Rivaldo posou para fotos com Pikachu e Ricardo Capanema antes da partida de domingo. (Via Jorge Anderson)
Dia: 10 de novembro, 2014
O passado é uma parada…
Verba oficial não pode patrocinar “odiojornalismo”
Por Paulo Nogueira, no DCM
Está confirmado: o governo de Dilma não vai mais anunciar na Veja. Paulo Henrique Amorim deu primeiro essa informação. É uma decisão ao mesmo tempo tardia e acertada.
É absurdo você colocar dinheiro público – e quanto, e há quanto tempo – numa publicação nociva à sociedade.
A melhor definição para o que a Veja faz veio de uma acadêmica da UFRJ, Ivana Bentes: “odiojornalismo”. O ódio que a revista semeia com tanta obsessão se refletiu, recentemente, em coisas como as manifestações criminosas, nas redes sociais, contra os nordestinos.
Diogo Mainardi,o primeiro “odioarticulista” da Veja, há poucos dias chamou os nordestinos de “bovinos” num programa de televisão que vai se tornando igual à revista, o Manhattan Connection.
O blogueiro da Veja Augusto Nunes, o gênio cosmopolita de Taquaritinga, acha que está sendo engraçado ao tratar Lula como o “presidente retirante” e Evo Morales como “índio de topete”. Em 2006, ainda militando na mídia impressa, escrevi um texto que dizia que Mainardi “mainardizara” a Veja. Sua má fé, sua falta de princípios jornalísticos – tudo isso saiu de suacoluna e se espalhou pela revista, notei então.
Agora, passados alguns anos, é possível dizer que a Veja “mainardizou” toda a grande mídia. Mainardis e derivados infestam jornais, revistas, rádios, tevê. O “odiojornalismo” não pode, naturalmente, ser patrocinado pelo dinheiro público.
O anunciante privado que quiser prestigiar este tipo de pseudojornalismo tem inteira liberdade para fazer isso. Mas o dinheiro público não pode ser torrado numa coisa tão predadora.
É patética a dependência do “odiojornalismo” do Estado. Patética porque essa dependência é a negação do espírito capitalista, tão defendido pelas grandes empresas de jornalismo.
Empresas genuinamente capitalistas não se alimentam do Estado. Isto é um fato.
Se houver mercado para o “odiojornalismo” – mercado, não dinheiro público – que ele financie “jornalistas” como Reinaldo Azevedo, Arnaldo Jabor, Rodrigo Constantino, Pondé, Merval, Noblat etc.
O dinheiro público é sagrado. Deve ser usado para construir escolas, hospitais, portos e todas aquelas coisas que compõem uma sociedade digna. Anunciantes e investidores privados podem e devem patrocinar o “odiojornalismo”, se entenderem que isso é bom para o país.
É um direito deles. Assim como será um direito dos consumidores eventualmente retaliar, se considerarem que certas marcas estão bancando causas ruins. Mas esta é outra história.
Parar de queimar dinheiro público na Veja foi um passo importante – ainda que, repito, tardio, dado o comportamento criminoso da revista. Mas é preciso mais.
O “odiojornalismo” não se limita à Veja. Onde ele estiver, os recursos dos contribuintes não podem estar. Silvio Santos tratou de manter calada Sheherazade, outra “odiojornalista” bancada por tanto tempo pelo dinheiro público.
Ele sabe que quebra se o governo cortar a verba do SBT – 150 milhões de reais por ano. Caso decida dar voz novamente a ela, Silvio Santos que vá procurar outros anunciantes que compensem um eventual corte da publicidade do governo.
Seja capitalista, em suma, se puder e se souber. É disto que o Brasil precisa: um choque de capitalismo na mídia.
É hora de passar a um estágio superior de mídia no capitalismo nacional — sem a “Estadodependência” de empresas tão dedicadas ao “odiojornalismo”.
Goiás anuncia jogo no Mangueirão
Se a Portuguesa se vendeu, quem comprou?
Do blog Esporte Fino
Em seu blog no R7, o jornalista André Barcinski deu destaque na sexta-feira 7 a uma frase do presidente da Portuguesa, Ilídio Lico, que passara em brancas nuvens. Em 29 de outubro, em entrevista a Jorge Nicola, do Diário de São Paulo e do Yahoo!, Lico afirmou que foi premeditada a escalação irregular de Héverton na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2013. Trata-se de uma revelação bombástica. Se foi deliberada a entrada de Hevérton contra o Grêmio, substituição que tirou quatro pontos da Lusa e rebaixou a equipe, trata-se de um dos maiores escândalos da história do futebol brasileiro, talvez mais importante que o da Máfia do Apito.
Vamos relembrar os fatos. Na última rodada do Brasileirão de 2013, disputada em 7 e 8 de dezembro, Náutico e Ponte Preta chegaram rebaixados, enquanto outros seis times lutavam para se livrar do descenso: Fluminense (43 pontos), Vasco (44), Coritiba (45), Criciúma (46), Internacional e Portuguesa (ambos com 47). O Fluminense venceu o Bahia na Fonte Nova, mas acabou na zona do rebaixamento por conta da vitória do Coritiba sobre o São Paulo. Dias depois de o campeonato encerrado, veio a surpresa. A Portuguesa e o Flamengo teriam utilizado jogadores de forma irregular, e perderiam quatro pontos, gerando uma mudança na tabela que salvaria o Fluminense e rebaixaria o clube paulista.
O caso trouxe à tona faces feias do futebol brasileiro. Mostrou a desorganização da Portuguesa, que não enviara representantes ao julgamento, a incompetência da CBF, que não tinha capacidade de informar de forma eficiente as suspensões; e o viés seletivo do STJD, que mais uma vez se mostrava pronto a agir e impor a lei quando esta favorecia um clube do Rio de Janeiro. O caso pode ser pior que isso, no entanto.
Em janeiro, o promotor que investiga o caso afirmou que até seis pessoas de dentro da Portuguesa sabiam que Héverton seria julgado. Para Roberto Senise Lisboa, tratava-se de um indício de favorecimento ilícito: alguém da Portuguesa teria escondido a informação para prejudicar o clube e conseguir algum benefício próprio. Além de Ilídio Lico, Marcelo Cabral, presidente da torcida organizada Leões da Fabulosa, acha que essa versão é verdadeira. Em 31 de outubro, ao iG, Cabral disse ser “fato consumado” que “a Portuguesa vendeu a vaga na Série A“. Lico e Cabral não explicam, no entanto, como a fraude teria se consumado, uma vez que ela dependia da entrada em campo de Héverton, um reserva, e da anuência do técnico Guto Ferreira que, segundo o MP, não ficou sabendo da suspensão.
Talvez o MP esteja vendo pelo em ovo, e os dois dirigentes lusitanos estejam expondo a frustração pelo novo rebaixamento em forma de vitimização, na qual a culpa é da administração anterior. Na sexta-feira 7, ao blog Bastidores FC, do Globoesporte.com, o vice jurídico da Portuguesa, José Almeida, foi menos assertivo que seus colegas. Segundo ele, a comissão do Conselho Deliberativo do clube formada para investigar o caso “não tem como afirmar alguma coisa”. Talvez o caso seja só aquilo que parece: o STJD julgou, a Lusa não acompanhou, a CBF não informou, a incompetência monumental dentro da Portuguesa jogou o clube aos leões e o STJD salvou o Fluminense, algo que dificilmente teria feito por um pequeno – lembremos que, neste ano, o Corinthians foi corretamente absolvido no “caso Petros” por ser considerado vítima de um erro de comunicação da CBF, benefício que a Lusa jamais recebeu.
Por outro lado, Lico e Cabral podem ter ciência de fatos que não têm como provar, e o esquema pode ser ainda mais profundo. Se a Portuguesa vendeu a vaga na Série A, quem comprou? O Fluminense? O Flamengo, que escalou André Santos de forma irregular no sábado e seria o rebaixado caso Héverton não tivesse entrado em campo no domingo? Algum outro clube que bolou o esquema como “prevenção”, mas acabou ficando na primeira divisão pelos resultados em campo? Quem participou da fraude?
Talvez essas respostas nunca sejam conclusivas o suficiente. Hoje, o mais provável é que o caso entre para a história como mais um episódio sinistro no folclore do futebol brasileiro, e nunca seja esclarecido de fato.
Campanha do Macaé na Série C
Sobre a epidemia mundial das reuniões inúteis
Qual é o custo de uma reunião?
Para algumas empresas, é mais do que produtividade reduzida e perda de tempo. Na Fast Company Innovation promovida pela Design Conference, o CEO da Nest, Tony Fadell, sugeriu que uma única reunião tem um impacto financeiro significativo. As reuniões não somente impactam o capital humano como também jogam fora uma quantidade enorme de tempo.
No início desta semana, a Bain & Company publicou um estudo que levantou o dado de que uma única reunião semanal custa 300 mil horas em um ano para a empresa. Este valor não inclui o tempo necessário para a preparação para as reuniões ou para a discussão que advém delas.
Na 4ª Conferência Anual da Evernote, defendemos verbalmente os nossos sentimentos em relação às reuniões. Francamente, 99,9% delas não cheiram bem. Em vez de se concentrarem em decisões, as reuniões transformaram-se em sessões de “pitch”, o que é bom se você está vendendo um carro ou lançando uma ideia de negócio.
Setenta por cento dos nossos usuários utilizam o Evernote no trabalho. Queremos o tempo deles focado na criação do melhor trabalho de suas vidas. As reuniões não devem ser um obstáculo para a produtividade. Em vez disso, queremos que você se concentre no trabalho de modo ininterrupto, buscando realizar grandes e incríveis objetivos. Quando as reuniões são solicitadas, elas devem produzir um impacto imediato e ajudar a equipe a chegar a decisões concretas, de modo que todos possam voltar ao trabalho. (via Facebook)
Galeria do rock
A chacina desenhada (por Carlos Latuff)
Guerra judicial pode paralisar o Remo
A primeira eleição direta da história do Remo pode se transformar num imbróglio jurídico de grandes proporções, com graves consequências para o futuro do clube. A vitória da chapa 2, encabeçada por Pedro Minowa e Henrique Custódio, por apenas 18 votos de diferença (647 a 629) desencadeou pedidos de impugnação por parte da chapa de situação, do presidente Zeca Pirão. Inconformados com o resultado, os defensores da chapa 1 apresentaram recursos à comissão eleitoral logo depois de encerrada a apuração. Na verdade, a primeira impugnação havia sido formalizada antes mesmo da apuração da primeira urna. Os festejos dos vencedores foram sufocados pela atitude da chapa derrotada, que inicialmente pareceu aceitar o resultado, mas depois reagiu pedindo a impugnação de urnas.
O presidente da comissão eleitoral, Altemar Paes, informou aos sócios e conselheiros presentes que não aceitava os pedidos de impugnação, mas respeitava a decisão dos dois outros membros da comissão, que pediram 48 horas para decidir sobre a aceitação ou não dos recursos da chapa situacionista. Enquanto as discussões se desenrolavam junto à mesa eleitoral, apoiadores das duas chapas entravam em conflito, discutindo muito e chegando a iniciar um empurra-empurra dentro do ginásio Serra Freire, logo contornado por conselheiros e eleitores.
Na entrevista que concedeu ao programa Bola na Torre (RBATV) deste domingo, Altemar Paes observou que na reunião que irá deliberar sobre as impugnações será buscada uma conciliação em torno do resultado apurado. O argumento dele e de outros beneméritos é o de que o Remo não pode ficar paralisado em momento tão importante da temporada. Uma eventual batalha jurídica pode mergulhar o clube em incertezas que irão afetar o planejamento para a temporada 2015.
Um chamado ao bom senso está sendo articulado por figuras influentes dentro da agremiação. Ao mesmo tempo, especula-se que tanto Zeca Pirão quanto Pedro Minowa já se cercam de advogados para tentar preservar seus interesses na disputa eleitoral. Em comunicado postado nas redes sociais ontem à tarde, Henrique Custódio, vice-presidente na chapa de Minowa, conclamou o presidente Zeca Pirão a aceitar o resultado em prol do futuro do Remo. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)
Abaixo, a postagem de Henrique Custódio no Facebook:
A farra dita musical com dinheiro público
Por Lúcio Flávio Pinto – lucioflaviopinto.wordpress.com.br
(Espero que esta matéria, publicada na última edição do Jornal Pessoal, tenha a repercussão que merece. É um verdadeiro escândalo. Certamente o governo, guardião relapso do dinheiro público, nada dirá a respeito. Mas a sociedade deve cuidar dos recursos do erário, dilapidados por essa ação imperial e insensata do presidente da Fundação Tancredo Neves, nosso muito simpático compositor e cantor Nilson Chaves. Ele deveria continuar a cuidar apenas de melodias. No exercício de um cargo público, promove verdadeira ação entre amigos.)
George Wellington Costa Santos, de 39 anos, era assistente cultural de iluminação do teatro Margarida Schivasappa. Ele trabalhava no teto do palco quando se desequilibrou, caiu no fosso e morreu. Seu corpo só foi descoberto algum tempo depois. George não usava equipamentos de segurança e estava sozinho.
Uma semana depois do acidente os nove técnicos de outro teatro administrado pela Secretaria de Cultura do Estado, o Waldemar Henrique, decidiram parar de trabalhar. A greve, por tempo indeterminado, foi decidida pela mesma falta de segurança que vitimou o colega.
A direção do teatro experimental já adotara algumas providências para resolver os problemas do espaço, mas nem essa iniciativa tranquiliza os funcionários. Além de estarem expostos a acidentes, eles temem por sua segurança física e do público. O prédio fica na praça da República. À noite, a iluminação do local é deficiente, atraindo criminosos.
Os dois casos podem ser apontados como efeitos da falta de uma política cultural no Estado. A frase sonora pode parecer vazia e retórica. Mas quando o vácuo engendra situações concretas é que se vê a distorção do que devia ser uma política e não é.
Belém se tornou uma expressiva praça da ópera no Brasil, sempre competindo com Manaus, como se as duas cidades ainda vivessem o fastígio da borracha. A capital paraense pelo menos tem jurisdição sobre um novo ciclo extrativo, o mineral, até mais grandioso do que o da seringueira.
Mas usufrui pouco dessa circunstância. Tanto porque a retenção do resultado da atividade produtiva é residual como porque nem essa parcela insignificante que aqui fica é aplicada com alguma competência. Faz-se política pessoal na cultura, sem atenção para com seu significado social. Ao povo, as batatas.
Não, porém, aos amigos do rei. Quando se fala de cultura e de reinado a associação sempre é feita com o arquiteto Paulo Chaves Fernandes, o mais duradouro dos secretários de Estado do tucanato paraense. Não é despropositada a correção. Paulo é autocrático e se lixa para os que discordam da sua política majestática.
Ainda assim, ele tem uma obra para apresentar, na qual é tão impossível ignorar suas qualidades quanto deixar de atentar para seu caráter elitista e às vezes superficial, inconsistentemente original, maneirista. A figura dominante de Paulo Chaves serve de biombo para esconder uma atuação muito mais merecedora de crítica, que é a do presidente da Fundação Cultural Tancredo Neves.
O compositor e cantor Nilson Chaves é, em tese, subordinado ao secretário de cultura. Na verdade, entretanto, dispõe de plena autonomia, que talvez lhe haja sido delegada informalmente pelo governador Simão Jatene, também ele um cantor e compositor na origem, antes de trocar o violão pelo bastão do poder (sem falar na vara de pescar, seu lazer atualizado).
Nilson se transformou no maior empresário da música paraense, elevada à categoria de prioridade máxima. Paga cachês a inumeráveis artistas, como se realmente fosse o chamado promotor de eventos, embora lançando mãos de recursos do tesouro – e à larga. Os cachês são pagos por livre arbítrio. Não há um colegiado ao qual o presidente da fundação exponha seus critérios de escolha e os valores pagos. Age com o absolutismo dos reis – e reina de verdade sobre a atividade musical. Nem Paulo Chaves dispõe de tanto poder, que parece ilimitado.
É o dinheiro que falta para promover de fato a cultura, o Estado no seu papel de avalizador do antigo e fomentador do novo, da vanguarda e da tradição, das raízes da criação e dos seus desdobramentos incrementados. Ao invés disso, uma pessoa sozinha abre o caixa para pagar apresentações de artistas, uns já conhecidos, outros obscuros; uns de talento reconhecido, outros não só ilustres desconhecidos como sofríveis de qualidade.
Independentemente dos valores, individuais ou coletivos, não há critérios públicos para justificar as deliberações absolutistas de Nilson Chaves. Uma seleção dos cachês artísticos pagos, com inexigibilidade de licitação (ou seja, por contratação direta, sem as formalidades devidas), mostra essa falta de critérios, por valor, tempo de validade e beneficiado.
– R$ 10 mil para uma única apresentação de Os Baladeiros do Forró, na homenagem ao dia dos pais em Baião.
– R$ 100 mil para seis grupos de forró (Bom de Farra, Sorriso Moleque, Travel Time, Nega Loira, Marcelo Aguiar e Forró do Bacana), por quatro apresentações no programa de verão de Curuçá.
– R$ 57,6 mil para oito grupos (Bandas Atos, Santidade, Rei dos Reis, Torre Forte, Conexão Direta, Expressão de Louvor, Guerreiros do Céu, Plenitude e Semente) que se apresentaram num festival de música gospel em São Félix do Xingu.
– R$ 7,2 mil para Geovane Belo, Catalina Murchio, Juraci Siqueira, Antonio Eulálio, Edgar Macedo e Márcia Galvão que participaram do projeto A Noite é Uma Palavra, em Icoaraci.
– R$ 30 mil em favor de Amauri Savino e banda por duas participações na Feira da Indústria e Comércio de Óbidos.
– R$ 40 mil para as bandas Phan do Melody, Axé e Cia. e Kixuera por uma noite de apresentação na festividade do Círio, em Belém.
– R$ 5 mil para o Charme do Choro fazer uma apresentação em festividade em Igarapé-Miri.
– R$ 5 mil para a Pegada do Axé fazer o mesmo em Portel.
– R$ 2 mil para a funkeira A Policial Sedutora se apresentar em Soure.
– R$ 2,5 mil para o Disgrace and Terror participar do Marajó Rock Fest em Breves.
– R$ 25 mil para as bandas Karina e Portal do Melody por uma apresentação cada no projeto Arrastão de Todos os Santos, em Belém.
– R$ 50 mil em favor das bandas Phan do Melody, Itinerário Boomerang, Banda Mix e Forró dos Maias por uma apresentação cada num festival em Ananindeua.
– R$ 50 mil para o Batidão do Forró, Forró dos Maias, Linda Nil e Banda itinerário do Boomerang num único dia de um festival em Ananindeua.
– R$ 10 mil para o Pankdão do Forró se apresentar no baiole da independência da Vigia.
R$ 60 mil para a Banda Ari Santos Show, Banda Diversom, Maestro Rubenito e Banda Novo Som por duas apresentações em Igarapé-Miri.
– R$ 50 mil em favor de Juck Box, Pegada do Axé, Parceiros.Com e Love Play por uma apresentação em Ananindeua.
– R$ 50 mil para Gospel Jovem Samba, Eletro Gospel, Ministério Paraense e Levada da Fé por uma apresentação em Ananindeua.
– R$ 15 mil em favor da Banda Sayonara num “evento” da Secretaria de Cultura no Moju.
– R$ 41,2 mil para as bandas Expressão de Louvor e Guerreiros do Céu e dos cantores Cézar Azevedo, Elídio Neto, Dileã Maia e Elian Maia por uma apresentação em Xinguara.
– R$ 48,8 mil para as bandas Conexão Direta, Acordes de Sião, Black Dance, Banda Atos e cantores Nil Lopes e Jatene Costa se apresentarem em Xinguara.
– R$ 150 mil distribuídos entre as bandas Forró Original, Banda Hits, Grupo Arraial do Labioso, Banda Tropa do Forró, cantora Bianca Furtado e cantores Michael Jackson Cover e Estrela do Melody por uma única apresentação em Ananindeua.
– R$ 27 mil para Pinduca e Banda e Banda Nossa Senhora de Sant’Ana por duas apresentações em Cametá.
– R$ 100 mil para oito bandas (Cicleteiro, Axé e Cia, Cafeína, Banda Mix, Pankadão do Forró, Itinerário Boomerang, Algo Mais e Cronistas de Rua) por uma apresentação em Muaná.
– R$ 50 mil para as bandas 007, Ar 15, Viviane Batidão e Banda e Bruno e Trio se apresentarem em Portel.
– R$ 295 mil para Pedrinho Calado, Banda do Eletro, Daniel do Acordeon, DJs Edilson e Edielson, Pérola Negra, Açaí Pimenta, Jorginho e banda Nsync, Sandro Aragão e Valdo Ferrari por duas apresentações na ilha de Marajó.
Há dezenas de outros pagamentos de cachê artístico sem concorrência pública, mas só estes 26 representam despesa para o Estado de mais de 1,3 milhão de reais. O que vai sobrar para a cultura paraense dessa gastança? Qual a qualidade específica desses grupos e indivíduos para receberem diretamente dinheiro do Estado pelo critério de inexigibilidade de licitação? São famosos? São únicos? Sua qualidade já teve reconhecimento público e notório? Qual o critério de escolha, valoração e distribuição dessa verba pública?
Pelo valor dos cachês pagos, o Pará é um grande centro musical e o poder público o maior ativista da cultura popular. Dá para ver que alguns grupos se repetem na obtenção do cachê e agora circulam pelo Estado sob mais do que generoso (permissivo) patrocínio oficial. O presidente da fundação escolheu seus parceiros e colegas de música, embora abrindo uma admirável exceção: Paulo Sérgio Fonseca dos Santos recebeu nada menos do que 25 mil reais para ser o diretor artístico no projeto A Noite é uma Palavra, entre março e dezembro deste ano, valor que talvez seja debitado na conta de uma exceção literária na salada de decibéis supostamente musicais.
Tanta dissonância devia merecer a atenção e a apuração das autoridades competentes. Para mim, trata-se de um escândalo musical. Ou, como assinalava o rock de uma época antediluviana: schandal and shame in the family. No caso, família Nilson Chaves e bandas.
Com a mão na taça
Por Gerson Nogueira
O Papão está na final, com méritos e uma indisfarçável pegada de campeão. Passou pelos dois obstáculos das quartas de final e semifinal sem grande dificuldade. Venceu três confrontos e perdeu apenas um. Fez oito gols e sofreu quatro. Chega à decisão do campeonato na condição inegável de favorito, até mesmo pela vantagem na pontuação geral (38 a 33).
A partida de ontem, segundo tempo da decisão de 180 minutos, foi vencida pelo Mogi Mirim por 2 a 1, mas, pelo menos no começo da partida, o Papão foi mais agressivo, abriu o marcador e podia ter estabelecido uma vantagem ainda maior no placar casado.
Na verdade, como ocorrera diante do Tupi, o Papão encaminhou a classificação na primeira partida. Fez, com esmero, o dever de casa. Ao derrotar seus oponentes habilitou-se a impor as regras da segunda partida.
Com um esquema azeitado, com peças rendendo satisfatoriamente e esbanjando disciplina tática, o time se tornou irresistível nas duas últimas fases da disputa. No embate direto com o Mogi, o placar final apontou uma vitória categórica, por 5 a 3.
É indiscutível que o time cresceu no momento certo da competição e vive seu melhor momento na temporada, rendendo mais até do que na Copa Verde. Tornou-se mais forte na marcação, encorpou o posicionamento de meio-campo e descobriu dois atacantes velozes e perigosíssimos.
Junte-se a esses atributos técnicos a condição natural de superioridade em relação aos oponentes. O Papão ostenta história, camisa e torcida em nível muito acima da média da Série C, o que permite considerar que sua presença no torneio é produto desses descaminhos próprios do futebol no Brasil.
Basta observar os exemplos de Tupi e Mogi (sobre o Macaé falarei em outro tópico). Com todo o respeito que merecem as duas equipes interioranas, classificadas com justiça à Série B, nenhuma tem estofo para encarar o Papão de igual para igual. Em termos técnicos, ambas não conseguiram se ombrear ao representante paraense, apesar da suada vitória do Mogi, ontem.
Sobre o jogo, aliás, cabe observar que a tática usada pelo técnico Mazola nos primeiros movimentos mostrou-se adequada à estratégia que o Mogi levou a campo. Aberto e muito ofensivo, o time de Rivaldo deixava espaços, principalmente pelo lado direito. Bruno Veiga perdeu duas chances seguidas e Ruan não desperdiçou a dele, aos 27 minutos. Sem deixar de registrar a belíssima jogada de Veiga, driblando dois e lançando o colega de ataque no chamado ponto futuro.
À base do desespero, o Mogi foi todo à frente no segundo tempo. Empatou e virou (através de Rivaldinho, filho do presidente campeão mundial), mas não teve força suficiente para buscar os três gols de que necessitava. Cabe ressaltar que, nos 20 minutos finais, a pressão mogiense revelou algumas fragilidades do Papão, principalmente nos lados da defesa. São problemas pontuais, que exigem correção urgente.
No fim das contas, porém, o comportamento do time nos últimos jogos é digno de aplausos. Com todas as dificuldades e até mesmo situações de clara carência em alguns setores – o setor de criação, principalmente –, a campanha saiu da fase de oscilações para um período de estabilidade plena. Hoje, o Papão tem um time de verdade, que se apresenta com segurança e pragmatismo em qualquer lugar. Talvez sejam esses seus principais atributos, responsáveis pela ascensão na reta final.
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Macaé vem motivado para o embate final
Contra o CRB, sábado à tarde, o Macaé precisa apenas de cautela para controlar a partida e preservar a excepcional vantagem de quatro gols, imposta na ida. Mostrou, além disso, um meio-de-campo razoavelmente entrosado e uma defesa que começa por um grande goleiro. Tende a ser um duro adversário do Papão na decisão do campeonato.
Apesar de vir credenciado pela maneira tranquila como se mostrou diante do CRB, não é um oponente capaz de meter medo. Tem as virtudes já citadas, mas padece de problemas na saída para o ataque. Exagera na troca de passes improdutivos, aspecto já notado em outras partidas da Série C.
Caso o Papão consiga se preservar na partida inicial do confronto, prevista para o próximo domingo, evitando sofrer gols, o Macaé dificilmente resistirá à pressão que sofrerá no estádio Mangueirão na finalíssima. Como Tupi e Mogi, a agremiação fluminense carece de história e força popular. É um clube organizado, que vem colecionando bons resultados nos últimos anos, mas que tem dificuldade crônica nos instantes decisivos.
Não creio que vá mudar esse cenário para esta decisão contra o Papão.
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Eleição sob impasse no Leão
O que era para se configurar num grande encontro democrático da nação azulina acabou descambando para o tumulto e a confrontação de bastidores. Apesar da vitória de Pedro Minowa na contagem final de votos (647 a 629), o resultado da eleição no Remo está dependendo de resolução sobre os pedidos de impugnação apresentados pela chapa da situação, encabeçada por Zeca Pirão.
Em entrevista ao Bola na Torre, ontem à noite, o coordenador da comissão eleitoral, Altemar Paes, desenhou a possibilidade do entendimento. Isto só será possível se a chapa situacionista desarmar o palanque e entender que o Remo será prejudicado caso se prolongue a batalha no campo jurídico.
Na tarde de domingo, Henrique Custodio, vice-presidente eleito, divulgou uma nota em seu perfil no Facebook comentando a vitória e pedindo a Zeca Pirão que repense a intenção de questionar o resultado das urnas.
“Peço ao ex-presidente Pirão que é um grande Remista, que desista de recurso que só servirá para tumultuar o ambiente azulino, atrasar a montagem do plantel 2015, alimentar rixas prejudicando a união dos remistas pós eleição e finalmente, jogando o Remo numa infindável briga jurídica que só quem perderá será nosso amado Clube do Remo” , observou.
Resta saber se o apelo será acatado. De todo modo, a situação eleitoral do clube só será definida hoje à noite, em reunião que decidirá sobre os pedidos de impugnação apresentados logo depois da apuração.
Que o bom senso prevaleça.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 10)













