Disputa política põe arbitragem na berlinda

Por Ricardo Perrone

O chororô de cartolas por causa da arbitragem deve marcar o Brasileirão 2012. Isso porque a primeira edição do torneio após a saída de Ricardo Teixeira da CBF acontece em meio a uma intensa guerra política. Os protestos antecipados já começaram. A briga por espaço no “novo” futebol brasileiro é árdua. E quem está em baixa já fala que corre o risco de ser prejudicado pelos juízes numa forma de retaliação inescrupulosa. É o caso das federações rebeldes. Cariocas, paranaenses, gaúchos, baianos e mineiros, que protestaram contra o domínio paulista na cúpula da confederação, dizem nos bastidores terem a certeza de que suas equipes serão alvos de falhas dos juízes. Já alguns dos principais rivais do São Paulo afirmam que, na dúvida,  árbitros nunca irão apitar contra o time de coração de José Maria Marin.

O novo presidente da CBF jogou pelo clube do Morumbi. E há ainda os protestos de dirigentes de clubes do Rio. São os mais indignados contra a arbitragem. Falam cobras e lagartos sobre os juízes brasileiros. Em meio à turbulência, Marin promete botar ordem na arbitragem nacional, pressionando ainda mais os apitadores. Aconselhado por Marco Polo Del Nero, presidente da FPF e seu braço direito, levou para o Brasileiro métodos utilizados no Campeonato Paulista. A criação do cargo de ouvidor de arbitragem é um deles. Nesse cenário, é natural que a cada derrota cartolas botem a culpa do fracasso de suas equipes na briga pelo poder na CBF.