deputado federal Fábio Faria (filho do vice-governador eleito) está marcada uma audiência com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, para 7 de dezembro, quando os parlamentares do Rio Grande do Norte solicitarão um dilatação de prazo para tentar concluir essa etapa de licitação.”