CBF confirma o Remo na tabela da Série D

O site oficial da CBF divulgou a tabela completa dos jogos do Brasileiro da Série D, confirmando o Remo como representante do Pará na competição. Pela tabela, na fase inicial da primeira etapa, o Remo estreia no dia 27, às 17h, contra o Vilhena (RO) no estádio Portal da Amazônia, em Vilhena. No domingo seguinte, dia 3 de junho, o Remo recebe o Penarol, às 16h, no estádio Evandro Almeida. No dia 10, o Remo enfrenta o Náutico (RR), às 16h, no estádio Raimundo Ribeiro, em Boa Vista. Depois, no dia 24, o Remo joga às 16h, no Evandro Almeida, contra o representante do Acre (ainda indefinido). Na reprodução abaixo, o ofício assinado por Virgílio Elísio da Costa Neto, diretor de Competições da CBF, confirmando a inclusão do Remo na competição.  

Tribuna do torcedor

Por João Moscoso (joaomoscoso@yahoo.com.br)

Enquanto os torcedores azulinos se desgastam discutindo o caso da série D poderiam discutir assuntos muito mais relevantes para o Clube do Remo e deixar essa discussão para os cametaenses e para aqueles que estão com “dor de cotovelo”.
Os torcedores azulinos neste momento deveriam, caso o fato seja consolidado, trabalhar uma estratégia para lotar os estádios nos jogos do Clube do Remo, arrecadar fundos para boas contratações, coisas do gênero, benéficas ao clube, pois essa discussão não nos leva a lugar algum, já que a decisão está nas mãos da CBF.
A imprensa por sua parte, sabendo o dever que a mesma tem de informar, está fazendo um sensacionalismo barato, parece conversa de lavadeira de beira de rio.
Entretanto azulinos, vamos aguardar a divulgação da tabela, acabar com essa “conversinha” que só está desgastando a imagem do nosso “Glorioso Clube do Remo” e trabalhar para que o acesso à série C seja consolidado.

Cametá agora quer desistir da desistência

Com base na discrepância de datas no documento em que oficializou a desistência (apresentado no dia 15, mas datado de 16 de maio, conforme pode se ver na reprodução ao lado), o Cametá, desde ontem à tarde sob nova presidência, reclama o direito à vaga na Série D. A mudança de postura, provocada pela pressão da torcida cametaense, deve ser oficializada nesta quarta-feira à CBF, que recebeu ontem documento sobre a desistência enviado pela Federação Paraense de Futebol. Por essa comunicação, o Remo passou a ser o representante oficial do Pará na competição. Tudo, porém, pode mudar hoje a partir do apelo do novo presidente do Cametá para reaver a vaga. A confusão foi criada após a renúncia, aparentemente sob pressão, do presidente Orlando Peixoto, que chegou à cidade junto com os jogadores para as comemorações pela conquista do título estadual, mas quase foi agredido nas ruas.

Recolhido a um quartel para fugir às ameaças, Peixoto ficou de sair de Cametá durante a madrugada desta quarta-feira. Segundo os dirigentes do clube, ele firmou acordo com o Remo pela partilha das rendas das finais do Parazão (e supostamente pela cessão da vaga) sem ter pedido autorização ao Conselho Deliberativo. Apesar disso, segundo o ex-presidente, o dinheiro proveniente da divisão de renda foi depositado na conta do clube.  Os advogados do Cametá irão alegar à CBF que o dirigente não tinha autoridade para assinar o pedido de desistência e argumentarão com o erro de datas no documento, embora o cartório tenha protocolado a data de 15 de maio, bem como a FPF usou essa data para encaminhar o ofício à CBF. Dependendo do posicionamento da entidade, uma batalha jurídica pode ser iniciada em torno da representação do Pará na Quarta Divisão.

Festival de lambanças

Por Gerson Nogueira

O Campeonato Paraense não foi lá essas coisas, todo mundo sabe. Aliás, não vem mostrando qualidade há anos. Apesar disso, não merecia um desfecho tão melancólico por força da disputa em torno da vaga à Série D. Sob todos os pontos de vista, a escaramuça entre Cametá e Remo virou uma piada de mau gosto, com desdobramentos que comprometem ainda mais a imagem do futebol paraense. 
Desistências são rotineiras no deficitário Campeonato Brasileiro da Série D. Por isso, não houve surpresa na decisão do Cametá de abdicar do torneio. Até porque, ainda durante o returno, o prefeito do município – principal patrono do time – já admitia embaraços para bancar a folha salarial. 
Mesmo com a ajuda da CBF (para deslocamentos, hospedagens e alimentação), o Cametá precisaria sanar débitos de R$ 260 mil e folha salarial de R$ 130 mil, sem contar com o patrocínio do governo do Pará e com perspectiva de rendas pífias.
Tudo estaria dentro da mais absoluta normalidade se dirigentes de Cametá e Remo não tivessem selado um “acordo de cavalheiros” antes das finais do Campeonato Paraense. Oficialmente, o entendimento envolvia somente a divisão de renda dos jogos, mas, a partir do triunfo cametaense, veio à tona o outro lado da moeda: o campeão teria negociado a vaga na Série D.
Em termos práticos, não há como denunciar o acordo, até por inexistência de provas materiais, já que a contrapartida do Remo veio na forma de liberação de 50% da arrecadação da decisão do Parazão. De mais a mais, o Cametá apresentou motivos consistentes para sua desistência.
O imbróglio foi amplificado, através das redes sociais, pelo caráter de negociata envolvendo a renúncia do Cametá. Caso não houvesse a partilha de arrecadação nas finais do Parazão, dificilmente surgiriam críticas à atitude do time interiorano.
Quando já era dada como líquida e certa a transferência da vaga para o Remo, pressionada pelos torcedores, eis que a diretoria do Cametá articula a destituição do presidente e empossa o vice. De imediato, questionou o documento assinado pelo ex-mandatário, que cedeu a vaga aos azulinos, e anunciou ter desistido de desistir. A balbúrdia se instalou e caberá à CBF definir quem representará o Pará na Quarta Divisão. 
A partir de agora, caso confirme a vaga, o Remo terá como primeira preocupação administrar a repercussão negativa da situação criada por alguns de seus dirigentes. Como grande clube, arca com o ônus de ser supostamente o corruptor. Mesmo que isso não seja verdade, ficará sempre no ar uma nuvem de suspeitas. E restará a lição secular da mulher de César, sempre ignorada pelos maiorais do nosso futebol: não basta ser honesto, é preciso parecer honesto.     
 
 
No tiroteio verbal que irrompeu na internet desde as primeiras horas da terça-feira chamou atenção a extrema ferocidade entre torcedores de Remo e Paissandu. O debate extremado, pontuado por estocadas, passou longe da troca de sarro habitual. Discussões ásperas trincaram velhas amizades e mancharam com as tintas da grosseria relações civilizadas.
Quase todos perderam de vista que isto é apenas futebol e que os algozes de hoje podem ser as vítimas de amanhã, ou vice-versa. Além disso, não se pode esquecer que histórias de maracutaias, arranjos, viradas de mesa e marmeladas rondam o futebol paraense desde os primórdios. Que os impolutos atirem a primeira pedra.
 
 
Por telefone, o técnico Flávio Lopes já acertou com o presidente Sérgio Cabeça sua permanência no Remo, apesar de explícitas divergências com dirigentes do futebol profissional do clube. Ficou com a incumbência de garimpar reforços para a Série D – dois zagueiros, dois atacantes, um armador e um lateral. Marcelo Maciel (ex-Cametá), que encheu os olhos de Lopes na decisão, tem boas chances de retornar ao Baenão.
 
 
Paissandu corre contra o tempo para reforçar o elenco, a fim de evitar os problemas das temporadas anteriores. Os jogadores já contratados (Sidrailson, Fabinho e Marcus Vinícius) são desconhecidos por aqui, mas chegam com o aval de Roberval Davino. Ao mesmo tempo, o desligamento de Douglas e Cariri causou surpresa na Curuzu e deixou no ar a certeza de que novos cortes irão acontecer, incluindo ex-titulares.
A demora na definição quanto a Júnior Xuxa deve forçar a busca por outro meia. Uma coisa é certa: valores regionais que se destacaram no Parazão terão pouquíssima chance com Davino.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 16)