Mais de 30 mil prestigiam GP de Atletismo

Quase 30 mil pessoas foram ao Estádio Olímpico do Pará (Mangueirão), na manhã deste domingo 6, para ver as 15 provas do Grande Prêmio Internacional Caixa/Governo do Pará de Atletismo. O GP abriu o calendário do Brazilian Athletics Tour 2012, teve a participação de 112 atletas, 63 do Brasil e 49 de 19 países estrangeiros. No total, 11 países colocaram atletas no pódio e 9 fizeram campeões. As duas das principais atrações do GP – os brasileiros Maurren Maggi e Mauro Vinícius da Silva – não decepcionaram e brindaram o público com vitórias no salto em distância. Aplaudida pelo público de 28.583 pessoas presentes ao Mangueirão, a campeã olímpica Maurren venceu no feminino com 6,62 m (vento de 0.5 m/s), marca feita no terceiro salto. No masculino, o campeão mundial indoor Mauro Vinícius venceu com 7,95 m, com vento de -0.2 m/s.

Resultado importante foi conseguido por Michael Mathieu, 1º nos 200 m com 20.16 (vento de 0.8 m/s). Feliz com a vitória, o velocista ainda comemorou “o novo recorde do meu país (Bahamas), que era 20.21”, e pertencia há 10 anos a Dominic Demerite. Na mesma prova, dois brasileiros alcançaram o índice olímpico: o vice-campeão Aldemir Silva Jr, que fez 20.48 e o ganhador do bronze, Diego Cavalcanti, com 20.50. A marca de qualificação para Londres 2012 é 20.51. Nos 100 m feminino, Rosângela Santos foi a campeã com 11.24 (-0.1) e novamente ficou a dois centésimos da qualificação para Londres. “Estou bem perto, vou fazer a marca (11.22)”, disse Rosângela, feliz com o tempo. “Pode ser em Fortaleza (dia 9), Uberlândia (13), São Paulo (16) ou no Rio (20), isto eu sei”, falou. A favorita Oludamola Osayomi (Nigéria) foi a 4ª com 11.44, atrás de Alexandria Anderson (EUA), 2ª com 11.39, e de Evelyn Santos, 3ª com 11.43.

Duas provas tiveram quebra de recorde. No lançamento do disco feminino, Aretha Thurmond (EUA) ganhou com 61,41 m (o anterior era 58,38 m, feito em 2011 por Fernanda Raquel Borges). A vice-campeã olímpica e mundial Yarelis Barrios (Cuba) foi a 4ª com 60,13 m. A prata foi para Zinaida Sendriuti (LTU) com 61,24 m e o bronze para Denia Caballero (Cuba), com 60,80 m. A outra foi o salto em altura, também no feminino, com Ana Simic (Croácia), que fez 1,88 m – a marca anterior era 1,86 m, feita por Deirdre Mullen (EUA) em 2011. (Da Assessoria da CBAt)

Neymar alavanca a$censão do Peixe

Por Juca Kfouri

A manutenção de Neymar no Santos FC, criticada por tanta gente, dá frutos a olhos vistos e não apenas os técnicos, como dois títulos estaduais (além de quatro finais seguidas, com perspectivas óbvias do tri), um da Copa do Brasil e um da Libertadores depois de quase 50 anos. O faturamento do futebol santista cresceu de 2010 para 2011 em nada menos que 62% segundo levantamento da BDO, “uma taxa chinesa de crescimento” segundo sublinhou Amir Somoggi, diretor da empresa de auditoria, ao jornal “O Estado de S.Paulo”.

Assim, o Santos já é o quarto clube em faturamento no país, ultrapassando o Flamengo. Os cinco primeiros faturamentos  são:

1. Corinthians, com R$ 290 milhões e crescimento de 37%;

2. São Paulo, com R$ 226 milhões e crescimento de 16%;

3. Internacional, com R$ 198 milhões e crescimento de 11%;

4. Santos, com R$ 189 milhões e crescimento de 62%;

5. Flamengo, com R$ 185 milhões e crescimento de 44%.

Suplício de uma saudade

Por Gerson Nogueira

Não dá para saber ao certo se a saudade é do açaí, da maniçoba, da chuva vespertina ou da conversa fiada. O certo é que já faz algum tempo que os jogadores paraenses negociados com clubes de outros Estados não conseguem se estabilizar lá fora. Saem de Belém, mas continuam com o coração ligado na terrina e, assim que podem, voltam ao ninho.
Moisés, que tem sido anunciado como reforço do Paissandu (e até do Remo), saiu daqui com boas perspectivas de arranjar vaga no Santos de Neymar e Ganso. Não emplacou na Vila Belmiro e foi emprestado inicialmente ao Náutico, passando depois um chuvisco no futebol mineiro, sem maior brilho.
Rafael Oliveira teve experiência ainda mais meteórica, ficando menos de dois meses na Portuguesa de Desportos. A saudade foi tanta que, entre disputar posição no Canindé e reassumir seu posto na Curuzu, não pensou duas vezes.
Antes dele, Tiago Potiguar viveu situação parecida. Transferiu-se para o futebol chinês, sofreu num time cheio de pernas-de-pau e voltou correndo para o Paissandu, admitindo dificuldades de adaptação à língua e à culinária orientais.
Para os exemplos bem sucedidos de transferências duradouras para outras praças, como Vânderson, Wellington Saci, Landu e Magnum, sempre há casos como o do garoto Fabrício, que jogou no exterior por um ano e meio, teve chance de fazer carreira lucrativa, mas sucumbiu à saudade. Na volta, não se encaixou no Paissandu, andou pela Águia e hoje está no interior.
Existem muitas teorias soltas por aí tentando decifrar esse banzo que acomete nossos atletas. Penso que a razão mais provável é a própria insegurança de meninos recém-saídos da casca do ovo, que saem de Belém sem qualquer preparação para as agruras competitivas nos clubes de fora. Ao menor prenúncio de insucesso, preferem voltar para casa, comportamento que a psicologia explica bem.
O fato é que o efeito bumerangue irá persistir até que os clubes formadores, principalmente Remo e Paissandu, se estruturem para cuidar direito de seus atletas, ensinando-os a enfrentar qualquer situação, inclusive o fracasso – possibilidade que faz parte da vida de qualquer desportista.
 
 
O embate entre Remo e Cametá, decidindo o Campeonato Paraense, ganhou um ingrediente a mais desde sexta-feira. O que seria uma disputa restrita ao título passa a ser uma briga de foice pela participação no Brasileiro da Série D. É que a boa notícia anunciada pela CBF – custeio das despesas com deslocamentos (aéreos e rodoviários) dos clubes da Série D – traz uma perda para o Pará, que só terá direito a uma vaga na competição. No sistema anterior, era quase certa a desistência de representantes de Roraima e Rondônia, abrindo uma segunda vaga para o futebol paraense.
Vale dizer que um dos maiores batalhadores por essa ajuda da CBF foi o presidente da FPF, coronel Antonio Carlos Nunes.
 
 
Quarenta mil pessoas devem prestigiar o GP de Atletismo neste domingo. Juntando-se aos 40 mil de Remo x Águia e igual público de Paissandu x Coritiba, chegaremos à marca significativa (e cada vez mais rara) de 120 mil espectadores no Mangueirão no período de uma semana apenas. Se juntarmos a segunda-feira, quando Remo e Cametá jogam pela decisão do Parazão, esse montante atingiria a casa de 150 mil.
Duvido muito que outra capital brasileira seja capaz de tal façanha – e isso vale para todas as eleitas, por Ricardo Teixeira e João Havelange, como sedes da Copa do Mundo de 2014. 
 
 
Direto do blog:
 
“Muito bom saber que a Série D será bancada pela CBF. Assim sobra mais grana para reforçar o elenco do Leão, que, passando pelo Mapará, vai atropelar todos no Brasileiro. E é bom que dessa vez o Paissandu suba de divisão porque o Leão está chegando e aí não quero ver choro”.
De Agenor Filho, inteiramente convicto da presença remista na Série D.  
 
 
Bola na Torre terá como convidado o árbitro Dewson Fernando Freitas. Apresentação de Guilherme Guerreiro. Programa vai ao ar às 23h30, na RBATV, logo depois do “Pânico na Band”.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 06)

Almoço reúne desportistas na véspera do GP

O encontro já se tornou uma tradição anual em Belém. Deveria até entrar para a agenda do GP de Atletismo. Sempre na véspera do Grand Prix, o desportista Ambire Gluck Paul abre os amplos salões de seu apartamento na Municipalidade para empresários, dirigentes desportivos e jornalistas confraternizarem com o presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Roberto Gesta de Melo. O almoço se repete há cinco anos ininterruptos e, a cada ano, torna-se ainda mais agradável e informal. Neste sábado, marcaram presença o vice-presidente da Federação Paraense de Futebol (e ex-secretário de Esporte e Lazer do Estado) José Ângelo Miranda; o secretário adjunto da Seel, Christian Costa; o presidente da Federação Paraense de Atletismo, Ronaldo Estevão Lobato; o ex-presidente do Paissandu, Ruy Sales; Nelson Maués (basquete); e o empresário e ex-atleta Maneca. Pelo time da crônica esportiva, Cláudio Guimarães, Gandur Zaire Filho e Guilherme Guerreiro. 

O papo descontraído com Gesta revelou detalhes saborosos dos bastidores do atletismo brasileiro e mundial, alguns não publicáveis. Amazonense, o presidente da CBAt é um entusiasta das coisas do Pará e elege Belém como uma das capitais do atletismo brasileiro pela paixão que tem por grandes eventos esportivos – “tem os melhores públicos na história do atletismo no continente”, destaca. Elogiou os governadores Almir Gabriel, Simão Jatene e Ana Júlia Carepa pelo apoio ao GP, observando que a prática não é comum entre governantes brasileiros. Mostrou-se otimista quanto ao Grande Prêmio Internacional Caixa/Governo do Pará de Atletismo, que acontece neste domingo no estádio olímpico Edgar Proença. Cidadão do mundo, acompanhando eventos olímpicos de alto rendimento em todos os continentes, Gesta cultiva um hobby singular: é um aplicado gourmet e profundo conhecedor da gastronomia de alto padrão, tendo visitado – segundo suas contas – mais de 800 restaurantes listados no renomado Guia Michelin.

Outra paixão do dirigente é colecionar objetos olímpicos, que reúne em sua casa de Manaus e cuja visitação só é permitida a alguns poucos eleitos. Nas muitas andanças pelo planeta, conseguiu amealhar medalhas, selos, documentos e tochas olímpicas de raro valor. Investiu do próprio bolso na construção desse museu particular – considerado o segundo do gênero – dentro dos limites de sua propriedade no bairro da Ponta Negra, na capital baré. No comando da CBAt há vários mandatos e recentemente eleito para a Confederação Sul-Americana, Gesta elogia o esforço e a organização dos ingleses para fazer de Londres 2012 a maior olimpíada de todos os tempos. Observa que, além dos Jogos, a capital inglesa já está habilitada a sediar o Mundial de Atletismo em 2017, evidenciando a preocupação em prestigiar permanentemente as modalidades olímpicas.

Quando o assunto derivou para o Paissandu, em função da grande concentração de alvicelestes no encontro, a começar pelo anfitrião, amontoaram-se lamentações pelos rumos do clube, novamente sacudido por turbulências às vésperas do Campeonato Brasileiro da Série C. A crise instalada pela possível dissolução da comissão de notáveis no futebol profissional foi lamentada por todos e interpretada como manobra do presidente Luiz Omar Pinheiro para se livrar dos dirigentes mais independentes. Ruy Sales e Zé Ângelo, que já participaram da vida administrativa do clube, não acreditam em mudanças a curto prazo. O certo é que a existência de “cabritos” (grande quantidade de títulos de associados em poder de algumas pessoas) reduz bastante as chances de uma chapa de oposição na próxima eleição do Paissandu.

O almoço, que começou lá pelas 14h, estendeu-se em clima animado até o começo da noite. No cardápio, elogiadíssimo pelos experts Gesta e Guerreirão, pontificaram peixes regionais, filé e caranguejo. Nas despedidas, Ambire revelou a este escriba (que estreava a alva camisa do Real Madri, presenteada pelo amigo Inocêncio Mártires Coelho) as providências para produção de um livro – que deve ser escrito pelo historiador Allan Coelho – sobre os 100 anos do Paissandu. Será mais uma contribuição sua ao clube que tanto ama. (Fotos: MAURO ÂNGELO/Bola)