César Neves, presidente da Assembléia Geral do Paissandu, anunciou na manhã deste sábado o adiamento das eleições para o Conselho Deliberativo do Papão de dia 22 para 29 de novembro. Para que isso aconteça, terão que ser realizadas novas inscrições para as chapas concorrentes, já que além da remarcação do pleito ficou estabelecida a mudança na forma de votação, que agora será indireta, como prevê Estatuto de 1986. Segundo César, os dois últimos mandatos do clube não tiveram validade jurídica. As novas alterações serão formalizadas em edital que será publicado nos jornais de segunda-feira. Neves decidiu solicitar também a presença do Ministério Público para fiscalizar o processo eleitoral, conforme manda o Estatuto do Torcedor.
Dia: 20 de novembro de 2010
Chapa 1 vence eleição para o Condel do Remo
A chapa 1/Reconstrução com Seriedade, que tem Manoel Ribeiro como principal candidato, acaba de ser eleita para o Conselho Deliberativo do Remo. Terminou às 17h20 a apuração dos votos da eleição. O resultado final foi 605 votos para chapa 1 contra 505 da chapa 2/Diretas Já. A diferença de 100 votos é considerada expressiva levando-se em conta as últimas eleições no clube. Imediatamente depois de proclamado o resultado, Manoel Ribeiro e os membros da chapa foram empossados no Condel, em evento cercado de grandes festejos na sede social do clube, em Nazaré. Imediatamente, Ribeiro confirmou para o dia 10 a eleição do próximo presidente do Remo, que deve ser Raphael Levy ou Sérgio Cabeça Braz.
O novo Condel ficou assim constituído: presidente, Manoel Ribeiro; vice, Benedito Wilson Sá; 1º secretário, Moacir Claudio Gomes; 2º secretário, Paulo Estorino. O resultado da apuração por urna foi o seguinte: urna 1 – chapa 1 172 votos, chapa 2 137 votos; urna 2 – chapa 1 103, chapa 2 84; urna 3 – chapa 1 234, chapa 2 197 votos; e na urna 4 – chapa 1 96, chapa 2 87 votos.
Durante o pleito, que aconteceu das 8h às 16h, ocorreram diversas manifestações de ambas as chapas, buscando conquistar o eleitor azulino. Fez sucesso um boneco de judas com uma picareta nas mãos, levado por integrantes da chapa 1 retratando “as traições” de Amaro Klautau à história do Remo. Denúncias de duplicidade de votos foram feitas contra a chapa 2, da situação, mas não houve comprovação. Outro detalhe curioso foi o fornecimento de refeições aos cabos eleitorais e representantes da chapa 2 pela empresa Leal Moreira.
Suspeita de armação na Copa do Nordeste
Da Folha de SP
Cheiro de armação na Copa do Nordeste. Enquanto rola a discussão sobre a possibilidade de um time desistir da vitória para prejudicar um rival, tendo como foco o duelo entre São Paulo e Fluminense, longe das vistas voltadas ao Brasileiro, um resultado no Campeonato do Nordeste, anteontem, serve para ampliar essa polêmica. Já classificado, o Vitória empatou sem gols com o Treze. O placar serviu para pôr os paraibanos na semifinal.
O resultado eliminou o Bahia, que dependia de uma vitória de seu arquirrival para continuar vivo no torneio. Mas o comportamento do Vitória causou estranheza. Primeiro, mandou ao gramado sua equipe sub-17, ao contrário do que havia feito em outros jogos do torneio, quando utilizava jogadores que não eram aproveitados de seu time profissional. A falta de ânimo dos jogadores também espantou. Ninguém se arriscava. No Barradão, os poucos torcedores do time pediam para a equipe não vencer. Ao fim do jogo, perguntado sobre a falta de combatividade do Vitória, o técnico Flávio Tanajura disse que “foi a vontade do torcedor”. O argumento apresentado é que o clube, que luta para não cair no Brasileiro, não poderia arriscar perder jogadores por contusão.
“Não temos que trabalhar pelos outros, mas só para nós”, justificou o presidente do Vitória, Alexi Portela Jr. Ele, porém, negou que o time tenha evitado vencer para eliminar o rival. “Eu soube depois, mas parece que foi bem estranho”, disse o presidente do Bahia, Marcelo Guimarães. “Não dá para acusar, mas se isso aconteceu, só depõe contra o próprio campeonato”, completou o dirigente, que disse que não pretende levar a polêmica adiante. O presidente da Liga do Nordeste, Eduardo Rocha, disse que não crê em fraude. “Antes da partida soube que o Vitória jogaria com um time de garotos. Mas daí a concluirmos que eles não queriam ganhar é distante.”
Capa do DIÁRIO, edição de sábado, 20
Sócios remistas escolhem novos conselheiros
Transcorre sem maiores incidentes, na mais absoluta tranquilidade, a eleição para o Conselho Deliberativo do Remo. Duas urnas estão à disposição dos sócios com direito a voto. Desde as 8h é grande a movimentação de eleitores, confirmando o grau de interesse que o pleito despertou na comunidade azulina. Partidários e cabos eleitorais das duas chapas concorrentes – Chapa 1/Reconstrução com Seriedade e Chapa 2/Diretas Já – buscam convencer os indecisos, mas o clima é ordeiro, apesar de algumas denúncias de voto duplo e erros na lista de votação. O colégio eleitoral do Remo é composto de mais de 10 mil sócios aptos a votar, mas, tradicionalmente, a eleição atrai menos de 2 mil votantes efetivos. Na última eleição para o Condel, apareceram 1.030 eleitores. A votação se encerra às 16h e a apuração começa imediatamente. (Foto: THIAGO ARAÚJO/Diário)
Coluna: Chega de aventureiros
O Remo, representado por seus mais de 10 mil sócios, tem hoje a oportunidade de fazer as pazes com sua história. Depois de quatro desastrosos anos, o clube vai às urnas para escolher seu novo Conselho Deliberativo e, por conseqüência, um novo presidente. Poucas vezes uma eleição foi tão aguardada pelo caráter decisivo que carrega.
A verdade é que não há mais como errar. Ou o Remo se emenda e adota uma gestão profissionalizada, que respeite prazos e evite gastos desnecessários, ou desaparece no turbilhão de dívidas sem controle.
Nas mãos dos atuais dirigentes, o clube mergulhou no caos administrativo, a partir da obsessão cega pela venda do estádio Evandro Almeida. Ao longo de 24 meses, perdeu-se tempo e oportunidades com um projeto irresponsável, fadado ao fracasso desde sua origem.
Disfarçado de ação moderna, destinada a catapultar o clube a um futuro grandioso, a transação nasceu por vias tortuosas, a partir do calote programado a acordos trabalhistas. Ao invés de depositar mensalmente cerca de R$ 40 mil reais nas contas da Justiça Trabalhista, o presidente Amaro Klautau optou por deixar rolar para ver como ficava. Tudo com o objetivo de forçar a negociação do Baenão. O que parecia ousadia era apenas uma vultosa jogada imobiliária facilitada pela apatia do torcedor e na omissão das instâncias fiscalizadoras do clube.
O desastre só não se consumou por completo, na forma do desmanche do patrimônio, porque a inabilidade para conduzir o futebol se estendeu às manobras de bastidores e a transação resultou em fiasco, repetindo a vergonhosa trajetória do time nas duas temporadas. Do mesmo jeito que passou dois campeonatos sem ganhar um turno sequer, AK também saiu de mãos abanando da aloprada operação de “permuta” do velho estádio.
O canto de cisne do único projeto da gestão foi o leilão da área do Carrossel, realizado na manhã de ontem. Apesar de suspenso por falta de interessados, o leilão continuará a ser uma ameaça pairando sobre a cabeça dos futuros dirigentes. Herança desse inglório passado recente.
Penso que se o torcedor mais consciente pudesse dizer realmente o que pensa, expulsaria os vendilhões do templo e pediria aos aventureiros para que abram espaço para os que têm pelo menos afeto pelo clube. É inaceitável que uma agremiação centenária, com milhares de adeptos, seja tão mal administrada. Pior: seja entregue nas mãos de gente descompromissada com a história azulina. Que os votos deste sábado permitam ao Remo não mais sofrer a humilhação de ter seu símbolo destruído, na calada da noite, por ordem do próprio presidente. É hora de os remistas tratarem com verdadeiro respeito o objeto de sua paixão.
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Causa espanto que, apesar de todas as lambanças praticadas e sem prestar contas do atual exercício, o presidente em fim de mandato ainda planeje se reeleger. Age, nas sombras, como o candidato oculto de uma das chapas concorrentes. Abram os olhos, remistas.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste sábado, 20)