Nas mãos de quem conhece

Por Gerson Nogueira

Aberta a temporada de caça a reforços, os três representantes paraenses em campeonatos nacionais (Águia, Paissandu e Remo) agem, depois de muito tempo, com critérios bem definidos para montar ou complementar elencos. Como nunca há dinheiro para grandes contratações e raros são os bons jogadores disponíveis, o ideal é que os clubes busquem as peças certas para preencher suas necessidades.
O primeiro passo é que a responsabilidade pelas escolhas seja entregue a quem de direito: o técnico do time. Para a disputa do Brasileiro da Série C, Águia e Paissandu seguem essa cartilha, pelo menos até agora. Ressalte-se que o time de Marabá sempre agiu assim, dando a João Galvão carta branca para as contratações. Marcelo Cruz, Juliano, Ivonaldo e Peri são alguns dos reforços definidos por Galvão. 
No Paissandu, onde há pouco tempo até sub-diretor contratava técnico por indicação de terceiros, a chegada de um técnico respeitado (e que se faz respeitar) mudou o rumo da prosa. Roberval Davino assumiu o comando do processo de aquisições, já indicou oito nomes e foi parcialmente atendido.
Posições que têm enormes carências no clube, como lateral-esquerda e armação, começam a ser supridas. Nesse aspecto, as observações feitas por Davino no amistoso de sábado em Paragominas foram preciosas. Foi na derrota frente ao Nacional que o técnico percebeu que não tinha lateral-esquerdo, meia de ligação e atacantes velozes.
Detectados os pontos fracos, começa o esforço para conseguir peças capazes de resolver esses problemas. O experiente Ricardo Capanema, que se destacou na campanha vitoriosa do Cametá no Parazão-2012, é a aposta de Davino para a marcação e deve ser um dos poucos “caseiros” para a Série C. As revelações do clube terão espaço, mas deixam de ser prioridade máxima na Curuzu.
No Remo, o técnico Flávio Lopes impôs como condição para continuar a garantia de que terá autonomia para formar o elenco. Coerente, manteve Edinho e André, mas faz restrições a nomes mais rodados que foi obrigado a aceitar quando assumiu o time na metade do Campeonato Paraense.
Lopes, ao contrário de Davino, manifesta disposição de investir nos atletas revelados nas divisões de base. Jhonnatan, Tiago Cametá, Reis, Igor e Jaime continuarão a ter todas as chances com ele, mas disputando posição com jogadores mais experientes. Na prática, muda o status do técnico, que chegou sem nenhum cartaz e virou o principal nome do Remo no campeonato.   
 
 
Os clubes estão bem servidos no comando técnico, mas a dupla Re-Pa continua terrivelmente despreparada quanto à gestão do futebol. No Paissandu, são muitos dirigentes para executar tarefas que um bom gerente tiraria de letra. A vaidade dá o tom das relações. No Remo, a discórdia entre os diretores é o principal entrave para que o trabalho flua normalmente.
Alguns cartolas não se falam e dedicam-se a boicotar as ações dos desafetos no clube. A boa contratação de Marcelo Maciel, atendendo a uma indicação do técnico Flávio Lopes, virou uma pequena novela, depois que um dirigente acertou um valor e outro foi por trás abrindo nova negociação.   
Para azedar ainda mais o ambiente, Lopes não consegue se entender com os responsáveis pelo departamento de futebol. Durante o Parazão, diversos incidentes marcaram essa relação. A coisa atingiu nível tão sério que já é dada como certa a exclusão de um dos vice-presidentes.
 
 
O Fluminense deu provas ontem à noite em La Bombonera que é mesmo um dos fortes candidatos à conquista da Taça Libertadores. Mesmo desfalcado de Deco e Fred, jogou com autoridade, marcando bem e desfrutando de boas chances contra o Boca Juniors.
A derrota por 1 a 0 acabou sendo lucrativa, pois a equipe brasileira jogou desde o primeiro tempo com um homem a menos (o lateral Carlinhos foi expulso). Caso passe pelo Boca na próxima semana, o Tricolor se credenciará definitivamente ao título continental da temporada.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 18)

9 comentários em “Nas mãos de quem conhece

  1. O problema do Paysandu e Remo…é muita colher pra uma panela só. Todos querem temperar. E assim, é nisso que dar…uma verdadeira bagunça….será que na vida profissional e particular destes dirigentes, todos mandam assim ou querem mandar onde eles trabalham??!!..te dizer..uma vergonha.

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  2. Gerson, a parte da coluna q fala dos treinadores está nota mil. Do fluminense não concordo, ele deu foi sorte de não ter perdido de uns 4×0 se não fosse as defesas fantasticas do cavalieri. Agora, pior é ver o Minowa saindo e o hamilton gualberto tb saindo porque não deixam eles participarem das contratações. O hamilton chegou a dizer que a decisão de contratar deveria ser no colegiado. Ai pergunto o que ele entende de futebol para querer dar algum palpite?

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  3. É melhor o Remo não disputar a série D, pois os diretores vão começar a boicotar o F Lopes até a sua demissão, pois querem colocar à frente as suas vaidades, ainda não aprenderam que vaidade não joga futebol.
    O F Lopes vai passar vergonha e ainda vai sair queimado.
    Enquanto essas múmias permanecerem à frente, o Remo deve se contentar em disputar somente o Parazão.

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