Por Gerson Nogueira
As palavras lúcidas de Rogerinho e Pikachu depois do jogo de sábado, no Recife, ajudam a explicar muitos dos erros da desastrada campanha do Paissandu na Série B. Ambos destacaram que o empate honroso diante do Sport, empanando o brilho da festança armada pela torcida rubro-negra, sinaliza para a necessidade de valorização de jogadores revelados pela base.
Estão parcialmente com a razão. A caminhada dos times nas divisões nacionais deve ser planejada, com ênfase no equilíbrio entre receita e despesa, contratações e promoções de jovens atletas. Tudo começa, obviamente, pelo acerto na definição dos profissionais responsáveis pelo futebol.
Na parte gerencial, o Papão mostra agilidade na execução do projeto para 2014. Já contratou Sérgio Papellin, um dos responsáveis pelo acesso do Luverdense à Série B. Conhecedor da realidade do futebol do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, Papellin tem condições de ajudar o clube a se preparar melhor que em 2013. Desde que não tenha o mesmo destino de Oscar Yamato, seu antecessor, que foi solenemente ignorado pelos dirigentes do Papão.
A partir de agora, a prioridade é escolher o técnico adequado para a Terceirona. Sidney Moraes e Dado Cavalcanti são os nomes mais cogitados na Curuzu, mas não será tarefa simples atrair para a Série C profissionais que terminam a temporada muito valorizados.
Caso não seja possível contratar Moraes ou Cavalcanti, o Papão não deve abrir mão do perfil desejado: um técnico jovem e competente, sem muita rodagem e que compreenda a realidade regional. Caberá a ele a tarefa de montar um time que não exclua a experiência de um Fábio Sanches, mas que tenha espaço para jovens talentos, como Murilo, Caio e Araújo.
———————————————————-
Festa estranha com gente esquisita
Coisas incríveis costumam acontecer na reta final de Campeonato Brasileiro – em quase todas as divisões. Na Série B encerrada ontem, houve a suspeita de mala branca em relação aos jogadores do Bragantino, que teria sido oferecida por dirigentes do Ceará.
A diretoria do clube paulista afastou atletas e o time se comportou bem diante do Figueira, arrancando um empate. Como Ceará e Icasa foram derrotados, o assunto tende a ser deixado de lado, mas não deveria.
A CBF e os próprios clubes devem se empenhar para que o regulamento seja aperfeiçoado, principalmente quanto a sanções capazes de inibir o desmanche de equipes nas rodadas finais, que provocam desequilíbrio nos confrontos que definem acesso ou queda.
Só não há jeito para as falhas individuais esquisitas, que teimam em ocorrer nos momentos decisivos. Como o frangaço de Jefferson hoje em Curitiba, praticamente salvando o Coxa e desgraçando o Botafogo.
———————————————————–
Indefinições na fase de acesso
Resultados da sexta rodada da primeira fase do Parazão definiram apenas uma situação. O Independente está matematicamente classificado para disputar a etapa principal. A segunda vaga está quase nas mãos do Gavião (12 pontos), mas ainda restam esperanças para Águia (10 pontos), Parauapebas (9) e São Raimundo (9).
Com a acachapante derrota em Santarém, o Águia se complicou e agora depende desesperadamente do Independente, que enfrenta o Gavião na última rodada. PFC e Pantera correm por fora, com chances remotas.
Na parte de baixo, o enrosco também é grande. As duas passagens para o rebaixamento estão entre Castanhal, Time Negra e Tuna. Para quem perdeu (de novo) e iniciou a rodada na lantenra, ironicamente é a Lusa que tem mais chances de sobreviver. Precisa ganhar o Castanhal no Souza e torcer para que o Águia vença o Time Negra em Marabá.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 02)