Por João Lopes Jr. (englopesjr@gmail.com)
Concordo plenamente que o Re-Pa mereça todo respeito. E foi respeitando esse clássico que o Lopes rejeitou a proposta do amistoso, sabia que isso não era vantajoso esportivamente. A declaração do Gualberto, a mim, soa mais como quem quer tirar o peso das costas, mesmo depois de ser combinado que a responsabilidade do revés ou da vitória, seria compartilhado entre diretoria, comissão técnica e jogadores. Vejo isso como atitude infeliz e insensata. Mas é estranho esse comportamento com relação ao técnico azulino, afinal o Flávio Lopes pegou o time do Remo desacreditado, desmotivado e sem um desenho tático definido, promoveu o Jhonnatan ao time titular, que foi a revelação do campeonato paraense, e levou o time a maior pontuador do campeonato e às finais com chances reais de ser campeão, o que foi uma grande mudança por si só, mesmo sem o título. Aproveito para recordar que o próprio Davino não foi unanimidade no Baenão em 2005 – e nem Maurílio, nem Capitão – e saiu com fama de retranqueiro – e olha que foi campeão brasileiro! – algo que mostra que as opiniões dos dirigentes remistas são divergentes – incompreensíveis até – e há uma intensa e permanente disputa política pela direção do Clube, o que é ridículo, considerando que o próprio futebol como esporte apregoa união e disciplina, coisa que, visivelmente, a diretoria remista não tem. Davino, hoje, é a cereja do bolo. O Flávio Lopes é um bom técnico e o disse me disse no Baenão parece uma das coisas que atrapalham o Remo e o prendem à essa desconfortável condição da série D. Ou a diretoria se comporta como diretoria e para de falar – e fazer bobagens, como demitir Marciano e contratar Adriano Magrão – e trabalhe pelo time, ou pede as contas e vai cantar em outra freguesia. Se o técnico afirma que o time não tem condições de jogo, é porque não tem e fim de papo. A ausência do torcedor é um sinal da desconfiança e os dois técnicos sabiam disso, bem como as diretorias. Mesmo assim, a opção foi pelo risco, e não pela segurança. As diretorias aceitaram o risco e o Remo saiu perdendo. Mais feliz foi o Davino que soube aproveitar as fragilidades de um time que se prepara a menos tempo, que está relativamente atrasado com relação aos preparos e, ele que não é besta, vai colher sim os frutos dessa vitória e da irresponsabilidade dos cartolas. Nesta aposta infeliz de Re-Pa amistoso, o Remo pode ter jogado fora até o apoio do torcedor para a Série D.


