Coluna: O novo sempre vem

Diego Amaral; Glêison, Diego Barros, Joãozinho e Alex Juan; Alan Peterson, Vander, Betinho e Paulo André; Ró e Reis.
Os treinamentos da semana no Baenão indicam que este deve ser o time-base do Remo para a caravana Holiday pelo interior nos próximos meses. Para amistosos, a formação é bem razoável, contendo três nomes mais rodados e oito garotos oriundos das divisões amadoras do clube.
Mas que ninguém se iluda: como sempre ocorre nessas situações, a aposta radical nos novatos tem prazo de validade e é apenas uma solução de emergência para tempos bicudos. Quando as competições oficiais começaram, já em 2012, é improvável que os garotos continuem prestigiados.
Sinomar Naves, comandando a nau azulina em meio às tormentas, é conhecido pelo talento para lidar com jogadores regionais. O trabalho vitorioso no Independente Tucuruí atesta essa virtude. O problema é que Sinomar não pode tudo. Sofrerá terríveis pressões por reforços justamente quando o time estiver certinho e entrosado. 
A própria torcida, ansiosa por títulos e acesso à Série D, não terá clemência com os jovens valores. Será impiedosa, cobrará resultados e ditará a pauta dos dirigentes. É uma força incontrolável, que não respeita limites.
Só houve uma experiência na história recente do futebol paraense que desafiou a pressa e os urros vindos das arquibancadas. Foi no célebre esquadrão cabano do Remo, sob inspiração de Ubirajara Salgado, nos anos de 85 e 86. A equipe encantou a torcida, ganhou um certame estadual e aliviou as contas do clube, já argolado em dívidas naquela época.
Desde então, todas as tentativas nesse sentido terminaram naufragando no meio do caminho. Até mesmo quando Samuel Cândido conseguiu armar um time de formato regional para a Série B 2005. No primeiro insucesso, todo o projeto foi desfeito.
Dos novos titulares, Joãozinho, Reis, Betinho e Paulo André despontam como grandes promessas, desde que tenham apoio e contem com a paciência do torcedor. Vacinado nessas situações, Sinomar talvez seja o técnico mais adequado para ajudar a operar esse pequeno milagre.
 
 
Independente Tucuruí e São Raimundo travam duelo de vida ou morte, hoje, em Santarém. Se houver empate, ambos morrem abraçados na Série D. Ante esse horizonte sombrio, creio que o desacreditado Pantera vai prevalecer sobre o campeão estadual. 
 
 
Em longa entrevista à TV a cabo nesta semana, Zagallo recordou alguns pontos de sua longa carreira, aproveitando para abordar situações delicadas, abrir novas polêmicas e reivindicar (de novo) os méritos pelo timaço de 70.
Com João Saldanha, a Seleção das eliminatórias de 70 jogava assim: Ado; Carlos Alberto, Brito, Joel e Marco Antonio; Piazza e Gerson; Jairzinho, Pelé, Tostão e Edu.
Com Zagallo, já na Copa, consagrou-se com a seguinte formação: Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gerson e Rivelino; Jair, Tostão e Pelé.
Dois escretes fabulosos. Mais ofensivo com Saldanha. Cauteloso e sólido sob as ordens de Zagallo. A junção dessas duas características redundou na super equipe do tri mundial, talvez o melhor time de futebol de todos os tempos. E os dois técnicos, de origem botafoguense, tiveram decisiva participação no êxito.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 21) 

11 comentários em “Coluna: O novo sempre vem

    1. Amigo Cláudio sempre pegando no pé do Charlhes que um dia, a exemplo de Sinomar, vai voltar a treinar o Remo. He, he he, cala-te boca. Mas sobre a matéria, o Gerson cantou as pedras e não precisa ser matemático dos bons para essa previsão.

      Curtir

  1. Texto curto e muito bom.
    Independente de Zagaloo disso e daquilo ,perseguia ou não Giovanni , o texto mostrou conhecimento do negócio e neutralidade.Inclusive sem citar que o João sem medo tentou barrar Pelé DIZENDO QUE ELE ERA MÍOPE.MÍOPE EJOGANDO AQUILO TUDO ? Imaginem se tivesse usado óculos pra enxergar.Aí o João sem medo dancou .A saída pra tirar-lo foi o presidente exigir a convocação do Dario beija-flor ,o mesmo que jogou no melhor do Norte.João ,claro não aceitou imposição e saiu do escrete.Zagallo asumiu.Para mim que não sou especialista em tática e mal entendo de futebol foi a melhor coisa que aocnteceu.Zagallo fez o time ser solidário e a jogar preenchendo os espaços e saindo rápido em contra-golpes fulminantes como aquele do gol de Jairzinho,Botafoguense,e com a posse de bola sempre valorizada e os lançamentos de Gerson ,o canhota, Botafoguense.Lançamentos de 40,50 metros do Gerson.E pensar que a bola e a camisa e os calçoes e meiões jutnos pesavam 5 kg.Hoje os propalados ATLETAS e Bombados jogadores não tem força e nem técnica pra fazer lançamento de 20 metros.Exceto claro rarissimos jogadores.

    Curtir

  2. Não ví mas ouvi bem a entrevista com o velho Lobo. Quando aqui esteve (Paysandu) C. Alberto concedeu-me longa entrevista (Mais TV) reparando as injustiças contra Zagalo. Nada simpatico o velho Lobo contrariou os que defendiam o 4-2-4 puro.
    Optou por um lateral esquerdo mais defensivo e deu ao Capita liberdade para subir. Sacrificou P.Cesar Cajú e compos o meio campo com Clodoaldo, Gerson e Rivelino num clássico 4-3-3.
    À insegura presença do zagueiro Brito meteu a companhia de um volante brilhante (Piazza). Tostão, reserva de Pelé, tortnou-se parelha do Rei (jogando sem bola mas abrindo buracos no adversário.
    A seleção do “zangado” era (foi) bem diferente do time das “feras” desejadas por Saldanha.
    Zagalo abria mão do quadro negro para conversas ao pé-de-ouvido
    e por isso maldosamente seus criticos diziam que os jogadores eram os mandantes do time.
    Justiça e verdade caminham juntas, podem tardar, mas não desaparecem para sempre.

    Curtir

  3. A seleção do TRI era composta de craques de rara aparição, exceto algumas cabeças de bagre como Piazza, que fecharam o elenco. Na verdade o papel de técnico era pelo ricor da existência, mas bastaria colocá-los em campo e deixar acontecer.

    Curtir

  4. São Raimundo e Independente estão na situação em que se encontram por conta dos dirigentes jogarem contra seus proprios interesses, não cabendo aos técnicos culpa. No São Raimundo como é sabido o problema financeiro e intrigas dentro da direção do clube, do lado do Independente de abrir maõs de bons jogadores que contavam no estadual por não arriscar num investimento mais pesado, até certo ponto plausível evitando problemas financeiros mais ma frente. Poderiam estar em melhor situação se fossem mais práticos.

    Curtir

Deixe uma resposta