Pérolas do novo vice-presidente

Alguns tópicos da entrevista coletiva que o coronel Nunes concedeu depois de eleito vice-presidente da CBF:

“Não acredito nisso, nunca vi corrupção no futebol”.

“Falam muito por aí, mas a verdade é que a governança é muito boa. Muitas competições acontecendo, torneios rolando, times estão bem. Como bacharel de Direito, só falo [das investigações em curso] a partir do momento que eu tenha acesso ao processo. Então não posso falar mais que isso”.

“O melhor? Hoje é o Dado Cavalcanti, do Paysandu. Na série A, é o meu amigo Jorginho. Pegar time bom é mole, ele pegou o Vasco e fez um grande campanha”.

“Dunga é meu amigo, estive com ele na Copa do Mundo de 2010, mas treinador vive de resultado. Estou no futebol há muito tempo e trabalho de técnico sempre foi avaliado por resultado. Futebol brasileiro é assim. Tem que ter resultado”. 

“Rapaz, poucas vezes vi um cara que bate na bola com tanta qualidade. Entra pela lateral, corta da direita para esquerda como ninguém e faz muitos gols. É excelente. Tem potencial e vai se dar bem no Vasco. Até liguei para o Jorginho para elogiar o Yago, mas ele estava focado na reta final do Brasileiro”. 

E o coronel chegou lá

Coronel Antônio Carlos Nunes foi eleito vice-presidente da CBF

POR GERSON NOGUEIRA

O rito foi cumprido à risca, como desenhado há dias pela própria cúpula da CBF. Sem atropelos, o coronel Antonio Carlos Nunes se elegeu vice-presidente e fica só a aguardar a anunciada renúncia de Marco Polo Del Nero para sentar no trono. A votação foi estrondosa, sem deixar margem a dúvida quanto à solidez do acordo amarrado com federações e clubes: 44 votos, 3 em branco, 3 contra e 5 abstenções – além de 12 ausências.

A quase unanimidade dá ao coronel certa tranquilidade para enfrentar as pancadas no front interno, tendo o suporte do grupo de Del Nero.

Os problemas que o esperam são muito mais de ordem externa. A mobilização do Bom Senso F.C., dos atletas profissionais, com o apoio de entidades representativas do esporte brasileiro talvez seja a mais sólida e organizada oposição que um presidente da CBF já enfrentou.

A mídia tende a ecoar com gosto as ações que o grupo de atletas produzir, principalmente se coincidirem com os resultados da CPI do Futebol no Senado, que ontem, por coincidência, interrogou Del Nero. Convenhamos, assunto negativo é o que não falta para envolver a entidade.

De maneira geral, Nunes só vai se defrontar com essa onda desfavorável ao assumir de fato a presidência. E não cabe ficar alardeando que as manifestações contrárias têm cunho bairrista ou discriminatório. Basta lembrar que todos os presidentes eleitos para a entidade sofreram cerrada marcação da imprensa esportiva do Sul e Sudeste, salvo exceções bem conhecidas e notórias.

No aspecto jurídico, o coronel deve se resguardar e ficar atento à pressão internacional, representada por organismos da Fifa e da Justiça norte-americana. São graves as acusações e suspeitas que pesam contra a CBF em relação às gestões de Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero.

Nunes esteve sempre na condição de aliado incondicional de todas essas gestões – justamente por isso foi escolhido para suceder Del Nero – e poderá vir a sofrer as consequências diretas (e indiretas) dessa proximidade.

Aos que têm a mania de enxergar luz onde só há fumaça espessa, cabe alertar para os limites que Nunes terá se assumir a presidência. Imaginar que ele vai quebrar muralhas e mover moinhos pelo futebol do Pará é uma ingenuidade. Tirem o cavalinho da chuva. O coronel não foi eleito para representar exclusivamente os interesses regionais. De mais a mais, pouco há a fazer à frente de uma CBF esvaziada, desmoralizada e apodrecida por tantos escândalos recentes.

Um dos poucos beneficiários da ascensão do coronel pode ser Pikachu, agora no Vasco. É bem possível que ele passe a ser olhado com mais simpatia para convocações da Seleção Brasileira. Como é de conhecimento até do reino mineral, técnicos do escrete costumam ser bem solícitos com o síndico de plantão.

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Papão investe em novo camisa 10

A notícia da contratação de Rafael Luz, meia que destroçou com o sistema defensivo do Remo no final da Copa Verde, vem confirmar uma velha tradição paraense: a busca por algozes de um dos rivais. Sempre que um jogador arrebenta em campo contra o Papão, a diretoria do Leão não sossega enquanto não o contrata, e vice-versa.

Desta vez, porém, a contratação vem recomendada pela excelente participação de Luz defendendo o Cuiabá na Copa Verde. É verdade também que na Série B, já com a camisa do Atlético-GO, seu desempenho foi apenas discreto.

De boa capacidade de finalização, Luz tem facilidade para lançamentos e é habilidoso. Pode ser o camisa 10 que o Papão tanto busca desde que Eduardo Ramos trocou a Curuzu pelo Evandro Almeida.

Além dos atributos naturais para a posição, Luz traz com ele a imagem viva de uma tragédia recente do grande rival. Só por isso seria recebido de braços abertos pela torcida Fiel.

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Tempo de composições e algumas surpresas

O Remo definiu a data de sua eleição para o complemento do mandato de Pedro Minowa, que renunciou ao cargo. O pleito vai ocorrer a 23 de janeiro e, para surpresa geral, cinco chapas foram inscritas para disputar a presidência do clube.

De início, foram inscritas as chapas de Helder Cabral, Alcebíades Maroja e Miléo Junior. Depois da definição da data, surgiram mais dois postulantes: Zeca Pirão e André Cavalcante. A novidade foi o reaparecimento de Pirão, que havia perdido (em duas rodadas) a eleição para Pedro Minowa no final do ano passado.

Ontem, depois de muita negociação, duas chapas se fundiram. Zeca Pirão e Helder Cabral chegaram a um acordo e decidiram unir forças para encarar a batalha das urnas. Pirão encabeça a chapa, tendo Cabral como vice.

Não está descartada a possibilidade de uma nova recomposição de forças, envolvendo ainda a chapa de Pirão. Há adiantada conversação entre ele e um dos outros candidatos, com boa possibilidade de ser encampada mais uma chapa.

Se tal arranjo se concretizar, Pirão ganha a condição de favorito de maneira inusitada. Ao lado de Pedro Minowa, sua gestão foi uma das mais desastrosas dos últimos anos à frente do Remo. Responde como principal desatino de seu mandato a mal planejada demolição do setor de cadeiras do estádio Baenão.

A medida, acompanhada da venda antecipada de camarotes, deixou o clube com uma dívida extra a pender sobre o seu sucessor, Minowa. Até hoje o Remo paga o alto preço da derrubada de parte de suas arquibancadas, que reduziu o Baenão a um mero CT improvisado para o elenco profissional treinar durante a próxima temporada.

Como gancho de sua nova campanha, Pirão alardeia que quer voltar para completar o serviço inacabado. Os opositores ironizam dizendo que esse retorno pode significar o desmanche completo do Evandro Almeida.

O fato é que o ex-presidente, que foi alvo de investigação de uma comissão designada pelo Condel no primeiro semestre, juntamente com Minowa, surpreendeu a todos pelo desembaraço na apresentação de sua chapa, aparentemente sem sofrer nenhuma restrição por parte dos guardiões do estatuto do clube.

Independentemente de quem venha a ser eleito, a fartura de candidatos indica que o Remo continua politicamente forte, o que é sinal de vitalidade e importância. Resta saber se o novo comandante tem a exata noção da imensa responsabilidade que é administrar uma das paixões do povo paraense. E se está ciente dos inúmeros desafios contábeis e gerenciais que lhe esperam.

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 17) 

Eleição presidencial do Remo – Vote aqui!

Post de @gersonnogueira.

Fonte: Eleição presidencial do Remo – Vote aqui!

Na CPI, Del Nero jura que é inocente

O presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, rechaçou ter cometido irregularidades durante sua gestão na entidade. Em depoimento concedido nesta quarta-feira, à CPI do Futebol, o cartola disse desconhecer o teor das acusações do FBI e negou ter se reunido com o ex-dirigente José Maria Marin e J.Hawilla:
– Nunca estive reunido com Marin e Hawilla. Essas gravações que constam no FBI não podem ser verdadeiras.
Questionado sobre seu contato com Kleber Leite, Del Nero foi sucinto:
– Apenas conheço ele. Temos contratos com a Klefer que foram para o departamento jurídico. Não tenho ciência de que a empresa foi autuada. Temos que cumprir o contrato. (Do Portal Terra)

Povo nas ruas contra o golpe

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Cinelândia, Rio de Janeiro.

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Avenida Paulista, SP.

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Caruaru, PE.

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Salvador.

Manifestações contra o golpe

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Avenida Paulista, SP.

Praça da Bandeira, Fortaleza.

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Centro de Salvador.

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Praça Afonso Arinos, em Belo Horizonte.

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Avenida Paulista, SP.

Pirão e Helder formam nova chapa no Remo

Em reunião realizada durante almoço em um restaurante de Belém, os candidatos Helder Cabral e Zeca Pirão selaram um acordo para unificar suas chapas à eleição para a presidência do Remo. A nova chapa fica com Pirão como presidente, Helder como vice.

Com o Zika na cabeça

Com tristeza, vejo ex-apóstolos da democracia, herdeiros de gente séria e esclarecida politicamente, muitos até perseguidos pelas forças da opressão, hoje contaminados pelo vírus Zika do obscurantismo e da miopia política. Embaralham, de propósito, defesa de regime democrático com solidariedade a corruptos. Distorcem os fatos, mesmo sabendo de que lado está a verdade. Muitos deles abrigado$ sob o manto do tucanato, fingem não ver que a reação em marcha neste 16 de dezembro nada mais é que um brado dos esclarecidos contra a maré de intolerância e retrocesso que ameaça o Brasil. Neste momento crítico da vida brasileira a omissão e a covardia não podem ser toleradas. Só sei que a História cobrará seu preço – ela sempre cobra. Nada como o tempo para tornar as coisas mais claras.

(Por oportuno, tomei a liberdade de dividir esse lamento com os companheiros de blog)

Pikachu é do Vasco

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O lateral-direito Yago Pikachu realizou exames nesta manhã em São Januário e teve sua contratação confirmada pelo presidente Eurico Miranda. O ex-jogador do Paissandu assinou um contrato de três anos com o Vasco. O acerto entre clube e jogador foi noticiado pela Rádio Tupi, do Rio.

O impeachment e “as ruas”

POR MARCOS COIMBRA, na CartaCapital

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Em meio à vasta quantidade de bobagens suscitadas pela abertura do processo deimpeachment contra apresidenta Dilma Rousseff, uma se destaca: o recurso à ideia de que “as ruas” estão na origem de tudo e vão determinar seu desfecho.
Volta e meia, a ideia aparece, ora em termos pretensamente elevados e filosóficos, ora em sentido comezinho. “As ruas” são usadas pelos próceres oposicionistas e seus intelectuais tanto para justificar o impeachment, e dar ao processo fundamento e legitimidade, quanto para auxiliá-los na definição de uma estratégia de tramitação da matéria no Congresso.

Trata-se de uma dupla impostura. Nem o processo de impeachment nasce nas ruas nem delas virá sua solução.Uma boa maneira de percebê-lo é lembrar o que aconteceu em 1992, no impeachment deFernando Collor. Como é recente e tem sido a toda hora invocado, vale a pena discutir os paralelismos e distâncias em relação aos fatos de hoje.
O primeiro elemento que salta à vista é quão diferentes eles são, a começar pelo papel “das ruas” nos dois episódios. O impeachment de Collor nasceu efetivamente nelas, quase por geração espontânea. Ao contrário, o processo contra Dilma é uma fabricação de gabinete, um produto de laboratório.
Collor havia se salvado politicamente na reforma ministerial do início de 1992. Trouxe para seu lado os líderes dos partidos da oposição atual e só não nomeou Fernando Henrique Cardoso seu chanceler por causa do veto de Mario Covas.
As demais legendas se acomodaram alegremente, pouco se importando com as denúncias existentes a respeito das movimentações nada ortodoxas de Paulo César Farias e associados.
Ninguém precisou induzir, convocar, mobilizar ou financiar os cidadãos que foram às ruas contra Collor. Depois da entrevista de seu irmão, Pedro, e, especialmente, das denúncias do motorista Eriberto França, que demonstraram que suas contas privadas eram pagas com dinheiro originado do tesoureiro de sua campanha, os manifestantes ocuparam as ruas de forma espontânea.
Nos protestos não estavam apenas os petistas, os esquerdistas, aqueles que votaram em Lula. À semelhança do ocorrido em 1983, nas mobilizações das Diretas Já, uma genuína e crescente amostra da sociedade brasileira deixou claro que desejava o impeachment de Collor.
O que se passou ao longo de 2015 é completamente diferente. Com seu reacionarismo antediluviano, sua beligerância e intransigência, seus heróis caricatos, os manifestantes de agora nada possuem da força simbólica dos caras-pintadas de 1992. Quem desfilou neste ano foi uma parte não representativa do Brasil, muito distante do que temos de melhor.
Um pedaço que definhou com o tempo, até chegar ao tamanho dos últimos eventos, com inexpressivo número de participantes, que só continuam a merecer a atenção da mídia por ser a brasileira o que é.
A principal razão da diferença entre 1992 e agora é a ausência do sentimento de indignação moral que marcou a opinião pública naquela época. A convicção de que o presidente da República era moralmente indigno de ocupar o cargo unificou a opinião pública, desarticulou seu apoio parlamentar e terminou por derrubá-lo.
O impeachment de Collor nasceu nas ruas e foi imposto à maioria do sistema político e aos principais grupos de mídia. Não foi preciso inventá-lo. Portanto, 2015 não é 1992 e falar “nas ruas” hoje é mera figura retórica. As oposições partidárias, seus aliados no Judiciário, nas corporações de Estado e nos meios de comunicação passaram o ano à cata de alegações para derrubar o governo, por qualquer motivo.
Sem o combustível da indignação moral efetiva, que provoca a falta de movimentos espontâneos respeitáveis, invocar o sentimento das ruas é somente um pretexto.
Tudo o que acontece agora são manobras e movimentações de bastidor, a maioria impublicáveis e inconfessáveis. Votações secretas, conluios e acordos em surdina são a regra. O processo de impeachment contra Dilma Rousseff nada tem do autêntico espírito das ruas.
Outra falácia é afirmar que o sucesso ou o fracasso da tentativa de derrubar a presidenta depende do modo como “as ruas” se comportarão nas próximas semanas e meses. As oposições sabem que o máximo que conseguem promover são as conhecidas e cada vez menos impactantes passeatas de radicais de direita.
Quando buscam prolongar o processo, o que pretendem é apenas torná-lo mais demorado, para aumentar o desgaste do governo e aprofundar os impasses na economia. Como calculam que Dilma, ao cabo do processo, muito provavelmente terá o terço da Câmara necessários para se manter no poder, querem apenas manter sua aposta no quanto pior melhor.

Eleição presidencial do Remo – Vote aqui!