
POR GERSON NOGUEIRA
O Papão tem hoje a 25ª marca mais valiosa entre os clubes brasileiros. O Leão tem a 36ª. São os únicos clubes nortistas incluídos na análise feita pela consultoria BDO Brazil. Impulsionado pelas boas participações em torneios nacionais, exploração de sua própria grife de material esportivo e força popular, o PSC é avaliado em R$ 26,9 milhões. Já o Remo, apesar das campanhas pífias nas últimas temporadas, mas centrado na tradição e na excepcional presença de público nos estádios, aparece avaliado com R$ 8,4 milhões, segundo a BDO.
Vale observar, ainda, que o PSC foi um dos clubes de maior crescimento, em termos percentuais, com 217%. Ficou atrás apenas da Chapecoense, com 546%, em função da comoção em torno da tragédia aérea que vitimou a delegação do clube no ano passado. Em 3º, vem o Sport-PE, com 186%.
O estudo leva em conta os seguintes fatores de avaliação: tamanho e poder de consumo da torcida; representatividade nas redes sociais e receitas totais (com destaque para direitos de transmissão, patrocínio e publicidade e bilheteria). Outros três critérios utilizados são o número de seguidores no Facebook, o mesmo no Youtube e o público médio das partidas. Pode se afirmar, portanto, que a dupla Re-Pa entrou no radar da consultoria em função do excepcional peso de suas apaixonadas torcidas.
A 10ª edição do trabalho da consultoria traz uma avaliação econômico-financeira de 40 agremiações, seis a mais do que em 2016. A abrangência maior do estudo mostra também que está crescendo o número de clubes preocupados em oferecer informações seguras e confiáveis sobre suas finanças, dando credibilidade à iniciativa.
Há cinco anos, por exemplo, apenas 17 clubes eram auditados. O número mais que dobrou, refletindo diretamente os efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal no Esporte, implantada durante o governo da presidente Dilma Rousseff.
No conjunto das marcas, houve um crescimento de 3,4%, representando somente a metade da inflação dos últimos 12 meses. Apesar da baixa evolução, o valor das 40 marcas é respeitável: R$ 10,3 bilhões. Abaixo dos grandes mercados europeus, mas bastante significativo para o ainda emergente mercado do futebol no Brasil.
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Desafios aguardam pelo Papão nos Pampas
Sem Rodrigo Andrade, suspenso, e com a possibilidade de ficar sem Bergson, Juninho e Rafael Dumas, acometidos de virose, o Papão terá hoje à noite contra o Juventude nova oportunidade de engatar uma sequência positiva. Depois de derrotar, às duras penas, o Guarani em Belém, o time encara o desafio de enfrentar o 6º colocado dentro de seus domínios.
O time de Caxias do Sul tem 42 pontos e está muito próximo do G4, a apenas três pontos do Vila Nova, 4º colocado. Luta para se manter competitivo e em condições de brigar pelo acesso até a rodada final.
Por tudo isso, será um jogo complicado para os bicolores, que não têm atuado bem, dentro e fora de casa. A apresentação diante do Guarani foi marcada pela distância entre os setores, pouca intensidade e erros em excesso no ataque. O que salvou a lavoura foi a vibração do time no final. Será preciso mais que isso para superar o Juventude.
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Sobre velhos amores que o tempo não preserva
A poesia está repleta de versos que falam das falsetas do amor. No futebol não é diferente. Sandro Goiano, símbolo da raça bicolor no começo da década de 2000 e nome de proa no esquadrão que disputou a Libertadores, abriu o verbo ontem através de uma rede social. “Só para lembrar. Não tinha loja, não tinha ônibus, não tinha academia, não tinha sócio bicolor! Mas tinha time!”.
Referia-se, obviamente, à má campanha do time na Série B. Sandro tem todo o legítimo direito de criticar, mas sua afirmação soou inoportuna. Um comentário desnecessário a essa altura do campeonato, principalmente vindo de um atleta que sempre foi adorado pela torcida.
Em resposta, o ex-presidente Alberto Maia disparou: “Tem ex-atleta do Paysandu que fica falando besteira se aproveitando do momento, porém esquece que jogou o clube na Justiça. Vê se te manca!”.
No meio da tarde, uma nota mais branda e até respeitosa em relação a Sandro foi postada no perfil do clube nas redes sociais. Em tom apaziguador, lembra que “hoje temos isso tudo que você falou, mas graças ao empenho e ao trabalho incansável de todos que lutam pelo clube desde que Vandick, seu ex-colega de equipe, assumiu a presidência, em 2013”.
A mensagem é encerrada com leve ironia: “Ah, por falar nisso, se não fosse a estrutura que temos hoje, nós não teríamos condições de lhe pagar o que você não recebeu quando passou por aqui antes da Novos Rumos assumir o clube. Mas, com seriedade, responsabilidade e organização, nós vamos chegar lá, eterno guerreiro. Valeu!”.
(Coluna publicada no Bola desta sexta-feira, 29)



