O secador do futebol

Por Lúcio Flávio Pinto

O secador é uma triste figura. No contexto do futebol paraense, torna-se um ignorante. Quando um remista comemora o insucesso do Paissandu na decisão da séria C, está conspirando contra o próprio time. Como campeão, o Paissandu podia servir de desafio ao rival, atolado numa crise que já é prolongada e não apresenta indício de que pode terminar.

Se depender da inexistente lucidez dos seus dirigentes, o clube vai continuar ruminando na série D indefinidamente. O estímulo tem que vir de fora. E qual a dosagem maior de do que a ascensão do Paissandu à série B, com o acréscimo do primeiro lugar na série C? Se o Paissandu subiu, o Remo também pode segui-lo., Se o Paissandu descer, ambos continuarão a chafurdar na mediocridade por mais tempo.

O público que foi ao Mangueirão no sábado ver o Paissandu empatar por 3 a 3 com o Macaé, de 35 mil pessoas, proporcionou renda recorde no Pará, superior a 1,6 milhão de reais. Foram 100 mil reais acima da receita do jogo que classificou o Vasco para voltar ao topo do futebol brasileiro. Em compensação, foi preciso que 20 mil vascaínos a mais fossem a São Januário, no Rio, para somar mais de R$ 1,6 milhão de arrecadação.

Um torcedor alvi-azul paga muito mais que um carioca para apoiar o seu clube. Em Porto Alegre, 38 mil pessoas viram o Internacional vencer o Atlético Mineiro, mas a renda não chegou a R$ 750 mil. No concorrido futebol baiano, apenas 15 mil torcedores voltaram a se decepcionar com um empate do Bahia, dando renda de menos de R$ 200 mil. Tudo no mesmo sábado.

O torcedor é o grande patrimônio que Remo e Paissandu maltratam e exploram, oferecendo em troca da fidelidade e espírito de sacrifício um futebol medíocre. Só menos medíocre do que as administrações dos dois clubes. Depois de um século, os remistas foram reprovados na primeira eleição direta da sua história para a escolha da diretoria.

Os atos e as cenas foram lamentáveis, levando a uma ainda mais lamentável anulação e a uma nova tentativa de ajustar a estrutura do clube ao mundo dos nossos dias.

O desajuste é tal que nem Remo nem Paissandu, a estimular secadores dos jogos e da história, não se deram conta de que protagonizam o mais longo e mais constante derby (ou seja, clássico) da história não só do futebol brasileiro, mas mundial. Ao invés de procurarem manter e aprimorar essa rivalidade, desperdiçam esse valiosíssimo troféu.

O passado é uma parada…

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Entrega de um computador, bisavô dos notebooks atuais. Idos de 1950, em Nova York.

Botafogo já tem novo presidente

Carlos Eduardo Pereira é o novo presidente do Botafogo. Ganhou a eleição realizada nesta terça-feira, obtendo 442 votos. Thiago Alvim ficou em segundo lugar, com 347 votos. Marcelo Guimarães foi o terceiro, com 234.  Vinicius Assumpção teve 200 e foram registrados 2 votos nulos. No total, 1.224 eleitores votaram no pleito. Carlos Eduardo foi imediatamente empossado no cargo em substituição a Maurício Assumpção. Ele era apontado como o mais independente de todos os candidatos, em relação a antigos caciques alvinegros, como Carlos Augusto Montenegro e Bebeto de Freitas. Reuniu o apoio de ex-jogadores, como Carlos Alberto Torres e Amarildo.

Que Deus o ilumine!