Santarém começa a questionar os rumos da campanha do Sim, que defende os projetos de criação dos Estados de Carajás e Tapajós. Por ser uma luta de mais de três décadas, a emancipação do Tapajós acaba confundida com o projeto de Carajás, bem mais recente e identificado com interesses econômicos e políticos da elite da região. Publicitários e jornalistas santarenos avaliam que a proposta tapajônica, considerada mais justa, é prejudicada pela forte rejeição do eleitorado aos separatistas de Carajás. Até a logomarca da campanha, que remeteria à propaganda pessoal de um conhecido candidato a prefeito, sofre questionamentos. O problema é que a campanha separatista é bancada em mais de 90% pelas empresas e políticos da região de Carajás, o que acaba ditando o conteúdo da campanha no rádio e na TV.
Mês: novembro 2011
Capa do DIÁRIO, edição de quarta-feira, 23
Cartazes de todas as Copas
Capa do Bola, edição de quarta-feira, 23
Coluna: Coronelismo aloprado
O Vasco, que ostenta o melhor desempenho na temporada brasileira depois do Santos (que levantou a Taça Libertadores e vai disputar o Mundial de Clubes), carregava injustamente há até bem pouco tempo a pecha de clube mais antipático do país. Essa triste condição derivava da rejeição provocada pelo presidente-ditador Eurico Miranda, que controlava o clube com mãos de ferro, como se fosse propriedade sua. São Januário parecia uma república das bananas, exoticamente retratadas naquelas comédias hollywoodianas. De suspensórios, charuto em punho e aquele ar petulante dos capos, Eurico tinha até camarote exclusivo, de onde acompanhava os jogos furtivamente. Fazia o diabo com os recursos do clube, promovia negociatas de jogadores e troca de técnicos que o desagradassem. Enfim, um coronel à moda antiga tomando conta do terreiro cruzmaltino.
Os associados e torcedores vascaínos eram impotentes de influir nos destinos do clube, cujos estatutos favoreciam a permanência infinita do cartola, apoiado ainda pela velha guarda da colônia lusitana. Da insatisfação generalizada, porém, nasceu uma ampla mobilização, encabeçada pelo ídolo Roberto Dinamite, que se encarregou de derrubar nas urnas a ditadura instalada nos arraiais do clube da Colina. A reconquista do Vasco pelos vascaínos consumiu quase uma década de esforço inquebrantável e trabalho árduo dos oposicionistas.
Refiro-me à odisséia vascaína para citar a situação atual do Paissandu, entregue a uma gestão caótica, cujo dirigente máximo tem a pachorra de admitir que o clube está cheio de dívidas (fala em R$ 1,2 milhão, mas as contas mais sérias sinalizam algo superior a R$ 2 milhões) e que “todo ano é assim mesmo”, admitindo que pretende se endividar ainda mais para tentar sair do atoleiro. A realidade desmente esse anseio e descortina um horizonte dos mais sombrios para o clube, caso seus apaixonados torcedores e associados mais conscientes não tomem as rédeas do processo.
Não adianta ficar deplorando o gesto autoritário e ignóbil de barrar a entrada de profissionais dos veículos do grupo RBA na Curuzu, como se a punição ao sofá resolvesse o problema do adultério. Aliás, a lei da mordaça imposta aos jornalistas e radialistas é apenas um dos muitos traços que equipara os diretores do Paissandu aos métodos de Eurico no velho Vasco. O ex-sultão de São Januário também tinha pretensões de calar seus críticos, impedindo-os de acompanharem a vida do clube. Bobagem. Qualquer garoto medianamente informado sabe que, nestes tempos de informação digital, é suprema burrice sonhar com censura.
Cabe observar, porém, que a represália dos coronéis bicolores aos veículos que não os bajulam é café pequeno diante da montanha de abacaxis que o Paissandu terá que descascar até o recomeço das competições oficiais, marcado para 14 de janeiro, com a abertura do Campeonato Paraense. Até lá, essa diretoria – que tem mandado até o fim de 2012 – terá que quitar as dívidas acumuladas junto a jogadores, técnicos, funcionários e agências de viagens. Ao mesmo tempo, precisará ter competência para montar um novo elenco e contratar outro treinador.
O drama é que não há dinheiro, muito menos competência. Só resta ao Paissandu e a sua nação de adeptos, a essa altura, rezarem para que os deuses do futebol abreviem essa aloprada gestão. Até o momento, a única ideia surgida foi a de borrifar água benta na Curuzu. É ridículo, mas, de certa forma, significa um progresso para quem ressuscitou a extinta prática do “bicho” pago em vestiário, contratou uma fieira de atletas por imagens de DVD e já manifestou (a sério) a intenção de surrar técnico e jogadores com vara de marmelo. O Paissandu, que está às portas do centenário, precisa urgentemente rejuvenescer.
Samuel Cândido e Charles Guerreiro encabeçam a pequena lista de técnicos regionais cogitados para assumir o Paissandu. O primeiro, por ser mais disciplinador, leva ligeira vantagem na preferência dos cartolas.
O Remo curte recesso, por força de suas cabeçadas no primeiro semestre, mas a crise não tira férias. Informações oriundas de Antônio Baena indicam que cinco jovens atletas – entre os quais os talentosos Betinho e Tiago Cametá – já estão sob assédio direto de agentes e a um passo de deixar o clube que os revelou. A teimosia, irmã gêmea do destempero, continua a marcar a ferro e fogo a maioria dos gestores do nosso futebol. Parece que jamais aprendem. Errar, nesse caso, é uma sina.
Direto do blog
“A mesma ladainha e chororô de perdedor de sempre, será possível que esse presidente vai querer entregar o clube na 4ª Divisão? Os erros permanecem e esse nefasto ‘planejamento’ de timinho só é engodo para nós, torcedores. O mesmo ciclo se repete e vejo-me longe dos jogos, pois já sei qual é o verdadeiro final. Deixa-se 20 e depois contratam mais 80 para manter a média de 100 pernas-de-pau no elenco. Mais dívidas e pouca honraria com as cores do Bicola. É melhor encomendar o enterro, pois o caixão ele vai selá-lo no final do mandato. Coitado da torcida, te dizer!”.
De Douglas Moraes, injuriado com as desculpas esfarrapadas que já duram seis anos.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 23)
Governador se posiciona sobre a divisão do Pará
Manifestação pública do governador Simão Jatene sobre os projetos de divisão territorial do Pará:
“Amigas e amigos, o governador, independentemente da sua vontade, tem a responsabilidade constitucional e institucional e o dever ético de conduzir essa questão tão delicada, alertando e tratando das rugas, buscando evitar que as cicatrizes se eternizem. Os estados até hoje criados o foram em condições bem diferentes das atuais, não colocando em confronto as pessoas, não onerando ainda mais as populações locais e, nesse sentido, nos ajudam muito pouco sobre a experiência do dia seguinte que terá que ser vivida por nós, em certo sentido cobaias de um processo novo e diferente.
Por tudo isso, é preciso ter cuidado ao tratar dessa questão. A ética da responsabilidade me impõe deveres dos quais não posso me afastar. Entretanto, se a responsabilidade me aconselha isenção, do mesmo modo, até por amor à nossa gente, me exige que alerte a todos sobre alguns riscos. (…) Assim, não posso deixar de registrar a minha preocupação diante dos rumos da campanha, particularmente na televisão, onde salta aos olhos que o ‘vale tudo’ está em marcha. Falo, exemplificando, do esforço de tentarem destruir a autoestima do paraense e mostrar, como alternativa, que a simples divisão, automaticamente, trará ganhos financeiros aos três estados.
Ora, com todo o respeito que possa ter pelos que fazem tal afirmação, ela não tem qualquer fundamento técnico, como pretendem seus defensores. Pelo contrário. Se quanto à elevação das despesas a criação de novos estados não deixa dúvidas, quanto às receitas, pelo menos atualmente, qualquer prognóstico se faz sob enorme incerteza. Especialmente nesse momento que as transferências federais, e em especial os critérios de distribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE), até por decisão judicial, devem ser reformulados até o final de 2012.
Minhas amigas e meus amigos, eu nunca vi alguém de Belém dizendo que não gosta dos irmãos de Santarém; do mesmo modo, jamais vi alguém de Santarém dizendo que odiava o povo de Marabá. Não, felizmente isso não faz parte da nossa história. Temos dificuldades, sim, mas quem não as tem? Historicamente, fomos usurpados de nossas riquezas sem que parte da classe política fosse capaz de se unir na defesa das mesmas. Por que jamais nos mobilizamos, efetivamente, para fazer com que a República compensasse o nosso Estado pela fantástica contribuição que sempre deu, e continua dando, para o desenvolvimento brasileiro? Quem tiver boas propostas que as apresente, mas não posso aceitar que, na tentativa de impor seus interesses, qualquer grupo fantasie a realidade e recorra a meias-verdades, levando a nossa população, sobretudo a mais simples, independente da região em que vive, a equívoco e frustração. Não posso aceitar que a luta pela divisão do território se transforme em divisão do nosso povo.”
Paissandu vai recompor elenco
Depois de nova eliminação na Série C, a diretoria do Paissandu começa a fazer cálculos financeiros e a buscar meios de enfrentar as dívidas contraídas durante o deficitário campeonato. Segundo pessoas ligadas aos dirigentes, a primeira medida será reduzir o elenco atual para cerca de 20 atletas, alguns dos quais serão convidados a reduzir salários. Depois da contratação de um técnico regional (Charles Guerreiro segue como o mais cotado), o clube tentará garimpar alguns valores nos clubes paraenses que disputam a primeira fase do Parazão. Michel e Élcio (Castanhal), Rodrigão (São Francisco), Marlon e Felipe Mamão (Ananindeua) e Euler (Tuna) são alguns dos nomes cogitados inicialmente.
Do grupo que disputou a Terceirona, são dados como certos para permanecer na Curuzu os seguintes jogadores: Alexandre Fávaro, Sidny, Leandro Camilo, Claudio Allax, Fábio, Vanderson, Daniel, Robinho, Héliton, Rafael Oliveira, Andrei e Zé Augusto (que deve cumprir sua última temporada em 2012). Juliano e Luciano Henrique pretendem ficar, mas a diretoria não manifestou maior interesse. Márcio Santos, Salomón, Alexandre Carioca, Vagner e Nenê Apeú devem ser dispensados.
Em entrevista à TV Liberal, o presidente Luiz Omar Pinheiro confirmou que o clube deve adotar postura gestão mais rígida quanto a salários. Aparentando nervosismo, garantiu que os erros “foram normais” e admite suas responsabilidades no fiasco da equipe na Série C. Surpreendentemente, elege como sua principal falha ter afastado Sérgio Cosme na reta final do Parazão, mas jura que salários atrasados não atrapalharam a campanha. Por sorte, não falou mais em borrifar água benta na Curuzu. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)
Remo e Tuna fazem amistoso em dezembro
A frase do dia
“Acho que podemos formar uma boa equipe para daqui a três anos. Tem Neymar, Ganso, Kaká e Luis Fabiano, que está voltando a jogar bem no São Paulo. Temos grandes valores. Ronaldinho Gaúcho, no meio-campo, não tem condições orgânicas de jogar na seleção. Na frente tem muitos jogadores, e ele não tem condições de jogar ali também”.
De Zagallo, sobre o estágio atual da Seleção e as projeções para 2014.
Classificação da primeira fase do Parazão 2012
| POS | TIMES | PG | J | V | E | D | GP | GC | SG | AP |
| CHAVE ÚNICA | ||||||||||
| 1° | Tuna Luso-PA | 11 | 5 | 3 | 2 | 0 | 9 | 4 | 5 | 73.3 |
| 2° | São Francisco-PA | 10 | 5 | 3 | 1 | 1 | 7 | 4 | 3 | 66.7 |
| 3° | Castanhal-PA | 7 | 5 | 2 | 1 | 2 | 10 | 8 | 2 | 46.7 |
| 4° | Bragantino-PA | 7 | 5 | 2 | 1 | 2 | 7 | 7 | 0 | 46.7 |
| 5° | Abaeté-PA | 7 | 5 | 2 | 1 | 2 | 5 | 7 | -2 | 46.7 |
| 6° | Ananindeua-PA | 6 | 5 | 2 | 0 | 3 | 6 | 4 | 2 | 40.0 |
| 7° | Parauapebas-PA | 5 | 5 | 1 | 2 | 2 | 5 | 7 | -2 | 33.3 |
| 8° | Sport Belém-PA | 3 | 5 | 1 | 0 | 4 | 4 | 12 | -8 | 20.0 |
São Francisco vence e confirma vice-liderança
Com gols de Rodrigão, aos 35 e 39 minutos do segundo tempo, o São Francisco derrotou o Parauapebas por 2 a 0 na noite desta segunda-feira e firmou-se na vice-liderança da primeira fase do Parazão 2012. Os azulinos santarenos alcançaram 10 pontos, precisando de mais uma vitória para garantir a vaga para a principal etapa da competição. O Parauapebas permanece com 5 pontos na penúltima colocação.




