Campeonato chato até o fim

Por Gerson Nogueira

bol_seg_031212_15.psNa última rodada do Brasileiro, um indisfarçado cenário de anticlímax. Afinal, como é praxe em campeonatos de pontos corridos, o título estava entregue há cinco rodadas. Faz tanto tempo que a gente quase esquece quem levou o caneco. De emoção (?) restou a palpitante disputa pelo vice-campeonato, entre Atlético-MG e Grêmio.

São encerramentos melancólicos como o de ontem que conspiram contra o lado cartesiano da atual forma de disputa. Os defensores do modelo costumam argumentar com o exemplo europeu. Há, ainda, a relativa questão da regularidade e do prêmio ao mérito.

É verdade que o campeonato é mais justo e certinho, mas tenho dúvidas se realmente elege os melhores. Acompanhei nos últimos anos jornadas horrorosas de times que se sagraram campeões. O São Paulo de Muricy ganhou pelo menos dois títulos no piloto automático, ganhando por meio a zero e sem maior brilho.

O Corinthians, no ano passado, abusou do recurso da retranca e do contra-ataque. Como tinha elenco mais numeroso, levou o caneco. O Fluminense deste ano tem craques indiscutíveis, mas pratica um futebol econômico e prático, à imagem e semelhança do ex-beque Abel. Chutões, faltas seletivas e raríssimas goleadas (duas, no total).

Este é o campeonato idealizado por muitos e que aceitamos como o melhor. Talvez para o futebol europeu seja de fato a melhor fórmula. Para o Brasil pode ser o caminho para a mesmice e a decadência. Com reflexos no jeito como a Seleção Brasileira joga.

Fico espantado quando vejo críticas virulentas à forma mecânica e à europeia que a Seleção apresenta há algum tempo. Poucos atentam para o fato de que o time nacional é representação cristalina do futebol praticado pelos grandes clubes.

Todos, praticamente sem exceção, adotam esquemas medrosos, povoados de volantes e apostando tudo em contragolpes e bolas aéreas. Qualquer semelhança com o jogo bruto praticado na Inglaterra e outros países não é mera coincidência.

A verdade é que copiamos tudo dos europeus, desde os pontos corridos até o gosto pelo futebol de resultados. Bons alunos, exageramos na dose e criamos um monstrengo que assombra até a Seleção.

A título de comparação, assisti à tarde um movimentado clássico entre Bayern e Borussia Dortmund, pelo certame alemão. Terminou empatado, mas foi um jogo aberto e veloz. E com um punhado de bons jogadores empenhados em fazer o melhor. Bem diferente do que se vê por aqui, onde um goleiro (Cavalieri) periga ser escolhido o craque do campeonato.

Claro que a fórmula que defendo – com cruzamento final entre vencedores de turnos e times que mais pontuaram – não é a solução para todos os males. Mas, seguramente, faria o torneio ficar menos chato e previsível.

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Tempo de recomeço

O Remo começa a temporada oficialmente hoje, com a apresentação do técnico Flávio Araújo e sua comissão técnica. Talvez ainda não haja jogador em número suficiente para armar um coletivo, mas é fundamental que o trabalho se inicie.

Faltam 40 dias para o Campeonato Paraense, competição mais importante da agenda remista em 2013. O desempenho no estadual determinará o futuro do clube no resto do ano. Araújo sabe disso e foi ver o Santa Cruz golear o Castanhal, sábado, ciente de que terá no time salinense um dos principais obstáculos à conquista da vaga à Série D.

Os jogadores listados, indicados pelo novo técnico, se enquadram na política salarial do clube. A expectativa a partir de agora é para ver se rendem o suficiente para transformar o Remo em candidato real ao título paraense. Quanto a isso, o torcedor terá que conter a ansiedade por algumas semanas.

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Sem sinal de mudança

Sérgio Cabeça e Roberto Macedo disputam o pleito presidencial no Remo. São representantes vindos do mesmo núcleo que domina o clube há um século. Integram aquele grupo que se convencionou chamar de elite azulina, cujos integrantes são definidos como cardeais. Nenhum ostenta a bandeira da mudança.

Ambos simbolizam algo que a imensa torcida azulina começa a rejeitar de maneira radical. É comum ouvir nas ruas e arquibancadas afirmações agressivas em relação à casta que controla a vida política remista. Ao invés de serem lembrados como figuras de relevância, conselheiros e beneméritos passaram a ser definidos como “múmias”.

O conceito é até injusto em relação a muitos baluartes do clube, mas o torcedor exprime uma revolta pelo tempo de permanência desse agrupamento no clube, com resultados – pelo menos nos últimos 20 anos – de baixíssima significância.

Pena que, para efetivas mudanças, o clube precise esperar pelo menos mais dois anos, quando finalmente deve seguir o exemplo do rival Paissandu e adotar o voto direto dos sócios como prática.

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A Série B é de paulistas e catarinenses

Uma curiosidade: dois Estados contribuem com metade dos disputantes da Série B 2013. Nada menos que seis times paulistas (Palmeiras, São Caetano, Guaratinguetá, Bragantino e Oeste de Itápolis) e quatro catarinenses: Figueirense, Avaí, Joinville e Chapecoense. Todos na rota do Paissandu.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 3)

33 comentários em “Campeonato chato até o fim

  1. Penso, Gerson e amigos, que time nenhum consegue ganhar um campeonato de pontos corridos, com 38 jogos, sem ser o melhor time do campeonato, num todo. Não tem como. São muitos jogos, e só um time que tenha se preparado adequadamente, desde o início, conseguirá o título.
    – O grande problema, é que os times pouco se planejam para um campeonato tão difícil. Ainda penso que seja o campeonato mais justo. Aliás, se a série C fosse no formato da série A, Paysandu e Icasa, jamais teriam conseguido o acesso e clubes como Luverdense e Fortaleza, a essa hora, estariam comemorando. Alguém duvida?

    É a minha opinião.

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  2. – Se os dirigentes do Remo, deixarem o técnico trabalhar, sem querer empurrar jogadores ao Flávio e der um mínimo de condições de trabalho a ele, o Remo terá tudo para conquistar essa vaga à serie D, tranquilamente.

    – Até o dia 10/12, é a previsão do técnico, para que todos os jogadores contratados estejam aqui.

    – Ontem, o Zagueiro Henrique, ex Salgueiro, foi contratado. É um bom jogador, aqui pra nós.

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  3. Sinceramente, penso que o torcedor do Remo tem que focar nas eleições diretas para 2014. Mudar o estatuto o mais rápido possível, para que o clube possa adquirir novos sócios, para que os mesmos tenham direito a voto, daqui a 2 anos.
    – Uma coisa é certa, se o Arthur Oliveira se candidatar nas eleições diretas para 2014, um abraço… Fácil, fácil..

    Na minha opinião, qualquer um dos dois candidatos, que vão concorrer nessas eleições, é trocar seis, por meia dúzia

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  4. Gerson, a CBF já escolheu o craque: Fred. Quanto ao campeonato, é ruim mesmo, aliás todos. Mas na Europa é mais veloz realmente. Sobre o Artur, ele pelo menos é sócio? Não tem que ser sócio pra ser presidente?E sobre o Tinho, tem experiência no setor?

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  5. O Remo tem que se encarado e tratado com um paciente em estado grave. senão nada muda. Já Foi noticiado que um zagueiro de nome Henrique contratado, não joga a um ano.

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  6. Nem por isso a série C teve uma final empolgante, mas penso que pela pouca importância para a maioria dos concorrentes que querem mesmo é o acesso. Com certeza a torcida do Oeste comemorou mais o acesso que o título.

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  7. faz tempo que deixei de gostar do campeonato brasileiro, adorava os mata-matas, as torcidas lotando os estádios…hj em dia é só marasmo , e fica pior pra quem não tem tv fechada. Quando aconteceu fluminense e atlético que era decisivo para o campeonato, passou flamengo e…acho que portuguesa, jogo triste e sem motivação…é amigo, haja paciência.

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  8. O mata-mata so enche na final, a media do campeonato e ruim. E antigamente nao havia a concorrenci da tv fechada. E alem disso e injusto. Vide copa de 82.

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  9. Eu vi a final da Série C sábado passado e, sinceramente, foi uma lástima. Jogo ruim e estádio vazio num interior de São Paulo. Para a grandeza das nossas torcidas, nossos times deveriam estar em patamares bem acima disso. Lembro até da Tuna empolgar em Série C, lotando estádios (remistas e bicolores íamos juntos apoiar) nos momentos finais de campanha. Só me faz maldizer mais ainda nossos dirigentes.

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  10. Gerson Nogueira,

    sinceramente falando, na minha opinião dessa chatice é mesmo a fórmula de disputa, a qual mesmo sendo a mais justa porém é a mais sem graça de todas. E todas as disputas do Brasileirão por pontos corridos demosntram isso. Desde que começou essa fómula de disputa em 2002, logo na segunda edição em 2003 com o Cruzeiro sendo campeão com 100 pontos, a torcidas começaram a se afastar dos estádios. E não podemos dizer que a culpa é da televisão que transmite os jogos diretos, da violência que atormento o torcedor, da falta de craques no nosso futebol porque isso nas décadas de 80 e 90 sempre existiu. Mas naquelas décadas o brasileirão foi o mais emocionante a pontos de termos decisões, com 155 mil pagantes. E o motivo dessa emoção sem dúvida era a fómula de disputa com fases de grupos, seminais e decisões a qual , mesmo sendo um pouco injusta mas emocionava a medida que todo anos as diversas torcidas podiam ver adversários diferentes jogando contra seus times, o campeonato era menos cansativo e oneroso para o bolso do torcedor. Ou seja, na fómula de hoje todo o ano e o ano inteiro as torcidas veêm em 38 cansativas rodadas adversários do ano passado, do ano retrasado e assim por diante. Porém no sistema de grupo da decada de 80 as torcidas poderiam ver esse ano por exemplo um Flamengo, ou um Vasco ou Fuminense etc. Mas conforme o o decorrer da cometição não poriam cruzar com um Corinthians, São Paulo , Palmeiras etc. os quais as torcidas muitas vezes so poderiam ver esses times na competição do ano seguinte. Isso tudo então aliada a emoção de semifinal e final motivava as torcidas. Inclusive, toda essa desmotivação e esvaziamento dos estádios no brasileirão eu preví no momento que anunciaram essa formula de disputa por pontos corridos. Eu acho que essa fórmula atual pode ser a mais justa mas a formula de disputa por grupos e fases com final e seminal é a mais emocionante e menos rotineira. è aminha opinião.

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  11. São mais dois anos nas mãos das velhas e ultrapassadas figuras. Não livro a cara de nenhuma delas, pois todos, direta ou indiretamente, compõem o grande circo de contratações absurdas e de péssimas administrações. Acabou o status. Quem estiver na diretoria atual será visto como múmia. O que realmente sustenta toda essa podridão deve ser a porcentagem que ganham nas contratações dos pernas de pal. Ridículos que não respeitam a cultura e a paixão da maioria do estado.

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  12. Dizer que esse campeonato é justo é uma balela sem tamanho, principalmente pelo fato de dois clubes ganharemm mais de 90 milhões só de cota de TV, outros 4 ganharem 70 mi… e por aí vai diminuindo cada vez mais com os clubes de “menor expressão”. No mínimo 10 times já entram no campeonato lutando pra não cair e no máximo conseguir uma vaga na sulamericana.

    Campeonatos mais justos mesmo se fossem de pontos corridos seriam as série C e D onde, todos dependem exclusivamente de seus patrocínios e torcida.

    Enquanto esse abismo continuar não tem gestão profissional que mantenha esses times na A por mais de 4 anos. É um vai e volta danado.

    Copiam da Europa o que convém, mas até agora não copiaram a divisão de cotas de TV mais justas (não confundir com igual) como ocorrem nos campeonatos Inglês e Alemão.

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  13. Se o brasileirao nao e justo, o que dizer do espanhol e o portugues, onde so dois clubes ganham? Isto sem falar em outros paises europeus. Na Alemanha, o Bayern sempre chega.

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  14. O primeiro nacional de pontos corridos foi o de 2003.
    Acho que o formato de 2002 era mais interessante, pois ao final conhecia-se os rebaixados e oito clubes que disputavam quartas em formato de mata-mata até a final.

    Eu desconheço habilidades no Tinho para desempenhar esse tipo de cargo no Paysandu.

    Quanto ao adversário, se a torcida comparece em bom nº aos jogos é sinal de que está feliz com o que tem.

    Nossa torcida há muito se afastou dos estádios em protesto ao estado das coisas e foi inclusive alvo de chacota por parte daqueles que hoje não tem série nem esperança.

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  15. Olá, Gerson. Acabei de ler que o zagueiro Hallyson (campão paraense) foi dispensado pelo Clube do Remo com a justificativa de que já estaria vindo um outro jogador de fora para a mesma posição, indicado pelo técnico. Eu, como torcedor, fico sem graça de ler este tipo de notícia e quem mais ainda deveria ficar são os dirigentes do Clube… Infelizmente falta vergonha na cara e dizer que pelo menos “palavra” o Remo teria. Infelizmente, aparentemente, não haverá mudança no comando e muito menos nas atitudes nos próximos 2 anos de mandato. Espero que este zagueiro não seja mais um Ávalos da vida defendendo as cores azul marinho, entretanto uma coisa com ele devo concordar com ele: “É muita sem-vergonhice!!”

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  16. Gerson, quanto a Série B, não é nenhuma surpresa ela estar povoada por times sulistas, eles têm patrocínios, fazem convênios com times grandes, suas respectivas regiões abrigam inúmeros centro formadores de atletas e ainda viajam menos por estarem mais próximos dos demais times. Eu só não entendo porque os times do Nordeste (e incluo Remo e Paysandu), que têm torcidas infinitamente superiores aos concorrentes sulistas, não reinvindicam que a Série B tenha dois grupos com 14 ou 16 times cada. Isso representaria menos desgastes físicos e despesas com deslocamentos, pois as viagens seriam mais curtas e em menor número por contas dos clássicos locais e regionais, sem esquecer que atrairiam maior público aos estádios. Mas, para a maioria dos dirigentes e torcidas é melhor ter o rival em uma divisão inferior ou sem divisão do que tê-lo como concorrente, esse panorama vai permanecer por muito tempo ou talvez nunca mude.

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  17. Prezado Gerson, nos informaram que no acontecimento ocorrido na Sede do PSC, você teria divulgado que membros da Alma Celeste estavam envolvidos no fato em questão. O que não ocorreu. Solicitamos que se tal divulgação foi feita, você corrija. Caso a informação que nos foi passada não for verídica, desconsidere.

    – Nota de Esclarecimento:
    http://migre.me/cbEuq

    – Vídeo da confusão na Sede Bicolor:

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  18. Gerson e Colegas do Blog…

    O Brasil é um País continental (igual os EUA), logo não se trata de um País com as dimensões de Alemanha, Itália, Espanha e Inglaterra para citar locais com campeonatos importantes…

    No Brasil, este tipo de campeonato é um grande problema, já que não tem a legitimidade de um Campeonato Brasileiro de verdade, visto que, nem todas as regiões estão representadas, ou seja, o Campeonato é praticamente um Sul – Sudeste (sonho da Globo e CBF).

    Outro aspecto a ser destacado é o declínio do futebol brasileiro, se analisarmos friamente, a consumação do campeonato de pontos corridos coincide com a decadência do futebol brasileiro (tanto em termos de times como produção de talentos), já que, quem colocaria o Santos de Robinho e Diego para jogar um campeonato tão longo?

    Em virtude disso que defendo um Campeonato brasileiro dividido em 4 Conferências (as conferências seriam Norte-Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Sudeste).

    As regras, para mim, seriam estas:

    1) conferências jogariam em turno e returno (pontos corridos) sendo os classificados para as fases de Mata-Mata:

    1.1) Campeão e Vice da Conferência Norte – Centro-Oeste;
    1.2) Do 1º ao 6º colocado da Conferência Sudeste;
    1.3) Do 1º ao 4º colocado da Conferência Sul;
    1.4) Do 1º ao 4º colocado da Conferência Nordeste;

    2) Os Mata – Mata seriam definidos em melhor de 3 jogos, com vantagem dos primeiros colocados jogar dois jogos em casa.

    3) Cada Mata – Mata definiria a vantagem de jogar os dois jogos em casa, ou seja, o time que tiver o melhor retrospecto no Mata – Mata vigente ganha o direito de jogar os dois jogos em casa.

    4) A Clausula 3 vale para as definições dos Mata – Mata até a decisão do campeonato;

    3) Cruzamento de conferências seria definido através de sorteio

    Cara Gerson, Claudio (defensor dos pontos corridos) e Colegas do Blog, penso que esta seria a fórmula mais justa de um Campeonato Brasileiro… Mas justa que um Campeonato de pontos corridos, já que desenvolveria o futebol em todo o país… Como disse (e por isso sou tão contra os pontos corridos) o Brasil não tem o Tamanho da Espanha, da Alemanha e da Inglaterra… O Brasil é do tamanho dos USA… Talvez tenha que aprender com os Americanos, a final, são eles que tem finais com recorde de audiência e sucesso financeiro, vide as finais do SuperBowl (?), do Basquete e Beisebol que dão mais audiência que uma final de Copa do Mundo.

    Abraços a todos…

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  19. O campeonato de pontos corridos é o mais justo sim apesar de para algumas torcidas ficar chato. Mas este ano apesar do Fluminense já ter sido campeão por antecedência vimos uma última rodada com clássicos interessantes como Atlético X Cruzeiro, o GreNal e Sport X Náutico, que da maneira como foi projetada a tabela trouxe um desfecho menos tedioso que anos anteriores.
    O que falta aos clubes brasileiros é investir em bons talentos, raros nos tempos de hoje, e se o futebol ficou chato, o sistema de mata-mata vai beneficiar as retrancas já existentes no atual sistema.
    Imaginem os jogos de ida um time todo retrancado que sabe que perdendo de pouco pode reverter em casa e vice-versa. Dei graças a Deus pela segunda fase da terceirona ser no mata – mata porque se não fosse assim quem poderia garantir que o Paysandú estaria na série B do próximo ano.
    Mas se fosse por pontos corridos os enfrentamentos com os clubes lá do sul e sudeste poderiam ter outro destino, isso ninguém pode prever.
    Com os sistemas antigos de mata-mata muitas injustiças ocorreram não premiando o melhor com o título, em 77 o São Paulo com campanha menos expressiva que o Atlético levou o título, isso ocorreu em inúmeras ocasiões. Portanto o que falta para o campeonato chegar mais empolgante na última rodada é uma melhor preparação das equipes.
    Este ano o Galo mineiro comemorou um vice-campeonato, foi líder por um bom período mais perdeu o embalo e obviamente não ficou com o título.
    Finalizando, pode até ser chato em certas ocasiões mas que é a forma mais justa ainda é!

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  20. O campeonato foi chato pelo fato de os times serem ruins, pelas transmissões serem péssimas (e os melhores ou menos piores dos jogos passam em canal fechado, como ontem). Isso é um fato inquestionável. Querer a volta do mata-mata, sob o meu ponto de vista, seria a reafirmação de nosso anacronismo futebolístico em tempos de futebol competitivo, ofensivo, bem jogado e com cifras astronômicas dos direitos de televisionamento que já percebemos no Velho Mundo, outrora o berço do futebol “cintura-dura” e pragmático e que vem nos últimos 8 anos subvertendo esta lógica.
    Quanto ao afastamento do torcedor dos estádios, ele já era identificado mesmo antes da fómula a la européia dos pontos corridos. Se a fórmula fosse o problema, os Campeonatos Estaduais (pelo menos os grandes estaduais do sudeste, também anacrônicos e desinteressantes ao torcedor), praticamente preservados em suas fórmulas e que há mais de 50 anos têm os mesmos campeões (inclusive no Pará, pois Independente e Cametá serão meros hiatos à hegemonia da dupla Re-Pa), estão esvaziados, com jogos pouco emocionantes mesmo com fases em mata-mata e finais. E então, qual seria o problema da monotonia de nossos campeonatos?
    O primeiro ponto a ser destacado é que nossos torcedores, diferentemente dos europeus (sobretudo ingleses e alemães) e mesmo dos argentinos, não costumam ir aos estádios acompanhar seus times. O média de público dos times brasileiros, mesmo os de grande torcida em nível nacional, tem surtos de pico quando as equipes vão bem e fazem grandes campanhas. Não à toa, as médias de público de Paysandu, Santa Cruz , Bahia e Remo sempre é destacada pela imprensa do eixo sul-sudeste. O Fluminense, campeão nacional de 2011, teve a pior média de público entre os campeões brasileiros na história. A média de público de nossas competições já era baixa mesmo antes de 2003, ano em que se instaurou o campeonato com turno e returno. As razões do afastamento dos torcedores é notória: violência, acessibilidade, horário das partidas, espetéculos de baixíssimo nível técnico, instalações precárias e a relação custo benefício que torna o ingresso no Brasil um dos mais “caros” do mundo por aquilo que, em troca, é ofertado ao torcedor. Enquanto anglo-saxões e germânicos têm a certeza de se divertirem nos estádios, nós temos a certeza de que chegar aos mesmos é uma verdadeira Odisséia digna de Ulisses e seus asseclas, tamanha as dificuldades e contratempos para adentrar em nossas arenas.
    A qualidade técnica do nosso campeonato é sofrível há pelo menos uns 7 ou 6 anos. Ou seja, o nível não caiu imediatamente à implantação dos pontos corridos. Cruzeiro em 2003, Santos em 2004 e Corinthians em 2005 foram bons times que não jogavam esse futebol insípido de chuveirinhos, botinadas e bola parada. Até mesmo o Paysandu montou bons times (sobretudo em 2003), embora lutasse via de regra contra o rebaixamento, o que indica que o nível técnico era consideravelmente melhor e a competição era nivelada por cima.
    As razões de tanta indigência, como sabemos, reside no conservadorismo dos técnicos, no medo de perder (inclusive o emprego), na retranca, no pouco número de técnicos ex-meias e ex-atacantes em um meio dominado por ex-zagueiros medíocores e ex-volantões porradeiros, na péssima formação tática e técnica de nossos jogadores das divisões de base (Conca, Montillo, D’Alessandro e agora Martinuccio comandam as meiúcas de nossos times mesmo não sendo espetaculares enquanto apenas Ganso, embora em recuperação, ao lado de Lucas são os únicos jogadores de meio acima da média nascidos no Brasil). Ademais, o sistema de divisão imoral de cotas de televisionameto afeta a capitalização dos clubes que se assentam na ante sala dos privilegiados. E a equação é simples: enquanto o Flamengo com 25 milhões pode contratar o “Zidane”, o Náutico com 2 milhões mal paga a folha anual de um elenco cheio de refugos ou jogadores medianos. Não há competição que resista a uma desigualdade como essa. Pode se alegar que há muito tempo, desde a fundação do extinto Clube dos 13 a divisão é desigual, mas o contexto era outro, os talentos e os bons jogadores formados aqui no Pará ou em Pernambuco compensava a diferenciação técnica advinda do aporte de recursos oriundos dos direitos de transmissão. E agora, sem a formação de jogadores mesmo nos grandes clubes do sul maravilha, a divisão desigual faz uma diferença enorme na montagem de elncos.
    Creio que uma decisão entre o primeiro e o segundo colocados do campeonato pode até acrescentar um molho ao campeonato, mas o retorno do mata-mata pra mim seria um retrocesso. Para isso existe a Copa do Brasil. A fórmula de disputa, como vemos, é o menor dos problemas. Ela é mais assolada pelos efeitos de nosso marasmo futebolístico do que a causa principal deste.

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  21. Halisson recusou proposta de outras equipes para jogar pelo Remo e chega Flávio Araújo descartando a contratação do atleta porque está trazendo Henrique seu indicado. Pelo visto nãda diferente de muitos que aqui passaram na mesma situação.

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