Dia: 14 de novembro de 2010
Pênalti à moda Pacaembu beneficia o Flu
Por Mauro Cezar Pereira, da ESPN
No início do segundo tempo de Fluminense x Goiás, escrevi no twitter: “Fluminense se complicando. Será que teremos algum “pênalti à brasileira com molho à moda Pacaembu” no Engenhão?”. Tivemos. Rodriguinho sentiu que encostaram nele e… caiu, claro. Como fizera nos 2 a 1 sobre o Vitória, em Salvador. É um dos jogadores cai-cai que vão se criando na terra dos penais à brasileira. Jamais disse ou escrevi que pênaltis mal marcados são exclusividade do futebol jogado no Brasil, ou que na Europa isso não acontece. É claro que lá também são marcadas penalidades absurdas.
O problema está na quantidade, de faltinhas e pênaltis, e especialmente na tolerância com esse tipo de marcação. E é essa tolerância que faz tais decisões dos árbitros se multiplicarem. O pênalti a favor do Fluminense só não foi tão revoltante quanto o dado para o Corinthians no dia anterior porque não era um jogo entre dois candidatos ao título. Nem por isso o valente Goiás deixou de ser castigado duramente. Os tricolores mereciam perder!
Mas o castigo maior foi dado ao Cruzeiro, que entre os três candidatos ao título foi o que melhor se apresentou no fim de semana. E o que se deu mal de verdade. Poderia, no mínimo, estar ao lado dos dois rivais em pontos ganhos. Mas agora se vê a dois dos tricolores e a três dos corintianos. Tudo por causa de pênaltis à brasileira. Penalidades máximas que aparecem no Engenhão, no Barradão, em Minas Gerais, contra e até a favor dos cruzeirenses. E um erro não justifica outros, claro. Mas que no estádio da capital paulista têm sido mais frequentes, como detalhei no post anterior – clique aqui e leia. E esse molho à moda Pacaembu é duro de engolir, causa indigestão. Ainda mais sábado e domingo. Haja antiácido para o torcedor Celeste.
Coluna: Sob o peso da suspeita
A lisura das competições vem sendo duramente questionada e o a justiça dos resultados está sempre sob ataque. Além da trapaça das drogas dopantes e anabolizantes, há truques mais prosaicos, como subornos e arranjos de gabinete. Boxe, ciclismo, atletismo, vôlei, automobilismo e futebol são os esportes sob maior grau de suspeita, embora rigorosamente nenhuma modalidade esteja a salvo de desconfianças.
O futebol, pelo nível de popularidade e alta taxa de paixão envolvida, é o que mais gera especulações, nem sempre comprovadas. Talvez pelos episódios polêmicos ocorridos na Copa do Mundo, principal evento futebolístico do planeta. Observado pelo mundo inteiro, o torneio de vez em quando contribui para reforçar antigas crenças.
As teorias conspiratórias, que sacudiram o mundial de 1978, na Argentina, encontraram eco 20 anos depois na edição francesa, quando o brasileiro Ronaldo viu-se no centro de um verdadeiro furacão. Convulsões, desmaios e até sonambulismo foram mencionados como causas do estranho apagão do maior atacante do planeta no jogo final. Prato cheio para os desconfiados de plantão, com efeito multiplicador sobre os demais campeonatos disputados em escala menor no planeta.
No Brasil, pátria da boataria, nenhuma disputa se encerra sem que alguma dúvida seja lançada. Em 2005, houve o célebre caso Edilson Pereira de Carvalho. Depois de vários jogos repetidos, o Corinthians sagrou-se campeão, com arbitragem extremamente favorável no confronto com o Internacional.
Há dois anos, um árbitro (Vagner Tardelli) foi substituído na véspera da decisão do Brasileiro porque circulou a informação de que teria sido subornado por um dos finalistas (o São Paulo). Coincidência ou não, o juiz antecipou a aposentadoria e de imediato virou consultor de arbitragem.
Em 2009, o Flamengo conquistou o título após sensacional arrancada no segundo turno. Nem assim sua façanha foi imune à controvérsia. Na reta final, superou um Corinthians claramente desinteressado, com direito até a goleiro se esquivando de defender cobrança de pênalti. Para coroar, enfrentou um time misto do Grêmio na última rodada.
Desta vez, surge a cisma de que rivais paulistas do Corinthians resolvam também se desinteressar em partidas cruciais diante do Fluminense, desequilibrando por completo a disputa e emprestando ao nosso futebol definitivamente a marca da suspeita.
Por tradição, decisões do STJD costumam gerar mais confusão do que merecer aplausos. A lambança está instaurada na Série D com a punição aplicada ao América-AM, que perdeu três pontos e fica alijado do torneio. Quem deve lucrar é o Madureira (RJ), passando à condição de finalista. Mas, diante da brusca mudança, como fica o Guarani (CE), que conseguiu um empate fora de casa no primeiro jogo da final? O time baré perdeu os pontos por incluir um zagueiro na lista de relacionados para o jogo contra o Madureira. Detalhe: o jogador nem entrou em campo.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 14)
A frase certeira
“Você não está jogando uma partida comum. Era uma decisão. Eu votei nele [árbitro] como melhor do campeonato, mas vou pedir para rasgarem meu voto. Hoje eu tive a maior decepção no futebol. Não só pelo pênalti, que não existiu. 35 rodadas completadas e tudo jogado fora. Foi um jogo de seis pontos, quem ganhasse ficaria perto do título, mas a partida não foi decidida em campo. Colocaram o Corinthians com uma mão na taça. Eu vou falar para o Fluminense, para o pessoal do Rio de Janeiro, abrir o olho”.
Do técnico Cuca, do Cruzeiro, depois do jogo contra o Corinthians, no Pacaembu.
Alemão é o mais jovem campeão da F-1
Da Folha SP
O alemão Sebastian Vettel, da equipe Red Bull, fez o que dele se esperava no GP de Abu Dhabi: venceu. Além disso, contou com a sorte e com o fraco desempenho de seus concorrentes diretos ao título, e sagrou-se campeão do Mundial de F-1 em 2010, o mais jovem da história, com apenas 23 anos. Com a vitória, Vettel chegou aos 256 pontos, quatro a mais que o vice-campeão Fernando Alonso, da Ferrari, que ficou apenas em sétimo lugar. Foi a primeira vez que o jovem piloto alemão assumiu a liderança do campeonato. O companheiro de equipe de Vettel, o australiano Mark Webber, fez uma corrida discreta. Ficou com a oitava posição e terminou o campeonato em terceiro, com 242 pontos. Lewis Hamilton, da McLaren, o último piloto que ainda tinha chances de título, conseguiu uma boa segunda colocação na prova, mas não ameaçou a conquista de Vettel.
Vettel ingressou na categoria, em 2007, como piloto da Toro Rosso e chegou a ser comparado ao compatriota Michael Schumacher, heptacampeão da modalidade. “Não tenho ídolos tão grandes. O Michael [Schumacher] era meu ídolo, mas ele não é muito grande, tem só 1,75 m [risos]”, brincou. Vettel, nascido em 3 de julho de 1987, na cidade de Heppenheim, já era terceiro piloto da equipe BMW Sauber desde o GP da Turquia de 2006, quando se tornou o homem mais jovem a participar da F-1, mesmo que ainda não tivesse disputado uma corrida pela categoria. Em meados de 2008, Vettel foi oficialmente anunciado como novo piloto da Red Bull para 2009, em substituição ao escocês David Coulthard, que encerrou sua carreira no fim daquele ano. A primeira vitória do alemão veio ainda na Toro Rosso, no GP da Itália, quando se tornou, ao mesmo tempo, o piloto mais jovem a fazer uma pole position e a vencer uma corrida, na época ainda com 21 anos.
Recordista de pole positions em 2010, com dez, Vettel faz questão de não ter empresários gerenciando sua carreira. Classificação final da corrida em Abu Dhabi:
1. Sebastian Vettel – Red Bull
2. Lewis Hamilton – McLaren
3. Jenson Button – McLaren
4. Nico Rosberg – Mercedes
5. Robert Kubica – Renault
6. Vitaly Petrov – Renault
7. Fernando Alonso – Ferrari
8. Mark Webber – Red Bull
9. Jaime Alguersuari – Toro Rosso
10. Felipe Massa – Ferrari