A glória do campeão

Por Gerson Nogueira

Até o fim da tarde deste domingo ninguém pode dizer, com segurança, quem leva a taça. No máximo, sabe-se que o vencedor será alvinegro – e pentacampeão. Só não existe mesmo nenhuma dúvida quanto ao verdadeiro campeão. Ricardo Gomes, pela história pessoal mais comovente e impressionante da temporada, merece o galardão.
Exemplos de superação e fé sempre sensibilizam gente como nós, de coração tropical e emoção à flor da pele. Gomes, que foi um zagueiro de bons recursos, transformou-se em técnico competente, embora sem grandes títulos a ostentar no currículo. Deu o azar de conquistar muita coisa na França, cujo campeonato não é dos mais celebrados da Europa.
No retorno ao Brasil, passou sem maior brilho por Flamengo, Fluminense e São Paulo. No Vasco, porém, parece ter achado sua verdadeira casa. Pegou o time montado por Dorival Júnior desde a Segundona e acrescentou solidez técnica.
Para atingir esse nível, contribuíram a aquisição de Diego Souza, a recuperação de Felipe e a chegada de Juninho Pernambucano. Ninguém, contudo, pode negar a Gomes os méritos pela estruturação desse surpreendente Vasco copeiro, que fecha o ano resgatando sua tradição vitoriosa. O episódio do AVC sofrido em plena labuta (e a incrível recuperação do técnico) deu à campanha um aspecto ainda mais épico. 
Vi na internet as fotos da visita de Gomes aos jogadores na concentração, sexta-feira, e fiquei com a sensação de que – além da indiscutível qualidade da equipe – os deuses da bola podem aprontar alguma só para garantir a consagração absoluta do comandante.   
 
 
Paulo Victor; Claudio Allax, Tobias, Edilson e Brayan; Vanderson, Billy, Andrei e Djalma; Héliton e Zé Augusto. Foi com esse time, formado por dois veteranos e nove garotos, que o Paissandu começou o amistoso de ontem em Augusto Correia.
O jogo, parte dos festejos em torno da padroeira da cidade, não tinha maior significado, mas essa escalação guarda o simbolismo do futebol cabano. Como dificilmente ao longo de 2012 (ou 2013 ou 2014) o Paissandu vai repetir um time tão paraense, a formação tem certo valor histórico. 
 
 
Em operação intermediada pelo tucano Aécio Neves, amigo de baladas do Fenômeno, Ricardo Teixeira cravou o lance mais certeiro para blindar seu poder no Comitê Organizador Local da Copa-2014 sem perder um pingo do controle sobre as finanças do órgão. Não está longe da verdade, portanto, quem – mesmo brincando – aponta Ronaldo como mero “laranja” na organização do mundial.
O maior artilheiro das Copas vai assinar os cheques, mas não presidirá o comitê, nem terá poder de veto. Ainda assim, abriu largo sorriso e parece sinceramente feliz com a sinecura anunciada no meio da semana. A alegria com a escolha fez que esquecesse até o julgamento que fez de Teixeira em 2009. Naquela época, o Fenômeno ainda ruminava mágoas por ter sido limado da Copa sul-africana e chamou o cartola de “duas caras”. A dúvida é se Teixeira ficou menos falso ou se Ronaldo tornou-se mais cínico.          
 
 
Direto do blog
“Gostaria de deixar aqui algumas sugestões para a nova camisa do Remo: a retirada das estrelas do pentacampeonato, a inclusão da palavra Periçá – nosso ícone maior – logo abaixo do escudo, e que se colocasse à venda ao torcedor somente camisas com o nº 33. Creio que a galera aprovaria. Ideias a serem aproveitadas pelo marketing (se houver um) do clube?”.
Do Sérgio Ribeiro, desgostoso com o atual desenho da camisa azulina.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 4)

7 comentários em “A glória do campeão

  1. Dois pontos:

    1) A camisa azulina ficaria bem sem as estrelas que, a meu ver, representam falta de ambição; eu ‘inovaria’ expondo o C e o R entrelaçados (brancos) com a borda em azul, da cor da camisa, dando aquele visual parecido com o CRF do Flamengo (só que no nosso caso ficaria mais bonito). Na camisa branca, o contrário (lógico).

    2) Quanto a Sócrates Brasileiro Paraense, já preparei uma homenagem, devendo enviar o e-mail ao amigo Gerson, que, usando de seu livre arbítrio, postará neste democrático espaço. Vai depender do resultado dos jogos de hoje.

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  2. Quanto à história de superação de Ricardo Gomes, concordo. Só acho que o amigo GN escreveu tudo antes do falecimento do doutor Sócrates. Esse triste acontecimento pode interferir positivamente na torcida e nos jogadores corinthianos.

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    1. É verdade, amigo Valentim. Escrevi a coluna no começo da madrugada de sábado quando ainda tínhamos esperanças de que o Doutor segurasse o tranco. Concordo que o clima de comoção que tomará conta do Pacaembu, pelo tributo ao ídolo, não permitirá que o Corinthians deixe escapar o título.

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  3. Acho uma bobagem tremenda desdenhar das estrelas porque a conquista foi significativa sim. E outra, série B e C são campeonatos de acesso, então, estrela vai ter seu real valor mesmo quando for um campeonato da série A ou uma Copa do Brasil, o resto é discutir por migalhas…

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  4. Caramba!!…ser campeão da serie B por duas vezes não significa nada!!??…é brincadeira….significa somente acesso para a serie A!!???…Ser campeão da copa dos campeões não vale nada!!??…é muito dispeito em falar essas conquista do Papão….brincadeira…te contar.

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