Pontes deixa diretoria de futebol do Remo

O Remo está temporariamente sem diretor de futebol. Albany Pontes, depois de reunião com o presidente Sérgio Cabeça, entregou o cargo na manhã deste sábado. Ele apresentou um pedido de licença, aceito pelo presidente. Pontes foi o principal responsável pelas contratações para a Série D 2012, recebendo muitas críticas por isso. Recentemente, encaminhou as negociações para que o técnico Flávio Araújo fosse contratado. A Diretoria do Remo ainda não definiu o substituto de Pontes.

Com uma ponta de frustração

Por Gerson Nogueira

Foram dois tempos distintos. O Paissandu do primeiro período esteve impávido, quase invencível, ganhando todas as disputas. Cada ataque significava um lance de perigo (e desespero) para a atrapalhada defesa do Icasa. O placar de 3 a 0 foi até modesto diante da superioridade exibida pelos bicolores nesta fase.

Alex Gaibu marcou duas vezes e Kiros, num chute portentoso e de longa distância, complementou a vantagem em pouco mais de meia hora de bola rolando. O Paissandu passeava em campo, respaldado pelo bom trabalho dos volantes Ricardo Capanema e Leandrinho. Várias oportunidades foram desperdiçadas e o Icasa parecia ter capitulado.

Veio o intervalo, com a natural expectativa de ampliação do placar, mas o desenrolar do confronto se revelaria surpreendente. Os cearenses fizeram um gol (contra, de Leandrinho) logo de cara e tiraram o Paissandu da zona de conforto. A previsão de goleada começava a se desfazer no ar, para apreensão da torcida e nervosismo dos jogadores.

O Paissandu, num rasgo de agressividade, ainda esteve perto de fazer o quarto gol. Kiros, de fora da área, mandou um chute forte, que caprichosamente estourou na trave do Icasa. A essa altura, os visitantes já demonstravam outro espírito, bem diferente da letargia dos primeiros 45 minutos.

Com a entrada do meia Jefferson Recife, a situação se tornou ainda mais dramática para o meio-de-campo do Paissandu, pois o meia Carlinhos e o atacante Niel passaram a render muito mais, tornando a ofensiva do Icasa mais dinâmica. Aos 16 minutos, em tabelinha pelo meio da área, Niel recebeu livre e fez o segundo gol.

O que era preocupação virou quase pânico entre os bicolores, que jogavam de maneira irreconhecível, errando passes curtos e perdendo todos os rebotes. Para piorar, Tiago Potiguar e Rafael Oliveira cumpriam jornada desastrosa, sem qualquer inspiração. Héliton, então, foi lançado no lugar de Rafael e passou a ocupar o lado direito do ataque.

Nos 30 minutos finais da segunda etapa, o Paissandu foi várias vezes à frente, voltou a acertar a trave em dois momentos (com Pikachu e Héliton), mas jamais reeditou o futebol do primeiro tempo. É como se o encanto tivesse se quebrado. O Icasa, ao contrário, mostrava-se organizado e caprichoso no toque de bola, sempre se aproximando do gol com muito perigo.

Quando a partida acabou, ficou um misto de frustração pela goleada não consumada e de apreensão quanto ao jogo de volta. A vitória por placar apertado não pode ser menosprezada, mas é evidente que o Paissandu deixou o campo abalado, como se tivesse sido derrotado. Ironias do futebol, que não permite que se facilite ou menospreze nenhum adversário. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)

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Pikachu na vitrine

A sexta-feira começou com notícias de que o Palmeiras estaria interessado em adquirir os direitos federativos do lateral-direito Pikachu. O próprio técnico Gilson Kleina chegou a falar sobre o jogador, reconhecido como a grande revelação da Série C 2012.

Ocorre que, em meio ao vendaval de intrigas que assola o clube, às vésperas de ver se confirmar o rebaixamento à Série B, diretores pressionaram o presidente Arnaldo Tirone, que anunciou oficialmente a desistência em relação a Pikachu.

A notícia, de certa maneira, foi bem recebida pela cartolagem do Paissandu, que não esconde a preferência em negociar o atleta com empresários e investidores.

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Confiança inabalável

Em entrevista concedida depois do jogo, o técnico Lecheva mostrou firmeza e convicção. Lembrou que o Paissandu jogará pelo empate e disse que a vantagem magra não diminui sua fé na classificação para as finais, ainda que o time vá para Juazeiro com três desfalques expressivos – Fábio Sanches, Pikachu e Kiros, todos suspensos pelo terceiro cartão amarelo.

As voltas de Marcus Vinícius e Vânderson compensam as perdas, mas é certo que o Paissandu terá no Ceará um jogo mais complicado do que o previsto. Embalado pela reação em Paragominas, o Icasa entrará confiante, pois precisa de um placar de 1 a 0 para vencer o mata-mata.

Para quem chegou a estar perdendo por 3 a 0, a situação é indiscutivelmente mais confortável. Mas a disputa está aberta e ainda pendendo mais para o lado alviceleste.

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Pendências semelhantes

Em situações parecidas quanto a atraso de salários, Paissandu e Icasa mostram ânimo diferente para enfrentar o problema. No caso paraense, a diretoria assumiu o compromisso de quitar os débitos mais antigos (mês de setembro) nos próximos dias.

Já no Icasa, o drama é bem mais sério e longe de uma solução. Pelo simples fato de que não há receita prevista para atender os compromissos com o elenco.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste sábado, 17)