O Remo foi surpreendido pelos veteranos do Santa Cruz e perdeu por 3 a 0, na tarde deste domingo, em Cuiarana, distrito de Salinas. A vitória do Santa Cruz foi esboçada ainda no primeiro tempo, com gols de Nildo Jr. aos 9 minutos e de Maigreco, aos 27. Na etapa final, Nildo Jr. voltou a marcar aos 30 minutos. Apesar de pressionar muito, principalmente no segundo tempo, o Remo não conseguiu marcar. Foi a primeira derrota de Sinomar Naves no comando da equipe azulina. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)
Dia: 4 de dezembro de 2011
Regularidade dá pentacampeonato ao Corinthians
Da Folha SP
O Corinthians empatou em 0 a 0 com o Palmeiras no Pacaembu e conquistou seu quinto título brasileiro – já havia faturado em 1990, 98, 99 e 2005. É a primeira taça nacional que a equipe conquista no Pacaembu. O técnico Tite faturou a competição pela primeira vez. No comando de um clube brasileiro fora do Rio Grande do Sul, ele ainda não havia sido campeão. No final da partida, o atacante Jorge Henrique provocou os palmeirenses ao passar o pé sobre a bola e imitar o chute no vácuo do palmeirense Valdivia, que foi expulso por uma cotovelada no próprio corintiano. Os rivais não gostaram e uma briga generalizada teve início. Leandro Castán e João Vítor foram expulsos na confusão. Antes, o corintiano Wallace também havia recebido o vermelho por acertar um pontapé em Maikon Leite, no meio de campo.
O jogo foi muito truncado, sem grandes lances de área, mas o Palmeiras levou mais perigo e chegou a mandar uma bola na trave e teve um gol corretamente anulado (por impedimento) no segundo tempo. Com três volantes, Tite manteve o Corinthians preso à marcação, pois o empate já seria suficiente para assegurar a conquista. Como no Rio, Vasco x Flamengou ficou no 1 a 1, o título corintiano começou a ser festejado ainda com a bola rolando no Pacaembu. Antes da partida, corintianos e palmeirenses fizeram um círculo no centro do campo para reverenciar o Doutor Sócrates e os jogadores do Corinthians ergueram o punho imitando o gesto que consagrou o ídolo. Nas arquibancadas, inúmeras faixas e cartazes também homenagem o craque morto na madrugada deste domingo.
Uma lágrima!
Por Cássio Andrade
No clássico “Quo Vadis”, quando Nero é avisado sobre a mlorte de Petrônius, deixa à história sua frase ontológica: “Uma lágrima por ti, Petrônius”. Gesto incontinenti, depositava a lágrima no ambar imperial. A lágrima desta crônica, no entanto, está longe da representação hipócrita do Imperador. Ela se deposita no coração generoso do povo brasileiro. Mais que uma lágrima, a nação pranteia por ti, nobre Doutor!
Quem no oitocentismo não aprendeu a amar o futebol-arte da geração de Sócrates? Uma geração que reinventou a arte no futebol, já esquecida em 1970, em uma “década perdida” de um país afundado em dívidas e no ocaso da política pretoriana. Como tricolor, torcia às escondidas pela “democracia corinthiana” visto ter perdido dois títulos paulistas seguidos à esquadra mosqueteira, de 1982 e 1983. Como cidadão, militante estudantil e na aurora de minha adolescência de esquerda, jamais deixaria de reconhecer o respeito àquele Corínthians de uma geração lúcida que acompanhava o partido político que passei a aderir em suas fileiras. Foi a época que muitos petistas adotaram o Corínthians, visto que o Botafogo, o outro chamego da esquerda, já o era por comunistas e brizolistas.
Mauro, Vladimir, Sócrates e Casagrande, formavam a “democracia corinthiana”, convivendo com a “velha raça” da geração anterior de Biro-Biro. Em 1984, vi Sócrates no comício da Sé em São Paulo (àquele que a Globo tentou esconder) evocando por “Diretas já!”. No mesmo ano, em Belém, no histórico comício da “1º de Dezembro” e com minha proibida camisa vermelha, rememorava a imagem do “magro de barba curta” ao lado de “outro barbudo”. Aos 16 para 17, não vesti a camisa amarela, mas não deixava de olhar as tabelas, ainda que poucos se importassem com minha aflição.
Passes e gols antológicos do Doutor alegraram a memória nacional do futebol. Seu calcanhar malandro, o anti-Aquiles das chuteiras. As faltas, derradeiros gols antecipados. Formava com Zico a meiúca forjada no engenho e arte. Três gols se destacam na antologia socrática: contra o Ajax da Holanda (1981), contra a URSS (Copa de 82) e a Itália (na fatídica tragédia do Sarriá). Mesmo os gols feios, assumiram importância épicas, entre os quais, contra a Espanha no jogo inicial da campanha da Copa de 86 no México, que salvou a seleção de Telê (já bem envelhecida e desfigurada de 82) de um empate e até da derrota não fosse o tradicional “apito amigo” do Brasil nas Copas.
Na Copa de 86, Sócrates não escondia suas posições políticas e ideológicas nas frases estampadas em suas famosas faixas de cabeça em solidariedade aos países latinos frente ao imperialismo Yankee da Era Reagan-Bush. Por sua rebeldia, a FIFA passou a proibir manifestações congêneres. Nesses tempos de futebol-força, pouca inteligência e proselitismos morais, Sócrates provavelmente seria chamado de xiita, beberrão e anti-atleta. A geração atual não o mereceria.
Recentemente, Sócrates andava de birra com o comissariado de meu partido, herdeiro do mensalão. Decepcionou-se com a política, mas nunca perdeu o senso crítico. Acionando-se a cássica teoria dos campos de Bourdieu, poderia dizer que Sócrates migrou a crítica do campo político para o esportivo, especialmente em relação à CBF.
2011 foi a dança do cisne. Participou de vários programas televisivos. Praticamente inaugurou o “Agora é Tarde” de Danilo Gentili antes de adoecer, esbanjando sarcasmo, bom humor e lucidez.
E assim, me despeço em reverência ao jogador-filósofo que levou a maiêutica aos gramados no diálogo permanente com a bola. E como no seriado televisivo dos anos 60, penhoradamente minha geração agradece: OBRIGADO, DOUTOR!
Adeus a um grande conterrâneo
Por Gerson Nogueira
Cerezo, Falcão, Zico e Sócrates. O mais afinado quarteto de meio-campo que o futebol viu desde Clodoaldo, Gerson, Pelé e Roberto Rivelino e quase tão próximo daquele de Zito, Didi, Pelé e Zagallo. No timaço de 1982, desafortunadamente excluído do pódio mundial, o Doutor era a ponta da lança do arco habilmente construído por Mestre Telê. Mesmo sem o caneco, deixou claro naquele mundial que era um dos grandes.
Com frieza, pode-se dizer que Sócrates tinha tudo para não ser o craque que foi. Alto, magrelo e meio desengonçado, não tinha perfil de atleta. Aliás, como Romário, sempre renegou essa condição. Conformava-se em ser apenas um jogador.
Tratou a bola com alma de artista. Em entrevista recente, contou que o célebre toque de calcanhar, sua marca registrada, nasceu de uma necessidade: para fugir ao choque com os zagueiros, desenvolveu a manha de tocar a bola com extrema rapidez usando a parte posterior do pé. Com isso, iludia os marcadores e, ao mesmo tempo, abria mil possibilidades para um companheiro melhor colocado.
Lembro do assombro quando Sócrates no Botafogo de Ribeirão Preto. Parecia a reedição de Afonsinho, o cabeludo de discurso contestador que agitou o Botafogo no final dos anos 60. Os dois eram médicos e carbonários, mas em campo tinham características bem diferentes.
Afonsinho era um meia-armador clássico, de toques e lançamentos, raramente fazendo gols. Sócrates estabeleceu-se pelas passadas largas e os gols sensacionais. Trocou logo Ribeirão pelo Parque São Jorge. Além de apreciar o estilo elegante, simpatizei com o jeito despachado e as ideias quase sempre subversivas – sim, isso pode ser bom.
O mais bacana da história: o Doutor era um legítimo caboclo paraense (lá de Igarapé-Açu), um conterrâneo que transmitia orgulho de suas origens. Só quem veio lá do mato sabe o que isso significa.
Depois de Belém e Ribeirão, veio a glória. A liderança da Democracia Corintiana, o engajamento nas grandes causas, o discurso articulado e inconformista. Por tudo isso, ganhou respeito como cidadão. Tínhamos finalmente um craque consciente e politizado, postura que destoa de tantos ídolos cheios de grana e pobres de conteúdo. Foi maestro naquele Corinthians de Zenon, Casagrande, Biro-Biro, Zé Maria e Vladimir. Jogou duas Copas, não trouxe o caneco. Azar das Copas.
Esteve discretamente na Fiorentina, passou uma chuva no Flamengo e deu descanso às finas canelas ao perceber que o corpo já não aguentava o tranco. Saiu dos holofotes, mas permaneceu destemido, atuante, sempre à esquerda. Altivo e romântico nas posições assumidas, até mesmo sobre suas fraquezas, como a doença que o alquebrou nos últimos meses.
Um grande homem, um brasileiro digno, um caboclo paraense merecedor de todo o nosso orgulho. Que descanse em paz.
A festa corintiana não foi completa porque o Doutor partiu, mas o título do mais empolgante Brasileiro do sistema de pontos corridos acabou em boas mãos. O Corinthians não tem um time brilhante, mas esbanja regularidade e a raça de sempre. O pulso firme de Tite também contou pontos no balanço final.
Vale dizer que, pelo incrível equilíbrio da disputa, o campeonato podia ter ficado com o Vasco – e também haveria justiça. No embate com o Flamengo, o time de Dedé esteve perto de arrancar a vitória. Até mereceu, mas não levou. Sem entrar nas gozações que perseguem os vascaínos, pode-se dizer que o vice-campeonato foi merecido.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 5)
Sócrates Brasileiro (1954-2011)
Por Juca Kfouri, um dos grandes amigos do Doutor
Ah, se eu pudesse fazer o tempo estancar.
Ah, seu eu pudesse fazer o Magro voltar.
Ah, se eu pudesse fazer este domingo recomeçar.
Ah, eu que nada posso além de rimar sem criar,
posso mesmo, e apenas, chorar.
Chorar sem parar.
Nas redes sociais, um apelo a quem for ao Pacaembu:
No minuto de silêncio, todos, palmeirenses incluídos, levantem o braço e fechem o punho, como fazia o Magro.
Uma homenagem em caixa alta mesmo
Por Xico Sá
TE AMO PRA SEMPRE, DOUTOR.
TU FICAVAS PUTO QUANDO EU CHORAVA UM POUQUNHO NAS NOSSAS COMOÇÕES DIVIDIDAS.
TU FICAVAS PUTO MAS TAMBÉM LACRIMEJAVAS UM TANTIM.
CHORO, MEU FILÓSOFO, CHORO UM SÃO FRANCISCO INTEIRO POR TI, MAS COMO NÃO CELEBRAR NOSSOS TANTOS CHORINHOS NA MADRUGA DA EXISTÊNCIA.
COMO NÃO MORRER UM POUCO CONTIGO, MAS TAMBÉM COMO NÃO ESTAR MAIS AINDA VIVO POR ISSO.
COMO TU DIZIAS, DEPOIS DAS INTERNAÇÕES:
– TE ASSUSTA NÃO, XICÃO, A GENTE VEIO DE LONGE E TÁ É NO LUCRO! AQUI NA TERRA NUM TEM BONITEZA QUE DÊ JEITO… E OLHE QUE SOMOS LINDOS!
DESCANSE EM PAZ MEU AMIGO DO PEITO E DE TANTOS CHORADOS RIBEIRÕES.
SE TIVER UMA FOLGUINHA, MEU IRMÃO, DESÇA PRA GENTE APRONTAR DE NOVO JUNTOS.
A GENTE SE ENCONTRA, MEU VELHO, PRA CANTAR DE NOVO, EM PORTUNHOL, CLARO, A LONGA ESTRADA DA VIDA DE MILIONÁRIO E ZÉ RICO!
BEIJO MAGRONES!
INTÉ AMADO FI DE RAPARIGA, COMO SEMPRE TE CHAMAVA.
VOU VIVENDO E NÃO POSSO PARAR, NA CERTEZA DE SER CAMPEÃO, ALCANÇANDO O PRIMEIRO LUGAR.
VAI, DOUTOR, DÁ AQUELE CALCANHARZINHO-MIGUÉ SÓ PRA DEIXAR DEUS COM AS BARBAS MAIS BRANCAS AINDA!
SALVE O TEU SANTOS DE MENINO, SALVE O TEU BOTAFOGO DE RAPAZ, SALVE O TEU CORINTHIANS ETERNO!
Em nota, Corinthians diz: “Obrigado, Doutor!”
“Hoje, que seria um dia apenas de alegria pela decisão do Brasileirão, começou triste para o futebol brasileiro, principalmente para os corinthianos. Um dos maiores ídolos da história do Timão, Sócrates Brasileiro Sampaio de Sousa Vieira de Oliveira morreu às 4h30m da madrugada deste domingo, em consequência a um choque séptico, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele tinha 57 anos e era pai de seis filhos.
Sócrates disputou 297 jogos, marcou 172 gols e venceu três Campeonatos Paulistas (1979, 1982 e 1983) com a camisa do Timão, além de ter sido um dos principais idealizadores da Democracia Corinthiana.
O Sport Club Corinthians Paulista e toda a sua Fiel Torcida se despedem com tristeza do Magrão, mas também ficamos agradecidos pela honra de ter visto um dos maiores jogadores da história do futebol vestindo o manto alvinegro por tantos jogos. Obrigado pelos lindos gols, pelos toques geniais, pelo futebol magistral que só Sócrates tinha.
Obrigado, Doutor!”.
A glória do campeão
Por Gerson Nogueira
Até o fim da tarde deste domingo ninguém pode dizer, com segurança, quem leva a taça. No máximo, sabe-se que o vencedor será alvinegro – e pentacampeão. Só não existe mesmo nenhuma dúvida quanto ao verdadeiro campeão. Ricardo Gomes, pela história pessoal mais comovente e impressionante da temporada, merece o galardão.
Exemplos de superação e fé sempre sensibilizam gente como nós, de coração tropical e emoção à flor da pele. Gomes, que foi um zagueiro de bons recursos, transformou-se em técnico competente, embora sem grandes títulos a ostentar no currículo. Deu o azar de conquistar muita coisa na França, cujo campeonato não é dos mais celebrados da Europa.
No retorno ao Brasil, passou sem maior brilho por Flamengo, Fluminense e São Paulo. No Vasco, porém, parece ter achado sua verdadeira casa. Pegou o time montado por Dorival Júnior desde a Segundona e acrescentou solidez técnica.
Para atingir esse nível, contribuíram a aquisição de Diego Souza, a recuperação de Felipe e a chegada de Juninho Pernambucano. Ninguém, contudo, pode negar a Gomes os méritos pela estruturação desse surpreendente Vasco copeiro, que fecha o ano resgatando sua tradição vitoriosa. O episódio do AVC sofrido em plena labuta (e a incrível recuperação do técnico) deu à campanha um aspecto ainda mais épico.
Vi na internet as fotos da visita de Gomes aos jogadores na concentração, sexta-feira, e fiquei com a sensação de que – além da indiscutível qualidade da equipe – os deuses da bola podem aprontar alguma só para garantir a consagração absoluta do comandante.
Paulo Victor; Claudio Allax, Tobias, Edilson e Brayan; Vanderson, Billy, Andrei e Djalma; Héliton e Zé Augusto. Foi com esse time, formado por dois veteranos e nove garotos, que o Paissandu começou o amistoso de ontem em Augusto Correia.
O jogo, parte dos festejos em torno da padroeira da cidade, não tinha maior significado, mas essa escalação guarda o simbolismo do futebol cabano. Como dificilmente ao longo de 2012 (ou 2013 ou 2014) o Paissandu vai repetir um time tão paraense, a formação tem certo valor histórico.
Em operação intermediada pelo tucano Aécio Neves, amigo de baladas do Fenômeno, Ricardo Teixeira cravou o lance mais certeiro para blindar seu poder no Comitê Organizador Local da Copa-2014 sem perder um pingo do controle sobre as finanças do órgão. Não está longe da verdade, portanto, quem – mesmo brincando – aponta Ronaldo como mero “laranja” na organização do mundial.
O maior artilheiro das Copas vai assinar os cheques, mas não presidirá o comitê, nem terá poder de veto. Ainda assim, abriu largo sorriso e parece sinceramente feliz com a sinecura anunciada no meio da semana. A alegria com a escolha fez que esquecesse até o julgamento que fez de Teixeira em 2009. Naquela época, o Fenômeno ainda ruminava mágoas por ter sido limado da Copa sul-africana e chamou o cartola de “duas caras”. A dúvida é se Teixeira ficou menos falso ou se Ronaldo tornou-se mais cínico.
Direto do blog
“Gostaria de deixar aqui algumas sugestões para a nova camisa do Remo: a retirada das estrelas do pentacampeonato, a inclusão da palavra Periçá – nosso ícone maior – logo abaixo do escudo, e que se colocasse à venda ao torcedor somente camisas com o nº 33. Creio que a galera aprovaria. Ideias a serem aproveitadas pelo marketing (se houver um) do clube?”.
Do Sérgio Ribeiro, desgostoso com o atual desenho da camisa azulina.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 4)
Capa do Bola, edição de domingo, 4
Lula homenageia “craque no campo e grande amigo”
O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva prestou na manhã deste domingo solidariedade à “esposa, familiares e amigos” de Sócrates, que morreu na madrugada deste domingo, em São Paulo. Em nota oficial, o presidente de honra do PT (Partido dos Trabalhadores) e torcedor do Corinthians lembrou do ídolo de seu clube com “craque no campo e grande amigo”. Lula e Sócrates estiveram juntos em encontros políticos, principalmente da década de 80, e participaram ativamente do movimento popular Diretas Já, em 1984, que pedia eleições diretas para a presidência da República no fim da ditadura militar.
Íntegra da nota: “O Doutor Sócrates foi um craque no campo e um grande amigo. Foi um exemplo de cidadania, inteligência e consciência política, além de seu imenso talento como profissional do futebol. A contribuição generosa de Sócrates para o Corinthians, para o futebol e para a sociedade brasileira jamais será esquecida. Neste momento de tristeza, prestamos solidariedade a esposa, familiares e amigos do Doutor.
Luiz Inácio Lula da Silva, Marisa Letícia e familiares”.
Perdemos o Doutor Sócrates
Meu domingo – e, imagino, o de muita gente – começou muito triste. Soube pelo infante João (que recebeu a notícia na janelinha do Nintendo Wii) que o Doutor Sócrates não está mais entre nós. O craque paraense morreu às 4h30 deste domingo aos 57 anos em decorrência de um choque séptico, que ocorre quando bactérias de uma infecção chegam à corrente sanguínea e se espalham pelo corpo. O enterro será em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, pouco antes do início da última rodada do Campeonato Brasileiro, que está agendada para as 17h deste domingo. A CBF já comunicou que fará um minuto de silêncio em homenagem ao jogador que defendeu a seleção nas Copas de 1982 e 1986.
O ídolo do Corinthians estava internado desde a última quinta-feira na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital Albert Einsten, na zona sul de São Paulo, após dar entrada com quadro de infecção intestinal. Sócrates, sua mulher e um amigo haviam se sentido mal na noite de quinta-feira (1º) após comerem em um evento. Segundo o jornalista Juca Kfouri, colunista da Folha, um prato de estrogonofe contaminado com uma bactéria foi o responsável por desencadear a internação do ex-jogador.
Sócrates já esteve internado outras duas vezes entre agosto e setembro, também na UTI, por conta de hemorragias digestivas. Além de Corinthians e Botafogo-SP, jogou também pelo Flamengo, Santos e Fiorentina, da Itália. Formado em medicina, trabalhava como comentarista na TV Cultura e colunista do “Agora São Paulo”, do Grupo Folha, e da revista “Carta Capital”. (Da Folha de SP)