
Amigos do jornalista, colunista e escritor Gilberto Dimenstein, 63 anos, confirmaram seu falecimento na manhã desta sexta-feira (29), em São Paulo. Ele lutava contra um câncer no pâncreas, descoberto no início de 2019. Filho de um pernambucano de origem polonesa e uma paraense morou em Vila Mariana, distrito de São Paulo.
Formado na Faculdade Cásper Líbero, foi colunista da Folha de São Paulo, onde também foi diretor na sucursal de Brasília, e correspondente em Nova Iorque e na rádio CBN. Atuou no Jornal do Brasil, Correio Braziliense, Última Hora, Visão e Veja, além de ter sido acadêmico visitante do programa de Direitos Humanos na Universidade de Columbia.

Recebeu o Prêmio Nacional de Direitos Humanos junto com Dom Paulo Evaristo Arns, o Prêmio Criança e Paz, do Unicef, Menção Honrosa do Prêmio Maria Moors Cabot, da Faculdade de Jornalismo de Columbia, em Nova York. Também ganhou os prêmios Esso (categoria principal) e Jabuti, em 1993, de melhor livro de não-ficção, com a obra “Cidadão de Papel”.
MEA CULPA – Dimenstein declarou no início de maio de 2019 que se arrependeu de ter apoiado o ex-juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro. “Estou arrependido de ter defendido tanto Sérgio Moro”, disse o proprietário do site Catraca Livre.
O jornalista pede desculpas aos leitores e faz um mea culpa por ter defendido Sérgio Moro. “Sempre defendi Sérgio Moro pelo seu trabalho à frente da Lava Jato. Se alguém tiver dúvidas, procure no Google”, declarou. “Peço desculpas aos leitores por ter ajudado a criar uma imagem heroica de alguém que não a merecia”, também disparou arrependido.
Em longo texto no site Catraca Livre, ele enumerou motivos que o levaram a não confiar mais em Moro: “Cheguei até a minimizar internamente (confesso e peço desculpas) quando foi revelado seu indigno auxílio-moradia: ganha R$ 4 mil embora tenha casa na mesma cidade onde trabalha. Esclareço que a Catraca Livre não deixou de noticiar – afinal, fizemos e continuamos fazendo campanha contra essa indignidade”, assinalou.
O jornalista arrependido disse também: “Nunca aceitei as acusações – e continuo não aceitando – que Sérgio Moro estivesse atuando para ajudar esse ou aquele candidato”. Dimenstein conclui: “Deixei de ser fã de Moro – e sou obrigado a suspeitar de coisas que eu não suspeitava”, lamentou.