Ficha técnica da rodada do Parazão

Cametá x Remo

Cametá – Alencar; Américo, Tonhão, Flávio e Sousa (Rubran ou Tetê); Dudu, Wilson, Paulo de Tárcio e Dedé; Jailson e Juliano César. Técnico: Artur Oliveira.

Remo – Adriano; Neto, Pedro Paulo, Raul e Paulinho; Danilo, Fabrício, Gian e Vélber; Samir e Héliton. Técnico: Sinomar Naves.

Árbitro – Clauber José Miranda. Assistentes: Diógenes Serrão e Silvério Ferreira Pinto.

Local – estádio Parque do Bacurau, em Cametá, às 16h

Na Rádio Clube: Geo Araújo narra e João Cunha (off tube) comenta; reportagens de Paulo Caxiado e Francisco Urbano.

Na TV – Cultura (canal 2) transmite.

Bola na Torre (RBA) – Guerreiro, Rui, Valmir e Gerson. Às 22h30.

Coluna: Da utilidade das listas

Elaborar listas é o passatempo predileto dos ingleses, mais até do que ir a jogos de futebol, formar bandas de rock, adular a Rainha ou se encharcar de cerveja nos pubs. Há uma compulsão por catalogar e eleger preferências – sobre filmes, livros, músicas, mulheres bonitas, cães de raça e, naturalmente, times. Claro que esse modismo irresistível já se espalhou pelo mundo, alavancado pela internet, e conquistando cada vez mais adeptos.
A misteriosa Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), que se escuda na estatística para esquadrinhar o universo boleiro, é uma das mais férteis usinas de rankings futebolísticos. Nesta semana, a entidade lançou um novo petardo: a listagem dos grandes clubes do planeta, contabilizando campanhas realizadas a partir de 1991.
Como toda lista que se preze, esta é destinada a alimentar discussões sem fim, semear a cizânia entre amigos e fazer a festa dos pachecos de todos os continentes. Na parte que nos cabe, o Paissandu desponta entre os 208 maiores do futebol mundial nos últimos 19 anos, ocupando a honrosa 167ª posição, intrometendo-se à frente até de agremiações tradicionais no Brasil, como o meu Botafogo.
Muita gente questiona os critérios muitas vezes esdrúxulos da IFFHS, mas o motivo do bom posicionamento alviceleste é simples: o título de campeão dos Campeões, obtido em 2002, por um time que reunia Vandick, Sandro e Jóbson em grande forma, sob a batuta de Givanildo Oliveira.
Graças a essa conquista, o Paissandu disputou dignamente a Libertadores de 2003 – foi eliminado pelo Boca Juniors de Carlos Bianchi, Schellotto e Tevez – e passou a compor o panteão dos clubes que têm visibilidade internacional, algo raro no futebol nortista. À época, a IFFHS situou o Papão em 35º lugar no seu ranking.  
Sem maior valor de natureza prática, a escolha tem o mérito de jogar luzes sobre uma façanha que nem sempre recebe a devida atenção por parte do próprio clube. Diante da infinidade de estrelas e insígnias de mau gosto que os times acrescentam ao escudo, o Paissandu bem que podia fixar para sempre no uniforme uma referência gráfica à Copa dos Campeões. E estabelecer como obrigatório um festejo anual desse feito.
 
 
Os primeiros colocados da lista são óbvios: Barcelona, Manchester, Real, Juventus e Milan. Como nem tudo é perfeito, há a incompreensível aparição do River Plate em 9º lugar, desbancando o rival Boca de tantas conquistas continentais e mundiais, além de atropelar o São Paulo, primeiro brasileiro do levantamento, no 18º posto. Times africanos e asiáticos entre os ranqueados também despertam estranheza. Nada, porém, que desabone e desqualifique a justa referência ao time de Suíço. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 24)

Leão repete time que goleou na estreia

Adriano; Neto, Pedro Paulo, Raul e Paulinho; Danilo, Fabrício, Gian e Vélber; Samir e Héliton. Este é o time do Remo confirmado pelo técnico Sinomar Naves para o jogo deste domingo, no estádio Parque do Bacurau, em Cametá, às 16h. Sinomar decidiu repetir a escalação inicial do jogo com o Ananindeua, prestigiando os jogadores que garantiram a primeira goleada do campeonato estadual.

Quando o panetone deprime

Segundo a mimosa constatação da Veja que está nas bancas, o governador Arruda Panetone dá sinais de “depressão”, depois de dois meses driblando cinicamente as evidências da grande maracutaia no DF. Deprimidos devem estar os contribuintes diante de tamanha cara-de-pau do meliante.

Invictus, uma nação em jogo

Por Isabela Bescov

Bem no início de Invictus (Estados Unidos, 2009), que estreia no país na próxima sexta-feira, uma sequência opõe duas cenas cotidianas na África do Sul. De um lado de uma cerca, uma equipe de rúgbi treina com técnico, uniformes e campo apropriado – uma equipe de colégio, nem rica nem profissional. Ainda assim, ela poderia estar em outro planeta que não o dos meninos negros que, do outro lado da cerca, jogam futebol de chinelos, na poeira. Clichês sobre desigualdade e injustiça imediatamente vêm à mente. E desfazem-se com igual rapidez quando o diretor Clint Eastwood abre o foco e situa essas cenas contrastantes. Conquanto nada pareça ter mudado – brancos têm meios e preparo, negros improvisam como podem –, essa não mais é a África do Sul do apartheid. É a de 1995, em que o líder negro Nelson Mandela está já há um ano na Presidência. Agora os brancos é que se sentem acuados pela súbita força da população negra. O entrincheiramento e a disparidade prosseguem com a inevitabilidade ditada pelas décadas anteriores; mas a correlação de forças é totalmente nova.

O rúgbi não é uma imagem escolhida ao acaso. Em 1995, sentindo a África do Sul à beira do esfacelamento, Mandela se lançou em uma empreitada quimérica: transformar os Springboks, a seleção nacional de rúgbi e emblema do orgulho branco, detestada pelos negros, em foco de união nacional. A equipe vinha perdendo de lavada de seus adversários; Mandela, enxergando ali sua oportunidade, insuflou o capitão do time, François Pienaar, a buscar a vitória na Copa do Mundo daquele ano. Ou seja, fez em direção ao inimigo um gesto de acolhida no novo estado e de respeito aos seus ícones. E, com seu apoio insistente à equipe, deixou claro para os sul-africanos negros que não toleraria um projeto de supremacia negra: o único projeto que endossaria seria o de uma nação.

Pode cheirar a exaltação. Mas Eastwood, sempre atento à linha sutil que separa simplicidade de simplismo, evoca algo bem diverso. Como em Menina de Ouro e Gran Torino, fala de medidas desesperadas em situações extremas, e maravilha-se com a capacidade humana de, ainda que momentaneamente, renunciar à ignorância. Da exposição inicial meio lenta, mas necessária, à eletricidade com que filma os choques físicos do rúgbi, Eastwood enreda o espectador para garantir que ele atente ao que de fato importa – os personagens. No papel de Mandela, Morgan Freeman é magnífico. Reproduz suas feições mais conhecidas, como o arrastar dos pés e o sorriso de estadista, mas acima de tudo identifica nele uma atitude interior intangível: a solidão extrema da liderança e também uma euforia secreta de exercer o poder. É provável, embora não justo, que termine por eclipsar o trabalho de Matt Damon como François Pienaar. Um ator cada vez mais apurado na técnica e inteligente na leitura de seus personagens, Damon tira de Pienaar a iluminação que é o centro do filme – a de que não fazer o que é errado nem sempre basta. Decidir-se pelo certo é, quase sempre, indispensável. (Transcrito da revista Veja)

Loco Abreu estreia domingo no Engenhão

O atacante uruguaio Sebastian ‘Loco’ Abreu, principal contratação do Botafogo para esta temporada, vai fazer sua estreia com a camisa alvinegra neste domingo no clássico contra o Vasco pela Taça Guanabara. A confirmação foi feita nesta sexta-feira pelo técnico Estevam Soares. ‘Loco’ Abreu participou de treinamento com o time reserva do time de General Severiano contra a equipe sub-20 nesta sexta e se saiu bem: marcou um gol e acertou uma bola na trave. O bom desempenho do jogador convenceu o treinador a escalá-lo para o confronto no Engenhão. “Na quarta-feira ele estava travado no jogo treino. Mas, diante do que ele fez hoje, a certeza é que ele vai jogar. A torcida quer vê-lo jogando, é o principal reforço e ele vai para campo”, explicou Estevam. (Da ESPN)

Agora vai…

Uma radiografia da nova-velha Hollywood

Por Gabriel Innocentini

Nastassja Kinski transava com todos os diretores de seus filmes. Quando brigava com a namorada, Robert de Niro a presenteava com um frasco de perfume. Martin Scorsese ouvia “London Calling” enquanto o set de filmagem não estava pronto. Dennis Hopper se gabava de ter introduzido a cocaína nos EUA. Peter Bogdanovich, Francis Ford Coppola e William Friedkin, emparelhados num sinal vermelho e dentro de suas respectivas limusines, discutiam quem tinha mais indicações ao Oscar em 1972. Coppola encerrou a conversa com um argumento simples: “O Poderoso Chefão, 150 milhões de dólares!”.

Se ficasse apenas nisso, “Como a Geração Sexo-Drogas-e-Rock’n’Roll Salvou Hollywood” (tradução de Ana Maria Bahiana) seria apenas um compêndio de fofocas e bastidores do cinema norte-americano dos anos 1970. Mas Peter Biskind consegue usar todos os relatos e histórias como pano de fundo para contar a ascensão e a queda de diretores como Steven Spielberg, George Lucas, Robert Altman, Hal Ashby e Martin Scorsese, entre outros, na Meca do cinema industrial.

O ponto de partida é o filme de Arthur Penn, “Bonnie & Clyde”, de 1967. Se soubesse que a obstinação de Warren Beatty em produzir “Bonnie & Clyde” seria o começo da decadência dos grandes estúdios, Jack Warner jamais teria permitido que o filme fosse lançado. “Bonnie & Clyde” abriu um precedente ao ter Warren Beatty como produtor. Nunca em Hollywood um ator, ou seja, alguém que não fosse dos altos cargos administrativos da indústria, teve o poder de controlar um filme como Beatty. A idéia, bem-sucedida, gerou a criação da BBS, uma empresa de cinema desvinculada dos estúdios tradicionais e poderosos de Hollywood. Capitaneada por Bert Schneider, Bob Rafelson e Steve Blauner, a BBS permitiu a Dennis Hopper realizar o seu projeto conjunto com Peter Fonda e Jack Nicholson: “Easy Rider”.

O filme que marcou a história da contracultura mostrava dois rebeldes que viajavam de moto pelas estradas dos EUA, destilando sua raiva contra a autoridade estabelecida, mostrando uma maior liberdade sexual e promovendo a celebração da cocaína na tela grande. Além disso, marcava também uma inovação no tratamento cinematográfico, ao propor uma narrativa acelerada e muitas vezes caótica, influenciada pela ascensão do documentário e pelo prestígio da Nouvelle Vague.

Mas se o sucesso de “Easy Rider” estabelecia o futuro da próxima década em Hollywood – isto é, filmes de novos cineastas produzidos por eles mesmos e com grande liberdade artística, geralmente a baixos custos –, o ano de 1969 já continha o germe da destruição: as drogas já começavam a cobrar seu preço, Woodstock se revelou uma catástrofe de desorganização (que poderia ter tomado proporções desastrosas), Charles Manson promovia a chacina histórica na casa de Roman Polanski…

O show não podia parar. Os anos 70 começaram e os novos diretores foram se estabelecendo nesse inédito contexto de produção, colocando em prática a teoria do cinema de autor, preconizada pelos cineastas franceses da Cahiers du Cinema. Segundo Truffaut, Godard e cia., o verdadeiro responsável pelo filme era o diretor, que expunha seu estilo e sua marca pessoal ao conduzir todo o processo de produção dos longas-metragens. Os roteiristas e montadores seriam apenas pessoas a serviço das idéias do cineasta, o grande autor do filme. Nomes como Robert Altman (”M*A*S*H”, 1970), Hal Ashby (”A Última Missão,” 1973), Peter Bogdanovich (”A Última Sessão de Cinema”, 1971), William Friedkin (”Operação França”, 1971 e “O Exorcista”, 1973) e Martin Scorsese (”Caminhos Perigosos”, 1973) despontaram em Hollywood.

Apesar da nova leva de cineastas, foram outros três diretores que dominaram o star system. Quem inaugurou o caminho foi Francis Ford Copolla com “O Poderoso Chefão”, em 1972. Copolla não desejava dirigir o filme, mas foi convencido pela Paramount a adaptar o livro de Mario Puzo para a telona. O resultado, como ele exultava, foi uma das maiores bilheterias da história: mais de 150 milhões de dólares. A idéia de Copolla era que sua produtora, a American Zoetrope, pudesse financiar novos diretores, libertando-os dos grandes estúdios.

Porém, foram Steven Spielberg e George Lucas, os dois nerds, os dois caçulas da turma, os dois criados pela cultura televisiva, que ajudaram a reeguer a indústria cinematográfica hollywoodiana. “Tubarão”, de 1975, e “Star Wars”, de 1977, criaram o conceito de blockbuster, gerando um nível de lucro nunca antes visto na história de Hollywood. A exibição simultânea em centenas de cinemas, aliada a propagandas na televisão, tornava impossível a competição de filmes mais complexos, como os de Scorsese, Altman, Ashby e Bogdanovich. Enquanto isso, Copolla se afundava em dívidas para produzir “Apocalypse Now” (1979) e via a Zoetrope naufragar.

É claro que este é um breve resumo da história contada por Biskind. A ganância, a megalomania, o egoísmo, os excessos – está tudo lá, em detalhes, muitas vezes nada honrosos para seus personagens, mas que dão um panorama claro e devastador da máquina de sonhos chamada Hollywood.

Hoje em dia, apenas George Lucas e Martin Scorsese continuam na ativa. Enquanto o primeiro adota o discurso, cínico ou ingênuo, decida o leitor, de que os blockbusters permitem a exibição dos chamados filmes de arte em grandes cadeias de cinema, Scorsese segue sua vida, tendo sido agraciado com o Oscar de melhor diretor em 2006 por “Os Infiltrados”. Quanto aos que sobreviveram, para a indústria do cinema, é quase como se estivessem mortos.

Parazão: Santa Rosa bate Mundico por 1 a 0

O São Raimundo estreou com derrota no Campeonato Paraense. Foi derrotado pelo Santa Rosa, por 1 a 0, na tarde desta sexta-feira, na Curuzu. O único gol da partida foi marcado através de Wellington de cabeça aos 15 minutos do primeiro tempo. O resultado garantiu ao Santa Rosa que é comandado pelo técnico Mariozinho, a quarta colocação com 3 pontos. O São Raimundo, do técnico Lúcio Santarém, está na sétima posição. A renda foi de R$ 2.660,00, com público total de 517 torcedores – 291 pagantes e 226 credenciados. (Foto de MÁRIO QUADROS/Bola)