Depois de informar que os ingressos promocionais (a R$ 10,00) para o jogo Paissandu x Coritiba, na quinta-feira à noite, tinham se esgotado, a Diretoria decidiu prorrogar até quarta-feira a venda dos bilhetes mais baratos. A medida foi anunciada às 14h, depois que, nas redes sociais, surgiu a especulação de que a diretoria reteve os ingressos promocionais para lucrar em cima dos mais caros. Ao mesmo tempo, a assessoria de imprensa do Paissandu informa que serão sorteados prêmios para cada lote de 1.000 ingressos. É outra maneira encontrada de alavancar as vendas para a partida decisiva contra os paranaenses.
Dia: 1 de maio de 2012
Capa do DIÁRIO, edição de terça-feira, 1º
À espera do combate final
Por Gerson Nogueira
A torcida remista ainda comemora ruidosamente a conquista do returno, mas uma batalha ainda mais importante já se aproxima. O Remo está a dois jogos do almejado passaporte para a Série D e o fim da humilhante condição de sem-divisão, que ostenta desde o ano passado.
O duríssimo duelo contra o Águia, que resultou em duas vitórias categóricas do time de Flávio Lopes, pode parecer mais difícil do ponto de vista técnico que as duas partidas diante do Cametá, mas ninguém duvida que o nervosismo será igual ou maior.
Em inatividade forçada de cerca de um mês, a equipe interiorana vem sendo pintada como um adversário batido de véspera. Não é bem assim. Ainda sob o comando de Cacaio, o Cametá ganhou o turno com méritos, revelando um ataque poderoso sob a liderança do artilheiro Rafael Paty. A equipe dispõe ainda de um par respeitável de armadores, Soares e Ratinho, além de contar com Jailson, um atacante de bons recursos.
Custo a crer que esse período de espera tenha reduzido o poder de fogo do Mapará, agora treinado por Sinomar Naves, que dirigiu o Remo no primeiro turno e conhece grande parte do elenco hoje entregue a Flávio Lopes.
O momento, sem dúvida, é mais favorável aos azulinos, que chegam às finais ainda embalados pela conquista do returno. O histórico recente do Parazão confirma que vencedores do segundo turno costumam levar vantagem sobre campeões da primeira parte do campeonato.
O entusiasmo da torcida, ansiosa por um título que anda longe do Evandro Almeida, também é outro fator a considerar, principalmente porque os dois jogos decisivos serão disputados em Belém. Apesar de tudo isso, que pode ser avaliado como favoritismo pró-azulinos, o técnico Flávio Lopes parece ter plena razão em manifestar respeito total ao oponente.
Em outros tempos do nosso futebol, essa reverência ao Cametá seria vista como mero discurso de efeito. Hoje, com o nivelamento reinante, é uma manifestação absolutamente verdadeira.
Foi uma vitória irretocável, digna do primeiro título botafoguense em sua nova casa, o Engenhão. No entanto, programas de esporte da TV Globo preferiram valorizar a agilidade da gandula, que devolveu a bola rapidamente ao campo no lance do primeiro gol de Loco Abreu. Fico a imaginar quantas vitórias alvinegras serão necessárias para que a equipe tenha seus méritos plenamente reconhecidos.
Em meio aos festejos pela conquista do returno, passou quase despercebido o fato de que o Remo se safou de mordida de R$ 150 mil na renda líquida do jogo de domingo (pouco mais de R$ 236 mil). O responsável pela façanha, tão importante para a saúde do clube quanto os gols de Fábio Oliveira e Jhonnatan, foi o diretor jurídico Ronaldo Passarinho.
A seriedade da atuação do veterano advogado em defesa do clube na Justiça do Trabalho mereceu a confiança da juíza Ida Selene, que atendeu seu apelo para suspender o bloqueio da renda. Cabe dizer que Ronaldo entregou-se a essa causa ainda convalescendo de grave problema de saúde.
Sandro Silva, volante que por aqui defendeu (sem brilho) o Remo há poucos anos, faz sucesso no Internacional de Dorival Júnior. No Gre-Nal de domingo, foi eleito o melhor em campo. Já havia se destacado no Palmeiras, Botafogo e Málaga (Espanha). Silva repete, de certa maneira, o ocorrido com Borges, que saiu execrado do Paissandu e tempos depois provou ser um grande artilheiro no Paraná, São Paulo, Grêmio e Santos.
Que o fato sirva de lição, para a imprensa esportiva inclusive, em relação a outros jogadores que passam pelos nossos clubes. É preciso desarmar os espíritos e evitar a tentação de carimbar todo forasteiro como perna-de-pau ou enganador. Adriano Magrão, que só fez um gol até hoje pelo Paissandu, é a bola da vez.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 1º)
Capa do Bola, edição de terça-feira, 1º
Som na madrugada – Roberto Carlos, Quase Fui lhe Procurar
Uma das grandes canções do Rei.