Por André Barcinski
A revista “Mad” está fazendo 60 anos. Veja aqui uma matéria que meu amigo Thales de Menezes publicou ontem na “Ilustrada”, sobre as seis décadas de uma das publicações juvenis mais engraçadas e influentes da cultura pop.
A “Mad” nasceu junto com o rock and roll, James Dean e Marlon Brando. Nasceu junto com o próprio conceito de “adolescente”, que é uma invenção do pós-Guerra.
Os adolescentes dos anos 50 nos Estados Unidos formaram a primeira geração de consumidores que não precisaram trabalhar para ajudar a família. Podiam ir ao cinema, ler gibis, tomar milk shake em drive-ins e ouvir rock and roll no rádio.
Foi ali que nasceu o conceito de “cultura pop”, quando a indústria percebeu o potencial de consumo dessa massa e passou a produzir para ela. Até então, o “teenager” ouvia os discos dos pais e via os mesmos filmes. Devia ser um saco.
A “Mad” surgiu nessa onda, e praticamente inaugurou um tipo de humor que se tornaria o mais popular e influente nos Estados Unidos: a paródia à cultura pop.
Impossível pensar em “Saturday Night Live”, nos filmes de Zucker-Abrahams-Zucker (“Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu”, “Corra que a Polícia Vem Aí”) e em “South Park” sem falar da “Mad”.
Foi a “Mad” que começou a parodiar filmes, cantores e séries de TV. Quando a cultura pop dominou a sociedade americana, a “Mad” estava lá para lembrar que nada estava à prova de esculacho.
Nenhum astro de Hollywood, por mais famoso e rico que fosse, estaria imune a uma boa sacaneada. A revista parecia dizer: “Não se deslumbre pela fachada de respeitabilidade; no fundo, somos todos idiotas.”
O mesmo aconteceu com políticos. Sobrou para todo mundo. E quando Richard Nixon caiu, em 1974, os leitores da “Mad” já estavam acostumados a vê-lo esculhambado de todas as formas.
A revista também nunca ligou para a correção política. E nem deveria, já que nasceu antes do próprio conceito existir.
Já li entrevistas com Matt Groening (criador dos “Simpsons”), Mike Judge (“Beavis e Butthead”) e Steve Martin, em que diziam que suas vidas mudaram depois que conheceram a “Mad”. Se para melhor, ninguém sabe. Mas, com certeza, mudaram.
Nossa, como eu lia esta revista na adolescência.De 1991 a 1997, comprava mensalmente e ainda pedia os números de anos anteriores via correio. Divertidíssima. Saudades daquele ‘besteirol’ engraçado, porém muito inteligente. Nostalgia pura!
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