Leãozinho de olho grande

Por Gerson Nogueira

Para espanto geral, a diretoria do Remo decidiu aumentar o preço do ingresso de arquibancada em 50% para o jogo contra o Criciúma na quarta-feira que vem, no estádio Jornalista Edgar Proença. Mais que isso: inventou uma promoção que na verdade pune o torcedor mais carente. Quem se descuidar e deixar para comprar ingresso na quarta terá que desembolsar R$ 20,00 (o dobro do preço cobrado até o jogo contra o Flamengo).

Com estimativa de público acima de 30 mil pagantes, o ingresso a R$ 10,00 permitiria uma arrecadação superior a R$ 300 mil. A diretoria, com a majoração do preço, busca faturamento mais polpudo, acreditando que pode atingir R$ 450 mil de renda.

1374954_10200270862606506_15078968_n (1)A aposta é arriscada. O jogo acontece a uma semana do fim do mês e ainda longe dos pagamentos do período. Além disso, vem logo depois do Círio de Nazaré, festividade que sempre causa gastos. Por isso, a possibilidade de um público modesto (na faixa de 15 mil pagantes) no Mangueirão não pode ser menosprezada.

O futebol está cheio de exemplos de cálculos equivocados. Normalmente, são erros cometidos por dirigentes que não conhecem o perfil do torcedor comum. Parece ser o caso da atual diretoria do Remo. Boa parte da cartolagem é neófita em futebol, embora dirigentes recém-empossados – como Tiago Passos – tenham vivência e conhecimento da realidade do torcedor paraense.

Pelo que se comenta no clube, a decisão pelo aumento foi exclusiva do presidente Zeca Pirão. Seus auxiliares diretos deveriam aconselhá-lo a reavaliar a ideia infeliz. Claro que o Remo precisa de dinheiro, mas é mais urgente garantir a presença da torcida no Mangueirão para empurrar o Leãozinho a uma vitória.

Com a qualidade técnica que o time exibe, tem boas possibilidades de superar o Criciúma e chegar às semifinais da Copa do Brasil sub-20. Só então caberia o reajuste, cujo impacto seria absorvido sem chiadeira pelo torcedor. Cobrar mais caro nas quartas-de-final é gesto que denota desinformação, insensibilidade e até certa ganância por parte do clube. Há tempo ainda de corrigir o mau passo.

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Papão e os gastos desnecessários

Às vésperas de mais um confronto decisivo, advogado de prestígio e apaixonado torcedor do Papão fez rápida avaliação sobre as dezenas de contratações para a Série B, listando pelo menos 16 nomes que nem deveriam ter desembarcado em Belém: Marcelo, Zé Carlos, Max, Jean, Bispo, Janilson, Fabiano, Esdras, Rodrigo Alvim, Diego Barbosa, Thales, Dênis, Artur, Cássio, William Leandro, João Neto.

Destes, somente Dênis e Barbosa continuam a ser utilizados pelo técnico Vagner Benazzi. O goleiro Mateus, revelado na base do Grêmio, deve entrar na partida de hoje diante do Avaí. Cássio, William e Artur seguem sem estrear, correndo o risco de terminar o campeonato sem mostrar suas credenciais à torcida.

Para superar o Avaí, que gosta de bola aérea e jogo rápido, o Papão terá que repetir os 30 primeiros minutos da partida diante do Figueirense, quando mostrou desenvoltura e dinamismo. Naquela meia hora, marcou um gol e botou uma bola na trave. Por que não repetir a dose?

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Critérios do arco da velha

Bélgica, Suíça e Colômbia serão cabeças-de-chave na Copa do Mundo. Por obra e graça de dona Fifa e seus critérios destrambelhados. Num mundo ideal, nenhuma teria direito a esse privilégio. Acontece que, para definir as seleções que encabeçarão cada grupo, a entidade decidiu aplicar o ranking mensal, o que é no mínimo injusto em relação ao rendimento médio de cada seleção.

Mais apropriado seria cotejar o desempenho das seleções ao longo dos últimos quatro anos. Ocorre que o show é dela e, no fim das contas, tudo sai conforme seus gostos e caprichos. A qualidade do futebol que se dane.

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Direto do Twitter

“Se fosse faltar treino quando o treinador não gostasse de mim não tinha ficado nem um ano no Paissandu”.

De Zé Augusto, ídolo da Fiel e exemplo de atleta dedicado ao Paissandu, a respeito da declaração de Billy confirmando que faltou a treinos porque não gostava do técnico Arturzinho.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 18)

21 comentários em “Leãozinho de olho grande

  1. – Também penso, Gerson e amigos, que os preços deveriam permanecer os mesmos do jogo contra o Flamengo.. Pirão continua fazendo suas bobagens, e é o que temo, quando começar o Parazão 2014…Eu hein..
    – Dessa relação, tiraria o Max, que me pareceu bom jogador e os 3 que ainda nem jogaram… Precisamos aguardar.. e acrescentaria o Héliton..

    – Essa declaração do Billy, mostra o quanto não foi bem preparado na base, e nem em casa, para uma vida profissional…Garoto precisa rodar para aprender a ter mais responsabilidade… Futebol, ele tem..

    É a minha opinião

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  2. Os dirigentes do Remo estão certo, o jogo não passa na TV e tem que aproveitar a fase,, afinal eles é quem sabem a dor do calo. O Billy se doeu pela dispensa (justa) do seu irmão gemelar Brayan, e este critério da FIFA realmente não dá pra entender.

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  3. Quem diria que o Leãozinho ia salvar o segundo semestre da torcida e do Clube, independente do resultado, eles molequem honraram a camisa do clube.

    Gerson,

    Faltou destacar o aniversário do maior de todos os tempos, Garrincha completaria hoje 80 anos.

    Grande abraço.

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  4. Gerson, vou fazer três colocações sobre a temáticas qie trouxeste hoje.

    1) Ingresso ficou salgado mesmo. Até concordo com valor mais caro no dia. Mas poderia ser 10 antecipado e 20 no dia.

    2) Falta de profissionalismo e educação (ja que esta ensina direitos e deveres). Nossos jogadores são peladeiros que treinam. Não dá nem para culpar Billy, profissinalismo deveria ser construído na base. Não é o caso de papão e remo. Dois exemplo, Rafael Oliveira é um bom jogador, mas a falta de profissionalismo atrapalha sua carreira. Se ele se dedicasse a ser jogador profissional, seria uma atacante melhor do que qualquer um que está aí no maior do norte. Outro exemplo é o volante Márcio, ex-rival, bom jogador, mas vivia batendo uma pelada no rola bola. O cara tem no corpo o seu instrumento de trabalho e coloca em risco em peladas? Falta de profissionalismo.

    3) O Paissandu vence hoje. Mas o problema do maior do norte é ter uma boa sequência de vitórias. Gerson e amigos, apesar de amar o Paissandu (minha mulher fica até com raiva quando digo, conheci o Paissandu antes de ti. Rs.), mas o bicolor é o Náutico da série B. Infelizmente.
    Abraços e bom dia a todos.

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  5. Este reajuste é abuso e exploração da torcida.

    Esta penca de jogadores é o resultado da tal “parceria” entre os dirigentes listrados e os empresários, com o respaldo da factoring. O Clube e o seu respectivo patrimônio, incluído aí a torcida, que se danem. No Leão tem sido assim nos últimos anos também, onde o Finazzi e o Ramon são dois rápidos exemplos.

    Quanto ao Billy, jogador muito qualificado, com excelentes serviços prestados ao Clube, há de se ter alguma compreensão, afinal para um jovem deve ser difícil entender tanto desmando decorrente das tais “parcerias” entre os empresários e dirigentes/treinadores, do que resulta ter de ver jogadores que não tem a menor condição técnica, física e de identificação com o Clube e a torcida, inchando o elenco e recebendo o beneplácito do treinador e dirigentes, enquanto ele é relegado à condição de “não constar nem da relação”. Enfim, pelo menos ele não pode ser acusado de fazer aquele corpo mole que a quase unanimidade dos comentaristas aqui compreensivelmente acusaram os demais.

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  6. Coadunando-me ao Cláudio. Gerson, cadê ao link com comentários?

    Sobre o ranking Fifa, só discordo de um aspecto. A copa é da Fifa, isto é fato. Mas se Itália, Brasil, Argentina, Alemanha, Holanda, Inglaterra, França, Uruguai e espanha ja tivessen pressionado a entidade, duvido se o tal ranking, que parece o do Caxiado, ja não teria mudado.

    Mais que isso, se elas recusassem a participação em uma copa que tem Suíça como cabeça de chave, duvido que a Fifa não voltaria atrás.

    Não existe copa sem metade desses países participando. O resto são, em sua maioria, apenas figurantes.

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  7. Sobre bilheteria e preços de ingressos, já expressei minha humilde opinião aqui. Mas não custa nada repetir:
    Nunca fui nem tenho a pretensão de ser ‘dirigente’ (detesto essa expressão, mas não encontro outra agora) de futebol, mas não é preciso sê-lo para saber que futebol é um artigo caríssimo. Então, o preço do ingresso está de bom tamanho. Antes, estava abaixo do valor, sendo um dos mais (se não for o mais) barato do Brasil.
    Um dos problemas é que preço de ingresso é uma coisa que vende jornal e dá audiência a programa esportivo de rádio, pois envolve uma paixão popular, a maior paixão da maioria dos brasileiros adultos. O mesmo não ocorre com a sessão de cinema, o espetáculo de teatro e outros.

    Quanto a palavra atribuída ao ex-jogador Zé Augusto, ainda que não tivesse sido em campo um ‘craque’ (outra expressão velha cuja origem a maioria dos mortais não conhece), foi um grande profissional, que deveria ser a regra e não a exceção hoje, um grande exemplo para todos esses garotos que estão aí e não tem noção de responsabilidade. Ora, se eu não gosto do chefe e faço corpo mole o maior prejudicado serei eu mesmo e não ele, que deixa de dirigir o time mas segue a sua carreira pelo futebol a fora.

    Quanto aos critérios da Fifa, nada a dizer, até mesmo porque nunca entendi esses ‘critérios’ estapafúrdios. Na minha opinião, qualquer que seja o critério, até mesmo em relação ao momento das diversas seleções de futebol (o que é justo), não se deve desprezar os títulos conquistados ao longo das copas do mundo, e nesse critério o Brasil não deixaria de estar, na pior das hipóteses, em 5º lugar, por pior momento que estivesse passando.

    É a minha humilde opinião e…

    Avante, Clube do Remo!

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  8. Ainda sobre bilheteria:
    Essa, por envolver paixão, momento do futebol profissional e outras questões subjetivas, não deve ser a principal receita de um clube (‘clube’ e não somente ‘time de futebol’).
    Caso fosse presidente de um clube, dirigi-lo-ia como uma empresa, que visa lucros, com metas a cada período, envolvendo necessariamente amplas discussões dos diversos ‘conselhos’, bem assim dos sócios (seria a verdadeira “Remocracia”). Nesse sentido, todo o esforço deveria ser feito em função de atrair cada vez mais sócios de forma que esse grupo – que são na realidade os ‘donos’ do clube – representasse a maioria das receitas. As demais receitas seriam a publicidade (em todas as suas possibilidades), a comercialização de produtos e a bilheteria (e esta não passaria de 30% do total).

    O resultado de pesquisas que periodicamente são divulgadas dá mostra de que, se é feito um bom trabalho, um clube como o Remo poderia atrair um quantitativo de 40 mil sócios ao cabo de um quinquênio.

    É claro que se tratando de futebol, um esporte passional, ciente estou de que nenhum esforço adicional – como esse de angariar milhares de sócios e mantê-los adimplentes – resultaria em êxito se o time de futebol fracassasse em campo. Toda a estrutura – sede campestre compatível, centros de treinamento, parte administrativa etc – estaria voltada para esses objetivos.

    Assim sendo, o clube (como é o caso do Clube do Remo nos últimos 15 anos, pelo menos) não estaria perpetuamente de pires na mão, vendendo o almoço para comprar a janta, e agora não se estava discutindo preço de ingressos.

    É a minha humilde opinião.

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  9. QUANTA ASNEIRA SR. GERSON NOGUEIRA DO BICOLA!!!

    NÃO É 50% E MUITO MENOS O JOGO CONTRA O FLAMENGO FOI 10,00!!!!

    DESDE O JOGO DO FLAMENGO O INGRESSO JÁ ERA 15,00. E A SOMENTE NA QUARTA SERÁ VENDIDO A 20,00 AOS “ATRASADOS” , DO ÚLTIMO JOGO EM BELÉM, AUMENTOU 25% APENAS…

    VAMOS SER MAIS PROFISSIONAIS E PASSAR AS INFORMAÇÕES CORRETAS!!! QUEM TÁ CAINDO É O BICOLA, 10,00 SÉRIE B ??

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    1. Sr. Apeú, já bloqueei alguns visitantes mal educados. Você está indo na mesma direção. Critique as ideias, mas não perca a classe em relação ao autor.

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  10. Aumentar o valor dos bilhetes, vai ser um suicídio coletivo. Credores e jogadores irão cobrar sua parte.
    Nunca houve respeito algum com o torcedor assalariado e que tem no futebol,sua maior diversão .
    Olhando Belém em todas as direções ,percebo que a cidade vive cercada de gente que somente se preocupa com seu umbigo e dos agregados. A maioria que se estrepe..

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  11. Aumentar o preço dos ingresso por ganância durante uma competição deveria ser infração prevista no Código do Torcedor.

    O rival contratou tantos goleiros ruins porque não procurou na Série C. O arqueiro Émerson, do Cuiabá, é simplesmente espetacular e foi o responsável direto por livrar sua equipe do rebaixamento.

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  12. Gerson Nogueira não será cinco reais a mais, que irá tirar o torcedor do mangueirão na quarta feira. Temos nossas dificuldades , tanto eu quanto qualquer torcedor menos abastardo, porém o momento e de ajudar o mais querido e não de esmorecer diante da atitude da nossa diretoria. Pelo menos não critique antecipadamente, tentando tirar de forma indireta torcedores desse jogo. Espere a quarta feira e se o público não for o esperado, meta o cassete na diretoria, agora no momento seus comentários valem apenas de incentivo e desestimulo para que alguns torcedores deixem de ir ao estádio neste importante jogo, onde será lançada a sorte dos nossos jovens e guerreiros atletas. Essa é a única fonte de receita que nosso Clube possui no momento para sanar algumas dívidas, inclusive tem que depositar já na terça feira 80 mil reais na justiça do trabalho. Torcedor azul que se preza vai na quarta e vai ajudar o Leão nessa jornada.

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    1. Rocildo, não me pauto pela opinião de você ou de qualquer outro. Penso e procuro expor meu pensamento. A crítica foi antecipada justamente para que a diretoria ainda mude seus planos. Além do mais, é horrível bancar o engenheiro de obra pronta, dizendo depois do jogo: “eu sabia que ia dar errado”. Não tenho a menor intenção em contribuir para esmorecer ninguém, muito pelo contrário. O torcedor vem apoiando o Leãozinho de maneira até comovente, mas há limites nisso. Para você, R$ 5,00 podem não fazer diferença, mas – creia – esse reajuste vai tirar público do estádio. No fim das contas, a renda pode ser satisfatória, mas o que o Remo precisa é de incentivo nas arquibancadas. Acima de tudo, é necessário observar que estamos falando de futebol sub-20.

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  13. Gerson tenho a convicção que tanto você quanto qualquer um cronista paraenses torce pelo sucesso de Remo e Paysandu e entendo que sua intenção e de valorização do torcedor que anda tão judiado ultimamente . Agora acho apenas que uma vez tomada a atitude, eles não vão voltar atrás. Te digo que como torcedor interessado no assunto, tomei a liberdade de mandar via Facebook para o Thiago Passos, uma mensagem para que pelo menos se acabe com essa história de vinte reais na quarta feira, ee eles voltassem atrás eu acharia excelente, porém como tenho certeza que isso não ocorrerá, entendo que o melhor no momento é tirar de foco o assunto e torcer para que esse fator não tire público do Estádio. Agora caso o público seja inferior ao público do último jogo, concordo que toda a imprensa meta o cassete nos diretores, mesmo que o Remo passe pelo Criciuma. Espero não ter sido mal interpretado pelo caro jornalista.

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  14. Pra mim a questão vai bem além dos 5 reais. Inclusive porque há muitos torcedores que independentemente do valor cobrado tem o seu ingresso garantido porque integram o programa do sócio torcedor. Aliás, os jogos do Leãozinho são um surpreendente bônus pra estes porque eles entraram no programa mesmo sabendo que não haveria nenhum jogo no segundo semestre.

    O torcedor azulino já mostrou que se preza. Aliás, vem mostrando há quase uma década que se preza, respondendo presente mesmo nos piores momentos.

    Quem precisa mostrar que se preza, ou melhor que preza o Clube, e, principalmente, que preza o torcedor é a diretoria. De fato, a diretoria precisa respeitar o torcedor e deixar de explorá-lo, de abusar de sua paixão pelo Clube.

    E a diretoria tem de pensar mais no Clube e nem arriscar na hipótese de afastar o torcedor do estádio por pura usura, ganância Afinal, é jogo amador, e, o adversário, apesar de forte, não tem o apelo do Flamengo, sem contar com os outros fatores adversos já citados na Coluna.

    A diretoria tem é de deixar de contratar os finazzes e os ramons da vida, dentre outros bondes, e depois querer tirar o couro do torcedor para fazer os pagamentos. Por último, tenho dúvida se estes valores vão realmente reverter para o Clube, ou para ajudar ao Clube. E o jogo contra o Flamengo só faz aumentar esta minha dúvida. Afinal, nem médico o clube levou e mesmo o estádio estando praticamente lotado, o público oficial divulgado não passou não chegou nem a 30 mil presentes. Quer dizer, a impressão que fica é que tem muito mais beneficiários desta ajuda que o Clube.

    Enfim, vou lá como sempre vou, mas acho que não se pode: (a) perder a oportunidade de criticar firme a diretoria; (b) culpar o torcedor que não puder ou revoltado não quiser ir ao estádio. .
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