A frase do dia

“Num dos dias mais constrangedores que já presenciei na ONU para o Brasil, vi apenas um padrão: um país rasgando sua história, enterrando sua reputação, ganhando a imagem de antipático e se alinhando com os valores dos países mais retrógrados de nosso planeta.”

Jamil Chade, jornalista

Revelação do Benfica vira 4º jogador mais caro da história

Joao-Felix

Por Rafael Reis

Doze meses atrás, João Félix era apenas um adolescente de 18 anos que atuava no time B do Benfica e que, assim como seus companheiros, ainda sonhava com a primeira oportunidade na equipe principal. Depois de um ano e apenas 44 partidas como profissional (43 pelo Benfica e uma pela seleção portuguesa), o atacante está prestes a se transformar na quarta contratação mais cara da história do futebol mundial.

O Benfica anunciou na noite de quarta-feira que recebeu uma proposta de 126 milhões de euros (R$ 545,8 milhões) do Atlético de Madri pelo garoto. O valor é até maior do que a multa rescisória de Félix, estipulada em 120 milhões de euros (R$ 520 milhões).

O negócio, que deve ser oficializado nos próximos dias, só ficará abaixo de outras três transações já realizadas até hoje no esporte mais popular do planeta –as idas de Neymar e Kylian Mbappé para o Paris Saint-Germain (222 milhões e 180 milhões de euros, respectivamente) e compra de Philippe Coutinho pelo Barcelona (160 milhões).

Mas como é possível que um garoto que só disputou uma temporada como profissional, nunca atuou em uma das maiores ligas nacionais da Europa e tem só um jogo de fase principal da Liga dos Campeões no currículo possa protagonizar uma transferência de valores tão altos? Ainda que Félix tenha números ótimos neste início de carreira (20 gols e 11 assistências em 44 jogos), parece óbvio que o preço de sua transferência está superfaturado. Mas há várias explicações para isso.

O primeiro é o quanto o Mercado da Bola ficou inflacionado desde que Neymar foi para o PSG. A transação transformou radicalmente os paradigmas dos preços dos principais jogadores do planeta. Não à toa, todas as seis transferências mais caras da história aconteceram nos últimos dois anos.

E só uma do top 10 (a chegada de Cristiano Ronaldo ao Real Madrid, em 2009) não foi realizada nesta década. Somado a essa escalada de preços, há ainda a necessidade do Atlético de Madri de encontrar novos protagonistas para a próxima temporada.

Como o francês Antoine Griezmann e o uruguaio Diego Godín, referências do clube nas últimas temporadas, decidiram ir embora, os espanhóis não podiam correr risco de perder a concorrência por um jogador com potencial para se transformar em líder técnico do time e suprir essas ausências.

Se o destino do português fosse um outro clube do primeiro escalão europeu, o negócio provavelmente não chegaria a cifras tão absurdas. Manchester City, Barcelona ou Juventus não teriam necessidade de gastar tanto para garantir Félix.

Há ainda um outro fator que não pode ser ignorado. O empresário responsável pelo negócio é o português Jorge Mendes, o mesmo de CR7 e José Mourinho, que possui conexões íntimas com Benfica e Atlético de Madri. Fechar um negócio de proporções tão altas é também um jeito de agradar o agente, que, segundo o jornal “A Bola”, pode abocanhar até 30% do valor da transferência.

Fã declarado de Kaká e muitas vezes chamado de “novo Cristiano Ronaldo”, João Félix é filho de um ex-jogador profissional de futebol e preparador físico com uma professora e começou a construir sua trajetória nos gramados nas categorias de base do Porto. Por isso, o arquirrival do Benfica também irá lucrar com a quarta transferência mais cara da história.

As 10 mais

1 – Neymar (BRA/Paris Saint-Germain/2017) – 222 milhões de euros

2 – Kylian Mbappé (FRA/Paris Saint-Germain/2017) – 180 milhões

3 – Philippe Coutinho (BRA/Barcelona/2018) – 160 milhões

4 – João Félix (POR/Atlético de Madri/2019) – 126 milhões*

5 – Ousmane Dembélé (FRA/Barcelona/2017) – 125 milhões

6 – Cristiano Ronaldo (POR/Juventus/2018) – 117 milhões

7 – Paul Pogba (FRA/Manchester United/2016) – 105 milhões

8 – Gareth Bale (GAL/Real Madrid/2013) – 101 milhões

9 – Eden Hazard (BEL/Real Madrid/2019) – 100 milhões

10 – Cristiano Ronaldo (POR/Real Madrid/2009) – 94 milhões

*Proposta já oficializada pelo Benfica; negócio ainda não foi anunciado.

Remo confirma saída de Douglas Packer

O meia Douglas Packer, 32 anos, não é mais jogador do Remo. Em reunião com a diretoria, ele pediu desligamento em função de uma proposta do futebol de Malta. Douglas foi peça importante na campanha do título estadual de 2019, comandando o setor de criação. Disputou 13 jogos pelo Leão, tendo marcado um gol – contra o Paissandu no segundo clássico do Parazão, que terminou empatado em 1 a 1.

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No Brasil, ele atuou pelo Paraná (PR), Botafogo (SP), Cuiabá (MT), Treze (PB), CRB (AL), Caxias (RS) e Guarani (SP). No currículo, o meia tem passagens por clubes Siena, Pescara e o Ravenna, além do Barito Putera, da Indonésia.

Em nota oficial, a diretoria remista informou sobre a saída do atleta e agradeceu pelos serviços prestados:

“A diretoria do Clube do Remo informa que o atleta Douglas Packer não faz mais parte do elenco azulino. O meia recebeu uma proposta do futebol europeu e uma cláusula em seu contrato permite sua liberação imediata em caso de qualquer oferta do exterior. O clube agradece pelo empenho e profissionalismo do atleta no período em que vestiu a camisa azulina e deseja boa sorte em seu próximo desafio”.

Sem seu meia titular, o Remo deve reabrir negociações contatos para trazer Eduardo Ramos, que tem vínculo com o Cuiabá-MT.

Um exemplo de recuperação

Paysandu-Thiago-Prim-o

POR GERSON NOGUEIRA

Tiago Primão tem sido o jogador mais elogiado por Hélio dos Anjos desde que assumiu o comando do Papão. Logo na primeira semana de trabalho, o técnico viu a torcida pegar pesado com o meia, transformando-o em alvo preferencial de protestos. As críticas se prendiam a uma suposta falta de envolvimento e raça.

Apesar de recorrente nas queixas da galera, a questão do pouco comprometimento dos atletas nem sempre se baseia na realidade. Tem mais a ver com a desconfiança ancestral e preconceituosa em relação aos boleiros.

Criou-se no imaginário das pessoas que jogador de futebol nem sempre se empenha o suficiente, como se isso servisse para justificar a má fase técnica e os problemas enfrentados pelos times em campo. Há até quem tente explicar derrotas normais com a velha história da falta de garra.

No caso de Tiago Primão, obviamente não se tratava de pouca entrega ou desinteresse. Sempre foi um jogador aplicado, que busca alternativas e tenta criar jogadas. As estatísticas mostram que é também um dos que mais arrisca disparos de média e longa distância.

Experiente e observador, Hélio chegou e percebeu o desgaste. Deve ter notado que a torcida, movida pela paixão, estava elegendo Primão para “cristo”. Até faixa foi mostrada pedindo sua dispensa em manifestação feita na frente da sede do clube.

Os treinos mostraram ao técnico que o meio-campo do PSC não poderia abrir mão das características de Primão, que sabe marcar e tem bom passe. A confirmação dessa importância veio no Re-Pa. Em meio a tantos companheiros que se destacaram na partida, o meia se sobressaiu numa função diferente.

Hélio dos Anjos manteve Primão mais recuado, ao lado de Uchoa, fazendo a cobertura da zaga e saindo sempre em velocidade pelo lado direito, dando escolta a Elielton. O expediente funcionou muito bem, a ponto de desnortear a marcação remista no primeiro tempo e garantir tranquilidade ao setor defensivo do Papão na etapa final.

Ao final do confronto, o treinador fez questão de ressaltar publicamente a importância da função exercida por Tiago Primão. Não deixou de mostrar os pontos que o caracterizam como armador de jogadas, mas usou isso em proveito de um papel mais conservador e igualmente importante.

A declaração de Hélio soou como uma espécie de sentença de absolvição para um jogador que, se não brilhou como se esperava por ocasião de sua contratação, também não poderia ser massacrado em face dos altos e baixos do time nas primeiras rodadas da Série C.

Enfim, ao fazer justiça a um de seus comandados, comportamento que é próprio dos verdadeiros líderes, Hélio também agiu inteligentemente no sentido de reabilitar mais uma peça essencial para o funcionamento da meia-cancha alviceleste.

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Brasil avança, mas está longe de empolgar

A Seleção Brasileira passou poucas e boas ontem à noite diante do Paraguai. Não conseguiu encaixar seu jogo na primeira etapa, sem grandes ameaças ao gol de Gatito Fernandez. Na verdade, o time de Tite teve tudo a seu favor, incluindo a expulsão do zagueiro paraguaio Balbuena logo no começo do 2º tempo e a fragilidade técnica da equipe adversária.

Venceu na série de penalidades com direito a muitos sustos. Se o futebol é justo, fez-se justiça, mas o fato é que o Brasil voltou a se mostrar sem inventividade ou recursos para dobrar um adversário empenhado apenas em se defender.

Na transmissão pachequista, os comentaristas se esgoelavam tentando de todas as formas destacar méritos nos ataques seguidos do Brasil, embora fosse algo óbvio e absolutamente natural. Empurrada pela torcida, na Arena do Grêmio, a Seleção ocupou o campo de defesa do Paraguai e desperdiçou inúmeras tentativas de chegada ao gol.

Eleito como remédio para todos os males, Everton Cebolinha era a peça mais acionada, mas não acertou nenhum drible ou investida mais aguda. Willian e Paquetá, que entraram no 2º tempo, abriram mais pelos lados, mas o time continuava pouco inspirado e sem elaborar jogadas.

A rigor, Gatito fez três boas defesas, em bolas cruzadas sobre a área, mas o Brasil não exibiu o poderio ofensivo esperado num confronto tão desigual. Nos penais, Alisson pegou um e os paraguaios erraram dois.

O fato é que a Seleção avança às semifinais sem mostrar qualidades e longe de justificar o favoritismo que lhe atribuem. Venceu apenas dois jogos nos 90 minutos contra adversários sofríveis (Bolívia e Peru) e não passou por Venezuela e Paraguai, igualmente anêmicos.

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Leão volta a sofrer perda em pleno voo

A notícia de que Douglas Packer está deixando o Remo em plena disputa da Série C remete imediatamente aos exemplos da campanha do ano passado, quando Everton e Rafael Bastos desfalcaram o time quando não havia mais como inscrever substitutos.

Desta vez, pelo menos, ainda é possível buscar um substituto, que ainda pode ser Eduardo Ramos. Notícias vindas de Cuiabá indicam que a multa rescisória (de R$ 50 mil) pode ser negociada e até parcelada.

(Coluna publicada no Bola desta sexta-feira, 28)

“Democracia em Vertigem” entra na lista dos melhores do ano do New York Times

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O New York Times divulgou nesta quinta (27) uma lista com os melhores filmes de 2019 até agora. “Democracia em Vertigem”, documentário de Petra Costa sobre o cenário político brasileiro atual, foi um dos longas selecionados.

De acordo com o jornal americano, o filme “analisa a política brasileira — dois presidentes recentes em desgraça, o atual inclinando ao autoritarismo — a partir do ponto de vista indignado da cineasta Petra Costa”.

A lista também cita um trecho da crítica assinada pelo jornalista A.O. Scott. Para ele, o documentário brasileiro é “uma crônica da traição cívica e do abuso de poder, e também da mágoa”.

“Democracia em Vertigem”, parcialmente financiado e distribuído pela Netflix, chegou à plataforma de streaming no último dia 19. Nos Estados Unidos, o filme está disponível tanto pela internet quanto em salas de cinema.

Remo tem três baixas para o jogo de sábado

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O Remo tem três baixas para o jogo contra o Boa Esporte, sábado, em Varginha (MG). O meia Douglas Packer foi excluído da delegação porque está deixando o clube. Ele negocia a rescisão contratual, pois recebeu proposta de um clube de Malta.

Ao mesmo tempo, o volante Djalma, com lesão no quadril, e o atacante Emerson Carioca, detectado com esgotamento muscular, também não viajam para Minas Gerais. A delegação embarca nesta sexta-feira (28), às 05h10.

Goleiros: Vinícius e Thiago

Zagueiros: Rafael Jensen e Fredson

Laterais: Ronaell, Geovane e Daniel Vançan

Volantes: Ramires, Yuri, Dedeco e Rafael Tufa

Meias: Zotti, Guilherme Garré e Carlos Alberto

Atacantes: Alex Sandro, Gustavo Ramos, Danillo Bala, Mário Sérgio e Marcão Santana

Jony Ive deixa o time de designers da Apple

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Jony Ive, um dos rostos mais conhecidos da Apple, não será mais parte da empresa. O diretor de design, que se juntou à companhia em 1992, teve participação fundamental em alguns dos produtos mais importantes de sua história história, como os Macs, o iPod e o iPhone, deixará seu cargo para abrir uma nova empresa chamada LoveFrom.

Apesar de abrir sua própria empresa, Ive não deixará de se envolver com projetos da Apple. Isso porque sua ex-empresa será a primeira cliente da LoveFrom, que só será totalmente lançada em 2020. Haverá um período de transição.

Em declaração ao Financial Times, Tim Cook, CEO da Apple, confirmou a mudança, mas não lamentou a saída, que afirma ser uma “evolução”, apontando para o fato de os designers internos da Apple serem uma equipe “mais forte do que nunca”. “Nós continuamos com a mesma equipe que tivemos por um bom tempo e temos o prazer de continuar trabalhando com Jony. Eu não consigo imaginar um resultado melhor”, afirmou Cook ao FT.

Jony Ive se tornou presença marcante em eventos de apresentação de novos produtos da Apple graças às suas aparições em vídeo. Sempre falando em uma voz delicada e pausada, sua voz se tornou sinônimo do cuidado da Apple com o design de seus produtos, enquanto a câmera registrava seu rosto sobre um fundo completamente branco.