Papão x Inter – comentários on-line

Campeonato Brasileiro da Série B 2017 – 3ª rodada

Paissandu x Internacional – estádio Jornalista Edgar Proença, 16h30

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Na Rádio Clube, Valmir Rodrigues narra, Rui Guimarães comenta. Reportagens – Dinho Menezes, G. Tommaso, Saulo Zaire, Chico Urbano. Banco de Informações – Fábio Scerni

Lá vamos nós, Diretas Já

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Roteiro lírico e sentimental para embarcar na manifestação festiva e democrática de Copacabana

POR XICO SÁ, no El País

Um bom lugar, Diretas Já: Copacabana. Na levada do cancioneiro de Dorival Caymmi, o Brasil inicia domingo, no Rio, o caminho de volta à democracia. Só o voto na urna reanima essa terra em transe cujo filtro da melancolia dói na vista.

Ai de mim, Copacabana, ai de nós, Copacabana, diante de corja que já trama e recita os velhos nomes de sempre para as eleições indiretas no Congresso. E que Congresso íntegro e capaz! Se a gente cochila, epa, lá vem uma chapa tucano-peemedebista sob as bênçãos das instituições impolutas.

Tudo em nome da sagrada legalidade, eita, a mesma gente que vota uma PEC até pra mudar o horário de Bangu x Madureira -com todo respeito ao clássico dos suburbanos corações cariocas. Tudo em nome da moral reformista que afastará mais ainda a classe operária do paraíso, só para lembrar a letra de “Bolo de Ameixa” que escrevi com Fred Zero Quatro.

Simbora com as Diretas. No embalo de um samba de resistência no “Bip Bip” do Alfredinho, Copacabana abre alas para derrubar as tenebrosas transações de Brasília.

Com a sustança de um caldo de siri na calçada d´O Caranguejo, ouviremos da estação Cantagalo o grito que depois, muito em breve, ecoará também no Ipiranga.

Sob efeito passional do melhor coração de galinha do mundo, o Galeto Sat´s será o templo dos novos conspiradores da madruga. Do anarquismo moreno ao neo-brizolismo baseado no poder energético tropical difundido por Gilberto Felisberto Vasconcelos.

Da cachaça cívica do Pavão Azul à vodka grudada ao iceberg bolchevique da taberna Polonesa, ressurge a campanha das Diretas, ali na geografia sentimental do delegado Espinosa.

O roteiro da retomada democrática passa antes, porém, na Adega Pérola. No fim da noite, vale um sanduba quixotesco no Cervates. Nada como lavar essa utopia em mil canecas de chope.

Estilhaços do lirismo de Rubem Braga, o Superbacana do Caetano, o lamento do Torquato Neto, as paralelas de Belchior e os acordes do partido alto… O mundo das Diretas já explode domingo em Copacabana.

Mano Brow e Criolo, alvorada lá no morro, do Cantagalo ao Babilônia, porque o Brasil precisa reescrever a a crônica das suas grandezas. Das redes dos pescadores da Z-13 -sob o olhar da estátua do Caymmi- à bandeira que se desfolha na pedra do Leme. Da saga “Favelost” do gênio Fausto Fawcett, trovador da área, ao “Passageiro do fim do dia” do escritor Rubens Figueiredo, o tímido apóstolo da rua Miguel Lemos.

Copacabana é o Brasil todo neste domingo e daqui virá a democracia renovada do pós-golpe parlamentar de 2016. “Copacabana dreams”, como no livro de Natércia Pontes.

Todo cuidado é pouco com as soluções de Brasília. O professor-filósofo Renato Janine Ribeiro nos alerta nas redes: “Não é curioso que nenhum nome cogitado para ser presidente em eleições indiretas tenha chance de se eleger se elas forem diretas?”, deixa a pergunta quicando no juízo. “E que os nomes para as diretas não estejam sendo mencionados para as indiretas? Até parece que são dois países”.

Ai de mim, Copacabana, ai de nós se o Brasil deixar o Congresso da Odebrecht e da JBS, entre outros donos, escolher o nosso destino. Só nos restará um grito de S.O.S. na galeria do amor, a Galeria Alaska.

Diretas Já e até o próximo manifesto.

Xico Sá, escritor e jornalista, é autor de “A pátria em sandálias da humildade” (ed. Realejo), entre outros livros. Comentarista dos programas “Papo de Segunda” (GNT) e “Redação Sportv”.

Policiais festejaram execução dos sem-terra em Pau D’Arco, diz testemunha

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O crime que vitimou sem-terras no Pará continua assustando pela crueldade.  Em depoimento sigiloso obtido pela Folha de S.Paulo, um sobrevivente do massacre que deixou dez mortos no sudeste do Pará, na última quarta (24), disse que as vítimas já estavam dominadas quando foram mortos a tiros por policiais.

Segundo relato ao Ministério Público, os agentes chegaram por volta das 7h ao acampamento, em área invadida da fazenda Santa Lúcia, no município de Pau d’Arco (867 km ao sul de Belém). Em seguida, os 28 sem-terra do grupo se dispersaram correndo.

Parte deles, incluindo a testemunha, teria se escondido em um matagal próximo e, por causa da chuva, se abrigado sob uma lona. Neste momento, a polícia os alcançou e começou a disparar, diz o relato.

Ele novamente correu e se escondeu a cerca de 70 metros de onde estava abrigado. Dali, escutou uma sequência de xingamentos e aparentemente chutes seguidos por disparos. “Logo tudo era repetido com outra pessoa”.

Por vezes, ainda de acordo com a versão do sem-terra, um policial perguntava antes de disparar: “Vira pra cá, vagabundo. Cadê os outros?”. A ação teria durado cerca de duas horas. Ao final, teria ouvido “gritos e gargalhadas, como se estivessem festejando”. (Do Brasil247)

Aécio fez de tudo no mundo do crime nas barbas de Gilmar, Moro, FHC e mídia

POR KIKO NOGUEIRA, no DCM

— O que o Aécio não fez no mundo do crime?, me pergunta meu irmão Paulo Nogueira.

A resposta é óbvia: nada.

A Polícia Federal apreendeu no gabinete do senador, em seu apartamento no Leblon e na casa em Brasília um arsenal incriminador inacreditável.

Havia “diversos documentos acondicionados em saco plástico transparente, dentre eles um papel azul com senhas, diversos comprovantes de depósitos e anotações manuscritas, dentre elas a inscrição ‘cx 2’”, diz o relatório.

Recolheram também o seguinte:

. Um aparelho bloqueador de sinal telefônico, um telefone celular e um pen drive.

. “Uma pasta transparente contendo cópias da agenda de 2016 onde verifica-se agendamento com Joesley Batista”.

. “Folhas impressas contendo planilhas com indicações para cargos federais, com remuneração e direcionamento em qual partido político pertence ou foi indicado”.

. “Folhas impressas no idioma aparentemente alemão, relativo a Norbert Muller” (o doleiro que abriu a famosa conta secreta da família de Aécio em Liechtenstein).

. “Folha manuscrita contendo dados de CNO (Construtora Norberto Odebrecht)”.

. “Um caderno utilizado para realizar agendamentos, tendo presente Joesley Batista e Andrea Neves”.

. Um outro papel com citações ao “ministro Marcelo Dantas” (provavelmente, o ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça, investigado no STF por tentativa de obstruir as investigações da Lava-Jato).

O que explica isso?

Alguém falou em “amadorismo”. Um bandido profissional como Antônio Carlos Magalhães jamais cometeria esse deslize.

Errado.

Aécio tinha a certeza da impunidade.

A impunidade que lhe garantiu dinheiro, poder, uma vida mansa e uma longa e bem sucedida carreira ao longo de mais de 30 anos de vida pública.

Aécio nunca precisou esconder os malfeitos. Pergunte a qualquer jornalista mineiro.

Delinquiu nas barbas de Gilmar Mendes, de Fernando Henrique Cardoso, dos Marinhos, dos Civitas etc.

Um gângster que jamais foi incomodado, sempre teve costas quentes e se acostumou.

São todos cúmplices.

O Brasil escapou das mãos de um jagunço que chegou aonde chegou porque tinha a proteção de gente como ele.

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Engraçado é que tudo que a velha mídia e os arautos da direita sempre tentaram provar (sem conseguir) sobre Lula acaba sendo descoberto, com abundância de provas, no colo do serelepe Aecinho. 

Risco e oportunidade

POR GERSON NOGUEIRA

Com quatro pontos conquistados em dois jogos, o Papão faz um bom começo de Série B. Mesmo desacreditado por grande parte da torcida, o time se saiu bem na estreia contra o Oeste em Belém e ganhou um ponto diante do Paraná, fora de casa. É prematuro projetar a caminhada na competição, mas é importante acumular pontos logo nas primeiras rodadas, quando as equipes ainda estão em fase de ajustes e busca de entrosamento.

Contra o Internacional, o PSC tem a oportunidade de consolidar posição na classificação. Um triunfo sobre o grande favorito da competição vale bem mais do que os três pontos. Serviria para dar mais confiança aos jogadores e conquistar a torcida, ainda desconfiada quanto ao potencial do time.

Ao começar a Série B, o Papão lançou mão de um time semialternativo. As várias mudanças feitas pelo técnico Marcelo Chamusca, lançando jogadores recém-chegados, foram determinadas por baixas no elenco. Viu-se obrigado a substituir o meia Diogo Oliveira e os atacantes Leandro Carvalho e Bergson, que davam consistência ao time que ganhou o Campeonato Estadual e decidiu a Copa Verde.

Os problemas fizeram com que o time titular fosse alterado até em sua maneira de jogar. Antes, com Leandro e Bergson, havia um terceiro homem jogando mais centralizado – Alfredo. Sem seus principais atacantes, Chamusca optou por um quadrado no meio-campo, com três volantes (Recife, Wesley e Rodrigo) e um meia, Fernando Gabriel.

Na partida contra o Paraná, Rodrigo foi deslocado para atuar na segunda linha pelo lado direito, à frente de Ayrton. Uma tentativa de suprir a ausência de Leandro, que atua naquela faixa do campo. Apesar do esforço, Rodrigo não se saiu bem e foi substituído no segundo tempo.

É provável que Chamusca insista com Rodrigo avançado, mas o retrospecto recente indica que o volante rende mais quando parte do campo de defesa com a bola dominada. O vigor físico e a habilidade permitem que surpreenda a linha de marcação adversária, alcançando a área e abrindo grandes possibilidades para o ataque, como ocorreu contra o Santos, pela Copa do Brasil. Avançou desde a intermediária alviceleste e deu um passe recuado para Diogo Oliveira finalizar para as redes. Foi o chamado contra-ataque de um homem só.

Rodrigo é alvo de atenção por ser, na falta de Leandro Carvalho, o jogador que pode eventualmente surpreender. Apesar da inexperiência natural, tem boa leitura de jogo e se posiciona bem em relação à marcação adversária. Com isso, produz sempre mais do que os volantes apenas marcadores. Executa hoje um papel que Jonathan já fez antes, sob o comando de Dado Cavalcanti, embora seja mais efetivo nos desarmes.

Como o novo ataque ainda não funcionou, pois Wellinton Jr. fica pelos lados e Marcão se isola na área, o Papão precisará de uma meia-cancha eficiente na transição e rápida na aproximação, inclusive se apresentando para finalizar. Dos volantes, somente Rodrigo tem essa característica, chegando a ser mais ofensivo que o próprio meia Fernando Gabriel.

O Inter tem a vantagem de ter um time mais entrosado, cujos jogadores se conhecem há mais tempo. Sob pressão depois do empate contra o ABC no Beira-Rio, o técnico Antonio Carlos escala um trio no ataque para buscar a vitória: Pottker, Nico López e Roberson (Marcelo Cirino). Com essa formação ofensiva, abre a perspectiva de um confronto aberto no Mangueirão, dando ao Papão a chance de explorar o contra-ataque.

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Re-Pa manauara segue produzindo micos

O clássico previsto para 7 de junho, em Manaus, continua envolto em meias-verdades e poucas informações confirmadas. Além de problemas com os laudos da Arena da Amazônia, um episódio veio acrescentar mais dúvidas sobre a realização do Re-Pa manauara.

O presidente do Remo, Manoel Ribeiro, afirmou ontem que o clube ainda não recebeu a primeira cota (R$ 83 mil) prometida pelos organizadores. Instantes depois, um dos diretores garantiu que o dinheiro já foi entregue.

Das duas, uma. Ou o jogo está ameaçado pela não quitação das cotas ou a comunicação dentro da diretoria remista permanece embaçada.

(Coluna publicada no Bola deste sábado, 27)