Por Kennedy Alencar
Na primeira metade de 2009, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso selou um acordo entre José Serra e o então governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Garantidos alguns compromissos, o mineiro seria vice de Serra, que governava São Paulo naquela época.
Fiador dos compromissos, FHC testemunhou Serra rompê-los. O primeiro deles: Serra não quis participar de reuniões prévias pelo país, nas quais o PSDB ouviria seus dois pré-candidatos e depois decidiria quem disputaria o Palácio do Planalto. Líder disparado nas pesquisas, Serra julgava a ideia uma forma de miná-lo politicamente. Mas Aécio queria uma saída para dizer ao eleitorado de Minas por que aceitaria ser vice do governador paulista.
Outro compromisso era afirmar com todas as letras que, se eleito, Serra patrocinaria novas mudanças constitucionais para que Aécio fosse o próximo da fila. Pelo acordo, Serra articularia a aprovação de projetos no Congresso para acabar com a reeleição e reinstituir o mandato de cinco anos.
Aécio sempre demonstrou pouca crença na capacidade de, sentado no Planalto, Serra abrir mão da possibilidade de se reeleger. Mas FHC dizia a Serra que era importante que ele se comprometesse com essas alterações a fim de tranquilizar Aécio e Minas. O final dessa história é sabido.
Entre setembro de 2009 e fevereiro de 2010, a folga sobre Dilma nas pesquisas deu a Serra a ilusão de que poderia ignorar os apelos para assumir a candidatura e fazer concessões a Aécio. Ele não aceitou as cobranças do PSDB e do DEM para admitir que era candidato e montou uma estrutura de campanha centralizada e distante dos aliados.
Esticou a corda até junho para tentar obter a companhia de Aécio em sua chapa, mas estava tão fraco que não teve como enfrentar a resistência dos democratas à escolha do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) para vice. Ao explicar as razões de aceitar o pouco conhecido deputado federal Indio da Costa (DEM-RJ) como companheiro de chapa, Serra admitiu que a questão estava encaminhada em outro sentido, mas não havia dado certo.
A biografia respeitável, a tenacidade com a qual se jogou na disputa e a assimilação de um discurso conservador que destoa de suas próprias ideias não foram suficientes para levar o tucano à vitória. Serra quis ganhar sozinho. Colheu o que plantou.
ERA ESSE tipo de homem que muita gente queria ver governando o Brasil. QUERIAM, pelo visto, reinstaurar a política do ‘café com leite’, da República Velha, de triste memória; coincidência ou não, como ocorreu no episódio Júlio Prestes, nem o mineiro e nem o paulista chegaram lá. E olhe que se fosse Aécio e não Serra, a história poderia ser outra. AINDA BEM que foi assim; venceu, enfim, a candidatura que realmente está afinada com as camadas mais humildes da nossa população.
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Esqueçam o Serra. A peruquenta já enganou ganhando e bola pra frente e torcemos que a arrogante mantenha o equilíbrio dos nove dedos. De resto basta acompanhar a hora da onça beber água.
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A ATUAÇÃO de Serra como ministro da Saúde não foi má. Não foi à toa que o tucano evitava falar de sua atuação como ministro do Planejamento, que comandou as privatizações, no governo FHC. QUANTO aos genéricos, é bem provável que haja outros interesses por debaixo dos panos, como uma gorda participação nos laboratórios goianos (corre essa notícia pelas aerovias, não explorada pelo PT por não usar do mesmo veneno do adversário). Não surpreende que, em campanha na capital goiana, o ex-candidato tenha prometido uma série de obras infra-estruturais naquele estado.
O CARGO de ministro seria o nível máximo na carreira do tucano, já pode se dar por feliz de ter chegado ao posto; pretender a presidência já é demais.
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Passaram a Serra no clone. Rsrsrsrsrs
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Na política brasilkeira cabe tudo menos traição. Certamente não encontraremos registros na historias dos nossos licurgos.
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