Dia: 12 de novembro de 2012
Blog campeão bate recordes em três dias
Blog campeão batendo novos recordes. Em três dias, foram mais de 13 mil acessos. No sábado, dia do jogo do Papão, chegamos a 5.300 acessos. No domingo, mais de 3 mil. Hoje, até às 22h, 4.650 acessos. Recorde absoluto entre blogs na Região Norte. Agradeço a todos os envolvidos, novos e velhos visitantes, baluartes, comentaristas de fé sempre assíduos. Thanks! Novas vitórias virão. Sigam-me os bons!!
Programa Bola na Torre (domingo, 12/12)
A força de uma Payxão
Um rei chamado Lecheva
Por Roger Normando (rogernormando@gmail.com)
Na corte tinha um rei admirado por todos, pois albergava humildade em seus gestos.
O que fizesse, todos os súditos repetiam.
Achou de se deitar de cabeça para baixo no alpendre de seu quarto: todos viraram morcegos.
Exercitou cuspir fogo: todos fumegavam como dragão.
Passou três noites sem dormir: e todos viraram zumbis.
Resolver voar com as asas nos pés: todos viraram pé-de-anjo.
Começou a andar com a cabeça guinada para o lado; todos repetiram o empeno.
Até que veio a guerra e todos se viram de prontidão.
O rei venceu a guerra graças aos seus súditos plantando bananeira, cuspindo fogo com pé-de-vento e o pescoço guinado para o lado do coração.
Papão apela ao STJD para jogar no Mangueirão
A diretoria do Paissandu, através do advogado Oswaldo Sestário, tenta junto ao STJD reverter a punição imposta pelo tribunal, que tirou o mando de campo da equipe até o final da Série C. Sestário vai propor um abrandamento da pena, sugerindo que o Paissandu jogue no estádio Edgar Proença (Mangueirão) e pague com a destinação de parte da renda a instituições de caridade. Apesar do esforço, a própria direção do clube não acredita muito na mudança de local, já que a CBF já definiu o estádio Arena Verde, em Paragominas, como palco do primeiro jogo da semifinal contra o Icasa-CE.
Bota atropela Lusa e segue em recuperação
Rock na madrugada – Motörhead, I Ain’t No Nice Guy
Homenagem a um herói bicolor
Por Gerson Nogueira
Quis o destino que um verdadeiro bicolor terminasse como herói da conquista do acesso. Mais que Lecheva, comandante imperturbável na reta final da campanha, e mais até do que Pikachu, melhor jogador do time na temporada e autor do importantíssimo primeiro gol na batalha de sábado em Macaé. Que outros me perdoem, mas Vânderson é o símbolo desta improvável e até surpreendente arrancada do Paissandu de volta à Série B.
Quando marcou o segundo gol do Papão, em momento crucial da tarde, o discreto Vânderson botou água na fervura do oponente, que tinha 3 a 1 no placar e parecia disposto a empreender uma blitz final pelo quarto gol que lhe interessava.
Pois, de repente, como se estivesse escrito há milênios, nasceu o decisivo gol de Vânderson. Veio na hora certa e definitiva, desfazendo qualquer possibilidade de reversão. O gol que reanima forças e põe por terra qualquer entusiasmo do inimigo.
De temperamento reservado ao longo de toda a carreira, Vânderson mostra-se mais loquaz e consciente de sua liderança sobre os mais jovens. Exerceu na campanha o papel de moderador, ajudando Lecheva a conter os ânimos e a apagar pequenos focos de incêndio – gerados, principalmente, pelo crônico atraso de salários.
Ao contrário de outras ocasiões, como em 2010 e 2011, as insatisfações do elenco desta vez não se transformaram em mau rendimento em campo. Os jogadores assumiram o compromisso de classificar o time, independentemente dos problemas. O próprio Vânderson disse isso em entrevista ao Bola na Torre, há uma semana. Palavra dada, missão cumprida.
A meta de retornar à Série B foi alcançado no jogo de sábado, mas a conquista da vaga aconteceu no primeiro confronto, em Paragominas. A vitória por 2 a 0 deu tranquilidade ao Paissandu para chegar em Macaé administrando as ações. Vânderson, que havia sido impecável na vitória de 2 a 0, voltou a esbanjar eficiência e competência na volta. Liderou a marcação e ainda teve forças para ir ao ataque e marcar gol.
Foi a partir do meio-de-campo que o Paissandu encontrou forças para superar a vantagem inicial do Macaé, que achou um gol depois de ficar acuado por 20 minutos, tempo que durou o começo arrasador dos bicolores no confronto. Nesse período, foram criadas três grandes chances, mas o ataque não aproveitou.
Quando o Macaé estabeleceu 2 a 0 no marcador, o Paissandu teve a serenidade para continuar fazendo o seu jogo, baseado no toque de bola e tentativas pelo lado esquerdo do ataque. Por ali, em lance iniciado por Rodrigo Fernandes e complementado por Lineker, a bola acabou chegando a Pikachu para descontar.
Nem a falha terrível do goleiro João Ricardo desestabilizou o time, que encontrou ânimo para continuar tentando. E, depois de ágil manobra de Tiago Potiguar, o passe foi a Vânderson na linha da grande área. O chute forte e rasteiro redimiu tudo o que de errado aconteceu na campanha e premiou os preciosos pontos positivos. Parabéns a todos os envolvidos.
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O principal responsável
Ao cabo de seis anos de insucessos, o Paissandu volta ao nível mínimo aceitável para um clube de sua tradição e história. É inadmissível, estranho até, que tenha permanecido tanto tempo longe da Série B. Mas, quem acompanha a vida do clube sabe que os desmandos de gestão, os erros repetidos quanto a contratações e política salarial respondem por 90% dos motivos de tão longa espera.
É importante agora que a façanha do acesso não se perca na euforia vazia e nos discursos pretensiosos da cartolagem. Todo mundo sabe, inclusive a massa que acompanha o Círio, que o acesso veio por força das circunstâncias e pelo decisivo papel desempenhado por Lecheva.
Desde o primeiro semestre, Lecheva já era o melhor técnico disponível, mas ninguém quis ver. Essa qualidade ficou evidente principalmente ao longo da Copa do Brasil, mas a pressão da torcida e da imprensa também levaram os dirigentes a buscarem nomes de fora. Veio, então, Roberval Davino e montou o elenco para a Série C. Saiu depois de alguns poucos acertos (resolveu o problema do miolo de zaga), muita inconstância e resultados aquém do esperado.
Lecheva ficou interinamente, ganhou um jogo (contra o Cuiabá) e saiu de cena para que Givanildo Oliveira assumisse o barco. Depois de sete jogos sem vencer, Giva caiu. Lecheva retomou as rédeas e o time, como que por milagre, voltou a vencer. O resto da história já é bem conhecido.
Que todos jamais esqueçam de reverenciar o principal responsável pelo tão sonhado acesso. Não se enganem, não há outro. O nome dele é Lecheva.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 12)