
POR GERSON NOGUEIRA
Mazola Jr. passou sufoco em sua estreia no Remo, ontem pela manhã, no Evandro Almeida. Com sete mexidas, o time demorou a se encontrar. A boa notícia é que a má atuação inicial foi compensada no 2º tempo com a mudança de postura ofensiva. As atuações de Jackson, do garoto Ronald e de Eduardo Ramos foram decisivas para a vitória, que mantém o Leão igualado ao PSC em pontos (15).
O início foi atribulado. Sem criação de jogadas, as melhores tentativas vinham de triangulações entre Djalma, Lukinha e Nininho na direita.Com Ronald (que substituiu Ronaell, lesionado), a banda esquerda melhorou. Atuando por ali, Jackson teve três oportunidades, mas finalizou mal.
A coisa complicou quando Nininho tentou aplicar finta em Pedrinho e perdeu infantilmente a bola. O lateral do Carajás invadiu a área e fuzilou, sem chance para Vinícius, aos 39 minutos. Um golaço.
Na comemoração, Pedrinho provocou a torcida, Fredson foi tomar satisfações e ambos foram corretamente expulsos. Mimica entrou no lugar de Robinho e Mazola ficou com apenas uma opção de substituição.
O 2º tempo começou com o Remo em cima, martelando em busca do gol. Jackson perdeu logo uma grande chance, e seguiu insistindo. Aos 12 minutos, ele recuperou uma bola, passou pelo goleiro Alan Chocolate e, quando se aprumava para a finalização, foi atingido pelo zagueiro Daniel. Ele mesmo bateu o pênalti e empatou.

Em seguida, Mazola trocou Geovane por Eduardo Ramos, que entrou com a missão de botar a bola no chão e qualificar as manobras ofensivas. Ele cumpriu à risca a missão, cuidando da transição entre meio e ataque. Com isso, o Remo passou a ter organização e método nas subidas.
Djalma, Charles e Lukinha, integrados ao esforço ofensivo, também passaram a render mais. Ramos trocava passes com Ronald na esquerda e ia sempre à linha de fundo para cruzamentos curtos e certeiros.
A torcida sentiu firmeza e passou a apoiar. O time ganhou confiança, diminuiu a quantidade de erros e foi envolvendo o Carajás. Charles, Jackson e o próprio Ramos estiveram a pique de desempatar.
O gol da vitória veio aos 23’. Ramos cruzou, Charles cabeceou, o goleiro espalmou e Jackson, bem colocado, acertou o canto esquerdo. Remo 2 a 1. Interessante é que o atacante não esmoreceu com as vaias do 1º tempo, continuou lutando e chegou ao quinto gol no campeonato.
A partir dos 35’, o desgaste físico deu as caras, os times diminuíram o ritmo, mas o Remo podia ter feito mais gols. Aos 40’, Ramos lançou na área, Jackson tocou de letra para grande defesa de Chocolate. Aos 41’, Ramos cruzou para Jansen cabecear tirando tinta da trave.
No minuto seguinte, novo passe de ER para Jackson, que errou o chute. Aos 43’, Jackson chegou atrasado em cruzamento de Djalma. Em seguida, Ramos foi lançado por Jansen e disparou na rede. O Carajás ainda aprontou um último susto, com Pulga aos 46’, mas Vinícius evitou o gol.

A estreia podia ser mais tranquila, mas Mazola teve influência na reação vitoriosa, com ajustes pontuais – que podem abrir caminho para uma nova formação. Jackson, Ronald, Charles, Djalma e Ramos foram os melhores, com destaque para o garoto de 17 anos, que entrou na fogueira e se saiu muito bem. (Fotos: Samara Miranda/Ascom Remo)
Sem maior esforço, Papão amansa o Tubarão
Com tempo nublado, Bragança quase foi palco de um tedioso 0 a 0 no sábado à tarde. Não fosse pela iniciativa e insistência de Vinícius Leite e Nicolas o placar dificilmente teria sido movimentado. Com participação direta nos gols, os atacantes garantiram a vitória do Papão sobre o Bragantino, resultado que garante a liderança do campeonato.
A dupla teve o mérito adicional de deixar o jogo menos preso à chatíssima e improdutiva troca de passes no meio-campo. Nas poucas vezes em que tiveram a bola nos pés, eles deram a ela um tratamento digno e construíram situações interessantes para o ataque do Papão.
Destaco a atuação de ambos porque representou um verdadeiro oásis em meio ao deserto de ideias visto, de parte a parte, no esburacado gramado do O jogo foi pobre tecnicamente e não teve emoção maior até os 20 minutos do 1º tempo, quando ocorreu o primeiro ataque do Papão – e o gol de Micael, após cabeceio de Nicolas na trave do Braga.
Bilau teve chance preciosa logo aos 2 minutos, mas bateu mal após passar pelo goleiro Gabriel Leite. O Bragantino tinha a posse de bola, avançava bastante, cercava a área, mas pouco finalizava. Ou, quando arriscava algum chute, mandava longe da trave.
Estranhamente, o PSC aceitava o domínio, temendo se expor além da linha de meio-campo. Caíque atuava quase como um terceiro beque de área. Uchoa e Alex Maranhão zanzavam, perdidos, sem exercer função.
Foi numa arrancada de Vinícius Leite que o Papão finalmente chegou à área inimiga. Ganhou um escanteio, cobrou, a bola voltou e ele recolocou no fuxico. Nicolas cabeceou e acertou o poste direito. O rebote foi na perna de Micael antes de tomar o rumo das redes, aos 20 minutos.
Ainda tonto com o gol sofrido, o Bragantino perdeu bola na intermediária do PSC. Uchoa tocou para Vinícius, que avançou até a grande área e esperou Nicolas ficar livre para passar com açúcar e com afeto. O atacante disparou um chute rasteiro na saída do goleiro Axel, aos 26’.
A partida estava decidida. Sem jogar bem, saindo de um cerco incômodo, o PSC teve objetividade para resolver a parada em apenas seis minutos. A partir daí, controlou a situação sem maiores problemas até o fim da primeira etapa, auxiliado pela desordem tática do Bragantino.
Veio o 2º tempo e o técnico Robson Melo chegou a usar cinco atacantes (Canga, Bilau, Vitinho, Rael e Bambelo), mas só criou dois bons ataques. Faltava um organizador para dar unidade criativa à equipe. Quando o meia Wendell saiu, o Tubarão limitou-se a cruzar bolas na área.
Aos 16’, Paulo de Tárcio pegou um rebote e chutou forte. A bola foi no braço do lateral Bruno Collaço, mas o confuso árbitro Joelson Silva dos Santos não deu o pênalti. No final, Romário cabeceou de cima para baixo e forçou Gabriel a fazer uma defesa de almanaque espalmando rente ao chão.
E ficou nisso. Mesmo sem brilho, o PSC avançou mais três pontos e ainda quebrou um tabu de 15 anos sem vitória em Bragança.
(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 02.03)


