No embalo do festival de meias verdades e inverdades inteiras, o Remo se prepara para uma semana decisiva, quando elegerá novos conselheiros e, um dia antes, terá a área do Carrossel leiloada, caso nenhum acontecimento mude a ordem natural (e legal) das coisas.
Em meio a isso, vem à tona mais um detalhe desabonador para a atual diretoria, dentre tantos outros já conhecidos. O presidente reluta em apresentar ao Conselho Fiscal a prestação de contas relativa à movimentação financeira deste ano.
Armou um circo na semana passada, anunciando que iria “prestar contas” de sua gestão ao Conselho Deliberativo. Tudo muito bonito, mas apenas jogo de cena. Fez a comunicação, agendou reunião do Condel e dois dias depois cancelou, alegando a agenda tumultuada desta semana. Adiou a tal “prestação de contas” para o dia 7 de dezembro. O adiamento, na verdade, poupou um constrangimento, pois sua comunicação não teria qualquer amparo legal.
A situação absurda obrigou o presidente do Confis, Francisco Rosas, a cobrar publicamente uma “atitude espontânea” por parte do gestor, observando que os números dos três primeiros trimestres de 2010 não foram ainda aprovados pelo Conselho, pelo simples motivo de não terem sido repassados aos conselheiros.
O interessante é que o ato de prestação de contas está previsto no artigo 9º dos estatutos do clube. Pois, faltando menos de dois meses para o término do atual mandato, o presidente Amaro Klautau tem a pachorra de ignorar os termos regimentais e não dá a mínima para a obrigação de formalizar um balanço de sua gestão. Tal atitude permite conjeturar que, no mínimo, exista algo errado com a contabilidade do clube. Afinal, por que tanto mistério?
Por essas e muitas outras é que sócios, conselheiros e grandes beneméritos têm a responsabilidade única – e talvez a última – de colocar as coisas na perspectiva correta, à altura das necessidades de transparência de um clube como o Remo. Para tanto, nada melhor, e mais legítimo, que o voto.
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Representantes das chapas que concorrem à presidência de Remo e Paissandu já foram devidamente informados quanto à impossibilidade de contar com os votos dos sócios torcedores. Os estatutos dos dois clubes vetam a participação dos chamados associados especiais.
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Há coisas que, realmente, só acontecem ao Botafogo. Depois das perdas de Maicosuel, Herrera, Fábio Ferreira, Marcelo Cordeiro e Jóbson (por indisciplina), Joel Santana fica sem o volante Marcelo Matos, uma das peças fundamentais do meio-de-campo alvinegro. Motivo: apendicite. Como diria o outro, vou te contar.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 16)